Magic Mystery Theatre escrita por Abraxas


Capítulo 9
Capítulo 9 - Zona de Tormenta.




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Catarina Ling respira ofegante. Os seus olhos fixos naquelas criaturas insetoídes que estão aparecendo aos milhares. A monja fez do local um mar de poeira de criaturas desintegradas, infelizmente ficam surgindo mais e mais. Os seus parceiros e namorado estão inconscientes, a Yudenana está fazendo o possível e o impossível para resistir e não sucumbir ante a horda de criaturas extra-dimensionais.

O suor escorre em várias partes do seu corpo ferido e cansado. Os seus pensamentos a levam ao passado quando Bruce, o seu namorado, decidiu que teriam que ganhar tempo para chegar a Ixtlam usando um caminho que estaria numa área de Tormenta.

Em suas recordações, a monja recorda do seu curso de conhecimento de Tormenta com o professor e aventureiro Reynard.

– Não há de errado em atravessar numa área de Tormenta. – diz ele explicando as suas experiências nas suas aventuras nessas áreas. O problema é sair dela. Eu sinceramente não sei como aquelas coisas sabem que estamos ali, mas elas sabem. É como um sexto sentido que todos aqueles insetos possuem para localizar e atacar qualquer potencial adversário. Mesmo que esteja de passagem. Eu vi muita gente boa morrer nas patas daqueles monstros. Se não estiver preparado para atravessar, seja muito rápido. O pior que aqueles insetos sabem que você irá atravessar ali e te esperam. Se não for rápido ou a área for muito grande para atravessar, desista! Pois você irá morrer...

Catarina Ling explica ao seu namorado que aqueles insetos de outra dimensão são perigosos e poderíamos morrer. Bruce concorda, mas acredita que são três quilômetros em linha reta numa velocidade superior de oitenta quilômetros por hora com os Hipogrifos mais bem treinados que a Mercury poderia ceder. Seria improvável que alguma criatura possa localizá-los.

Se fosse, seriam alguns...

Ledo engano.

Nos primeiros minutos dentro da área de Tormenta, os Hipogrifos começaram a sentir a contaminação do ar com a Chuva Rubra. A sua respiração fica pesada e diminuem a velocidade em 20 %. A principio ninguém notou nada, mas o vampiro saiu de sua manta, agoniado.

Tasso Atripas saca a sua espada, pois conhece o que quer dizer o comportamento do seu amigo vampiro.

– Droga! Um enxame... – diz Bruce utilizando uma magia de visão a longa distância.

A monja lembra-se de suas aulas de conhecimento de Tormenta, os seres alados são chamados de Veridak, São caçadores alados insetóides que costumam abater os inimigos que utilizam animais ou veículos voadores. Todavia o seu mestre nunca tinha contado que haveria tantos voando na direção deles.

– MAGIA DE OCULTAMENTO!!! - berra o líder do grupo.

O tapista, Tasso Atripas, usa os seus poderes de ilusão para tentar enganar os sentidos sensorais dos seres alienígenas. Infelizmente, por alguma razão desconhecida, a magia não funciona direto e todos são atacados por um enxame que surgiu bem abaixo deles.

Era um ataque inesperado.

Os hipogrifos foram mortos quase instantaneamente. O quinteto só não foi morto pela queda por causa do poder que o grupo dos falcões tem em comum um artefato, um anel de vôo. Este anel impede que os alunos se machuquem nos treinamentos de combate, pois provoca um retardo na gravidade que provoca um contato macio contra qualquer local sólido. Isso os salvou de uma morte certa daquela altura.

No chão, o grupo foi recebido por uma horda de Uktril, uns duzentos ou trezentos indivíduos. Estes seres têm um comportamento típico de uma colônia de formigas, mas tem aparência humanóide, mas não tem nada de humano. São como fosse uma infantaria e são facilmente descartáveis. Por isso uma quantidade absurda.

O quinteto não é um grupo de aventureiros comuns.

Bruce Estarque é chamado de “herdeiro” do grêmio do Falcão. Pois é o melhor aluno de combate místico de toda Academia Arcana. Os seus poderes usam os elementos do seu totem, o falcão. Logo o elemento Ar é controlado pelo poderoso mago pré-formando. Uma quantidade imensa de insetos é destruída por ele.

Catarina Ling usa as suas Artes Marciais chamada Mahou –Jistu, uma combinação perfeita de golpes e poderes mágicos. Com os seus poderes, a cada toque os seres ficam desintegrados. Nada mais resta do que um monte de poeira. Ling destrói muitos em segundos.

Illuana Celum materializa dois grandes martelos de energia mística. A cada golpe, dezenas de animais voam a dezenas de metros de distância. A sua habilidade é incrível. Os corpos dos insetos alienígenas se amontoam em seus pés. Mesmo sendo uma espécie de médica, todos procuram protegê-la, mas o ataque dos insetos não dá folga ou espaço para que possam pensar.

O minotauro Tasso Atripas não tem as mesmas habilidades ou velocidade dos outros companheiros, mas a sua força é incomparável. Mesmo sabendo que sua magia de ilusão não faz efeito contra os Lefeu a sua espada curta é muito mais eficiente. Corpos são dilacerados em segundos a cada golpe.

O Vampiro Vladimir Marcus está utilizando o máximo dos seus poderes. Mesmo que estejam de dia, a Chuva Rubra permite que ele possa caminhar diurnamente. As suas garras, presas e força descomunal elimina muitos. Os insetos que o confortam parecem que estão caindo um liquidificador. Triturados...

Foram quatrocentos e setenta insetos destruídos pelo quinteto. Mortos pelo cansaço, o grupo consegue uma folga ante este primeiro ataque.

Aproveitando a pausa, Bruce pergunta aos seus amigos:

– Todos bem? – pergunta ofegante.

– Um bagaço... – diz o minotauro balbuciando aquelas palavras.

Ninguém mais consegue dizer mais nenhuma palavra. Ling recolhe as sacolas e mochilas com todo o seu esforço. Illuana cura os ferimentos de todos e aplica um soro que aumenta a força e a estamina de todos. Com isso, o grupo fica mais animado e começam a correr. São duzentos metros para sair daquele Inferno. Pois todos sabem que vão surgir reforços e estão chegando.

O grupo correu por cento e cinqüenta metros, nos metros finais um batalhão de Lefeus bloqueando a saída do grupo de aventureiros. Talvez mil ou dois mil indivíduos, além de cinco Thuwarokks. Acredite, este tipo de besouros são criaturas imensas. Proporcionais há alguns castelos imperiais. Não é uma visão animadora ver um deles, imagine cinco...

O grupo gela e fica apreensiva, mas Catarina Ling aponta para uma direção que não é mais área de Tormenta há poucos metros deles. Desesperados, o grupo corre como loucos para aquela área de esperança entre a Vida e a Morte.

Aquele enxame voa, literalmente, a direção do grupo.

Todos usam magias de explosão e destruição a distância que retarda um pouco alguns insetos, mas não impede que alguns membros sejam derrubados. Justamente, a bárbara e o vampiro.

Nunca um líder deixa os seus amigos para trás. E enfrenta a turba monstruosa.

Heroicamente, os membros que ficaram em pé lutaram com força, coragem e determinação. Infelizmente, eram muitos insetos. Restando somente, Catarina Ling lutando sozinha contra milhares de invasores extra-dimensionais. As suas habilidades de ataque foram os mais eficientes contra os seres de tormenta, mas a Morte se aproxima lenta, todavia inexoravelmente em sua direção. A Monja sabe disso, porém ela está feliz, pois vai morrer ao lado dos seus amigos.

“Obrigado, gente... Foi uma honra lutar ao lado de vocês...” Pensa a monja como fosse uma forma de prece e despedida. Os derradeiros golpes foram os mais destrutivos e devastadores, porém a exaustão foi demais para ela que cai no chão e dá o seu último suspiro de consciência.

Catarina recorda de sua infância e de sua promessa de ser a melhor para os seus pais e família. A monja lembra-se do seu primeiro encontro com aquele garoto rebelde e tão promissor. Ela se lembra do seu primeiro beijo daquele que chamaria de namorado. A sua mente imagina como seria o seu casamento com o Bruce e quantos filhos teriam...

Os seus olhos se abrem e a monja tem a grata surpresa de estar um saco de dormir e numa lona coberta acima dela. Catarina sobrerge-se e observa o local e vê os seus cincos amigos no mesmo local agasalhados e repousando profundamente.

Uma lágrima de emoção e alivio surge no seu rosto que escorre na sua face.

De súbito, um ser entra naquela tenda enorme. É um centauro. Uma fêmea da espécie, muito gentil e solicita chamada Lidianna.

– Dormiu bem? – pergunta.

Sem muita paciência, Catarina Ling pergunta:

– O que aconteceu?

– Saíram da área de Tormenta. – explica. Os monstros te seguiram e acabaram saindo também, sem a Chuva Rubra, os monstros não duram muito tempo fora da área. Entende? – e sorri. Encontramos vocês e trouxemos todos. Quase matamos o vampiro por engano, pois vimos que estava dissolvendo em contato com a Luz Solar. Montamos esta tenda para vocês. São membros da Academia Arcana?

– Somos. – confirma Ling. Estamos indo para uma cidade ou local itinerante ou algo assim. Vamos reviver o nosso mestre.

A centauro sorri.

– Que bonito. Enfrentar uma área de Tormenta pelo seu mestre... – admira a criatura.

– Foi para cortar caminho. – suspira. Quase morremos... Eu não queria, mas o meu namorado é teimoso... – e bufa numa tentativa de rir.

– Garotos são complicados. – comenta.

– São. Mas amamos-os assim mesmo. Porque são importantes para as nossas vidas. Pena que eles não sabem o quanto são importantes. –e Ling segura à mão de Bruce.

– Então a amizade é tudo que importa? – pergunta a centauro.

Ling pensa um pouco antes de responder.

– Não sei. Acho que ser feliz que é o mais importante e os amigos são parte importante dessa felicidade. No momento final, quando eu desmaiei, senti que aquele momento estava feliz. Pois lutei um bom combate, não era a vitória que importava, mas estar ali. Lutar ao lado de pessoas que amamos. – e sorri pensativa. Eu ia morrer feliz.

A criatura balança a cabeça e sai do local, deixando a monja sozinha segurando a mão do seu namorado dormindo.

No lado de fora, a centauro se encontra com o xamã de sua tribo e conversam.

– Olha, Lidianna. Sei que são magos, mas eu nunca vi um grupo atravessar uma área de invasão da Tormenta e sobreviver. Eles são muito poderosos... – admira.

Séria, a fêmea diz de uma forma abrupta:

– Eles são inimigos! – brada. Eles carregam símbolos de Ixtlam. Aqueles malditos escravizaram muitos de nosso povo. Preciso saber o máximo a respeito deles. Depois, nós os jogamos de volta para a área de Tormenta... – decreta a centauro.


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Notas finais do capítulo

(Continua.)



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