A Noiva escrita por Felipe Melo


Capítulo 11
Capitulo 11


Notas iniciais do capítulo

- Esse capitulo foi muito dificil pra mim... to mexido com a morte da Melina ainda... Bem Gente eu espero que gostem.. e por favor comentem.. deem a opinião de vcs sobre a história.. Por Favor.. E espero que gostem viu? Viagem nesse Universo De A Noiva... Comentem e Boa Leitura Amores.. Ah se quiserem dar reviews eu não ligo adoro... Beijooos...



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Capitulo Onze

(Desafios são feitos para vencê-los. Não deixem que a força dentro de si suma. Ela é sua chave para a conquista dos objetivos e do mundo. Lembrem-se tudo ao seu curso).

– A Origem Da Coragem

Não preciso dizer que a tarde foi vazia. Deixaram que nós ficássemos a deriva e pensássemos e talvez nos recuperássemos do baque. Camila estava descansando e já tinha se despedido da mãe. A minha já tinha ido embora. E eu agora estava em meu quarto, sentada perto do parapeito da janela.

A grama parecia tão mais verde. Até mesmo o sol que resolvera parecer, parecia estar fazendo o serviço de nos alegrar depois de um momento triste. Senti que ali, não havia mais uma parte de mim. Eu Elisabeth estava incompleta. Algo faltava. Melina é como se fosse minha irmã. Mas ela partira. Deixara-nos. E eu me sentia na obrigação de desvendar seu mistério.

Desci as escadas e fui ao salão principal. Havia um aviso enorme:

A segunda prova será amanhã à noite. Todas as meninas devem levar blusas de frio. O desafio envolve terror psicológico.

Eu olhei e percebi que outras meninas vinham olhar. Sai da aglomeração. As palavras “terror” pareciam infantis demais. Mas tratando-se de ordem tudo era possível. Talvez o terror psicológico, tivesse algo haver com a morte. Talvez eu devesse desistir...

Não. Eu venceria esse desafio. Melina gostaria que eu vencesse. Eu tinha que fazer isso por ela, e por mim. E também por Patricia. Eu gostava muito da mãe dela. Mas não era só essa a questão, eu precisava antes fazer isso por mim. Provar que eu era capaz. Eu nunca me importei até agora sobre minha vida, sobre o que aconteceria se eu fosse eliminada. E vejo que eu precisava vencer, caso contrário seria visto como perdedora. E tínhamos pouco tempo. Então o que eu tivesse que fazer, eu faria.

– Como assim terror psicológico? – disse Camila

Eu estava no quarto fazia uns quinze minutos e estávamos nos preparando para o desafio que aconteceria dali a pouco.

– Vi o aviso ontem à tarde enquanto você dormia – disse eu colocando um casaco – e na hora achei meio bizarro.

– Vi o aviso também – disse ela – só não achei que terror psicológico fosse usado depois do que passamos. É uma palavra forte demais.

– Não se esqueça que estamos dentro do Castelo da Ordem – disse eu – e aqui tudo é possível.

Mais uma vez nos estávamos em um campo aberto só que a noite. As emissoras filmavam tudo como sempre. Helicópteros pairavam sobre nós como abelhas. Em todos os lugares que eu olhava havia telões ou câmeras. Logo ouvimos o ruído familiar e Thomas e Carmela e subiram no palco improvisado.

– Minhas Caras Noivas – disse ela – vejo que estão melhores.

Ninguém respondeu. Encarei Carmela.

– O desafio de hoje consiste em resistir ao medo. Vocês não poderão ajudar umas as outras. Caso contrário automaticamente estará fora. Estamos de olho em tudo, e saberemos quem trapacear. Queremos testar a postura de cada uma. O desafio começa agora!

Foi como se um tiro fosse solto ao ar. Corremos em direção a um campo escuro e macabro que se estendia a nossa frente. E para minha surpresa havia um enorme cemitério, não se parecia com o cemitério da Paz Perpetua. Mas sim com um cemitério tirado dos piores filmes de terror.

Logo que entrei os portões rangeram e se fecharam. Havia muito névoa e neblina então era quase impossível enxergar. Fui andando devagar e não ouvi passos. Na verdade tudo estava muito silencioso.

– Queridas – a voz de Carmela saiu dos altos falantes – queremos testar o psicológico de vocês. Você tem que passar a noite ai. Se acaso resolverem desistir basta apenas gritar eu desisto, e estará automaticamente eliminada.

A voz de Carmela sumiu como um sussurro. Continuei olhando para os lados e a nevoa parecia se embaraçar mais. Apertei os passos para andar mais depressa e esbarrei em algo muito duro. Era uma lápide ornamentada em pedra. Parecia bem antiga, esfreguei a terra no letreiro e havia um nome lá. Elisabeth Smith.

A surpresa me fez gritar. Era meu nome. Minha data de nascimento. Minha foto. Eu não estava morta. Que brincadeira era essa? Meu instinto foi discutir com Carmela, mas o outro foi de correr. E quando me dei conta estava correndo.

Agora nada parecia mais tão quieto, ouvi gritos e grasnados. Havia algo estranho. Será que agora o desafio tinha começado? Continuei correndo e os pés erraram o passo. Cai em um buraco. E de repente tudo estava negro como breu. Fechei meus olhos e me concentrei em sai dali.

Pensei ter dormido um zilhão de horas. Mas tudo estava escuro ainda. Olhei e ao meu redor o buraco formava um túnel. Nem tudo estava perdido. Afinal esse desafio me pareceria fácil até. Levantei-me e continuei andando por um túnel que reto que pelo jeito levava a superfície. Engano meu. A minha frente havia mais dez túneis. Continuei andando em linha reta.

Parecia que estava andando em círculos, e foi quando ouvi um estampido atrás de mim. Meu instinto foi “corra”, mas algo dizia para que eu mantivesse calma. Agora eram passos. Perto demais. Corri. Peguei caminhos que não sabia, mas quando me vi estava de novo em superfície. A névoa estava espessa. Ouvia gritos, e de repente senti uma mão nas minhas costas.

– Eu sou seu pior pesadelo – era uma voz grutural, mas as mãos eram tão macias – não olhe para trás.

– Não tenho medo de nada – disse eu – e eu me viro...

Eu não sei se aquilo que vi era real. Havia um homem com um rosto deformado. Suas feições eram tão negras e tão obscuras. Ele não estava sozinho. Atrás dele havia uma menina, e vestida igual a mim?

Ela chegou mais perto, seu rosto estava deformado, mas ela se parecia muito comigo. Reprimi o grito. O homem e a Elisabeth Dois pareceram notar.

– O que foi Elisabeth – disse ele – Nós te assustamos?

Fui andando para trás. Eu estava com medo dos dois. Se fossem atores eram muito bons.

– Vocês não são reais – disse eu – são contratados pela Ordem para abalar meu psicológico.

Cai no chão e tapei meus ouvidos. Não queria mais ouvir. Mas o medo fez com que eu apenas me encolhesse.

– Nós? – a menina tinha a voz grutural – somos o seu pesadelo.

– Não pode saber com que eu sonho – disse eu gritando.

– Tem certeza? – disse o homem – todos aqui estão com seu pior pesadelo. Sabemos que você quando era pequena tinha medo de pessoas com rostos deformados. E sabemos que tem medo de si própria.

Isso era verdade. Quando eu tinha cinco anos vi um homem com o rosto deformado por causa de uma queimadura. Eu lembro que tive pesadelos por muito tempo. Mas espera como eles sabiam disso?

– Você é fraca Elisabeth – disse a menina – eu sou você. E sinto ódio de mim mesma. Porque sou infantil, não sei tomar minhas próprias decisões...

Coloquei as mãos nos ouvidos. Ela estava certa em quase tudo...

– Sou patética. O medo me domina. O medo faz com que eu me torne fraca. Substituível.

Gritei

– PARA – berrei com todas as minhas forças. Ela sabia demais sobre mim.

– Esse para não vai adiantar Elisabeth – disse o homem – porque não olha pra mim?

Senti uma forte pressão nas costas. E alguém segurava meu rabo de cavalo. Enquanto a outra eu me segurava, eu estava de frente para o homem feio. Ele sorria, mas não tinha dentes e o sangue jorrou de sua mandíbula.

Comecei a me debater, mas ele me segurou. Eu fechei meus olhos.

– Ora – disse ele me jogando no chão áspero – você é tão fraca. Darei um fim em você. Você não suportará e será eliminada hoje.

– Não – disse eu – não posso perder. Jurei para mim mesma que iria vencer.

– Você prometeu errado – disse O eu do mal – você é fraca. Deixou sua amiga morrer.

Foi como se facas tivessem sido encravadas em meu peito. Mas ao mesmo tempo senti uma fúria. Levantei e me dirigi na direção da outra Elisabeth.

– SUA VACA – o soco saiu certeiro. Vi que até ela se espantou. Mas ao invés de revidar ela sorriu. O homem aplaudiu. E de repente o recinto que eu estava se iluminou.

– Não esperava que a senhorita sobrevivesse – disse Carmela – a senhorita sempre foi fraca.

– O que está acontecendo aqui? – gritei eu.

– Não é claro senhorita Smith? A senhorita venceu o desafio.

A saleta de Carmela era muito aconchegante. Todos nós estávamos lá. Ela nos serviu atenciosamente uma xícara de chá. Thomas estava sentado em uma cadeira ao meu lado. E a Eu do mal estava ao lado de Carmela, do outro lado o homem feio.

– Agora podemos conversar – disse Carmela – a prova de hoje consistia em vencer a si própria. E a senhora se saiu muito bem. Devo admitir senhorita Smith.

– Aonde quer chegar?

– Bem Elisabeth é claro. Contratamos dois psiquiatras, e estudamos a senhorita noite e dia...

– Estava sendo espionada? – que sacanagem.

– Não exatamente. Mas depois da morte de sua amiga pensamos em um jeito de fazer que a senhora pensasse na morte como algo positivo. Já tínhamos dado pistas que o desafio teria esse tema.

– Jura? Porque eu e mais um zilhão de meninas não notamos.

– Vocês são patéticas. Bem, continuando contratamos dois atores que conversaram com sua mãe, e eles encenaram seus medos.

– Quer dizer que a minha mãe me expôs?

– Não leve bem a esse caso. Ela apenas contribuiu para que a senhora se saísse bem. A senhorita continua na competição.

– Do que adianta? Minha vida foi exposta. Isso não é justo. Sinto-me invadida.

– Sinta-se como quiser. Mas deixei-me continuar, entendeu porque pedimos que as mães saíssem do alojamento principal?

Ah. Minha mente se clareara agora. As mães não tinham ido ao outro alojamento para arrumar as malas e ir embora. Mas sim para falar de nossos medos. Era por isso que elas não saiam nunca daquele outro salão. E Carmela sempre passava aqui rapidamente.

– Agora tudo faz sentindo – disse eu – entendi porque tinha que oscilar entre um salão e outro. Por isso ficou surpresa comigo aquele dia que notei o desaparecimento de Melina.

– Exatamente – disse ela – achei que já sabia de tudo. Se fosse assim, teríamos que eliminá-la do desafio secretamente.

Tudo muito astuto e muito combinado. Como sempre a Ordem era uma irmandade. Tudo era muito bem calculado. Imaginei-me num ninho de cobras. Fixei no retrato da parede.

– Mas ainda não terminei – disse Carmela – a senhora como vencedora, terá direito a um passeio fora dos limites do castelo.

– Nossa que legal...

– Espere não terminei – disse ela – acompanhada claro de Thomas.

– Retiro o que eu disse de legal – disse eu.

– Ora Elisabeth – disse Thomas – gosto da sua companhia.

Fiquei com vontade de responder que não gostava da dele, mas seria mentira. Thomas no dia em que Melina morreu foi um verdadeiro Homem. Ele me tratou muito bem, e até me fez carinhos para dormir. Não podia ser mal agradecida agora. Mantive minha postura.

– Tudo Bem – disse eu.

– A senhorita aceita? – disse Carmela.

– Aceito.

Voltei para o dormitório e Camila tomava banho. Deitei-me na cama e me aconcheguei. Abri as janelas, e me deparei com uma cena que me deixou constrangida.

Felipe colocava água nas flores e estava sem camisa. Para minha surpresa seu corpo era todo definido. Aquilo me subiu um fogo. Continuei olhando na janela igual uma retardada. Foi quando ele se virou e sorriu.

– Vejo que venceu a competição – disse ele – fico muito contente.

Tentei me recompor.

– Você não tem uma camiseta?

– Gosto de usar quando tem pessoas importantes.

– E eu não sou importante?

– Você é tão importante – disse ele rindo – que a tirei só pra você.

Sorri. Felipe e suas manias. Não podia deixar que meu coração se confundisse mais. Não tive respostas.

– Felipe – disse eu – preciso dormir. Até amanhã.

– Vai sair com Thomas amanhã não vai?

– Só porque fui obrigada – disse eu – nada demais.

– Sabe que eu não gosto disso?

– Sabe que você é meu amigo querido?

– Boa Noite Elisabeth. Amigo querido? Boa Noite.

E ele se foi. Continuei ali não entendendo o motivo da raiva dele. Fui deitar e juro que sonhei com cavalos e que eu estava presa. E como sempre Felipe aparecia para clarear minha vida. E zonear ainda mais meus sentimentos.


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Notas finais do capítulo

- Comentem e Boa Leitura... Beijos...



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