Eu quero afastar o maior número de pessoas, as quero bem longe de mim para que assim não sofram. Estava fazendo um ótimo trabalho sendo o melhor babaca da face da terra, mas então porque sinto que cada vez sou eu que preciso deles perto de mim. Apesar de como sou eles permanecem firmes na decisão de não me abandonarem e me perdoam, pois sabem que no momento estou sendo um fraco, alguém com medo do desconhecido. Alguém com medo de ser ele mesmo.

Sou bom em afastar as pessoas, mas e se esse não for o certo a fazer, talvez o que eu realmente precise seja aproxima-las umas das outras, de mim. Mas não o suficiente para machucá-las. Acho que estou esse tempo todo tentando fazer a coisa errada e se ao em vez de magoa-las lhes traga tanta felicidade que, assim, quando morrer, que elas se lembrem de mim e dos momentos alegres, aos quais estarei neles. Não das coisas ruins que fiz e das lágrimas que causei e dos corações partidos que quebrei.

Antes já havia pensado em fazer uma lista de coisas as quais quero fazer antes de morrer. Até tinha começado a escrevê-la, mas não a conclui. Eny apenas confirmou a mim a importância que ela me tem. Há tanto o que quero dizer e fazer. Não posso perder tempo. Disse antes a mim mesmo que irei aproveitar ao máximo. Está na hora de colocar isso em pratica. Tenho muito trabalho a fazer e desculpas a pedir.

Depois de conversar com Eny e vê que mesmo tendo feito tudo o que fiz a ela, ela continua a lutar por mim, não consegui mais parar de pensar. Meus pais escondendo algo de mim. Melisa, mesmo não admitindo que afastamo-nos um do outro, essa é a verdade. Erelyn e Briana brigando por mim, em uma corrida para conquistar meu coração. A amizade de Bruce a qual havia me esquecido de o quão era boa. Luana, o que fizemos foi definitivamente errado. Kyle é o meu melhor amigo, mas não mereço ser considerado seu amigo e temos bastante o que conversar. São tantas coisas...

Assim que a pizza chegou, comemos e em seguida optamos por assistir algum filme. Bruce sugeriu um filme te terror, só de sacanagem com a minha cara, me fazendo relembrar o passando e o incidente em que achei que a mãe dele, a dona Rose fosse um zumbir. James sugeriu que assistíssemos a um filme de comedia e Eny não sugeriu nada, quando a questionamos disse para escolhermos qualquer coisa. Sendo assim, tive que escolher.

_Então, escolho o filme de terror. Eny, se ficar com medo não se preocupe. Pode se agarrar em mim. _Lhe dou uma piscada maliciosa. Ela apenas balança a cabeça negativamente.

_Quem vai ficar com medo é você Thomas. _Bruce provoca, sorrindo.

_Vocês dois são ridículos. _Afirma James de braços cruzadas, com uma expressão nada contente.

_Não se preocupe, se ficar com medo eu te abraço. _Bruce puxa a cintura de James, o abraçando por trás, apoiando a cabeça na curva do pescoço dele.

_Me solta Bruce! _James agita-se, vermelho como um pimentão, um pouco histérico. Dando uma cotovelada na barriga de Bruce, assim se libertando. Eny os observa com uma sobrancelha erguida.

_Eles são sempre desse jeito? _Questiono, rindo. Eny confirma com um aceno de cabeça.

_Às vezes são piores. Tem que vê-los de provocações um com o outro, são impossíveis. _Sorrir.

_Nossa, amorzinho, você está muito agressivo. Esta naqueles dias? Quer um docinho pra se acalmar? _Bruce faz biquinho. E um James possesso lhe taca uma almofada, acertando em cheio seu rosto.

_Pode parar vocês dois. Bruce coloca logo o filme logo. _Ordena Eny sentando-se no sofá. James faz menção de que irá se sentar no sofá, mas rápido como um relâmpago pulo em cima do móvel, deitando-me nele, com a cabeça apoiada no colo de Eny. Ele me olha emburrado, sentando no chão, com os braços cruzados.

Depois de dar play no filme Bruce se senta ao lado de James. O filme se chama: Atividade Paranormal. Já havia visto o filme com a rapaziada e as meninas. Eny ficou acariciando meus cabelos, o que me deu um pouco de sono, mas não dormi. Era “meio” que impossível com a minha mente a mil.

James pulava em cima do Bruce em algumas cenas, e o loiro não parava de rir da cara de assustado do pobre garoto. No final Eny acabou dormindo no sofá agarrada comigo e James ficou com medo de subir pro segundo andar. Resumindo todos dormimos na sala. Eu só consegui adormece quando já estava bem próximo do amanhecer. Mas acordei no instante em que senti ela se mexer, acordando. Tomei uma decisão e irei mudar os planos. Algumas coisas terão que mudar.

_Eny, o que acha de nós viajamos, sem destino? _Passo minha mão em seus cabelos, com um sorriso alegre no rosto.

_Agora? Só nos dois? _Questiona surpresa.

_Agora não, quem sabe amanhã ou no final de semana. Não sei se irmos sozinhos seria uma boa ideia, mas não vejo pessoa melhor para ir comigo. _Sorrio depositando um beijo em sua testa.

_Por que disso agora? _Pergunta com uma sobrancelha erguida.

_Acho que você esta certa. Que tal ignorarmos um pouco algumas pessoas. Esta viaje vai ser muito boa para que eu reorganize minhas ideias e possa realizar algumas coisas.

_Sei... Thomas, eu aposto que você esta planejando algo a mais por trás disso. _Meu sorriso se alarga ainda mais.

_O quê? É só uma viajem de amigos. Amiga. _Dou um sorriso brilhante e em seguida uma piscada maliciosa.

_Tudo bem, eu vou com você e concordo plenamente e afirmo que não é uma boa ideia irmos nós dois sozinhos. _Começo a rir, achando não só divertida a reação dela, mas compreensiva. A minha risada acaba acordando Bruce e James.

_Pelo jeito alguém acordou feliz. _Diz Bruce bocejando.

_Que quebrou o meu pescoço? Parece que alguém sambou nele. _Questiona James com a mão no local, em seguida estalando o pescoço.

_Ninguém mandou ficar com medinho. _Sorrir Bruce.

_Seu idiota, eu não queria vê aquele filme sinistro. E o seu ombro é o culpado. _Dar um soco no braço do outro.

_Desculpa ninguém me avisou que meu ombro além de servir como travesseiro tinha que ser macio.

_Você é um péssimo travesseiro! _Grita, levantando-se e subindo para o andar de cima.

_O que houve? James está estressado desde ontem. _Questiona Eny.

_Eu não sei de nada. _Bruce dar de ombros.

_Sei... Ele ficou assim depois que vocês ficaram uns momentos sozinhos ontem, brigando ou brincando de fazer cosegas. Gostaria de saber por quê.

_Eu também. Se souber de algo me avise.

_Pode deixar. _Responde desconfiada. Pensei que havia sido só eu a perceber a mudança em James, mas Eny também notou.

_Do que você estava rindo mais cedo Thomas?

_Estava convidando Eny para uma viajem sem destino. Quer ir com a gente? _Proponho sorridente.

_Como assim?

_Você ouviu. Quer ir? Por favor, aceita. Chama o James também. _Faço a minha melhor expressão de pidão.

_Isto está estranho, você dizendo “por favor”... _Me encara com uma sobrancelha erguida.

_Como vocês são malvados. Eu posso dizer “por favor” quando quiser. A não ser que exista uma lei que me impeça, no caso isso torna o ato de dizer mais excitante. _Sorrio divertido. Algumas coisas em mim são impossíveis de serem mudadas.

_Ai! _Reclamo. Eny deu um soco no meu braço. Bruce rir, balançando a cabeça em sinal de reprovação.

_Tudo bem, eu aceito. Mas acho bom não fazer nada idiota, apesar de ter voltado a ser seu amigo, ainda posso socar o seu rosto. _Sorrir.

_Selvagens. Ai! _Grito de novo.

_Dá pra parar de me bater Eny?! _Os dois caem na gargalhada e logo depois eu os acompanho. Meu plano já está em andamento.

Após todos fazerem sua higiene pessoal, fomos tomar o café da manhã. Eu e Eny vestimos as nossas roupas do dia anterior, já seca. Rose, a mãe de Bruce nós cumprimentou, dando bom dia, assim que entramos na cozinha. Ela disse que viu que dormíamos na sala, mas não quis nos acordar. Ela também ficou muito feliz ao me vê. Não vi o pai de Bruce, ele deveria ainda esta dormindo.

Depois do café, mesmo com Rose pedindo para que eu e Eny ficássemos para almoçar, decidi que era a hora de ir pra casa e enfrentar meus pais, ou melhor, meu pai. Eny estava preocupada com a mãe dele, que com certeza esta uma ferra. Despedi-me do Bruce e da dona Rose, prometendo a ela volta para almoçar outro dia. James não desceu para tomar café conosco, então pedi que Bruce o fizesse por mim. Eny subiu para falar e saber como ele estava, mas um tempo depois voltou emburrada. Não perguntei o motivo.

Caminhamos para casa um ao lado do outro em silencio. É meio estranho saber que voltamos a ser amigo. Conhecemos tanto um ao outro, mas é como se ao mesmo tempo não conhecêssemos. Quando chegamos à frente das nossas casas, nos despedimos com um abraço rápido.

_Thomas! _Ela me chamou, quando estava prestes a abrir a porta, usando a chave que sempre fica escondida em um vaso de planta na varanda.

_O que foi?

_Bem, como você faltou à detenção e a gente se meteu e uma briga com os sem cérebro, o inspetor ordenou que a gente ficasse um dia de suspensão, no caso hoje, e que trabalhássemos juntos, agora não sei no que. _Faz uma expressão de tédio.

_Como assim “se meteram em uma briga”?

_Ranna, vestido rosa, dinheiro e lixeira em chamas.

_Deixa pra lá, é melhor não saber mesmo. Pelo menos sei que não faltei à escola hoje por nada. _Sorrio.

_É, verdade. _Sorrir também.

_Acho que nos vemos na escola.

_Por que na escola? Não somos amigos agora?

_Sim, mas pensei...

_Te chamo pra fazer algo amanhã. Tchau!_Me interrompe, sorrindo. Em seguida entrando em casa. Faço o mesmo. Encontro minha mãe sentada no sofá, de roupão, com uma expressão preocupada.

_Thomas! _Ela vem até mim, abraçando-me. Em seguida dando um tapa na minha cabeça.

_Seu idiota! Fiquei preocupada. Onde você estava? A Eny também sumiu, a Cristyn está preocupada. Seu pai está uma fera.

_Como se eu me importa-se se ele esta ou não irritado. _Faço uma cara de tédio.

_Saber isso é como música pros meus ouvidos. _ Dou um pequeno sorriso.

_Thomas, não diga uma coisa dessas. Seu pai realmente se preocupa com você, assim como eu. Sei que esta sendo difícil, mas tente compreendê-lo.

_Compreendê-lo? _Digo sarcasticamente.

_Estou cansando das desculpas do papai e de sempre fugir do assunto, quando ele tentar me compreender, tento fazer o mesmo por ele.

_Não quero discutir sobre isso agora. _Diz com um olhar triste.

_Onde dormiu?

_Eu e Eny dormimos na casa do Bruce.

_Que bom que voltaram a ser amigo. _Sorrir.

_Thomas! _Melisa desce as escadas correndo e pulando em cima de mim. O que quase me faz cair.

_Mel, esta me sufocando. _Ela rir, me soltando.

_Desculpa, escutei seu tom de voz “baixo”. O papai esta superirritado com você. _Dou de ombros. Pouco me importando.

_Agora que você está em casa, posso te contar uma coisa. _Sempre quando a minha mãe diz isso, ou inventa coisas como “o jantar” de ontem, coisa boa não é.

_Pretendia lhe dizer ontem, mas, esquece. Eu convidei o seu primo Justin pra passar um tempo com você. Contei que a escola onde você estuda é boa, e ele já pediu transferência. Ele deve chegar amanhã. _ Não disse que coisa boa não era. Não acredito.

_Mãe! Você chamou o Justin? Como pode fazer isso? _Digo em um tom um pouco mais alto.

_Desculpe querido, mas é que vocês eram tão grudados. Achei que gostaria que ele estivesse aqui, na mesma escola com você e que podem passar um tempo juntos. _Sorrir. Minha mãe não podia ter escolhido momento pior pra convidar o Justin. É verdade que vivíamos grudados, mas o garoto consegue ser mais problemático que eu. Ele age como se você um clone meu. Até me chama de mestre.

_Ah, esqueci-me de dizer mais uma coisas. Ele irá morar aqui até o final deste ano.

_Nãooo! _Grito.

_Vamos, Mel! Arrume as malas, temos que nos mudar antes que ele chegue.

_Pare de palhaçada Thomas, pelo que me lembro do Justin, ele é legal.