Anúbis, o Deus do dia da mentira. escrita por Rinny


Capítulo 1
A mentira que não é mentira.


Notas iniciais do capítulo

Decidi fazer um pequeno especial da Sadie e Anúbis, por isso não me preocuparei taaanto com as regras do livro, pois se não ficarei pressa e acabei rei escrevendo umas 4.000 palavras.



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PV - Anúbis.

Perdi a conta de quantos suspiros já tinha dado naquele dia. Ficar sentado em cima de um tumulo não era nada divertido, mesmo que eu já estivesse acostumado com aquilo. Afinal meus dias ultimamente tem sido corridos, com os Kane precisando de algo ou algum Deus precisando de algo. Então em um dia como esse em que absolutamente ninguém precisava de mim, bem, eu não sabia o que fazer. Era exatamente como Sadie dizia, eu não sabia me divertir. Fui até o portão do cemitério e fiquei olhando as pessoas passarem, fiquei contando quantas loiras baixinhas, com mechas vermelhas ou com jaquetas pretas passavam. Já estava começando a pensar em diminuir o meu critério quando ouvi um grupo de pessoas passando e falando animadamente.

— Só hoje! É dia 1 de abril lembra? Ela não vai morrer se fizermos uma pegadinha de nada.

— Não sei não, com os mortos não se brincam.

— Ora vamos lá, isso só acontece uma vez por ano. O dia da mentira é perfeito para fazermos brincadeiras, ou contar verdades.

Parei de prestar atenção, mesmo que meu dever fosse cuidar daquele bando de idiotas, pois um tinha razão, não se deve brincar com os mortos. Porém eu vi a oportunidade perfeita para acabar com meu tédio.

Foi questão de tempo para a noite chegar e assim a Sadie ir dormir. Como já tinha feito outras vezes, usei o sonho para chegar até ela.

PV - Sadie

Era incrível como meu mau humor estava me impedindo de dormir. Quer dizer, eu tinha várias razões para perder o sono, acho que ter uma serpente gigantesca do mal atrás de mim é um bom exemplo, mas nunca pensei que quando finalmente tive uma semana inteira sem ataques de animais misturados ou um mini exercito louco para fazer confeite de Sadie, ficaria de mau humor. [Não Carter, eu não estou sempre de mau humor. É que sempre fecho a cara quando vejo a sua.]

Por isso fiquei rapidamente de bom humor quando sonhei com Anúbis. Até perceber que não era bem um sonho. O que eu quis dizer é que a imagem que estava vendo não era exatamente produzida pelo meu cérebro, até porque era perfeita demais, mas sim o próprio Deus Anúbis. Fiquei feliz por não ter feito o que queria, correr até ele e ficar abraçada até que o maldito despertador tocasse.

"Sadie, a quanto tempo."

Romântico como sempre, é a primeira vez que o vejo depois de sei lá quantas semanas e ele faz questão de falar meu nome e dizer que fazia muito tempo que não nos víamos. Tão genial, mas o que esperar de um garoto que acha romântico encontros em cemitérios?

"Anúbis. O que faz aqui?"

"Hoje eu tive o dia livre, então pensei em passar para te ver."

Ei. Talvez o clima não estivesse tão perdido como pensei.

"Ah, claro."

E tudo que consigo responder é isso. As vezes fico impressionada como a lerdeza do Carter passa para mim, acho que é tempo demais perto dele. [Calado Carter, sou eu quem te vejo quando está falando com a Zia. Você chega a babar.]

"Então, poderia me acompanhar? Ou está muito ocupada?"

Ele estava mesmo me perguntando aquilo? Quer dizer, hey, estou dormindo o que diabos poderia estar fazendo? No entendo eu respirei fundo e dei de ombros, tinha que me valorizar até que ele percebesse a mancada que estava fazendo.

"Pode ser."

E ele se aproximou, pegou a minha mãe e ficou me olhando por alguns segundos.Não sei bem se podemos perder o folego num sonho, mas eu tenho certeza que perdi no meu. Não tinha percebido antes, mas seu cabelo estava ligeiramente úmido, de modo que algumas gotas rolassem por seu rosto, ele usava um jeans escuro e uma camisa preta de manga comprida colada no corpo; e por mais estranho que seja ele era a definição de Deus grego [Carter, dane-se se é um Deus egípcio, é um modo de dizer!] tive que piscar algumas vezes e me concentrar em seu rosto, que não perdia em nada para o corpo.

"Tudo bem?"

"Melhor impossível."

Não prestei muita atenção por onde passávamos, afinal a melhor paisagem estava de preto caminhando bem a minha frente, mas quando me dei conta estávamos na droga de um cemitério.

"Anúbis, acho que já te disse isso antes, mas poderia repensar os seus conceitos de romance?"

"Disse a garota que nem prestou atenção na incrível paisagem porque estava ocupada babando por mim."

Ouch. Eu acho que mereci aquilo. Mas que confiança toda era aquela?

"Ei, coisas bonitas existem para serem vistas!"

Ele soltou uma gargalhada e olhou para mim ainda sorrindo. Droga de truque barato, o pior é que sempre funciona!

"Nisso eu concordo. Já que ficou tanto tempo me olhando, eu deveria ter a permissão de te olhar?"

Congelei. Não esperava uma resposta daquelas dele. Era Anúbis, se não fosse o Deus da vida após a morte seria o Deus da lerdeza. [Sim Carter, você ainda tem seu posto garantido.]

"Certo, vamos parar com essa conversa mole de admiração e blá blá blá. O que quer?"

"Pensei que tinha dito antes. Só queria passar um tempo com você."

Acho que fiquei congelada de novo, pois quando ele se aproximou e tocou minha bochecha eu fui incapaz de me mover. O polegar dele deslizou pela minha bochecha enquanto seus olhos castanhos me encaravam com uma intensidade que cheguei a achar que eu derreteria. Se não derreti. Não soube o que fazer e entre abrir a boca e soltar alguma idiotice, preferi ficar calada e esperar o próximo passo. Essa parte é importante, não, essencial. Nunca esperam o próximo passo, sempre escolham falar idiotices, pois o próximo passo pode te levar a infarto ou ataque excessivo de felicidade a ponto de ficar sorrindo até que suas bochechas travem. E isso é medonho.

Anúbis fez nada mais nada menos do que puxar meu rosto para perto do dele e encostar levemente os lábios deles nos meus. Será que em algum momento passou pela cabeça dele que isso poderia matar qualquer garota? Fiquei mais dura que uma múmia de inicio, mas com ele passando a mão envolta da minha cintura e segurando meu rosto com tanta delicadeza fui forçada a me apoiar em alguma coisa. Deve ter parecido que eu pedi por mais, porque ele continuou por um tempo até se afastar com um sorriso triunfante no rosto.

"Se me soltar eu caio. Se eu cair corre. Porque se eu levantar te mato."

"Fico agradecido pelo poema, mas não tinha nada mais romântico?"

"Olha quem fala!"

Minha visão começou a girar, eu nunca tinha passado por aquilo e pensava que a minha relação e a de Anúbis se resumia a uma paixonite por minha parte. Certo, já tínhamos nos beijado, mas foi um beijo totalmente diferente. E ele não me soltava!

"Desculpe, mas tenho cara de travesseiro para ficar me segurando assim?"

"Não, mas você é bem fofinha a esse ponto."

Ah não, ele passou dos limites. Tive um surto, me desprendi dos braços dele e expliquei que aquilo não se fazia, que tinha toda uma preparação de clima antes e que ele poderia me avisar se queria me matar do coração. Mas parei no exato minuto em que ele caiu na gargalhada, com a mão no rosto e inclinando para frente enquanto a outra mão segurava a barriga.

"O que deu em você?!"

"M-Me perdoe... Eu só não..."

E explodiu mais uma vez com várias gargalhadas, aquilo me deixou de vermelha por vergonha, para roxa de raiva. Beijar uma garota e depois rir de sua reação, que era mais do que natural, não é algo para se rir!

"Eu soube que hoje era dia da mentira e que servia para fazer brincadeiras. Então..."

"Decidiu tirar uma com a minha cara."

Levei alguns segundos para entender o que tinha acontecido. E quando a ficha caiu fiquei o amaldiçoando mentalmente, pois não queria dar o gostinho de vitoria para ele.

"Não conseguiu, qualquer garota reagiria daquele jeito."

Logo depois de uma pequena discussão e sermão, por minha parte, que se ele fizesse aquilo novamente eu contaria tudo ao meu pai, ele me levou para casa e me deixou dormir tranquilamente. Como se eu pudesse dormir depois do ocorrido.

PV - Anúbis.

Fiquei mais do que surpreso com a reação de Sadie. Mas valeu a pena ter passado por todo aquele falatório, eu sabia que ela não estava brava comigo, mas consigo mesma por não ter reagido da forma correta. Eu me deitei na grama e fiquei observando o céu. Se alguém soubesse disso eu estaria em apuros, então não arriscaria fazer novamente para ver se a ameaça dela era verdadeira ou não. Mas não pude deixar de sorrir que daqui a um ano eu poderia repetir a dose sem que ela se lembrasse.

— Dia da mentira. Para contar verdades, hm...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Estava planejando fazer um especial desses a um tempo, mas não tive tempo para isso. Pensei em fazer um da Zia e Carter, só que sobre a pascoa. Quem sabe.



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