Megaman 9 escrita por Tronos


Capítulo 2
Capítulo 02




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Apesar de estar meio amassado, e quente e úmido do corpo da Ryuko, eu não pude deixar de pensar que acordar com ela era muito mais confortável que dormir naquele cabide irritante. Ela ainda estava roncando quando acordei, roncando alto mesmo, com a bocarra aberta e os dentes pontudos a vista, e eu não pude deixar de achar isso bonitinho.

Me aconcheguei mais no corpo dela, tomando a liberdade de puxar um único fiozinho de sangue pra me manter alerta durante o dia, como um café da manhã. A picada era muito mais suave do que uma agulha, mas mesmo assim, ela piscou e acordou. Tinha baba no seu queixo e seus olhos estavam grogues, com o cabelo espalhado pros lados e aquela mecha vermelha espetada pra cima.

Acabei rindo com isso.

–Você não perde tempo... – ela murmurou, caindo de volta no travesseiro. Segundo o despertador ao lado, ainda faltava vinte e cinco minutos pra ela ter que acordar.

“Chame isso de... café da manhã”.

–Você pode ficar com os croquetes que sobrarem do meu prato, se quiser... – ela respondeu, sarcástica.

“Eu não sou seu cachorrinho Ryuko”.

–Hai, hai... – ela lambeu os lábios e bocejou, e enquanto encarava o teto, com tom de quem joga conversa fora, fez uma pergunta que eu nunca achei que precisasse responder – Que gosto tem o sangue?

“Humm... varia de pessoa pra pessoa, eu acho, mas eu acho que prefiro o seu”

–Por que diz isso?

“Você é deliciosa”.

Por algum motivo, ela corou, escuro mesmo, como uma beterraba.

–Eu sabia que era má ideia dormir com você – ela disse, gaguejando tanto que seria impraticável tentar explicar – Você é um pervertido.

“Ara... eu disse algo errado?”

–Você me chamou de gostosa... não é algo que se diga a uma garota dessa forma.

“Como eu deveria dizer então?”

–Não tem nem que dizer!

“Você preferia que eu achasse que seu sangue é ruim?”

–Não é do sangue que estou falando!

“Então...?” – as vezes, faze-la expressar seu ponto com clareza era uma vida...

Ela gaguejou mais um bocado de coisas, nenhuma fez muito sentido.

“Se esta falando sobre sua aparência, não se preocupe com isso, eu te acho linda também”.

Ryuko amuou e se cobriu com o edredom, mas garotas são garotas, e mesmo ela sendo muito moleca, e no escuro quente do seu corpo debaixo das cobertas, deu pra ver um pequeno sorriso brincando nos seus lábios.

Foi mais ou menos nesse meio tempo que a Mankanshoku-seja-la-qual-fosse-o-seu-nome-obaa-san abriu a porta, deixou uma bacia de croquetes que parecia poder alimentar um exercito ali e pediu que Ryuko me tirasse pra lavar.

“Pelo amor de Deus, não me deixe com essa louca, ela vai me matar!”

–Por que você esta tão preocupado? Você gostou do ferro na última vez...

“O ferro foi bom, mas ela vai ME MATAR!”

–Você vai ser desagradável se continuar sujo, Senketsu, não seja tão infantil e vá tomar banho...

“Não!”

Me agarrei no corpo dela com cada força das minhas fibras.

–Me solta seu uniforme idiota fedorento, vai se limpar!

Ela me puxou com força e caiu pra trás, rolando no colchão. Isso durou cinco minutos, até que ela estivesse ofegando, exausta. Eu teria me segurado ali pelo dia todo se não soubesse que mais alguns puxões seriam o bastante pra me forçar a larga-la, então disse a primeira coisa que passou pela cabeça.

“Me deixe tomar banho com você então!”

Ryuko trincou os dentes, com um rubor mais forte que a sua franja no rosto. Eu soube de cara que não tinha sido uma forma inteligente de chantageá-la, mas naquela hora, não importou nem um pouco.

“Se concordar com isso... eu vou te soltar, se não vai ter que me usar sujo!”

–Maldito... – ela fez mais uma tentativa, mas por fim, acabou caindo sentada no colchão – Tudo bem... seu uniforme de marinheiro estúpido pervertido.

Não sei por que, mas eu acabei pensando que a facilidade razoável com que fiz ela concordar com isso tinha a ver com o elogio mais cedo, então resolvi testar a sorte.

“Vamos Ryuko, você tem um corpo lindo, me ensaboe junto com você, pra que eu possa abraçar cada uma das suas curvas molhadas”.

Não foi uma coisa inteligente a se dizer. Sem mais palavras ela me tirou, com força, e me deixou largado encima do fuuton, fula da vida, saindo resmungando pra fora do quarto pra pedir um uniforme emprestado pra Mako. Como se isso não fosse o bastante, a obaa-san veio logo em seguida, com uma tina de roupa e aquelas mãos violentas e sem consideração.

“Ryuuuuuuuuuuuko!”


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