Anjo. escrita por Tarumi Jaegerjaquez


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente linda! ♥

Quanto tempo, né? ;-;

Desculpem, é que eu tinha largado esse mundo, na verdade larguei tudo -nn

Mas enfim, espero que ainda lembrem de mim, e espero que gostem da minha nova One :3

Boa leitura, babys. *^*



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É madrugada. 01:06 da manhã. Rukia encontra-se no escuro, sozinha em seu quarto, iluminada apenas pela luz irradiada pelo monitor do seu laptop, devidamente apoiado em suas pernas. Naquela cena de descaso e conforto, de uma adolescente ouvindo músicas bobas e cantarolando, ninguém poderia supor que por aquela mente naquele instante se passa um filme. Poderia ir às telonas, se tivesse um pouco de clareza, ou se fosse um filme comum, ou se tivesse uma linearidade, ou se simplesmente ela tivesse coragem de dizer pra alguém essa mistura de passado e sonhos que tomava seus pensamentos.

“Ai meu Deus, acho que eu sou o Neville.”

A primeira lembrança um pouco clara. Houve algo antes desse dia, mas ela simplesmente não conseguia lembrar. Talvez por ter sido um acontecimento de antes de ela passar a se ater a detalhes, que viriam a ser ter importantes. A vida é cheia dessas coisas. Você conhece alguém, e nem percebe pequenos acontecimentos que futuramente, quando se para e pensa a respeito, foram tão importantes para o que se tem no presente.

Quem diabos pensaria que uma frase trocada com um semi-desconhecido seria importante um dia? Eu não pensaria isso, e a Rukia também não pensou. Por isso, enquanto cantarola uma música coreana idiota, a jovem pensa naquele dia, numa aula de laboratório, num sábado de manhã. A sua indiferença naquela época era tamanha, que não conseguia lembrar sequer em que época foi aquilo. Poderia ter sido em maio, ou setembro, não faria a menor diferença.

Algo interessante: Rukia é egoísta e egocêntrica. Parece boa pessoa, mas tem uma alma podre. Só algo muito forte e resistente floresce neste coração leviano e narcisista. Naquele sábado, ela fora bem sucedida na aula, superando até mesmo o melhor aluno. Somente por isso a conversa curtíssima ainda tem espaço na memória dessa jovem, e, unindo-se ao discreto elogio que recebera daquele rapaz com um colar das Relíquias da Morte, garantiu que fosse mais difícil esquecer.

Além de egocêntrica, Rukia é metida. Foi assim que acabou se aproximando daquele rapaz que ajudou a inflar ainda mais aquele ego estúpido na aula de laboratório. Se metendo na conversa alheia, mas disso ela lembra bem. Naquele mês, estava próxima de outra pessoa próxima a ele, que viria a se tornar outra lembrança inesquecível. No fim de tudo, todos os fatos se ligam, e todos se conhecem. No fim, vira tudo um conjunto de lembranças, umas mais nítidas e outras mais apagadas, como o filme que passa agora enquanto a adolescente canta tristemente uma música cujas notas trazem mais e mais lembranças a cada sílaba.

“Ei, conseguiu resolver essa questão?”

Mais uma lembrança que só tem seu lugar devido a fatores quase completamente alheios ao rapaz com o colar das Relíquias da Morte. Naquela noite, que também fora importante, ele acabou unindo duas pessoas que pareciam estar destinadas a ficarem juntas. No momento, ela não percebeu o que aquilo significava, e só agora ela percebe o quanto foi idiota se preocupando mais com sua própria felicidade, enquanto aquele rapaz, que acabara de se tornar mais próximo, fazia da felicidade alheia a sua própria. Só agora ela percebe o coração puro daquele que é capaz de sorrir ao ver alguém importante feliz, daquele que se preocupa e se sente mal por achar que fez algo de errado. Aquele paranoico que se sente culpado mesmo quando tudo está bem, que não relaxa até ver que realmente está tudo certo.

“Vocês vão ficar bem sem mim?”

Com essa frase, ele deu o empurrão final que faltava para que aquilo se concretizasse. A união que todos apoiavam com sorrisos e olhares e sinceros, iguais ao que ele deu antes de soltar minha mão e sair. Naquele dia ela achou que havia chegado onde deveria estar, com a pessoa perfeita no momento perfeito. Pareceu que seria eterno. Nesse momento, um sorriso triste e saudoso perpassa a face de Rukia, devido às lembranças daquele infinito que indiretamente ele proporcionara a ela. Ela teve um infinito perfeito naqueles poucos dias, com a pessoa perfeita. Mas ela não estava destinada a isso, assim como o diabo não está destinado ao Paraíso. Aquilo não podia pertencer a uma alma tão escura, que depois de um tempo sequer conseguia fingir. Bastou 1 mês, até que ela se desse conta de que aquilo estava errado, que aquela felicidade não era dela, e desde então tudo começou a desmoronar. Ela encontrou outro apoio, frágil e instável, que nem sabia da importância que tinha para aquele diabinho. No tempo em que esteve longe, ele foi o único que esteve com ela, fazendo-a esquecer do seu ex-infinito e do seu anjo com o colar das Relíquias da Morte.

“Como vai com o Kaien?”

Antes mesmo de ele terminar esta frase, Rukia o cortou, com uma frase dita em seu peito, com um abraço. “Eu terminei com o Kaien.” Isso foi dito quase ao mesmo tempo, como uma telepatia reversa, que foi só a primeira. No momento nenhum dos dois sabia o que aquilo significava, mas ela já sentia o quanto amava aquele rapaz com o colar das Relíquias da Morte. Aquele abraço foi um dos melhores, porque inconscientemente significou muito. Depois de tanto tempo matar a saudade, e dar um abraço tão bom como aquele. Encostar a cabeça no peito daquele anjo, e ouvir as batidas do seu coração. Ela agora fecha os olhos, e, lembrando-se daquele som que tanto lhe agrada, pensa que daria tudo para que aquele coração batesse por ela. Olhando para a lua, pede silenciosamente para Deus que faça com que ele a veja não só como um amiga, e corresponda aos sentimentos daquele coração frio.

“Não olha assim pra mim.”

Depois de uma semana ignorando a existência dela, o rapaz com o colar das Relíquias da Morte diz isso ao se aproximar. Rukia ainda lembra perfeitamente de como se sentiu naqueles dias que teve que vê-lo passar com outra, como se ela nem existisse. Depois de uma semana, ele veio de braços abertos para ela. Agora ela volta ao seu estado normal de frieza, que era o seu natural antes de tudo. Lembrar daquilo a deixara com muita raiva e ressentimento. Não dele, mas da garota que queria roubar seu anjo. Entretanto, ao dizer isso, Rukia não pôde simplesmente permanecer com raiva. Aquele olhar sincero derreteu e destruiu toda e qualquer barreira que ela havia criado para evitar danos aos seus sentimentos. Aquele olhar de culpa e sincero arrependimento fez com que ela se sentisse bem de novo, e se sentiu amada, muito mais do que jamais havia se sentido antes. Até tentou continuar com raiva, mas não podia resistir àquele olhar que tanto amava, e aos poucos um sorriso tímido surgiu em seus lábios. Orgulhosa como era, ainda assim fez questão de não demonstrar o quanto estava feliz quando deu um longo abraço no seu anjo, depois daquele dias horríveis que passara longe dele.

“Oi, amor.”

Foi algo tão simples, que talvez para ele tenha sido sem importância. Talvez ele tenha dito isso casualmente, como diria pra qualquer amiga, mas essa duas palavras fizeram Rukia ganhar o dia. Sorriu timidamente e olhou pra baixo, na tentativa de esconder a felicidade que aquele simples cumprimento causara nela. Agradeceu em pensamento por não poder corar, porque se pudesse com certeza o rubor a entregaria. O melhor de tudo, é que o rapaz com colar das Relíquias da Morte disse isso do lado da garota que ainda tenta roubar o seu anjo. Aquilo foi suficiente para recuperar o orgulho ferido da jovem, que ainda estava ressentida pelo que aquela garota havia causado. Era depois da aula, e na hora de ir embora eles simplesmente se abraçaram. Para ele foi um abraço como todos os outros, mas pra ela foi o melhor de todos.

Agora, em meio a devaneios, já são 02:20, e Rukia ainda escuta a voz dele ecoando em sua mente, repetindo aquelas duas palavras que a deixara radiante. Em meio a essas lembranças, um pequeno sorriso se forma, juntamente com uma fina lágrima que lhe escorrega pela face alva. Jamais se permitira chorar por alguém, mas ela simplesmente não aguenta mais ter que chamar de amigo aquele que ama. Tendo isso em mente, ela coloca o laptop no chão e deita para tentar dormir, e talvez sonhar que aquele anjo finalmente seria seu.


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Notas finais do capítulo

Nhá, espero que tenham gostado >u

Deixem reviews, ok? :3

Mesmo que não tenha gostado, pode xingar, eu vou amar receber uma crítica construtiva. 'u'

Obrigada, e até a próxima! õ/



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