Eclipse Solar escrita por Isabel Macedo


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

heyyyy, eu sei que demorei um pouco para postar, mas eh que eu pensei em outra fic e fiquei meio focada nela, mas veio uma chuva de criatividade e o cap ta ai!!!!
ta maior do q os outros e vou tentar seguir esse tamanho nos outros, ninguem merece capitulo pequeno, ne? ahhaha mas eh a verdade
comentem e digam o q acharam, oks?? gosto de saber o q vcs acham, de como esta indo e talss.
capitulo em narrador persongem... eh o sirius q narra yeahhh.... a inspiracao veio em forma de sirius hoje.... alguem pode achar q ta meio gay, but who cares, pessoalmente eu gostei pacas
espero q gostem :))



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Talvez fosse algo natural. Ou não. Mas eu nunca vira alguém sorrir como ela sorria. Quando eu era criança, achava que não havia sorriso mais bonito, mas eu não via muitos sorrisos naquela época, então não poderia saber se era de fato. Mas hoje em dia eu vejo, e vejo os mais variados. Com dentes, sem dentes, com covinhas, sem covinhas, com lábios finos, com lábios grossos, inocentes, falsos, divertidos, sarcásticos, sinceros. E posso afirmar com total certeza o que eu ja sabia desde meus cinco anos de idade: Katherine Campbell possui o sorriso mais belo de todo o mundo. Quando estava comigo, o sorriso vinha com frequência, ele era doce, sincero, gentil e deixava suas feições ainda mais bonitas, mas quando eu não era o único em sua presença, ele raramente aparecia e se aparecia, era sarcástico, frio e duro. Sua doçura de criança desaparecia e eu via a Katherine que o mundo conhecia: fechada e fria. Era assim que agia quando criança na frente da família e dos amigos dos pais. Foi assim que a conheci. Eu sei que não era mais do que um bebe, mas me lembro. Não tudo, obviamente. Mas me lembro de seu sorriso frio e de seus olhos.

Sim, eu me lembro de seus olhos. Da época em que eu ainda podia olhar para eles. Tao belos, da mesma tonalidade do ouro mais puro, da mesma tonalidade do por do Sol mais belo de todos, aquele em que o tom de laranja mistura-se perfeitamente com o amarelo agressivo, aquele em que você se perde se passa tempo demais olhando. Naquele dia em que a conheci, apesar de belo, eles estavam cobertos por uma camada de gelo frio e quase impenetrável. Quase. Quase, pois eu consegui quebrar o gelo. Eu o destrocei e o bani de seu olhar. Mas só quando estava comigo. Na presença de outros, o gelo voltava a aparecer. Eu não me importava muito, contanto que ele sumisse quando estivéssemos sozinhos. Lembro-me de olhar para aquele ouro e me perder por horas. Ela costumava se irritar comigo quando fazia isso. Eu somente respondia que um dia eu poderia perder aquela visão e que estava somente guardando todos os detalhes para nunca esquecer. Ela dizia que era bobagem. Mas aconteceu. Eu perdi. Eu perdi a visão dos olhos mais bonitos. E, por pior que isso soe, foi minha culpa. Mas quando se é apenas um menino de oito anos apaixonado, perder-se em pensamentos sobre sua amada é uma situação muito comum. O primeiro amor. Inocente como uma borboleta flutuando no ar fresco da primavera. Doce como o chocolate proibido roubado das prateleiras da cozinha. Sincero como a promessa de uma criança. Mas não poderia ocorrer. Não aquele amor. Não o amor entre ela e eu. Não. O amor deveria ser entre ela e meu irmão. Um bebe. Afinal, o que uma criatura de seis anos sabe sobre o amor? Não que uma de oito pudesse saber tao mais. Mas eu sabia que o que sentia era verdadeiro. Quando ousei dizer essas palavras para Katherine, alguém mais ouviu.

Alguém desprezivelmente leal. Alguém que odeio com todas as minhas forcas. Monstro, o elfo domestico da família Black. E ele contou para a unica pessoa que estava na casa: Bellatrix Black, minha prima que agora atendia por Lestrange. Ela ficou irada, posso jurar que vi fogo saindo de sua boca, assim como as palavras malditas. Aquelas que amaldiçoaram nossos olhares. Nunca descobri quais eram as palavras. Eram estranhas e feias, em alguma língua desconhecida. Não tenho certeza se ela sabia sobre o que se tratava aquele feitiço. Talvez estivesse lido em algum lugar e resolveu experimentar em nós. E enquanto gritávamos de dor com nossas pequenas mãos em nossos olhos, ela gargalhava e dizia que isso era para aprendermos a nunca mais fazer aquilo. O mesmo fogo que parecia ter saído da boca de Bellatrix, parecia queimar meus olhos. Eles ardiam e pareciam ser consumidos pelas chamas invisíveis. Acho que Katherine sentiu o mesmo, mas ela nunca me contou. Ficou traumatizada demais para falar qualquer coisa sobre aquele dia. Nunca mais disse nada sobre aquele episodio. Parecia ter enterrado-o profundamente em sua mente. Fiz o mesmo. Bellatrix fez o mesmo. Mas nunca esquecemos, tenho certeza. Afinal, como poderia esquecer o fato de que nunca mais poderei apreciar os olhos mais bonitos de todo o universo por quanto tempo eu quiser?

Depois daquele dia, as coisas começaram a desandar. Apesar de nenhum de nos três ter falado algo, nossas respectivas famílias sabiam que algo estava errado. Eu e Katherine não nos olhávamos, não saiamos mais para fora do alcance de seus ouvidos, permanecíamos na sala abarrotada de gente mesquinha, conversávamos baixo em um canto, cada um com o olhar fixo em um ponto da sala. Minhas discussões com meus pais começaram a surgir, ate minha ida a Hogwarts, foram crescendo. Minha relação com a família Black já não era a mesma, meus ideais nunca foram os mesmos deles, mas eu estava fazendo questão de demonstrar isso. Para Katherine, a situação se agravou mais. Um dia fomos visitar a casa de sua família e a encontrei em um canto da cozinha chorando. Sua boca sangrava e seu olho direito estava inchado. Isso ocorreu faltando dois meses para irmos para Hogwarts. Ate aquele momento, eu somente havia levado uma surra duas vezes, mas cansei de contar quantas vezes a encontrei naquele estado. Sua relação com a família estava mais do que complicada.

E um dia, faltando uma semana para embarcarmos para a escola que nos livraria um ano inteiro de nossas famílias, meu pai deu a noticia: Katherine e sua irma, Charlotte, haviam fugido de casa apos um incêndio “acidental” na casa dos Campbell. Meu pai disse que os pais delas não alegavam preocupação ou qualquer tipo de emoção ligado a frustração ou saudade. Eles falaram que era uma saída marcada, que as filhas contaram aos pais sobre a fuga. não que eu tivesse acreditado. Dois dias depois eu recebi uma carta. Katherine disse que contara a verdade sobre nós para a irma. E que a mãe escutara. Ela ficou furiosa e incendiou a casa. As irmas fugiram e estavam em segurança.

Depois da carta, somente tive noticias de Katherine aos quatorze anos. Era Natal e eu estava em Hogwarts. Passeava pelos jardins perdido em minhas lembranças sobre seus olhos. E eu a vi. Seus cabelos brancos fundiam-se na neve que cobria os terrenos da escola. Ela veio correndo ate a mim e se jogou em meus bracos. A sensação de a ter novamente foi a melhor do mundo. Esmaguei-a ate que pedisse por ar. Nos olhamos por alguns segundos e nossos olhos começaram a queimar. Desviei meu olhar e senti seus lábios nos meus. Fiquei surpreso e assustado no inicio. Não que eu nunca tivesse beijado alguém, longe disso (ficava com outras garotas para tentar esquece-la, achava que seria o melhor. Como estava enganado. é impossível esquece-la.), mas o pensamento de que eu nunca mais a veria, de que nunca poderia ter o prazer de ter seus lábios nos meus ao menos uma vez, consumia-me todo dia. Mas quando realizei que aquilo era real, que ela estava realmente na minha frente, nos meus bracos, com seus lábios nos meus, uma extrema felicidade tomou conta de mim e eu (finalmente, diga-se de passagem) correspondi.

Apos aquele Natal, passamos a nos corresponder por cartas. Não podia ser muito frequente, pois ela estava sempre se mudando com a irma. Nos vimos pessoalmente mais vezes, quando acontecia, conversávamos e sentíamos a presença do corpo um do outro. Necessitávamos do calor do outro, de cada pedaço do corpo do outro, de cada respiração do outro, de cada batimento cardíaco do outro. A necessidade era algo que reinava em nossa relação, não havia o querer, não havia a vontade. Você tem vontade de comer alimentos doces, tem vontade de dormir, tem vontade de sorrir. Mas você tem a necessidade de respirar, de comer para viver, tem a necessidade de ter seu coração batendo dentro de seu peito. Nossa relação era uma necessidade, não uma coisa trivial como o querer. Eramos mais do que isso. Somos mais do que isso.


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Notas finais do capítulo

espero q tenham gostado :))



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