A Solitary Man escrita por Laila Marques


Capítulo 3
Tre


Notas iniciais do capítulo

Demorou mais do que eu esperava, mas aqui está.



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I Believe In Miracles

Era nove e quarenta e cinco da manhã, Akira deveria estar na empresa Shiroyama às dez da manhã, mas ele estava dormindo. Kai realmente não estava nem ai, sério, ele queria que tudo fosse pelos ares, quem mandou ir acordá-lo às cinco e meia da manhã? Mesmo assim, Kai não era tão cruel e foi acordar Akira.

- Reita, levanta. Agora! – Disse Kai, nada delicadamente.

Akira acordou assustado e só viu a manga da blusa vermelha de Kai saindo do quarto, olhou para o relógio e se assustou, estava atrasado, muito atrasado. Passou correndo por Kai na sala e quase caiu ao entrar no banheiro. Olhou seu reflexo no espelho e se analisou.

- Olhos inchados, nariz avermelhado. Péssima combinação pra uma entrevista de emprego. – Falava Akira consigo mesmo.

Akira havia sonhado com Ruki, sonhado que ele o deixava e todas essas coisas de meninas apaixonadas pelo namorado vagabundo e chorou a noite toda. É isso ai, Suzuki Akira, você vai se ferrar hoje!

Yuu tinha acabado de chegar à empresa, observou os candidatos, todos eles transbordavam confiança, e isso o descontentava, ele aprendeu que pessoas confiantes demais pensavam que conseguiriam fazer tudo, até mesmo o trabalho de outros.

Mesmo assim Yuu cumprimentou cada um, não era de seu feitio ser antipático, muito menos quando se acaba de conhecer alguém. O moreno mirou uma cadeira vazia, alguém ainda não havia chegado, ou havia desistido, era sempre assim, pelo menos um se assustava e desistia.

Yuu estava abrindo a porta de sua sala quando escutou alguma coisa cair, um vaso de flores para ter mais exatidão, se virou e viu um garoto, talvez não um garoto, mas aparentava ser um, usando um terno e uma estranha faixa cobrindo o nariz, o garoto ou talvez homem, olhava o vaso no chão.

- Desculpe, desculpe. Eu entrei correndo, não vi o vaso. – Disse o loiro olhando para as pessoas na sala.

- Tudo bem, não tem problema, temos muitos desse por aqui. – Disse Yuu apontando para um vaso igual ao destruído em cima de uma mesinha de vidro.

- Desculpe mesmo assim, eu não sou tão desastrado desse jeito, não se preocupe.

- Não estou preocupado, ham... Como se chama?

- Suzuki Akira, desculpe. – Akira estava visivelmente desconcertado.

- Tudo bem, tudo bem. O primeiro candidato já pode entrar na sala, vou começar sua entrevista.

Yuu entrou na sala sendo seguido pelo primeiro candidato e observado pelos outros, principalmente por Akira, já que Yuu era um homem bonito, e Akira gay, se ele não fosse contratado não custava nada tentar alguma coisa, certo? Errado, Akira achava que era um fracassado e coisas do gênero, Yuu era bem sucedido, Akira não via nenhuma chance com ele.

Akira passou tanto tempo pensando em como era um fracassado, e todas essas coisas de gente depressiva que nem notou que já era sua vez de ser entrevistado, se levantou vagarosamente ao ouvir seu nome se chamado por Yuu e foi andando até a sala com receio.

Entrou, e mirou o local cuidadosamente antes de se sentar, para o caso de haver algum vaso ali, esperando para ser destruído.

- Suzuki Akira, nós tivemos um encontro hoje mais cedo. Imagino que esteja ainda mais nervoso? – Perguntou Yuu calmamente.

- Um pouco, não imaginava que aquela seria sua primeira impressão sobre mim.

- Ainda não tenho uma opinião formada sobre, você. No seu currículo diz que você só fez trabalhos pequenos como contador, por quê?

- Basicamente, minha aparência não agrada a maioria das pessoas, é um mundo injusto.

- Nunca tentou trabalhar em uma empresa antes?

- Várias vezes, consegui um emprego em uma, não era fixo, então não tinha porque eu colocá-la no currículo. – O nervosismo de Akira já estava passando, ele se sentia mais confortável.

- Entendo, acho que já o suficiente, pode chamar o próximo, por favor?

- Claro. – Akira se levantou cautelosamente, chamou o outro candidato e foi embora torcendo para que fosse contratado.

Akira chegou a sua casa e se jogou no sofá, estava cansado, ainda estava triste, e estava com medo, depois de tanto tempo ele aprendeu a temer, toda vez que voltava de uma entrevista de emprego era assim, a insegurança já estava estampa nele mesmo, estava cansado de perder. E ele precisa pagar as contas, afinal elas não se pagam sozinhas.

two weeks later

Depois de duas semanas aguardando fervorosamente o telefonema da empresa, Akira finalmente havia recebido o telefonema, ela fora contratado, começava na segunda-feira da próxima semana, nada melhor, ele estava começando a ver que o melhor era não desistir. Akira estava com o telefone na mão, aproveitou e ligou para Kai.

- Kai, você não acredita no que aconteceu?

- Você descobriu uma civilização perdida no seu quarto?

- Não, e meu quarto não é tão desarrumado assim. Eu fui contratado, cara, eu estou muito feliz.

- Que bom Reita, fico muito feliz por você, não vai mais me pedir dinheiro emprestado, e vai me pagar.

- Não era bem essa a reação que eu esperava, mas tudo bem, o que vale é a intenção. Eu estou tão feliz, que acho que eu acredito em milagres.¹

- Você sempre acreditou em milagres, mas como você mesmo disse o que vale é a intenção. Não que esteja querendo ser chato, mas foi só por isso que você me ligou?

- Na verdade queria saber se a gente pode sair comemorar, você sabe. Eu pago.

- Se você paga, eu vou.

- Tudo bem, a gente se encontra em um bar que tem show ao vivo, aquele perto da sua casa.

- Tudo bem, até mais Reita.

- Até mais Kai.


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Notas finais do capítulo

¹ I Believe In Miracles, The RamonesReviews?