– Ele não é muito diferente do meu irmão, a senhorita sabe disso, não sabe? – disse Thor referindo-se a Narvi, depois de cairmos num beco frio e sujo da cidade de Nova York. – Ele não aceitará facilmente a vida humana, Senhorita Stark.

– Thor, sério, eu estou imensamente agradecida por ter me ajudado, mas por favor, do meu filho cuido eu. – disse sem querer ser rude, mas sendo.

– Eu só estou dizendo...

– Seu irmão não é a pior pessoa do universo, ele tem seus defeitos, assim como todos temos, mas você deveria tentar perdoá-lo.

– É realmente incrível! – disse ele sorrindo debochado – depois de tudo você ainda o defende.

– Loki não precisa do seu julgamento, e quando se passa muito tempo com alguém, você descobre que aquela pessoa tem qualidades – retribuo o sorriso e foco meu olhar em Narvi, que neste momento observa uns bêbados andando pelas ruas noturnas de NYC, – ele não é de todo ruim.

– Se você diz...

– E por favor, não fale sobre o meu filho, você nem o conhece.

– Perdão, eu...

– Adeus Thor, – disse pegando Narvi em meu colo – eu assumo daqui. – dei uma última olhada para ele – Obrigada!

–

Caminhei lentamente até a porta de vidro que encontrava-se fechada, estava receosa, claro, não tinha noção de quanto tempo tinha ficado fora sem mandar notícias, e eu não estava sozinha, Narvi adormecera no meu colo durante o táxi, e eu precisava me decidir rápido.

Aproximei-me ainda mais da porta e ela se abriu, revelando uma sala de recepção bem iluminada, e ao fundo eu poderia ver o sobrenome ‘Stark’ em letras garrafais em todas as portas, procurei alguém, porém ninguém estava ali, fui em direção ao elevador, ainda com Narvi em meus braços, e o mesmo me levou para o topo da Torre Stark.

– Bem-vinda de volta Senhorita Stark. – ouvi a voz robótica de JARVIS me cumprimentar.

– Ah, obrigada JARVIS. Alguém está aqui? – perguntei, enquanto observava a minha imagem refletida no espelho do elevador, e as demais eram portas de vidro, isso é fóbico, tenho que dizer, eu estava um tanto acabada, os cabelos negros estavam grandes e caiam em cachos sobre os meus ombros, até a minha cintura, eu estava bem magra, e minha aparência estava um tanto cadavérica, pálida, ouso dizer que até mesmo um pouco sombria.

– Todos estão aqui, senhorita Stark. – respondeu-me JARVIS e a porta a minha frente se abriu, revelando o topo da torre, o lugar onde, na maioria das vezes estava Tony e Pepper, falando sobre alguma coisa relacionada a indústria, e agora eu estava terrivelmente nervosa.

– Helena? – ouvi meu pai falar. – Meu Deus, é você? – ele correu em minha direção.

– Pai! – sorri abertamente – Sim, sou eu. – sorri ainda mais.

– Mas que merda! – gritou Tony – Ah, desculpe, eu não disse isso com você, – disse ele apontando para mim enquanto eu saia do elevador – nós estávamos esperando um ataque alienígena e era só você voltando para casa. – explicou ele.

– Desculpe por isso! – sorri sem graça, colocando Narvi sobre o sofá que tinha ali.

Ok, Sr. Stark, eu fico um tempão fora e você não me recebe com um abraço caloroso e nem nada do tipo?

Tudo bem Helena, deixa pra lá.

– Ok, tudo bem, eu só irei notificar a SHIELD do seu retorno e já volto, Steve, poderia fazer companhia a senhorita Stark, por favor? – grita meu pai enquanto se afasta até a varanda.

Com o alvoroço eu nem tinha notado Steve ali.

– Olá Helena! – sorriu ele, aproximando-se de mim e entendendo seus braços para um abraço – Bem-vinda de volta!

– Steve! – sorri e corri em sua direção, rapidamente retribuindo seu abraço.

Ele estava ali, bem ali, me abraçando.

– Senti sua falta – sussurrou ele no meu ouvido, libertando-me do abraço e depositando um leve beijo em minha testa.

Sorri para ele, enquanto o abraçava novamente.

Agora sim, eu estou finalmente em casa.