Primeiro dia de aula, que legal (sentiu a ironia?). Acordei e percebi que já estava um pouco atrasado. Sai correndo e tomei um banho rápido. Coloquei uma calça jeans, blusa vermelha escura e um casaco, pois estava frio. Desci as escadas correndo, peguei minha mochila e meu pai apareceu já vestido com um casaco grosso e calça caqui. Hoje ele iria procurar um local para montar seu consultório, então já devia estar de saída.

– Eu te levo para a escola – disse ele pegando a chave do carro

– Vou de bicicleta – respondo simplesmente e pegando minha mochila.

– Por quê? Eu posso te levar.

– Eu aprecio a oferta, mas você esta uns 10 anos atrasado – falei friamente e andei a até a porta, a fechando com força quando sai.

Peguei minha bicicleta e comecei a pedalar pelas ruas de São Francisco. Estava muito frio, acho que iria nevar. Olhei em um papel o endereço do colégio e fui pedalando até chegar.

Cheguei à escola. O lugar era gigante, tinham dois prédios enormes, uma para o fundamental e o outro para o colegial, eles eram feitos de tijolos e tinham alguns detalhes em branco. Muitas pessoas encontravam-se sentadas pelos bancos espalhados e conversando em rodinhas.

Fui andando para guardar minha bicicleta depois me dirigi ao segundo prédio, o do colegial. Estava chegando na estrada quando vejo um grupo de pessoas conversando e dois desse grupo, possivelmente gêmeos já que era iguais, vieram falar comigo.

– Cabelo legal. O que aconteceu com seu pente? – falou um dos meninos. Eles tinham cabelos castanhos com cachos desalinhados, sorriso torto e um brilho divertido no olhar.

– Ei, você – falou o outro que tinha os mesmos traços do irmão só que um pouco mais alto. Eu já estava acostumado com isso e passei reto – Meu amigo te fez uma pergunta. Cadê sua educação? – Finalmente me virei.

– Desculpe, eu não entendi, não falo com idiotas. Mas já que você obviamente fala pode traduzir para mim. – falei e sai andando.

Uma das meninas sentadas no banquinho me olhou e eu nem percebi que estava sendo seguido por ela, até que entrei nos grandes corredores.

A escola por dentro é enorme e tem armários espalhados pelos corredores e muitas pessoas conversado animadamente, nem se importando comigo, mas olhando a menina que me seguia com admiração, luxuria por parte dos garotos e inveja de algumas meninas.

– Hey – disse a garota querendo chamar minha atenção.

Quando me virei para olhar eu pude ver como ela era bonita. Tinha cabelos enrolados que caiam em suas costas como cascatas loiras. Olhos cinza lindos e fascinantes, que a davam um olhar de superioridade e mistério.

– Hã... Ah! Hey! – Demorei a responder, já que estava fascinado por sua beleza.

– Foi corajoso lá fora. – ela disse, e eu tive a impressão que ninguém falava assim com aqueles babacas.

– Não foi coragem e sim estratégia. –falei simplesmente, e ela pareceu curiosa mas não pergunto sobre minha estratégia.

– Então as pessoas são tão ruins assim em NY? – espera! Como ela sabia que eu era de NY?

– Como sabe que eu sou de NY? – Perguntei

– Aquele médico que se mudou pra cá. Ele é seu pai não? – assenti – Dês de que isso saiu nos jornais é só o que falam por aqui. – Achei normal, já que meu pai é um médico famoso que não tem tempo para sua família.

Ouvimos o sinal tocar, avisando que teríamos que ir para a sala. A menina, que eu ainda não sabia o nome parou e disse:

– Bem é o sinal – Concordei – Então... Vemos-nos por ai! E devemos almoçar juntos qualquer dia. – falou e saiu andando.

Fiquei parado no lugar. A menina mais linda que eu já vi está me chamando para comer com ela?! E eu nem se quer perguntei seu nome! Eu tenho que saber seu nome!

– Espera! – consegui gritar e ela se virou, jogando seus cabelos para o lado e me olhando com curiosidade – Qual seu nome?

– Annabeth. E eu gostei do seu cabelo. – falou e saiu andando e se juntou com uma menina Punk no meio do cominho. Eu fiquei ali, com um sorriso bobo no rosto.

– Ela é de mais cara. – menino emo apareceu no meu lado repentinamente. – Sou Nico Di Angelo e você?

O menino usava calças pretas e uma blusa da mesma cor. Ele tinha cabelos pretos e bagunçados, mais nem tanto quanto o meu. Seus olhos eram pretos e tinham olheiras abaixo dos mesmos.

– Percy Jackson. – Respondi simplesmente.

– Você tem sorte de ela estar falando com você, ela é a menina mais popular do colégio! Todos querem falar com ela, só que ela só anda com o grupinho dela e sua amiga Thalia Grace. – Percebi que quando ele falou o nome dessa tal de Thalia seus olhos deram um leve brilho apaixonado. – Mesmo assim ela e poucas de suas amigas não são fúteis iguais as outras.

– Legal cara. Mas pelo visto você não é tão popular?

– Não, minha irmã, Bianca, é. Eu prefiro andar sozinho ou com meus poucos e verdadeiros amigos. Acho bom eu apresenta-lo para eles, almoce com a gente hoje que eu vou apresentar você! Eles vão gostar muito de te conhecer.

– Veleu cara! Então agente se encontra no refeitório! – Felei e olhei o papel em minha mão que contém meus horários. Primeira aula Matemática.

As aulas demoraram a passar. Quando o sinal finalmente tocou sai correndo para o refeitório. Já que quando cheguei não vi ninguém que eu conhecia fui direto para a fila pegar meu almoço.

Com a bandeja em mãos olhei em volta a procura de Nico. Eu finalmente o encontrei sentado em uma mesa mais afastada. Na mesa também estavam um menino com cabelos castanhos e encaracolados usando uma touca e com muletas apoiadas ao seu lado; uma menina morena com olhos castanhos e cabelos bem encaracolados da mesma cor; um menino grande e forte, mas com cara de urso panda e um menino com feições de elfo e olhar divertido.

– Hey. – Falei quando cheguei a mesa.

– Gente esse é o Percy, e eu o convidei para comer com a gente beleza? – Perguntou Nico olhando para todos na mesa, que apenas assentiram com a cabeça. – Percy esse é o Grover – ele apontou para o menino com muletas – Hazel – a menina de cabelos encaracolados – Frank, namorado da Hazel – O menino-panda – E Leo – O menino com cara de elfo.

– Olá – responderam todos juntos.

– Oi – falei timidamente e me sentei.

Ficamos conversando muito tempo. Eles eram muito divertidos e gostavam de brincar um com os outros. Estávamos conversando sobre galhinhas assassinas (não me pergunte como chegamos a este assunto) quando todos pararam de falar de repende e olharam para meu lado. Eu depois de um tempo percebi que ninguém mais ria resolvi olhar para o lado.

– Oi, Percy certo? – Perguntou Annabeth.

– Oi! Sim. Quer se sentar? – falei para ser educado, mas ninguém na mesa pareceu gostar.

– Não obrigada. – Ela deu um sorriso meia lua e continuou – Só queria saber se você quer ir a um lugar comigo?

Pelos deuses! A menina mais linda com quem eu já falei quer que eu a acompanhe para algum lugar? Não tem como não recusar.

– Sim! – falei com certeza em minha voz e com um grande sorriso.