Capítulo Um: Ryan Willows Brown.

Era finalzinho de tarde quando Grissom chegou ao hospital. Fazia um pouco mais de uma hora que ele tinha recebido a ligação de Warrick. A recepcionista chamou o próximo da fila, que era ele.

– Pois não Senhor? – perguntou ela

– Procuro por Catherine Willows.

– Seu nome, por favor. – pediu ela

– Gilbert Grissom. – respondeu ele

A moça baixou os olhos para a tela do computador a sua frente. Digitou algumas coisas, depois se dirigiu para Grissom.

– Quarto 204 – disse ela – Aqui está seu crachá. – disse entregando a ele um crachá de visitante, onde lia-se: Grissom, Gilbert.

– Obrigado.

O elevador estava cheio por alguma razão e Grissom teve que se apertar no meio de um adolescente mal humorado e uma mulher de meia idade que estava com uma aparência tristonha. Por sua sorte, seu andar era o segundo e ele pode descer logo. O quarto 204 era próximo do elevador, por isso ele não demorou a encontrá-lo.

O quarto já se encontrava cheio de gente e parecia que o único que estava faltando ali, era ele mesmo.

– Grissom! – exclamou Warrick ao vê-lo entrando no quarto.

– Vim o mais rápido que pude. – desculpou-se ele – Parabéns! – disse apertando a mão de Warrick.

– Gil! – chamou Catherine.

Ele olhou para a amiga. Ela estava deitada na cama, vestia uma camisola de hospital, e tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo. Grissom não sabia como, mas Catherine sempre conseguia ficar impecável, em qualquer circunstância. Ela tinha um sorriso radiante no rosto, e segurava em seu colo um embrulho pequeno.

– E aí Cath, como está se sentindo? – disse ele dando um beijo no topo da cabeça dela.

Catherine era a única que Grissom tinha um contato mais íntimo. Os dois se conheciam há muito tempo e eram grandes amigos, confidentes, eram como irmãos. Fora ele que a ajudara com Lindsay quando Eddie meteu o pé de casa e fora ela que o ajudara a conquistar Sara, depois de ele confessar a ela sobre os seus sentimentos em relação a atual namorada. Ela era a única da equipe que sabia do relacionamento dos dois.

– Eu estou bem. Só um pouco cansada, mas é normal. – respondeu ela

– Normalíssimo. – concordou ele – Então esse é Ryan? – apontou para o bebê que dormia no colo dela.

– Sim, ele está dormindo desde a hora em que mamou! – disse ela – Todos estão desapontados... – disse rindo

A porta do quarto se abriu e Grissom pode ver Lindsay e Sara entrando. As duas conversavam sobre algo interessante, já que falavam sem parar. Lindsay trazia na mão uns sanduíches e Sara, uma bandeja com alguns copos que ele presumiu que fossem de café.

– Já voltaram? – perguntou Warrick – Foram rápidas heim!

– A lanchonete estava vazia. – disse Lindsay – Tio Gil, o senhor chegou! – exclamou a menina indo abraçá-lo.

Grissom era o padrinho de Lindsay e a garota o adorava. Eles se davam muito bem, desde que a garota era pequena. Ele a incentivava na escola, e sempre que podia a ajudava. Ela tinha se mostrado muito inteligente, embora o tenha decepcionado um pouco quando revelara que sua matéria preferida era física.

– Meninos, o café vai esfriar. – disse Sara apontando para a bandeja que acabara de trazer e que estava em cima da bancada.

Warrick, Nick e Greg levantaram-se e foram pegar seus respectivos copos.

– Não sabia que você já estava aqui, por isso nem trouxe nada pra você. – disse Sara dirigindo-se a Grissom.

– Não tem problema. – disse ele.

Estavam todos conversando. Nick, Greg, Warrick falavam sobre baseball, o que tranqüilizou Grissom, já que era um assunto que ele sabia tudo. Logo o chefe entrou na conversa. Sara, Lindsay e Cath conversavam sobre a vida amorosa de Lindsay.

– Mais filha, esse rapaz, o Sean Muller, ele te adora, faz tudo por você! – exclamou Cath – Porque não dá uma chance a ele, heim?

– Já disse que não gosto dele mamãe. – respondeu Lindsay impaciente – Você sabe que gosto de Eric.

– Ah Lind, você sabe muito bem que esse Eric não presta. – respondeu Cath – Ele sai com todas as garotas, você mesmo diz isso.

– Sim, eu digo, mas o que posso fazer? É dele que eu gosto. – respondeu Lindsay dando de ombros. – Vou mexer no laptop.

Cath acompanhou a filha com os olhos.

– Ai Sara. Sinto que minha filha puxou a mim no quesito homens. – disse Cath pesarosa.

– Então ela está com sorte não? – disse Sara – Digo, olha só para você. Encontrou o homem da sua vida, e está muito feliz.

Cath balançou a cabeça concordando.

– Ela só tem 15 anos, é jovem ainda. Deixe-a curtir a vida. – disse Sara – E você sabe tão bem quanto eu, que nesses assuntos, a gente não pode mandar. Não escolhemos quem vamos amar, simplesmente acontece, e aí, lá vamos nós...

Cath levantou a cabeça e encarou Sara que estava meio desligada.

– Desde quando se tornou uma romântica nata, Sara? – perguntou Cath divertida.

Sara ficou corada e tentou desviar o assunto, mas Cath era persistente.

– Ah, você sabe muito bem, Catherine. – disse Sara desviando os olhos dos da amiga. – Agora, chega desse assunto.

– Tudo bem, tudo bem. – disse Cath rindo – É o amor, Sara, é o amor... – disse rindo mais ainda.