Lysandre Lavoisier

Nova York, uma cidade magnífica. Foi para esta cidade incrível que meus amigos e eu resolvemos mudar, prontos para viver o sonho de muitos, porem, alcançado por poucos.

Aqui na America, as chances seriam maiores. Teríamos maior apoio e suporte para viver nossa musica, formar e crescer com nossa pequena banda não seria tão difícil neste lugar.

Mas, por que Nova York?

Esse pais é extenso, com varias outras capitais, da musica, inclusive. Se tínhamos tantas outras opções, por que viemos parar aqui? Em um pequeno apartamento, na parte mais barata possível do Brooklin.

Simples, o que minha cunhada não pede sorrindo que meu irmão não faz chorando?

Segundo ela, esta cidade era muito rica em cultura, não só musical, quanto no ramo da moda, que ambos adoram. Tendo esse maravilhoso argumento, ela só precisou de um sorriso, e de algumas piscadinhas de seus olhos amendoados, para que Leight juntasse nossas economias, e fizesse uma ligação.

Sinceramente, Rosalya é uma pessoa incrível, mas exagera um pouco algumas vezes.

Depois desse momento de suplica de minha cunhada, foi fácil arrumar um apartamento. Meu irmão não poupou esforços, conseguindo nossas passagens e estadia.

Difícil foi conseguir colocar todas as malas de Rosa no avião sem que pagássemos uma taxa absurda de excesso de peso, que, francamente, o aeroporto estaria certíssimo de cobrar.

Outra dificuldade foi a de convencer os outros dois integrantes da banda á virem para cá no mesmo voo, já que brigam muito mais do que cão e gato.

Nathaniel foi o mais fácil, sendo ele compreensivo, querendo sempre o melhor para a banda acima de tudo. Castiel odiou a ideia de adiciona-lo á banda, mas foi uma das nossas melhores decisões, principalmente depois da saída da nossa quarta integrante. O loiro sempre exibia um sorriso simpático, e sempre tinha muita paciência com sua irmã gêmea.

Irmã que passou o voo inteiro, mais a viagem de taxi toda até o Brooklin, dando em cima de nosso guitarrista.

Ambre é parecida com irmão, mas somente no físico. Até hoje, eu não consigo encontrar as palavras certas para descrevê-la, sem cair no vocabulário vulgar que Castiel vive usando, é claro. Um minuto de convivência com ela é mais do que o suficiente para querer bani-la á um planeta isolado e inabitado, sem direito á passagem de volta, amarrada e amordaçada.

Já nosso guitarrista, estava mais que certo ao rejeita-la. Castiel nunca ficaria com uma garota como aquela por mais de uma noite, e isso, por mais que fosse normal para o ruivo, causaria um grande desentendimento com o irmão da loira.

Junte isso, e mais alguns instrumentos musicais, e você pode ter uma mínima ideia do que é viver em grupo em um pequeno apartamento.

Rosalya e Leight ficaram com a única suíte que tínhamos, o que era mais do que justo, visto que meu irmão pagara quase todas as despesas usando o dinheiro da venda de sua mais recente coleção de roupas, juntamente com o dinheiro do aluguel do ponto comercial em que sua antiga loja funcionava. Alem disso, como eram noivos, essa não foi uma decisão difícil de ser tomada. Leight era muito responsável, mas eu sabia muito bem que Rosalya e ele não ficavam apenas confinados á beijos.

Nathaniel e Ambre ficaram com o segundo quarto, já que eram irmãos. Por mais que a garota fosse insistente ao querer dividir seus aposentos com Castiel, seu irmão foi mais firme que ela, tomando a decisão, e arrastando a irritada loira até seu quarto, afim de arrumarem o espaço.

Castiel e eu ficamos com o quarto dos fundos, o que tinha uma escada de incêndio na parte de fora. Apertamos nossas coisas lá, e depois de um longo dia de arrumação (dia em que Castiel nem tentou colocar a mão na massa), o quarto ficou habitável.

O resto da casa foi mais simples, conseguimos arrumar o porão de forma que meu irmão pudesse trabalhar da forma como queria. Nossos instrumentos musicais foram colocados na sala, como objetos de decoração. A cozinha pequena fora organizada por Rosa e por mim, já que éramos os únicos que sabíamos as funções corretas de uma panela. Por mais que eu insistisse em ajuda-la, minha cunhada decretou que ninguém mexeria em seu fogão, a menos que quisesse receber uma bolsa Prada no meio da face.

Estamos aqui á uma semana, e estamos bem arrumados.

Castiel conseguiu emprego em uma loja de motos no nosso bairro. Por mais que eu duvidasse nas habilidades de Castiel, ele estava se dando bem no trabalho, e até ganhara uma moto de cortesia.

Não sei se preciso dizer que Ambre foi a primeira á querer andar juntamente com o ruivo em sua moto, ou que a princesa foi a única que não arrumou um emprego.

Nathaniel estava muito contente com a vaga que conseguira em um abrigo de animais, recebendo pouco mais de vinte dólares por hora, rodeado por seus animais mais queridos, os gatos.

Rosa e eu conseguimos emprego em uma loja de discos no centro, trabalhando arduamente durante toda a semana.

Leight juntava novamente suas economias para reabrir sua loja, trabalhando em uma pequena loja de confecções perto de nosso apartamento. Como sempre, meu irmão usou sua simpatia para conquistar o coração da dona da loja, uma senhora de uns cinquenta anos, que mora apenas com dois gatos. Dona Gertrudes, o nome dela. Uma pessoa amável.

Viemos de Ville Du Kiss, uma cidadezinha na França. Após terminarmos os estudos, resolvemos recomeçar em outro lugar, já que tínhamos motivos suficientes para querer sair de lá.

Nova York fora nossa escolha, e agora, era nossa casa.