A Noiva escrita por Felipe Melo


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

Gente Reta Final... Faltam Apenas 4 capitulos para o final... Estou super emocionado e passei ontem a tarde reescrevendo o final... Gente Esse Capitulo Amei escrever.. Espero que estejam comigo na segunda etapa... Vou amar... Postei também um livro novo.. dá uma passadinha lá.. È sobre mitologia egipicia... Espero que vcs comentem... Sinto falta dos coments de tdos... Beijos e Beijos.. E divirtam-se... Falta apenas 4 capitulos... MDDC...



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Capitulo Vinte e Oito

(Estou além da Gravidade, além de qualquer critica)

– Thomas Salazar

Logo após o ocorrido com Samuel, - Camila ficou mega feliz. Ela tentava esconder, mas eu de alguma forma sabia. Samuel por outro lado demonstrava sorrisos e esboços de querer algo mais, eu gostei dele e pensava em uni-los. O problema seria como. Até lá acharia um jeito.

Hoje estávamos saindo para a reunião do grupo de meninas. Eu contaria à previsão que descobriria da volta de Thomas, - mas não falaria dos detalhes da carta muito menos dela. Claro que também precisaria pensar em Felipe, isso me afligia. Eu não queria magoá-lo, mas suas palavras faziam muito sentido, - Thomas não abandonaria o pai. E será que ele descobriria do golpe militar?

A clareira no meio do jardim estava repleta de meninas. Ambas combinamos de irmos de preto, seria uma forma de uniforme. Todas pareciam contentes e até mesmo empolgadas. Hoje decidiríamos o nome do grupo, o que faríamos e como atrasaríamos os planos de Carmela. Ela não prestava, e isso me incomodava muito.

Eu estava com os cabelos soltos, e de camisa regata preta. O inverno começaria semana que vem. E necessariamente esperava que Thomas demorasse só um pouco mais. Não porque não sentia saudades, mas sim porque precisava de tempo para colocar meu plano em prática.

Quando nos aproximávamos todas me olharam e eu sorri. Já não sentia mais tanta vergonha e achava capaz de tudo dar certo. Devolvi o sorriso que muitas agora me lançavam e pedi que se sentassem. Camila se sentou a minha direita e ambas começamos a falar:

– Boa Noite – disse eu – hoje começará algo novo nesse castelo que jamais se viu. Seremos as primeiras as no rebelar contra a diretoria da competição. Espero que nossos planos dêem certo.

Ambas assentiram e outras apenas deram gritinhos histéricos. Camila prosseguiu dessa vez:

– Hoje teremos uma votação pelo nome do grupo – disse ela – e uma espécie de sinal para que possamos nos localizar. Isso servirá em qualquer ocasião. Um grupo permanece unido e é isso que seremos. Caso uma de vocês não concordar podem sair!

Todas pareceram nervosas com o comportamento de Camila, mas eu entendia tudo perfeitamente. Assenti para ela e prossegui:

– Camila está com papéis e uma caixa – disse eu levantando a caixa de madeira que era minhas portas jóias – nós daremos três nomes a vocês e dentre esses três, saíra o escolhido. Tudo bem claro?

Ambas assentiram e eu comecei a passar os papeizinhos. Todas pareciam muito concentradas, e isso me deixou nervosa, tínhamos muito trabalho a fazer.

– Os nomes que sugeríamos a vocês – disseram Camila terminando de repassar a ultima remeça de papel – são Prodígios, Unidas ou Salazares...

No mesmo instante o burburinho começou e eu me contive. Os nomes para mim estavam bons, mas ao mesmo tempo esqueci que tudo aqui seria votado. Eu sentia falta do sistema democrático, por mais que a Ordem pregasse democracia, vivíamos enjaulados, - envolto de algo como uma bolha. Escolhíamos representantes que eles colocavam para nós. Votação é algo obrigatório.

– Liz – sussurrou Camila – acha que elas já decidiram o nome?

Olhei de soslaio para elas e todas pareciam muitas convictas. Percebi que tínhamos espalhados os papeis em vão. Elas tinham decidido tudo ali mesmo. Sorri com a hipótese de o grupo dar certo, e tomei a iniciativa.

– E então meninas? – disse eu – já escolheram?

Todas assentiram e como em uníssono gritaram Salazares. Ambas pareciam felizes, e eu realmente me sentia feliz. Agora precisávamos apenas repassar os planos, o objetivo do grupo e o que faríamos até o Natal. Isso definiria totalmente o destino do grupo dali em diante.

Deixei que Camila traçasse os objetivos e repassasse a todo o mapa do castelo e seus respectivos pontos, eu apenas assenti, e coloquei algumas opiniões. Minha cabeça por mais que quisesse não estava ali com elas, e sim estava no que aconteceria no decorrer de tudo. Eu queria gritar, e acabar com tudo aquilo.

Com os objetivos definidos repassamos a cada uma que o grupo se reuniria após o Natal se tudo desse certo. Não contei da invasão, talvez tenha sido um erro, mas isso eu resolveria com Felipe. Tínhamos que conversar, ele não podia arruinar sua vida assim. A Ordem o caçaria e o mataria. E eu não queria que as coisas corressem desse jeito.

– Está pensativa demais Liz – disse Camila – tudo deu certo. Porque a preocupação?

Não olhei nos seus olhos. Não queria que ela visse que estava com medo. Apenas assenti com a cabeça e comentei que estava cansada. Ela pareceu aceitar a tarefa de bom grado, e caminhamos silenciosamente até nosso dormitório onde amanhã a próxima tarefa perigosa e talvez a ultima das Noivas no ano começasse.

–//-

Mais uma vez os telões exibiam o rosto de cada uma, o público aplaudia e gritava e helicópteros passavam sobre nós como se fossemos fugitivas. Todas estavam com roupas de acampar, e algumas não entendiam que essa prova realmente exigiria algo de sobrevivência. Por sorte eu estava preparada graças a Thomas e minha mãe. Suspirei ao ver que Carmela subia no palco para nos saudar no lugar de Victor.

– Bom dia a todos – a disse sorrindo e exibindo aquele sorriso falso que até quem não a conhecia vomitaria – Espero que hoje estejam preparados. Teremos fortes emoções, não só vocês como nossas Noivas mais uma vez provaram sua devoção a Ordem, e claro ao coração de nosso amado Thomas.

Todos aplaudiram e assobiava, eu apenas lancei um olhar feio a ela quando ela se recompunha e sorria e acenava a todos ali, como se colocar a gente em mais um perigo fosse a coisa mais natural do mundo. Como sempre ela esperou que as palmas cessassem, e continuou com seu discurso decorado.

– Nessa prova de hoje as Nossas Noivas enfrentaram um teste de sobrevivência. Antes que possa falar mais sobre ele, nossos oficiais do governo e membros menores passaram um papel a vocês que conseguintemente terão que assinar. Espero que seja rápido, o dia será longo e temos muita coisa a fazer.

Como ditos oficiais e mais oficiais nos passaram um papel de documento oficial. Nele estavam o símbolo do governo e por incrível que pareça aquilo não me surpreendeu. O papel é um termo que assegurava que se ambas falhássemos, nossos pais receberiam uma boa recompensa por nossas vidas. Ou seja, eles já avisavam que isso não seria fácil, mas o cruel é fazer com que concordássemos perder nossas vidas e assinarmos um termo concordando com isso.

Assinei o papel com raiva, e quase rasguei o papel, o oficial pareceu perceber, pois assentiu e me trouxe uma garrafa d’água. Quando tudo estava organizado mais uma vez, Carmela andou ao centro do palco e onde um telão gigantesco o qual nossos rostos passavam a cada cinco minutos, e recomeçou mais uma vez.

– Bom agora que tudo está certo – disse ela ajeitando o paletó roxo e sorrindo – podemos começar. A última prova do ano consiste em deixar apenas as melhores para a última etapa. Isso consiste que até mesmo as Noivas enfrentam situações de coragem e destreza. Ser mulher de um chefe representante de um país exige sacrifícios também. É por isso que todos concordaram com essa prova. Espero que vocês entendam.

Ambas nos entreolhamos, e maioria assentiu. Outras permaneciam revoltadas assim como eu. Carmela pareceu não ligar. No telão um mapa da onde estava surgiu.

– Esse mapa é onde estamos, e nesse ponto vermelho é onde a levaremos daqui a alguns minutos. Vocês ficaram em uma área inóspita as vidas, mas é claro ajudaremos vocês. O publico ajudará vocês votando no numero respectivo de cada uma. Se precisarem, por exemplo, de água, eles julgaram se é melhor.

Ela fez uma pausa e todos até mesmo o público parecia chocado. Antes em competições anteriores, minha mãe me contava que a segunda fase não consistia em provas, mas em praticamente em colocar em prática tudo que aprendeu. Nunca ninguém da ordem havia feito uma prova tão dura para definir limites de participantes. A prova parecia cruel demais, conhecia a Ordem, mas não esperava que elas chegassem a tanto. Parecíamos que ao invés de uma competição de noivas, - estávamos em uma arena de gladiadores.

– O destino de vocês minha cara está na mão do público. Nos não vamos interferir. Vocês terão trinta segundo para ir até aquela dispensa, e pegar o que acham que vão precisar. A prova terminará apenas quando vinte de vocês restarem. Caso contrário, ela continuará até mesmo durante o Natal. Queremos apenas as melhores, e o público também.

Logo após a breve pausa um cronometro surgiu na tela, e começou a correr. Todas correram até a dispensa sem pensar duas vezes. Ambas se empurravam e eu apenas peguei o que para mim é necessário, água, uma faca, comidas que não desidratassem. E até mesmo álcool e um quite que por sorte ninguém viu, - de primeiros socorros. Antes que pudesse refletir sobre mais alguma coisa, um apito ensurdecedor nos fez parar instantaneamente.

– Creio que pegaram o que precisava. A prova começa agora. Espero que ambas se saiam bem. Queremos as melhores, é permitido que vocês prejudiquem as adversárias de vocês. Mais que sobrevivência, estaremos testando vocês. Vocês seriam capazes de arriscar tudo pelo governo? Ou seria covarde o suficiente? Espero que entendam que a Ordem não tem lugar para covardes.

Todas pareciam distantes. Poderíamos prejudicar nossas adversárias. Isso incluiria matar. Mas quem aqui seria tão fria para fazer isso? Quem? Olhei para Lorena que estava distante, e ao mesmo tempo não conversara comigo e com Camila ainda. Será que ela seria capaz? Será que Carmela havia bolado essa prova de propósito? Será que sabia do nosso grupo criado recentemente? Quis frustrar nossos planos? Estaríamos sendo vigiadas?

Aquilo me assombrou e ambas fizemos uma fila para entrarmos em um gigantesco avião da OAD. A sigla pelo que se lembrava das minhas aulas de história é Ordem Americana Democrática. Esse avião é usado em caso de guerra. E aquilo realmente mexeu comigo, logo estaríamos em guerra. Logo as companheiras que concordávamos, riamos e tínhamos planos para Carmela teriam que matar uma as outras. Friamente. Calculadamente. Sem pudores. Sem remorso. Eu seria capaz de conviver com isso? Seria capaz de sacrificar tudo por Thomas? Tudo para voltar aos braços de quem eu gosto/? Sacrificando vidas? É assim que uma esposa chefe do governo deve agir?

O público aplaudiu, gritou e lágrimas inundaram os olhos das outras meninas. Até mesmo de Camila. Aquilo definitivamente significaria o fim. Para mim, ou até mesmo para elas. Eu não conseguia chorar, estava passada demais. Jamais pensei que eles chegassem a esse ponto. Isso já não é mais uma competição para que esposas liderem de um país, isso é uma chacina camuflada. Pra mim agora, nada mais importava. Eu não seria capaz. Não mataria ninguém por prazer ou para vencer. Eu não seria controlada. Talvez por apenas um momento, eu tivesse sido uma marionete, mas isso acabaria no momento em que entrasse naquela área. No momento em que lutasse pela minha vida.

Como se realmente fosse uma despedida me surpreendi ao ver Samuel o guarda descer do palco e vir até nos. Camila se aproximou e apertou minha mão. Lágrimas emolduravam seu pequeno rosto. Samuel pareceu sentir a tristeza que emanava de Camila e a abraçou. O público foi ao delírio. Olhei de soslaio para Carmela, sua cara parecia indecifrável.

– Senhoritas – disse ele me abraçando também –estão na torcida por vocês. O público eu, e algumas pessoas. O que falo aqui tem que ser rápido, assim que entrarem na arena pegue um anel vermelho, ele simboliza aliança. Simboliza que vocês duas podem se aliar e saírem vivas. Duas cabeças pensam melhor que uma. Boa sorte senhoritas.

Apertei a mão de Camila. Talvez houvesse uma chance. Não precisaria lutar com minha melhor amiga. Pensei nas palavras vagas de dele, o país torce por vocês. Nós não éramos filmadas diariamente, mas de vez em quando todas as semanas algumas Noivas davam entrevistas. Ainda não tinham me chamado. Como o país poderia torcer por alguém que eles não conheciam? Um alguém que não concordava com seu governo?

– Meninas – gritou o oficial dentro do avião – estão na hora. Se dirijam em fila. Há uma cadeira com o respectivo nome de vocês. Mais normas serão passadas.

Todas nos dirigíamos ao avião. Agora sim lágrimas invadiam meus olhos. Olhei a tempo de ver meu rosto no telão, e a platéia indo ao delírio com nossa ida a morte. O público é nossa única chance. Mas o público gostava da morte. O público queria ação. Seria eu capaz de me sujeitar aquilo?

Carmela parecia satisfeita consigo mesmo. Tudo dependeria disso. Eu teria que voltar antes do Natal. Teria que impedir Felipe. Teria que salvar Thomas. Não poderia deixar que tudo terminasse em guerra. Olhei para a fila que se encurtava com cada jovem entrando no avião e pensei “Eu voltarei Carmela, e quando voltar acabarei com você”.


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Notas finais do capítulo

- Ultimas Emoções.... Leiam... Comentem..Divirtam-se... Meu Coração.. Reta Final de A Noiva .... Beijos... Espero os coments...



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