Uma Aposta Para Dois escrita por Karina Guerim


Capítulo 2
Capítulo II - Lucas Luponni




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Após um longo e tedioso dia na faculdade, cheguei em casa sonhando com um banho daqueles em que refletimos sobre toda a nossa vida.

Quando estava prestes a abrir a porta do quarto, ouvi a voz do meu pai vindo do escritório ao final do corredor.

– Lucas?

– Sim? – disse completamente estático.

– Pode vir até o meu escritório?

Sua voz firme fez com que eu nem ao menos tentasse adiar para depois do jantar, logo, larguei minha mochila no corredor e caminhei com passos largos até o cômodo onde ele estava.

– Sente-se. – ele disse ao se levantar. – Aceita uma bebida? – ele parou em frente ao bar.

– Acho que não. – hesitei.

– Um whisky, um conhaque...? – ele disse enchendo seu copo.

– Não, estou bem!

– É por causa da ressaca? – perguntou impaciente.

– Não estou de ressaca. Pode ir direto ao ponto? Estou um pouco cansado e gostaria muito de ir tomar... – ele me interrompeu.

– Beba isto. – ele empurrou um copo de whisky pela mesa.

Franzi a testa e aceitei a bebida.

– Lucas, diga-me sinceramente onde planeja estar daqui a dez anos?

– Eu sei onde eu planejo não estar, e é aqui.

– Muito engraçado...

– Não foi para ter graça. Pode ir direto ao ponto? – perguntei irritado.

– Você acha que foi de uma hora para outra que seu irmão ganhou a presidência da filial de Madrid?

– Se for para esfregar o Érico na minha cara, como sempre, eu estou de saída. – disse levantando-me da cadeira.

– Não disse que tinha acabado, sente-se.

Virei em sua direção com a mão direita na testa. – Pois não?

– Quer que eu vá direto ao ponto não quer? Então lá vai. Você vive me desapontando e a sua família, de uns meses pra cá então, está impossível te manter na linha. Você me disse que tinha parado com as corridas!

– Então é por isso? – ri em um tom de deboche.

– Você acha que eu estou brincando Lucas? Eu disse que se eu ou sua mãe tivéssemos que te tirar da delegacia mais uma vez você estaria fora.

– Fora? Está me expulsando de casa? – arregalei os olhos.

No mesmo segundo minha mãe entrou no escritório abrindo a porta de maneira agressiva, provavelmente estava ouvindo toda a conversa.

– Emílio, podemos conversar a sós?

– Nem perca seu tempo. Eu cumpro as minhas palavras, ele tem até o final da semana para arrumar um lugar. Já depositei cem mil na sua conta e quero que se vire com isso. Só assim você aprenderá a dar o devido valor às coisas.

– Cem mil? Você quer que nosso filho compre uma casa e se vire com cem mil? – minha mãe disse perdendo a cabeça.

– Ele vende o carro se precisar. – ele disse sem dar muita importância.

– Não toque no meu carro! – eu gritei. – Estou indo agora, não preciso de mais tempo e muito menos do seu dinheiro.

Olhei para minha mãe que ameaçava a chorar parada na porta e saí direto para o meu quarto. Fui até o armário e peguei apenas o necessário, nada que agregue muito valor.

Joguei a mochila no ombro e bati a porta de casa sem ao menos olhar pra trás. Queria me ver livre dali de qualquer maneira e se o único jeito era sair brigado com meu pai, eu realmente não me importava.


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