A Sombra do Caribe escrita por Leonardo Roots


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Um dia comum na vida de um jovem, mas com a chegada de uma Ordem e de um desconhecido à sua casa, tudo muda.



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“Pela lei da Inglaterra, no novo mundo e pelo mandato de Lord West, sua autoridade real na península de Port Royal. Qualquer pessoa suspeita de pirataria será levado ao forte principal e enforcado até a morte. Qualquer pessoa que ter relação com algum pirata será imediatamente levado à forca como cúmplice. Direito a advocacia, suspenso! Direito a fiança, suspenso! Direito a testemunha, suspenso!”

Meses atrás estava tudo diferente. Tudo se saindo como esperado, todos felizes, a família Kottow mantendo sua renda alta, a vida de Richard estava perfeita, mas isto antes de ele abrir a porta...

Século XVIII, a noite estava comum na cidade de Londres, o céu nublado e a escuridão do céu iluminada pela luz da lua cheia. As luzes dos postes iluminavam as ruas, próximo ao Big Ben. Algumas carruagens passavam pela Westmister Bridge Rd, embarcações pequenas passavam debaixo dela, seguindo sua rota. As pessoas andavam pelas calçadas tranquilamente. Algumas barracas de bugigangas estavam abertas, era cedo, ainda eram dez horas da noite. O clima e o vento agradável, porém as nuvens nubladas revelariam a chuva que viria em breve.

Na borda da ponte estava sentado, quieto olhando para o rio, um menino de 15, físico atlético, cabelos escuros. Olhos naturalmente de cor azul escuro. Vestia um colete de couro preto por cima de uma camisa branca. Calças de veludo, escura e sapatos pretos com detalhes brancos. Em seu pulso havia um braçal e nas costas, levara uma mochila com uma alça pendurada em seu ombro.

O garoto olhava para o rio tentando entender as linhas que estavam sobre ele, mas ele sabia que era só na mente dele. Estudou a trajetória dos barcos com vigor, mas não entendeu. Na sua mente ainda eram seis horas da tarde, o tempo voa em uma cidade grande.

A vida tem sempre uma forma de mudar as coisas quando estão perfeitas. Provavelmente não dormia há dias. Mas se fosse só isso... Ele pensava profundamente na morte de seus pais, com motivo e causa da morte desconhecidos, nem ao menos chegou a conhece-os. Ele lembrou-se da conversa com seu avô:

— Olá, filho. — cumprimentou-o seu avô.

— Oi... ­– respondeu Richard triste.

— Filho, eu entendo que as coisas estejam difíceis, mas vão melhorar.

— Não entendo vovô. Ás vezes, eu penso em fazer loucuras, pra acabar de uma vez com isso. Sinto tanto ódio dentro de mim que da vontade de sair matando a todos, me vingar de quem fez isso!

— Acalme-se, você tem que buscar trazer a paz, não a guerra, mas caso não tenha como evitar-la não recue, lute! Nunca se esqueça do homem que você é!

Quando olhou no relógio e viu as horas se levantou andou calmamente até sua casa. Morava no sudeste de Londres. Por sinal, as ruas que levavam até sua casa estavam desertas. Passaram-se alguns minutos...

Logo chegou sua casa. Olhou pra cima e viu a placa de madeira pendurada por duas correntes em um mastro na parede de tijolos vermelhos, acima de uma porta de vidro e uma vitrine. Na placa dizia:

Kottow Shop’s

Richard abriu a porta e entrou, ali haviam várias caixas empilhadas e vitrines com adagas a mostra, espadas e rifles de caça, vários artigos colecionáveis e utilitários, sua família fornecia uma grande franquia de lojas e era muito famosa, por ser uma das principais clientes do banco londrino, porém haviam outras famílias associadas a contabilidade consideradas rivais.

Abriu outra porta e entrou na cozinha de sua avó. A mesa quadrangular de madeira rústica ficava no centro de um lado da parede a pia com louça suja, ao lado da pia ficara o fogão a lenha. Na mesa estava sentados seu avô e sua avó olhando para sua direção, aparentemente eles estavam conversando com o homem sentado de costas para ele. Eles tomavam chá em xícaras de porcelana. Estava quente, pois a fumaça ainda saia do recipiente, exalando o cheiro doce de canela. O homem se virou apoiando o braço no encosto da cadeira. Uma aparência assustadora e respeitável.Um pano esfarrapado cobria os cabelos compridos e um chapéu de três lados era empoleirado na cabeça. Seu cabelo loiro caia pra fora do chapéu. Seus olhos incrivelmente castanhos e cintilava a luz do local. Sua barba era grande e escura. Na maça do rosto mostrava suas cicatrizes. Seu olhar era confiante, dava impressão de uma aparência de que tinha de 40 a 50 anos de idade, mas mesmo assim firme e forte. O cinturão era de cetim amarrado na diagonal de seu peito. Usava bombachas nos pés. Usara um gibão vermelho-sangue. Ele carregava uma espada pesada e curvada, adaga e duas pistolas escondidas nos cintos.

— Está aí, o nosso garoto! — disse o homem com entusiasmo.

Richard confuso virou-se para a avó. Magra com cabelos grisalhos. Apesar da idade, tinha mais disposição do que muitos jovens.

— Lhe conheço, senhor? – perguntou Richard com um olhar sombrio.

— Olá, messere Richard. – disse o homem – Me chamo Bartolo Strong. E não, você não me conhece.

Richard ergueu a cabeça e foi para seu quarto de onde podia ouvir a conversa:

(...) A Ordem se infiltrou no clero, agora não está tendo muitas opções, precisamos de mais soldados... – do quarto Richard pode ouvir a voz de Strong séria sobre o assunto, e ficara cada vez mais curioso a ponto de grudar a lateral da cabeça na porta para poder ouvir melhor. – Principalmente um filho de Calipso!

— Sabe que sou contra e já tomei a decisão de que ele não vai entrar para a Irmandade. – disse seu avô, Jonnathan Kottow.

— Mas ele não pertence a vocês e sim a Irmandade, sou amigo de vocês, a décadas, lutamos juntos várias vezes e nunca diria isto a vocês a menos que fosse uma emergência.

— Não podemos, ele pode ser um instrumento para a Irmandade, mas é nosso neto legitimo, não sou a favor de deixar-lo lutar. Posso ter o treinado, mas a resposta, Strong, continua sendo não!

— Se não quer que ele lute para nós, então por que guarda aquele Pacificador na sua loja? – provocou Strong.

— Bart, eu acho melhor você ir... — disse Jonnathan encobertando o assunto.

Confuso em seu quarto Charlles reflete sobre aquilo tudo. O que é a Irmandade? O que era essa Ordem?

No meio da noite, quando seus avós estavam dormindo, Richard foi até a loja. Ele revirou pilhas de armas, facas, cordas, barris de pólvora, bandeiras da Inglaterra à venda. Então viu um alçapão em meio a cordas e o examinou, parecia um tipo de mecanismo avançado como uma trava para não ser aberto. As linhas metálicas que eram cravadas em sua estampa pareciam um labirinto, no começo desse labirinto havia uma alavanca que pelo visto, deveria conduzi-la ao fim do labirinto para abrir a passagem. Richard conduzira a alavanca tentando chegar ao final então quando se encontrou sem saída, da lateral do alçapão foram disparadas três lâminas em extrema velocidade, seu reflexo alto o fez desviar, então aquela saída se abaixou abrindo espaço para usar aquela rota. Quando finalmente chegou ao final do labirinto ouviu um estralo vindo do alçapão, então viu uma escada que levara até uma sala subterrânea. Ao descer na misteriosa sala viu iluminado por uma luz branca da qual não sabia sua fonte, havia um peitoral de manequim, nele estava vestido um gibão com capuz preto, atrás com duas caldas, seus detalhes eram azuis uma espécie de ombreira feita de metal estava presa a ela por uma corda que passava em seu perto, pouco abaixo em um estandarte pequeno havia dois braceletes um de prata e o outro igual, a não ser pelo cano de um revólver que havia na parte inferior do braço, – lado da palma da mão – abaixo do cano de prata havia uma pequena alavanca.

Foi quando ele olhou novamente para o pequeno cano e então ler a palavra: “Pacekeeper”, aquele era o Pacificador do qual ouviu na conversa, então olhou para a parede atrás e estava uma bandeira negra estampada por um crânio com dentes de sabre, abaixo dele, dois revólveres se cruzavam. Parte da bandeira estará rasgada, mas reconheceu como uma bandeira de navio. Mas que tipo de navio exibiria uma bandeira como essa?

Charles Richard Kottow, finalmente percebeu que de ali em diante, tudo estava para mudar.


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