A Solitary Man escrita por Laila Marques


Capítulo 1
Uno


Notas iniciais do capítulo

Pra quem não sabe, estou reescrevendo a história, achei que estava sem qualidade, a deletei e estou postando de novo, se você já leu a história, recomendo que leia de novo os capítulos, mudei bastante coisa. Boa leitura.



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What if I say I'm not like the others?

[Yuu POV]

Eu estava cansado, de fato, muito cansado. Não que eu já não tivesse me acostumado com a situação, mas sempre tem uma hora em que você fica farto da mesmice de sempre.

E esse dia tinha chegado para mim, ter trinta e um anos e ser herdeiro de uma multinacional não era nada fácil, e tenho que dizer que minha mãe se preocupando cada vez mais para que eu me casasse com alguém piorava a situação.

Eu, Shiroyama Yuu, estava exausto, exausto de pessoas fúteis que só se interessam no meu dinheiro, exausto de todos pensarem que me conhecem, mas na verdade só conhecem a máscara que eu uso.

Sem perceber havia fechado os olhos, senti um cutucão nas costas, era minha mãe.

 - Yuu, queria que conhecesse uma pessoa. – disse ela sorrindo pra mim.

 - Quem mãe?

 - Uma moça muito bonita Yuu, precisa conhecê-la.

- Mãe, nós já conversamos sobre isso. Já lhe disse que não quero que me arranje esposas.

 - Não estou dizendo para que se case com ela, estou dizendo para conhecê-la, ela é filha do diretor Nakatani, o da empresa de fotografia.

 - Você sabia que dizendo isso eu não tinha como recusar, não é? – minha mãe sabia como me manipular, muito bem, diga-se de passagem.

 - Vamos Yuu, tenho certeza de que irá gostar dela.

 - Certo okaasan, certo.

Segui minha mãe a contra gosto, não tinha motivos para não gostar da filha do diretor Nakatani, mas a conhecia de vista, e sabia que não era a pessoa mais simpática do mundo, não me agradava nenhum um pouco conhecê-la. Não sei nem porque ela se interessaria em me conhecer, não tenho uma aparência considerada normal para os padrões de dono de empresa, quanto menos uma multinacional.

Não tenho preconceitos, não contrato pessoas pela imagem, mas sim pela eficiência, não se precisa ser igual a todos para ser eficiente.

Chegamos perto do casal Nakatani, sua filha mais velha me olhava, mas não me via realmente, nenhum deles me via realmente, nem mesmo minha própria mãe, coisa com que eu já estava incomodamente acostumado.

 - Boa noite Nakatani-san. – Disse eu sorrindo, ele me sorriu de volta.

 - Boa noite Shiroyama-san. Como anda a empresa?

 - Melhor impossível. – O que não era mentira, a empresa estava as mil maravilhas.

 - Queria que conhecesse minha filha mais velha Shiroyama-san, Nakatani Aiko. – Ele sorria como se exibisse um prêmio.

 - Boa noite senhorita Aiko. – Dei um beijo tímido em sua mão, e começamos a conversar.

Ficamos algum tempo conversando, ela falava mais que eu, eu apenas concordava ou discordava das coisas que ela dizia, o que sinceramente, deixava ela horrorizada, horrorizada por alguém discordar dela, a princesinha do papai.

 - Sinto muito senhorita Aiko, mas preciso que ir, amanhã eu terei que fazer uma entrevista de emprego muito importante, preciso de um novo contador.

 - Você faz as entrevistas de empregos? – perguntou ela, confusa.

 - Faço, gosto de conhecer meus funcionários. – Sorri pra ela, ainda estava confusa.

 - Você é diferente.

 - Diferente? Diferente como? – Agora eu é que estava confuso.

 - Você não se comporta como um empresário comum.

 - E se eu disser que não sou como os outros?¹ – Ela sorriu, com sinceridade. Aiko era uma menina mimada, mas ainda era uma garota com sentimentos.

Despedi-me formalmente de Aiko e de seus pais, despedi-me também de minha mãe e fui embora sem me despedir de mais ninguém, não tinha necessidade.

Já no carro, eu pensava, pensava se algum dia eu me abriria de novo, como quando eu era mais jovem, quando era tudo mais fácil, quando eu imaginei que alguns de meus irmãos mais velhos iriam assumir a empresa. Mas isso foi antes, antes do carro em que meu pai, minha irmã e meu irmão estavam bater, matando os três.

empresa sobrou pra mim, e tudo mudou, eu era o mais novo, era fora de cogitação eu ser o presidente da multinacional, mas agora eu não tinha mais uma vida, eu era obrigado a viver pela empresa. Esqueci meus sonhos, agora sou só uma imagem falsa. 


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Notas finais do capítulo

¹ Trecho traduzido, retirado da música The Pretender, do Foo Fighters.Os capítulos vão ter sempre alguma tradução de alguma musica que me inspirou a escrevê-lo. Reviews? .__.