O dia anterior tinha sido perfeito para Annabeth. Nada melhor do que um primeiro beijo para deixar um dia chuvoso numa casa de praia mais interessante, não acha? Esses foram os primeiros pensamentos de Annabeth assim que conseguiu acordar, sentar-se na cama, e se sentiu um ser vivente.

–-Uau.—Ela falou, simplesmente levando uma mãos aos lábios, pensando na cena da chuva de novo.

Enquanto ela se levantava e ia em direção ao banheiro ela pensou no quanto aquela cena lembrar essas historias de amor sem gracinha que passam na TV quando não tem nada de bom pra colocar para assistir. Deu os ombros. Ela não tinha problema nenhum com clichês.

Annabeth tirou a roupa e tomou um banho quente calmo. Ela não queria acordar, só manter o relaxamento em que estava, mas foi apenas ouvir umas batidas na porta que ela logo desconcentrou-se.

–-Percy?

–-Sim, sou eu. Só para avisar a Vossa Alteza que o seu café esta preparado lá embaixo.

–-Serio? Percy, porque esta tentando me fazer ter uma intoxicação alimentar logo agora?—Annabeth perguntou só para perturba-lo, mas tinha adorado saber que ele tinha feito isso.

–-Hahahahahahaha, sem graça. Quando ficar implorando-me por mais waflles azuis eu vou me lembrar disso.—Ele deu um tapa na porta—Termine ai.

Annabeth não se demorou muito depois disso, estava ansiosa para o café da manhã. Se sentia uma boba por isso, mas não conseguia explicar porque tudo do nada parecia cor de rosa e cheirando a flores.

Não, pera.

–-Flores?

Annabeth olhou para a mesa onde estava o café e se alarmou ao ver um lindo buque de rosas num jarro. Como ele tinha conseguido isso de manhã cedo?

–-Como conseguiu elas tão cedo?—Perguntou Annabeth, puxando uma delas do arranjo e cheirando-a—São lindas.

–-Na verdade já não é tão cedo, Annabeth. São dez e meia.

–-Sério?!—Annabeth se surpreendeu e procurou um relógio. Descobriu um relógio em formato de galinha (hã gente?) na bancada da cozinha.—Não costumo acordar tão tarde.

–-O que aconteceu?

–-Tive dificuldade para dormir.

–-Por que?—Disse Percy, puxando uma cadeira para ela se sentar na mesa, e logo que ela se sentou ele mesmo sentou-se ao seu lado.

–-Não consegui parar de pensar em como foi o dia...—Disse Annabeth, tentando ignorar o olhar de Percy sobre ela. Pegou um pedaço de bolo tentando disfarçar que estava um pouco nervosa.

Percy tomou das mãos dela o pedaço de bolo que ela segurava com um talher e colocou ele mesmo no prato dela. Em seguida ele pegou na mão dela, o que fez Annabeth desviar automaticamente seu olhar para o dele.

–-Por que você parece sempre tão nervosa? Não vou te morder.—depois ele pensou e sorriu—Não ainda.

–-Você pretendia me acalmar com isso?—Annabeth deu um tapinha no ombro dele—Talvez eu esteja só tentando me adaptar a ideia.

–-Que ideia?

–-De admitir que gosto de você, Cabeça de Alga.

–-Ah, mas eu já sabia que você gostava de mim a muito tempo...—Percy disse, catando um pedaço do bolo do prato de Annabeth.

–-Sério?

–-Claro, você casou comigo.—Ele disse, num sorriso bobo.

Annabeth revirou os olhos, ela achava que ele iria levar a sério o que ela tinha dito. Talvez Percy tenha notado isso, e suavizou o tom com ela, sendo mais manso.

–-Olha Annabeth, eu não entendo o fato de você ser tããão insegura assim, mas gosto de você deste jeito mesmo.—Disse ele, pegando nas mãos dela. Ela olhou para seus olhos verdes e se perdeu dentro deles de tal forma, que quase deixou escapara o que Percy estava falando.—O céu não esta tão cinzento hoje, Sol até apareceu um pouquinho. Que tal a gente dar uma caminhada?

–-Sério?

–-E desde quando eu faço piadas?!

–-Desde sempre, Cabeça de Alga!

Não se demoraram muito no café da manhã para poderem sair rápido.

–-Não se esqueça disso Sabidinha.—Percy jogou um casaco para ela—Não é porque a chuva parou um pouquinho que não vai estar frio lá fora.

Percy levou Annabeth para o lugar que ela achava que ele não a levaria: a praia.

–-Mas não dá para mergulhar hoje, o clima não esta bom para isso Cabeça de Alga.—Annabeth falou quando Percy tirou as sandálias para caminhar na areia.

–-Mas eu queria caminhar com você, Alteza.—Percy fez uma reverencia, estendendo a mão para Annabeth.

Ela revirou os olhos, e lhe deu a mão:

–-Certo.

Começaram a caminhar pela praia. Realmente o clima estava meio frio, e ela estava grata por Percy tê-la lembrado do casaco, mas mesmo assim este clima dava um ar mais romântico a situação: eles estavam ali, caminhando numa praia vazia de mãos dadas, Sentindo o cheiro do mar e ouvindo as ondas baterem contra a areia... tinha uma beleza melancólica, mas ainda assim bonito.

–-Isso me lembra uma historia...

Annabeth foi tirada dos seus pensamentos pelo comentário de Percy. Quando ela lhe olhou, ele mostrou um meio sorriso travesso, que ela sabia que significava que ele estava planejando alguma coisa.

–-Qual historia?

–-Uma vez que a gente foi na praia. A gente ficou lá até uma hora em que o tempo fechou...Se lembra?

Era claro que ela se lembrava. Ela lembrava de cada momento que viveu com Percy...

–-Crianças, o tempo esta fechando.—Sally chamou Percy e Annabeth que estavam dentro do mar—Temos que ir para casa.

–-Awn, tia!— reclamou Annabeth—Só mais um pouquinho!

–-Mas vai chover Anna! Precisamos ir!—Insistiu Sally—Nós vamos para lá pra casa e vocês continuam brincando lá.

–-Não é a mesma coisa.—Annabeth cruzou os braços e fez bico.

–-Também acho.—Disse Percy, cruzando os braços e fazendo bico como Annabeth.

Sally suspirou, olhou para Frederick que estava na areia bem distante do mar, e depois olhou para as crianças de novo.

–-Só mais um pouquinho!

E voltou em direção a Frederick.

Annabeth desmanchou o bico e levantou a mão para Percy. Percy bateu em sua mão, e depois ele continuou tentando ensinar Annabeth a nadar de uma forma mais aceitável. Depois de um tempinho, Percy franziu o cenho.

–-Esta sentindo esses pingos?

–-Estamos na agua, Cabeça de Alga.

–-Não é do mar...

Os pingos começaram a cair em maior quantidade, e quando os dois conseguiram sair da agua, a chuva já estava bastante forte. Annabeth ria coma situação, e Percy tentava leva-la em mio ao seu acesso e riso para onde os adultos estavam.

–-Ah, para!—Disse Annabeth, segurando Percy.—É divertido!

–-Mas Anna, nosso pais estão nos esperando!

Annabeth fez que não ouviu, e começou a dançar na chuva, como se estivesse valsando com o nada. Percy decidiu entrar na brincadeira, e foi atrás dela.

–-Quero dançar também!

–-Uma mão na minha cintura e a outra você segura a minha.—ela falou, já segurando no ombro dele e catando sua mão.

Os dois começaram a dançar na chuva dando risadinhas enquanto ouviam os gritos entrecortados dos pais chamando eles debaixo de alguma cobertura. Em um giro que Annabeth deu, ela escorregou e caiu na areia, levando Percy junto ao chão. Ele caiu por cima dela, e ela reclamou, o empurrando para o lado.

Annabeth se sentou, se abraçou os braços, com um súbito frio que a fez tremer. Percy observou isso, e se levantou, dando a mão a ela para se levantar também.

–-Aposto que você não chega mais rápido que eu até nossos pais!—Desafiou Percy.

–-Comece a chorar, Cabeça de Alga!

E os dois se foram correndo.

–-Como esquecer, Cabeça de Alga?

Percy sorriu, e parou de frente para ela fazendo uma reverencia e lhe estendendo a mão:

–-Me concede esta dança, Alteza?

–-Claro, cavalheiro.—Disse Annabeth, fazendo também uma reverencia, e dando uma mão a Percy.

Percy a puxou forte para junto dele e segurou a cintura dela contra seu corpo, abraçando-a. Eles dançavam um olhando para o outro, sem palavras porque estas não pareciam suficientes para Annabeth. Ele a conduzia de forma brilhante, e ela se sentia flutuando.

Num momento Percy a inclinou e a beijou, e de repente eles pareciam distantes de tudo.