Enfin, amour escrita por Verô AC


Capítulo 3
Capítulo 2




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– Olha lá, Guiomar! - Duque gritou animado, apontando. - Chegamos a Conwy!

Guiomar foi até a parte descoberta do barco com uma das mãos acima de seus olhos, para diminuir o efeito da luminosidade do sol de fim de tarde, e com os cabelos balançando para trás, devido ao vento.

– Que bom! Não vejo a hora de pisar num solo que não se mexa! - riu, se aproximando do namorado.

– Olha que lindo, Guiomar! - ele olhava, maravilhado com o castelo.

– É mesmo. - ela disse delicada, olhando o castelo, abraçada à cintura dele e repousando sua cabeça sobre o ombro dele.

– Me sinto um príncipe de conto de fadas... ao lado da mulher mais linda e indo para o nosso castelo. - ele a olhou profundamente nos olhos, apaixonado.

Ela deu uma pequena risada.

– Não acha que estamos muito velhos para fazer tal comparação?

– A gente nunca ta velho se a gente ainda pode amar.

No fundo, Guiomar adorava quando Duque soltava essas frases que a deixavam sem resposta e ela simplesmente ficava parada, olhando-o refém, sujeita a fazer qualquer coisa que ele a guiasse a seguir.

E logo ela o sentiu pegando em sua cintura e a inclinando e, em seguida, ele a beijou intensa e apaixonadamente.

Mas logo o beijo foi interrompido pelo barqueiro que Duque havia contratado para reversar com ele na pilotagem do iate.

– Olha, desculpa interromper... mas nós vamos ancorar e seria bom que vocês ficassem lá dentro.

– Tudo bem. - Duque respondeu, já andando atrás de Guiomar, que não disse nada, apenas sorria sem graça... ela sempre ficava sem graça quando alguém interrompia um beijo seu com Duque.

***

Depois de ancorados, Guiomar saiu na frente levando apenas uma frasqueira. Duque saiu uma mala sem rodas, encantado com o castelo logo à sua frente. O barqueiro saiu por último, carregando duas grandes malas de Guiomar.

Quando chegou ao fim do píer, Guiomar parou, tirou seus óculos de sol, olhou para cima - buscando o topo do castelo -, respirou fundo e sorriu.

Duque colocou sua mala no chão, atrás de Guiomar e colocou a boca perto de seu ouvido. Antes que ele falasse, ela já sabia que era ele.

– Não é maravilhoso, Guiomar?

– É sim. - ela disse de olhos fechados e abrindo um lardo sorriso em seguida.

O barqueiro chegou logo, deixando a bagagem ao lado da mala de Duque.

***

Do porto, pegaram um táxi e rodaram pela cidade até chegarem ao Osborne House¹, um dos hotéis mais chiques da região.

O hotel era chique e cheio de detalhes, todo trabalhado em decoração clássica, com móveis antigos. Ao entrar no apartamento, viram ao lado da porta, uma cortina presa nos lados com um tecido grosso e claro, da ponta dourada e um tecido mais fino cobrindo a janela. Ao lado, uma enorme cama, toda vestida de branco, com um dossel dourado com pano branco sobre ela. Aos seus pés, um divã vermelho. Ao seu redor abajures de estilo antigo. Na parede em frente à cama, uma cômoda de madeira escura cercada de quadros. E um lindo lustre no teto. Havia uma pequena sala separada por uma outra cortina, de tecido fino e claro , presa nas laterais, em que havia uma poltrona, um sofá-cama, uma mesa de centro e uma lareira. Esta dava para uma varanda que tinha uma vista espetacular para a praia.

Guiomar largou a frasqueira encima da cômoda e Duque ajeitou sua mala ao lado da cortina que separava os dois ambientes do apartamento, junto com as malas dela que o funcionário do hotel havia deixado.

Depois de uma breve passada pelo apartamento, Guiomar se jogou na cama e olhou fixamente para o teto. Duque se deitou ao seu lado, também olhando para o teto e uniu suas mãos às dela.

– Eu adoro os ares britânicos. Têm um frescor, uma umidade ideal, e é rodeado por eventos históricos... eu gosto muito disso. E especialmente Fernando... ele adorava o Reino Unido. Para Conwy nós nunca viemos, mas o cheiro é o mesmo... lembro que depois da sua morte, estive uma vez na Inglaterra, também numa cidade em que nós nunca havíamos ido juntos, porque eu achava que se eu fosse a um lugar onde estive com ele, eu sofreria muito. Sofri de qualquer maneira. Pensava em como seria se ele estivesse comigo, que comentários faríamos e o que faríamos juntos. Sabe... quando estávamos para vir, pensei mil vezes em cancelar tudo, em desistir... porque eu tinha medo que acontecesse o mesmo que aconteceu na Inglaterra. Mas não acontece. Eu estou feliz por estar aqui. Eu sinto como se, mesmo sem ele, eu não estivesse mais vazia. Porque eu não estou sozinha.

– Sabe, Guiomar... o Fernando foi o maior amor que você teve na sua vida. Isso nada nem ninguém nunca poderá mudar. Mas eu estou com você agora, te cuidando, te protegendo, te adorando... pro resto das nossas vidas. Eu fico muito feliz que nesse tempo que passamos juntos, de alguma forma eu fui importante, eu te ajudei a se sentir bem.

– Você me ajudou e ajuda muito, Duque. Você me fez perceber que não valia a pena me fechar para coisas tão incríveis porque fiquei viúva. Você fez com que eu me permitisse gostar de alguém de novo. E me permitiu ser gostada. Me permitiu ter um relacionamento novamente e me fez ver que a vida é muito melhor assim.

– Você é feliz assim, Guiomar?

– Você nem pode imaginar o quanto, Duque.

Ele pegou a mão dela, levou até seus lábios e depositou um pequeno e terno beijo; logo depois, deixou as mãos dela repousando entre seu peito e sua mão, que acariciava a dela com o dedão.

Caíram no sono.


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Notas finais do capítulo

1: Osborne House é um hotel que realmente existe. Super me matei de procurar fotos de hoteis até achar um que fosse a cara deles!



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