Yellow escrita por hidechan


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Uma curta apenas para adoçar o coração dos leitores de Jean x Armin ♥ minha primeira de SNK.

Música: Yellow - Coldplay

ps: Um salve para a King que me inspirou a escrever Jean x Armin por causa de seu amor por SNK s2. (obrigada heichou!)

Enjoy!



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I came along
I wrote a song for you
And all the things you do
And it was called Yellow…

O moreno descansou a guitarra no suporte e aproveitou para estralar o pescoço. “Ensaio cansativo...” pensou consigo mesmo agora sentido a dor rotineira no ombro esquerdo.

- Hey, Jean, vamos à cafeteria?

Dispensou o convite com um aceno, ainda teria que estudar para as provas bimestrais – biologia não era sua melhor matéria, estava com média vermelha – e, além disso, as atividades do clube de música clássica, que ficava na sala ao lado, ainda não tinham terminado. E esse era seu pequeno segredo, o motivo de ficar sempre para trancar a sala do seu próprio clube: ter a privacidade de parar por alguns segundos na porta ao lado para ouvir o doce som do violino. Mas não era um violino qualquer, era um Stradivarius construído com Salgueiro e Ébano, legítimo Italiano. “Vivaldi” mordeu o lábio de forma inconsciente, não era grande conhecedor de música clássica, porém soube reconhecer a melodia famosa.

Tudo não demorou 10 segundos, logo se pôs a caminhar pelo corredor; o violinista foi de encontro com seus olhos curiosos e reagiu saindo de lá rapidamente. “Ele não pode perceber algo assim” como um mantra, repetiu diversas vezes até alcançar as escadas para o térreo.

Jean cursava o terceiro ano da escola estadual Humboldt, desde o fundamental tinha o curso extracurricular de música e com seus amigos, montara uma banda para eventos escolares. Graças a essa particularidade, conheceu o garoto de olhos claros que diariamente visitava aquele corredor; curioso, descobriu que o mesmo tocava como profissional e oferecia aulas no clube de clássicos apesar de estar apenas no segundo ano. Armin Arlert não aparentava um estudante do colegial, apesar do bullying inicial, logo passou a ser respeitado por professores e colegas de classe: se destacou em todas as provas com um Q.I surpreendente, além de tocar em lugares renomados, clássicos como Wolfgang Amadeus Mozart e Antonio Lucio Vivaldi. Popular, gentil, amável com todos a sua volta, se tornou o centro das atenções. “Ah sim... o idiota Kirschtein” revirou os olhos.

Logo que percebeu sua atração pelo pequeno, quis chegar perto dele de todas as formas. Grande ilusão, Jean teve que admitir que não tinha nenhum atrativo; nunca se incomodou em tirar notas boas, não praticava bullying, mas também não ajudava os colegas, faltava com respeito aos mais velhos quando de mal humor e trabalhava na loja dos pais aos finais de semana. Nem de longe chegaria aos pés do outro! Um aluno normal e sem graça. “Um babaca!” completou em pensamentos.

Seu desejo de se tornar conhecido do loiro chegara a ser real, ambos trocaram algumas meias palavras por causa do interesse por musica, infelizmente nunca conseguiu a atenção toda para si. “E por que ele se interessaria em ser amigo de um idiota como eu?” se repreendeu mais uma vez.

- Hey, Kirschtein!

A voz de Marco o tirou devaneio, o amigo de infância veio com algumas flores nos braços.

- O que é isso? _cumprimentou o outro com um tapa amigável no ombro _vai casar?

- Faço parte do clube de biologia agora _riu da careta do outro.

- G.A.Y

O moreno riu e tirou a margarida branca do ramalhete prendendo em seguida nos cabelos do amigo.

- G.A.Y!! _Jean repetiu, agora tentando acertar um soco no outro _me ensine biologia por favor, Marco!

- Já disse que estou sem tempo essa semana _suspirou _sinto muito... não faça essa cara por favor, posso ver se alguém do clube tem tempo.

- ... _crispou os lábios _por favor, preciso melhorar minha média.

Marco abriu um sorriso gentil, desde que o amigo se apaixonara secretamente pelo menino prodígio, estava tentando entrar na linha para provar que tinha atrativos. “Bobo, você tem o coração enorme e isso já bastaria”. Levou as mãos nos cabelos descoloridos de Jean e os bagunçou.

- Pode deixar, agora tenho que ir, se cuide.

- Obrigado!

-------------- + ---------------

Três dias pós a promessa do outro, Jean ainda não tinha se encontrado com o mesmo para saber quem poderia lhe dar as aulas; olhou desanimado para a quadra onde o time de basebol brincava de catch Ball, um jogo infantil praticado sempre depois de um jogo importante para relaxar os jogadores. O mais alto errou a bola, seguiu com os olhos o objeto rolar até o outro lado da quadra e com isso deixou seu queixo cair alguns milímetros: Armin passava apressado ao lado da quadra, mais do que isso, seus cabelos claros estavam envoltos em parte por um curativo bem chamativo. “Armin?!” se levantou as pressas para segui-lo, não parecia ser algo simples, um corte na lateral da cabeça não era provocado apenas por quedas ou falta de atenção – e de brigas ele entendia bem.

- Jean espere!

- Marco? Eu... ah _se virou um segundo e no outro Armin tinha desaparecido no prédio.

- Desculpe, está com pressa? Consegui um professor para você... de biologia, lembra? _se explicou ao ver o rosto confuso do amigo.

- Ah sim... claro, o professor, obrigado _sentou de volta na arquibancada.

- Jean, é para agora! Desculpa assim de repente!! _empurrou as costas do outro _vai, segundo andar, sala 23, vai Kirschtein!

Jean saiu reclamando e correndo, não estava exatamente preparado para uma aula de sua pior matéria naquele instante. “Nem perguntei quem era” se estapeou mentalmente, seu amigo não chamaria alguém que ele não gostasse, então tudo bem. Subiu as escadas, sem fôlego, adentrou a sala secando o suou com as costas da mão.

Oh...

Seu professor era Armin Arlert.

- Boa tarde, Kirschtein! Achei que tivesse ido embora, cheguei atrasado _o loiro tropeçou em suas palavras enquanto o outro o encarava ainda na porta da sala.

- ...não... eu... o Marco acabou de me avisar.

- Ah, que bom _respirou, aliviado _ sente-se, vou pegar meu material.

Jean caminhou até a carteira em frente a de Armin, seu rosto estava ridiculamente corado e as palavras se prenderam na garganta. “Diz alguma coisa idiota!” sem sucesso, sentou e esperou.

Ao mais, a aula rumou normalmente. Jean descobriu que o loiro fazia parte do clube de biologia também e que aceitou prontamente o pedido de Marco. Descobriu também que ele gostava muito de jogos e queria um pouco mais de tempo para isso; e com seus 15 segundos de coragem, o Kirschtein fez o convite, inesperado até para si mesmo. “Vamos na loja de games sexta? Vai estrear um novo”.

E agora a resposta era um Jean totalmente nervoso, suando e olhando para o relógio mesmo sabendo que só havia se passado meros cinco minutos: esperava por Armin ao lado da estação.

Um pouco adiantado para o horário combinado, fitou o céu alaranjado pelo por do sol, apenas poucas nuvens passeavam; o vento ameno deu a si uma sensação de leveza, de amor... “Armin” o chamou em pensamentos, veio então em sua mente a imagem do pequeno com o curativo na cabeça, não tivera coragem de perguntar exatamente o que acontecera. Agora se arrependia.

- Te deixei esperando?

- Não, eu acabei... de chegar _mordeu os lábios inconsciente, era a primeira vez que o via sem o uniforme escolar, estava lindo.

- Como é bom ter um tempo para sair _cruzou as mãos atrás da cabeça _vamos? Acho que vou comprar alguma coisa para beber.

Look at the stars
Look how they shine for you
And everything you do
Yeah, they were all yellow

- Vou atirar nos quatro de trás e você ati- ...ok, ou você pode matar os seis.

Armin fazia o símbolo de vitória com os dedos enquanto levantava a arma com a outra mão. Jogos de tiro eram a sua especialidade.

I came along
I wrote a song for you
And all the things you do
And it was called Yellow

A lua cheia agora era o novo atrativo do céu que Jean tanto amava observar, na naquele momento, porém, se ocupava em fitar dois pares de safiras que brilhavam com o jogo novo em mãos.

- Obrigado por me acompanhar até a estação _guardou o objeto com cuidado na bolsa.

- Tudo bem, as vezes aparecem alguns marginais por aqui, é perigoso.

- Então será perigoso para você voltar sozinho também.

- Nã... não! Eu cresci aqui, sei me virar _se apressou em responder _não quis te tratar como criança, desculpas.

- Não tem problemas, ‘senpai, não pensei em nada disso _riu.

- Senpai _repetiu, agora perdendo totalmente o controle da sua timidez.

- Vocês vão tocar na cerimônia de encerramento?

- Vamos sim, estamos ensaiando desde o semestre passado! _comentou animado, tocar era uma das certezas de sua vida.

- Será um show e tanto! Eu adoro a banda de vocês... pena que será a ultima vez.

- É… estamos nos formando enfim… também não ouvirei mais seu violino _murmurou, um pouco triste.

- Faço concertos no teatro municipal, está convidado _coçou a nuca _até hoje ainda fico seriamente envergonhado de dizer isso.

- Esse menino é um prodígio! Nem sei como consegui um horário na agenda dele.

Jean riu da sua própria piada, entretanto, o outro se manteve apenas com um meio sorriso no rosto, que logo fora percebido.

- Eu... disse algo err-

- Não! Eu só estou... agradecido por hoje _abaixou a cabeça _pareço ocupado, mas a verdade é que ninguém parece lembrar que tenho vida ‘fora da escola. Além disso... _levou a ponta dos dedos até o curativo _...bom, obrigado.

- Por que está fazendo essa expressão triste, o que aconteceu? _segurou o pulso fino do outro com leveza _quem te machucou?

- Não foi exatamente uma briga _desviou o olhar _algumas pessoas não gostam do fato de eu ter atenção e blá, me empurraram na escada.

- Qual é a droga do problema dessas pessoas? _Jean murmurou _você é tão incrível, por que eles não tentam... deixar de serem lixo e aprendem algo com você?!

- Senpai...

- …me desculpe, não suporto gente covarde _balançou a cabeça com frustração.

- Tudo bem, já passou _deu os ombros _é assim que superamos essas pessoas, senpai que é uma pessoa incrível por pensar dessa forma! Ir bem nas provas não se compara a ter uma moral como a sua. Te admiro muito.

Look at the stars
Look how they shine for you
And all the things that you do

- Armin… posso te dar um beijo?

O loiro não respondeu, sua reação foi apenas se afastar alguns centímetros, mas Jean não desistiu.

- O ano acabará em dois meses, desde que te conheci venho tentando ser uma pessoa melhor, só agora no finalzinho tive coragem de te chamar para sair... eu gosto de você.

A confissão sincera saiu de forma natural, uma confissão de colegial terminada com um selar tímido de lábios.

Armin se despediu do amigo, na viajem de volta para casa ficara olhando a lua cheia através da janela do trem, se lembrando da sensação dos lábios macios sobre os seus e das mãos quentes em seu rosto. Jean por sua vez fazia a caminhada rotineira da estação até a casa, com um sorriso que insistia em enfeitar seu rosto sonhador, as mãos no bolso da blusa ainda suavam de ansiedade.

It's true, look how they shine for you
Look how they shine for you
Look how they shine for...


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos!



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