Desde o momento, em que pus meus olhos sobre o ser azulado que aparecera em minha frente, meu coração disparou, minha respiração falhou e perdi por completo a fala.

Com um sorriso magnifico no rosto, a pequena sereia de pernas disse-me um amigável “Olá”, mas eu, ainda paralisado por ver tão ser, não consegui dizer nada, apenas virei o rosto e sai andando.

Não conseguia encara-la, por mais que quisesse fita-la todos os dias, todas as horas e em todos os minutos, não conseguia.

Era irritante e totalmente frustante como o olhar daquela pequena azulada me desestabilizava totalmente. Era como um tsunami, que inundava meu corpo e destruía qualquer chances que eu tinha de reagir.

Mesmo totalmente paralisado, tive que viver em Sindria junto da sereia de pernas que me enfeitiçara. Quanto mais os anos passavam, mais a tortura se intensificava.

Queria protege-la, toca-la, conversar com ela, e te-la só para mim. Mas seu feitiço era extremamente forte e eficaz, conseguia derrubar todas as minhas defesas.

Foi então, que passei a irrita-la, era o único ato que conseguia fazer perto dela. No começo, me diverti muito vê-la ficar vermelha de raiva, ela ficava tão linda dessa forma. Mas com o passar dos meses, a tortura voltou a me atormentar, já não era suficiente te-la apenas perto de mim enquanto a irritava.

Foi desde que te conheci, no memento em que você, sereia de pernas, me enfeitiçou, que eu não consigo parar de ama-la.