Não se apaixone por mim / Hiatus escrita por Asheley Dream


Capítulo 39
Tão perto, porém, tão longe


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Voltei! Desculpa a sumida. como já tinha avisado antes no aviso está difícil a situação pro meu lado com o computador ruim, depois sem net e agora o cabo no noot ruim. Só pode ser vudu. Não me matem, por favor! Estou na biblioteca pública postando pra vocês. Peço desculpa a todos os leitores e desejo a todos uma ótima leitura!



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Sei o que devo fazer. E a primeira coisa a se fazer é terminar de montar minha lista. Sem falar dos diversos assuntos pendentes a resolver e o que planejo fazer. Não é que não goste do meu primo Justin. É que, ele só é irritante. Antigamente achava o máximo ele me imitar em tudo o que eu fazia. Mas com o tempo ele foi se tornando tão insuportável, assim como me tornei. Uma coisa é certa, assim como: dois corpos não ocupam o mesmo espaço, dois Thomas no mesmo espaço é insuportável. Totalmente inaceitável.

_Querido, seu pai pediu que, assim que chegasse fosse direto para o escritório. Ele quer conversar com você. _Mamão comunica com uma expressão abatida. Ela sabe que não será uma “conversa”, mas sim uma briga. Aposto que das feias. Não dar mais pra evitar. Estamos a tempos evitando esse momento. Chega de perder tempo.

_Tudo bem, mãe. _Beijo sua bochecha e bagunço os cabelos de Melisa, que me encara com uma falsa expressão de irritada. Em seguida sorrindo.

_Tenta sobreviver. _Sorrio, concordando com um aceno de cabeça.

_É o que mais tenho feito ultimamente. _Antes de entrar, bato duas vezes na porta, até que ela se abre. Meu pai me analisa da cabeça aos pés, com os braços cruzados.

_Entre. Precisamos conversar.

_É, eu sei. _Passo por ele, adentrando no escritório. Sento-me em uma das poltronas, mas nem de longe consigo relaxar. Ele fecha a porta, parando a minha frente, de pé, encostado a mesa.

_Thomas, só vou perguntar uma vez: O que está fazendo?

_No momento? Apreciando a sua companhia. _Sorrio. Enquanto o vejo trava o maxilar.

_Pra você tudo é brincadeira? Olha estou cansado dessa sua atitude Thomas. Simplesmente exausto dessa sua ironia.

_Então somos dois. Também estou cansado. Gostaria de saber por que você me odeia. _Papai parece levar um choque. A cor some de seu rosto. E ele desvia o olhar do meu, olhando pro chão.

_Eu não te odeio filho. _Diz em um tom de voz baixo.

_Mas não gosta de mim. _Sinto minha garganta fechar e luto para não chorar.

_O que eu te fiz? Entendo que não sou o filho perfeito, sempre faça coisa errada, mas o que fiz pra merecer o seu desprezo? Estou cansado de esperar o seu mau humor passar. Todo dia quando acordo penso: Será que sou o suficiente pra ele me amar? Estou exausto de tudo. De ter que ser o seu modelo perfeito de filho. Pra mim chega. Estou pulando fora desse barco.

_Então é isso que está fazendo? Pulando fora? Essa sua reluta toda em aceitar fazer o tratamento. Cada minuto em que se nega a se tratar, a superar essa doença, fazendo sua mãe e sua irmã sofrerem por pura e simples pirraça. Cresça Thomas. Deixe de ser criança. O mundo não gira ao seu redor, há conseqüências das suas escolas. Quer mesmo fazer aqueles que te amam sofrerem? É esse o tipo de pessoa que você é? Chamando a atenção com suas birras ridículas! _Diz em um tom mais elevado, me encarando.

_Isso só pode ser coisa daquela garota estranha. A tal de Errelyn. Ela é má influencia pra você. Não quero que fique perto dela. _Uma lágrima fujona escapa, escorrendo pelo meu rosto. Rapidamente a limpo. Levanto-me, ficamos frente a frente.

_Algumas das coisas que disse sobre mim podem até ser verdade, mas pelo menos estou tentando mudar, ao contrario do você, que nem tenta. Eny não me influenciou em nada. Sou desse jeito por que quero. Ela tem me ajudado bastante, eu a magoei feio, diversas vezes, mas nem mesmo assim ela desistiu de mim ou me abandonou, então não venha dizer mal dela na minha frente. Não a conhece e muito menos tem o direito de dizer tais coisas sobre ela. Só tenho coisas boas a dizer sobre ela, ao contrario de você, pai. _Sua mãe acerta o meu rosto, com um estalo alto. A dor toma minha face esquerda e tudo o que se ouve no cômodo, o que parece uma eternidade, é o silencio cortante e sombrio.

_Como ousa falar nesse tom de voz comigo garoto? Eu te dei de tudo, do bom e do melhor e é assim que me trata. Você é um ingrato. Não quero mais vê-lo com essa garota.

_Sou grato pai. Principalmente pela sua falta de carinho. Eu deveria odiá-lo, mas para minha completa surpresa, faço o que você não consegue fazer, que é amá-lo cada vez mais. _Sorrio, arrumando o cabelo.

_Espero sinceramente que quando morrer essa sua raiva por minha pessoa não seja transferida pra minha irmã Melisa. E sinto muito por não ser do jeito que você queria. Tenha um ótimo dia. _Viro-me, caminhando a passos lentos e firmes para fora do escritório. Ao abrir a porta o ouço dizer com a voz cansada:

_Está de castigo Thomas, não irá sair dessa casa pra nada, a não ser pra escola e quero as chaves da moto e do carro.

_Como queria, querido pai. _Faço uma reverência, fechando a porta atrás de mim. Ao passar pela sala, encontro mamãe com os olhos marejados, sentado no sofá. Aproximo-me dela, depositando um beijo em sua testa e afagando seus cabelos.

_Vai ficar tudo bem mãe. Espero que esteja feliz com o resultado de tudo isso. Afinal, você e papai escondem algo de mim.

_Filho...

_Sejam felizes com seus belos segredos. _Afasto-me, subindo a escada. Chegando ao corredor, vejo Melisa chorando, encostada a porta do meu quarto.

_Thomas. _Ela corre, me abraçando. Aperto-a fortemente em meus braços. Ao nos separamos, limpo suas lágrimas que escorrem pelo seu rosto.

_Está tudo bem Mel. Vai ficar tudo bem. _Sorrio.

_O papai só me deixou de castigo. _Rimos em conjunto.

_Como se isso funcionasse com você mano.

_Eu preciso de um tempo sozinho agora. Entende. Depois conversamos. _Ela concorda com um aceno de cabeça. Dou um beijo em sua bochecha, em seguida bagunçando seus cabelos. Melisa bate em minha mão, revoltada.

_Seu idiota! _Diz sorrindo.

No momento em que fecho a porta do meu quarto me encosta a ela, escorregando até o chão, como se minhas pernas não fosse capazes de me sustentar mais. E as lágrimas começam a vim em uma enorme enxurrada. Dobro meus joelhos, apoiando minha cabeça neles.

_Que droga! _Puxo meus cabelos. Em seguida soltando um grito libertador, de raiva, tristeza e esperança. E nesse momento não me importo nem um pouco com o que meus pais ou minha irmã irão pensar. Apenas grito e me liberto. E ao fim de quase dois minutos gritando sinto toda aquela angustia se aliviando em meu peito.

***

Mas aliviado, principalmente, após o banho. Sentado na cama, pego meu celular. Nele várias mensagens da Briana, uma do Longan e diversas do Kyler, quase o equivalente as da Bri. Decido abri-las e ler.

Não deveria ter agido daquela forma na sorveteria, mas sabe o quão impossível é aquela Estranha. Não a suporto. Amor, eu te perdôo. Fomos feitos um pro outro. Para ficamos juntos pra sempre. Sua amada Bri.”



Querido, me desculpe por aquilo na sorveteria, entendo que queira ficar um tempo sozinho. Esperarei. Eu te amo!”



Estou preocupada amor. Sua mãe me ligou, ela esta preocupada. Liga, por favor. Sua querida Bri.”



Thomas, nós precisamos conversar. Ligue-me, assim que puder. Eternamente sua Bri.”



O que fiz e o que tenho feito com Briana foi errado. Em uma coisa meu pai está completamente certo, sou um mestre quando o assunto é magoar as pessoas as quais eu mais amo. Sou um perigo aos outros e a mim mesmo. Totalmente autodestrutivo. Disco o número da Briana. Ela atender no segundo toque.

_Thomas, você está bem? _Pergunta angustiada.

_Sim, estou ótimo. Na medida do possível. _Escuto expirar, aliviada.

_Amor, me desculpa por tudo. Quer saber, não precisa me contar nada. O importante é que está falando comigo agora. Estava tão preocupada, praticamente não pude dormir direito. Por que não esquecemos todas essas coisas ruins e recomeçamos?

_Bri, é você que tem que me perdoar. Sinto muito e entendo se estiver me odiando no momento. _Ela rir.

_Querido, você é um completo idiota, mas eu ainda te amo. _Fico mudo. E é nesse exato momento que compreendo ser a pessoa mais babaca da história do universo. E vejo quantas pessoas enganei, magoei e decepcionei. Decepcionei até a mim mesmo. Mas chega de errar, é hora de consertar os erros.

Agora, em minha mente, não paro de me questionar: Será que ainda a amo? Simplesmente não sei. Briana significa muito pra mim. É alguém importante. Irei arrasar seus sentimentos? Sim, farei isso. Mas preciso ser sincero com ela.

_Briana, não quero conversar sobre a nossa relação por celular. O meu pai me deixou de castigo e provavelmente irá vim aqui no meu quarto a qualquer momento pegar meu celular. Tentarei marcar um encontro se conseguir te liga mais tarde ou mando uma mensagem. Precisamos muito conversar. Mas se não der, nos falaremos na escola. Só nós dois.

_Tudo bem. _Diz em um timbre receoso e triste. Quase a posso vê agora a minha frente, com o nariz vermelho e os olhos marejados.

_Você será sempre minha eterna Bri?

_Eternamente, querido. _Sorrio, encerrando a ligação. Antes que possa ler as mensagens de Kyler e Logan, meu pai entra em meu quarto. Ainda com a mesma expressão descontente.

_Celular e chaves. _Estende a mão. Entrego-lê o celular e as chaves do carro e da moto que estavam na mesinha ao lado da minha cama.

_Filho, eu... _O interrompo.

_Não se preocupe, estava falando com Briana. Não era nem um grupo de garotos revoltados com a vida decididos a fugir pra Austrália. Acho que sempre quis vê um canguru selvagem. _Sorrio o vendo fechar a expressão de novo.

_Está proibido de sair desse quarto.

_Que máximo! Estou na solitária em minha própria casa. Isso não é fascinante? _Ele bufa, saindo do quarto derrotado e fechando a porta em um banque seco.

Opto por pegar um livro da minha estante e ler para passar o tempo. Por incrível que pareça. É, aprecio a leitura. Mas não chego a ser um nerd. É claro, mas é agradável por um tempo esquecer o mundo ao meu redor e só me concentrar em uma história que não seja a da minha vida.

Já praticamente na metade do livro, mamãe adentra em meu quarto com uma bandeja, trazendo o meu almoço. E o deixa na mesinha ao lado da minha Cama. Ela se senta, me observando por alguns segundos, em quanto a ignoro completamente. Até ela se levantar e sair. Após almoçar, me sinto esgotado. Não sei se foi o desgaste emocional, mas estou totalmente drenado. Sem energia. Então decido tirar um cochilo.

***

Abro a janela, decido a respirar um pouco de ar noturno. Acho que me fará bem. E pra minha sorte vejo Eny. Sorrio e sou correspondido com um enorme e feliz sorriso.

_Sua mãe brigou muito, ou ela te deixou de castigo eterno? _Questiono, preocupado com ela. Que tenha sido punida por uma idiotice minha.

_Não. Bem, um pouco só, mas não estou de castigo. _Sorrir. E seu sorriso milagroso parece me curar aos poucos.

_E você?

_Acredita que meu pai disse que você se tornou uma má influencia. _Digo, irado com essa ideia estúpida do meu pai de que Eny é a culpada. E quando começo a ser puxado para baixo novamente, ela simplesmente me traz de volta a superfície, com sua doce risada descontrolada e alegre. Ela é o meu remédio, a minha cura.

_Acho que seu pai, coitado ainda não percebeu que a má influência aqui é você.

_Quer dizer então que está se deixando ser influenciada por mim? _Sorrio. Tenho que admitir, essa situação é engraçada.

_Nem em seus sonhos Thomas. Não me deixarei ser influenciada por você.

_Então não resista. Apenas seja. _Sua bochechas ganham um tom completamente avermelhado. Ela é tão linda. Olho-a com intensidade. Desejando profundamente que não houve-se um espaço nos separando nesse momento.

_Thomas, com quem está falando? _Meu pai grita, provavelmente do corredor. Passa a mão em meu cabelo, em um gesto de nervosismo e estresse.

_Com o demônio. Estou tentando um acordo pra ele levar a minha alma hoje se possível. Posso?! _Grito em resposta, revoltado. Hoje ele realmente decidiu tirar o dia pra prestar atenção em mim e no que faço, só pra me infernizar. Ele gira a maçaneta, mas a porta está trancada.

_Vá dormir! _Ordena. Ouço seus passos se afastando pelo corredor, provavelmente em direção ao seu quarto.

_Não se preocupe, terei muito tempo pra fazer isso quando morrer. _Não resisto em responder.

_Espera, já volto. _Eny desaparece da janela quarto adentro. Depois de alguns minutos ela me mostra uma folha de papel, com uma mensagem escrita. Do jeito que fazíamos antigamente quando éramos crianças.

Você ainda lembra-se disso?” _ Dou um enorme sorriso, feliz por saber que ela se lembra disso. Nossa forma secreta e silenciosa de nos comunicarmos. Na verdade, nós três. Eu, Eny e Erry. Ela realmente era, e ainda é uma pessoa muito especial.

Lembro, o seu cabelo não era preto” _Ela sorrir, enrolando uma mecha de cabelo no dedo, o analisando. As duas irmãs arteiras tinham o cabelo da mesma cor, um castanho escuro, belíssimo. E também uma das coisas que me chamou a atenção nela, em Eny, o seu lindo cabelo, foi uma das razões de me fazer prestar mais atenção nela. Mas depois que Eny se foi... Entendo o porquê dela querer se livrar de tudo o que a fazia lembrar a irmã. Elas eram inseparáveis.

Não sinto vontade de voltar à cor original” _Mostra a folha. Sorrio, escrevendo:

Tá ai mais uma coisa pra eu colocar na minha lista envolvendo você.”

Como assim mais uma coisa?” _Questiona, curiosa como sempre.

Bem, não posso morrer antes de você pintar o cabelo e se tornar amiga da Briana.”

Tá ai duas coisas que eu nunca vou fazer! Algo mais...?” _Será que, se escreve coisas praticamente impossíveis pra fazer antes de morrer isso atrase minha hora de ir? Há outra coisa que não consigo para de pensar.

No hospital perguntei se sabia o que sente por mim. Você me respondeu: Desconfio o que seja, mas ainda não sei. Sabe agora?” _Não resisto a perguntar. A resposta a essa pergunta pode mudar tudo. E apesar de saber que a amo profundamente e incondicionalmente, sou extremamente covarde pra admitir meus próprios sentimentos a ela. Por simples e puro medo. Quero mudar as coisas, concertar os erros, mas a verdade é que ainda sou medroso demais. Poderei em algum momento parar de sentir medo?

Naquele dia também te disse: Você é a pessoa mais idiota que eu já conheci.” _Balanço a cabeça negativamente sorrindo. Ela é impossível.

Lembra-se do meu primo Justin?” _Decido mudar de assunto.

O que você adorava e que te idolatra?” _Confirmo com um aceno de cabeça.

Minha mãe me fez o favor de convidá-lo para vim passar um tempo aqui.”

E qual é o problema? Você não gosta dele?”

Sim, mas o cara é um maluco viciado em me imitar.” _O que me faz querer matá-lo. Mas então me lembro que eu sou o culpado dele ser assim. Essa nova versão que criei de mim.

Não deve ser tão ruim. Vai ser bom pra ambos passarem um tempo junto, agora que...” _Ela evita falar, mas nós dois sabemos, é inevitável.

É, pode ser...” _Faço careta, o que a faz rir.

Boa noite, vou dormir. Conversamos mais amanhã. Tenho muita coisa pra te contar. As minhas folhas estão acabando.” _Mostra duas folhas restantes apenas. E não consigo me impedir de rir. Se ela soube-se o tanto de coisa que tenho a falar. Penso em brincar com isso, mas o cansaço volta a me atingir e me sinto agradecido por não demonstrar. É como se minhas penas não pudessem me sustentar mais. Meus olhos começam a pesar. Escrevo rapidamente, com as mãos tremulas.

Boa noite Erelyn!” _ Tanto tempo que não a chamo pelo seu nome. Um nome tão bonito ao qual ela odeia. Sorrio, buscando disfarça ao máximo. Fecho as cortinas, caminhando a passos lentos, debilitado, apoiando-me nos moveis, até conseguir apagar as luzes. Não posso deixá-la saber. Não quero preocupá-la. Caio no chão. Muito fraco.

_Mel! _Chamo a única pessoa a qual não estou magoado nessa casa.

_Melisa! _Minha voz se esvai, sumindo aos poucos.

_Thomas! _Ela entra no quarto, me chamando, assustado ao vê meu estado.

_Ajude-me a ir pra cama.

_Não, vou chamar nossos pais. _Diz apavorada. Seguro seu pulso a impedindo que vá.

_Não. Estou bem. Só, cansado. Preciso dormir um pouco. _Ela me encara apavorada, dou um sorriso pra mostra que estar tudo bem.

_Por favor! _Imploro. Ela continua a me olhar por alguns segundos, antes de concordar com um aceno de cabeça. Passo meu braço pelo seu ombro, me apoiando nela, até a cama. Melisa me ajuda a deitar e me cobrir.

_Obrigado maninha! _Aperto sua mão, agradecendo.

_Você vai ficar mesmo bem?

_Sim, não se preocupe. _Sorrio, bagunçando os cabelos dela.

_Da próxima vez juro que te mato se me assustar desse jeito de novo. _Ela sorrir, mas seus olhos dizem o contrário.

_Sorte a sua que te ouvi, ao invés do papai e da mamãe. Eles estavam discutindo. Na verdade, brigando feio. E se eles decidirem se separar?

_Mel, não fique preocupada com isso. Nossos pais se amam. E estou aqui do seu lado.

_Eu sei Thomas, espero que você nunca se vá. _Me abraça.

_Também gostaria disso. Conversamos depois... _Sinto meus olhos pesados e aos poucos eles vão se fechando, até que eu esteja na completa escuridão.

***

Acordo me sentindo bem melhor. Faço a higiene matinal, antes de descer para tomar café. Já do corredor ouço uma voz familiar, na realidade, duas vozes familiares. Ele já chegou.

_Então você é a prostituta do Thomas. Não sabia que ele fazia esse tipo de coisa. _Massageio minha testa, já me preparando para o que me aguarda. Desço os degraus correndo.

_Eu vou quebrar a sua cara garoto. Acho bom começar a me respeitar e chamar o Thomas aqui, agora! Imediatamente. _Eny ameça em um tom de voz elevado. Ela está pronta pra começar uma briga.

_Justin! O que você está fazendo? Com que esta falando? _O repreendo, terminando de abrir a porta, para que possa vê Eny.

_Acho bom você começar a se explicar. Essa é mais uma das suas brincadeiras estúpidas Thomas? _Diz nem um poço contente.

_Desde quando prostitutas brincam em serviço? _Quando começo a formular uma resposta, Justin diz algo completamente idiota, como sempre. Ela praticamente pula em cima dele como uma leoa ao ataque, tentando lhe acertar um soco e não penso em mais nada, a não ser segurá-la.

_Eu não gosto de “coisas” agressivas. _Sorrir, presunçosamente.

_Me solta! Quem você chamou de coisa? Vou quebrar a cara desse idiota! _Diz enfurecida. Enquanto a seguro, ela tenta se libertar. Se debatendo como uma louca.

_Chega! _Grito, já irritado com os dois. Principalmente com ele.

_Justin, é melhor você começar a respeitar a Eny. Se chamá-la de prostituta mais uma vez, pra mim não importa se você é faixa preta em artes marciais. Eu vou quebrar a sua cara e lembre-se, eu sempre vencia quando lutávamos.

_Maninho, as coisas não são mais como antes. Estou muito mais forte. _Solto Eny, a colocando atrás de mim. Olhando profundamente dentro dos olhos dele. Serro os punhos, pronto para começar uma briga. Ele faz o mesmo, se aproximando, até ficamos frente a frente.

_Mestre! _Sorrir, dando-me um abraço apertado.

_Que saudades Thomas! _Correspondo ao abraço.

_Quem é sua amiga? _Questiona em um tom de voz enciumado.

_O nome dela é Eny. _Ele me solta. Analisando-a da cabeça aos pés, com um sorriso petulante.

_Lembro-me que você era mais bonita, Erelyn. E não essa versão vocalista de banda de rock. Vejo que mudou a cor do cabelo. Cadê a sua irmã? Espero que ela esteja gostosa.

_Ela morreu. _De cabeça baixa, com um timbre estranho, uma mistura de raiva e magoa, não sei ao certo. Tudo misturado, algo difícil de se compreende.

_Seu imbecil! _Cerra o maxilar. O encarando, com os olhos fervendo de raiva.

_É uma pena. Mas por outro lado fico feliz, poderei ter mais do tempo de Thomas só pra mim.

_Qual é o seu problema? A irmã dela morreu. _Digo bravo. Não acreditando no que acabei de ouvir.

_Desculpa, você sabe que não demostro meus sentimentos em público. _Diz com uma expressão arrependida. Seguida de um sorriso perverso.

_Agora chega desse papo de gente morta, vamos falar do presente. Está pegando isso? _Aponta com o dedo para Eny, com uma expressão de total desaprovação.

_Lembro-me que você pegava coisas melhores. Garotas mais gatas.

_O que você disse? _Eny questiona, super brava. Justin não facilita e acho que mais cedo ou mais tarde ela vai acabar se hiper descontrolando e matando ele.

_Sei que você é visita Justin, mas se continuar a tratar a Eny dessa forma, juro que irei te tratar mal, muito mal. Então é melhor começar a tratá-la com respeito.

_Que isso Thomas. Você sabe que estou apenas brincando. Mas se é assim, vamos direto ao assunto. Você sabe por que aceitei vim aqui. Preciso me tornar aperfeiçoar, melhorar, quero ser você Thomas. Vou tomar tudo o que é seu, e quando perceber, não terá sobrado mais nada. _Diz, completamente sério. Em seguida dando um sorriso quase que angelical.

_Ah, não ser aquela mesinha ali, que é muito feia. _Aponta a mesinha de centro na sala, com uma expressão de desgosto.

_Justin, as coisas mudaram. Eu não sou mais assim e se você que ser “Eu”, como diz, vai ter que se adaptar as novas mudanças também. _Seu sorriso morre e ele me observa sério.

_O que está querendo dizer?

_Estou dizendo que parei de ser um babaca, ou melhor, estou tentando. Essa sua atitude não combina nada com o Thomas que eu sou agora e que pretendo ser. _Justin simplesmente cai na gargalhada, rindo descontroladamente, como se tivesse acabado de contar a piada mais engraçada da história.

_Por que está rindo idiota? _Eny o questiona.

_Projeto de zumbir, o motivo é obvio. Meu mestre só pode está tramando mais alguma de suas pegadinhas. Thomas não pode e nunca vai se tornar bonzinho. Ele é o exemplo perfeito de um badboy, ao qual todos querem ser. E eu serei como ele, não, serei melhor.

_Quer saber, estou irritada e ficando entediada de ouvir tanta asneira sair da boca desse completo sem noção. Estou indo pra minha casa. Não preciso disso agora. Conversamos mais tarde Thomas. _Eny vira as costas, indo embora. Em quanto caminha pra sua casa retira o celular do bolso, ligando pra alguém.

_Eny! _Tento chamá-la, mas ela simplesmente me ignora.

_Viu o que acabou de fazer, seu idiota! _Passo por ele, esbarrando com força em seu ombro e também adentrando dentro de casa. Droga! Eu sabia que com Justin aqui as coisas iriam se tornar mais difíceis, mas não vou desistir, não agora, tão perto e tão longe ao mesmo tempo.


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Notas finais do capítulo

E ai gente, o que acharam? E a briga do Thomas com o pai dele? Qual é o segredo? E porquê será que os pais do Thomas não apareceram, mesmo com os berros na porta de casa? Onde eles estão? Estou achando o que do Justin? Gostaram dele? E a Eny? Comente, por favor! Bjs até...