I'M THE MOCKINGJAY escrita por Serena Bin


Capítulo 1
Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.Uma fic curtinha sobre uma ideia que tive para um episódio da série Glee envolvendo outra ideia que amo: Jogos Vorazes. Espero que gostem.



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É manha de quinta-feira e estou andando em direção ao meu primeiro dia na escola nova. É um prédio grande e bem conservado na periferia de Lima, Ohio.

– O McKinley High é um ótimo lugar pra se estudar, daqui saíram grandes prodígios como Carly Maggie, que hoje estuda em Harvard, Joel Kinder, redator júnior do The New York Times e sem falar é claro, em Rachel Berry que, está brilhando em NYADA. - diz Parrew Smith, o novo diretor do colégio.

Fico impressionada. Minha antiga escola em Clevelend não é nem um pouco parecida com essa.É tudo tão grande e com tantos alunos. Tantas diversidades, tantas pessoas diferentes, acho que que estou finalmente no lugar certo. Aqui ninguém vai rir de mim.

Caminho rapidamente seguindo o diretor. Estamos em frente a uma porta onde penso ser a sala do quarto ano.

– É aqui. - diz o diretor - sua primeira aula é de...

– História - respondo.

Ele abre a porta e eu entro na sala que ainda está recebendo alunos. Me sento na primeira mesa livre que encontro, e fico quieta lendo as atualizações de meu facebook. Permaneço entretida até que a voz de uma mulher corta minha atenção . Levanto o olhar e vejo aquela que suponho ser Loren, a professora de história.

Loren rapidamente deposita em cima da mesa grande ao lado da lousa sua bolsa e seus livros.

– Bom dia crianças. - Ela diz tirando o casaco. - Abram suas apostilas na página 344, continuaremos o assunto da aula passada. Espero que tenham pesquisado sobre o pan-eslavismo russo... Mas antes vamos À chamada.

Então ela começa, chamando um a um e dando presença em seu diário de classe.

– Alguém não foi chamado? - a professora pergunta ainda de cabeça baixa.

Sem olhar para os lados noto que estou sendo observada. Muitos pares de olhos caem sobre mim como seu eu fosse a mais nova atração de algum circo.

Estremeço quando uma voz do fundo da sala diz:

– Aquela menina ali. - diz a voz que mesmo sem olhar sei que está apontando para mim.

Me encolho na tentativa de não ser vista, mas é tarde.

– Oh, uma aluna nova... - diz a professora levantando o olhar - vamos lá, diga seu nome para que eu possa anota-lo em meu caderno.

Não vejo, mas sei que estou vermelha. Não sou exatamente tímida, mas exposição em público nunca é algo bom para mim.

Fico em silencio e ela torna a perguntar meu nome. Me levanto e vou até sua mesa e digo baixinho em seu ouvido. Acompanho o restante da sala olhar para mim.

É quando a professora se levanta e me apresenta para a classe:
– Bem pessoal, essa é Katniss McAdams e...

Não há tempo para que a professora termine sua fala. Os risos debochados tornam qualquer palavra inaudível.

–-

Eu realmente gosto de meu nome. É sinÔnimo de força e beleza. Nunca tive problemas com ele, mas de uns anos para cá começei a ser alvo de brincadeiras e piadas de mau gosto. Por que?

– Katniss Everteen? - uma garota loira vestida de líder de torcida pergunta.

– Everdeen, Brittany - corrige um rapaz negro com maquiagem ...ou deve ser uma garota?

Sinto o rosto queimar. Isso tem acontecido com frequencia.

– Hey Katniss, não quer fingir ser minha namorada? - um outro rapaz moreno e desleixado debocha, o nome em sua blusa é Puck.

Identifico que a voz que me anunciou era a dele.

– Crianças! Silencio. - Tentou acalmar a professora.

Voltei para meu lugar de cabeça baixa, constrangida não pelo nome, nem pela comparação mas pelo ar de piada que me torno logo depois que fico conhecida.

Depois do almoço me dirijo ao corredor onde meu armário está situado.

Vejamos, armário 132...

Encontro meu armário. Abro a porta e deposito meus livros dentro dele, fecho-o e sigo em direção a sala de minha próxima aula.

Eu ando devagar, olhando para frente, mas sem prestar atenção em ninguém.

De repente sinto meu rosto congelar.

– Bem vinda a arena tributo! - Diz o rapaz de uns dezenove anos acompanhado por mais tres outros caras.

Após jogarem raspadinha em mim, os quatro desaparecem sem dar explicações.

Vejo os outros alunos com olhos arregalados olhando para mim. Uma mistura de pena e vergonha, mas ninguém segura o riso.

Tento retirar o excesso do líquido gelado que escorre pelo meu rosto e fico parada por alguns segundos até que a multidão se dispersa.

Estou pensando que essa talvez seja a situação mais embaraçosa que já vivi por causa de meu nome.

De repente noto que uma garota se aproxima de mim.

– Venha comigo. - diz a moça, recolhendo meus pertences molhados. - Não se preocupe, é raspadinha de morango, não vai manchar suas roupas.

Eu a acompanho calada.

Entramos no banheiro feminino. Eu lavo meu rosto com agua e sabão para tirar a sensação grudenta que aquilo deixou em mim. Mas minha blusa ainda está molhada. A moça retira de sua bolsa uma camiseta limpa e me oferece.

– Toma, vista isso.

– Obrigada, mas não é necessário - digo cordialmente .

Ela insiste e eu acabo aceitando.

Visto a camiseta. É um pouco larga, mas consigo me ajustar a ela.

– Voce está bem? - a garota pergunta.

– Acho que sim. - Respondo.

– Voce teve sorte de a raspadinha não ter sido de framboesa...voce estaria perdida. - Ela diz rindo.

– Sou Marley.

– Katniss. Respondo

Ela ri.

– Katniss? como a personagem do livro?

– Sim.

– Minha mãe é uma grande fã da série. - Brinco.

Marley ri.

– Então Katniss, falando sério, sua mãe não pode ter te dado esse nome por causa da Katniss Everdeen...

– E não deu. Era o nome de minha avó que faleceu dois dias antes de eu nascer.

– Ah. Isso faz mais sentido - Marley ressalta.

– Então Marley, quem são aqueles caras?

Marley revira os olhos e responde:

– Ben Karofsky e sua gangue. Fizeram isso comigo também.

Eu ouço com espanto. Na minha antiga escola se alguém sofria bullying era amarrado na cadeira, tinha goma de mascar grudada nos cabelos, mas nunca raspadinha jogada na cara. Isso é crueldade, ainda mais no inverno.

– Pensei que ninguém se importaria com meu nome. - Eu disse.

– Ninguém se importa mesmo, só fazem isso porque são infantis como bebes do jardim de infância.

Nós duas rimos.

– O que vai fazer depois das aulas? - Marley me pergunta ansiosa.

– Ahm...não sei. Pensei em ir para casa estudar um pouco. - Respondo.

– Se quiser, pode me acompanhar no clube Glee.

– Clube Glee?

– Sim! Música, teatro, dança ...estamos ensaiando um número para concorrer as nacionais daqui duas semanas.

Dança? Não sei dançar. Teatro? Não sou muito talentosa. Música? Bem...meu único palco até hoje foi o chuveiro. Definitivamente não.

– Então? Acho que voce iria gostar.

– Acabo cedendo.

–--

Marley e eu nos encontramos após o fim das aulas.

Seguimos para algo a que ela se refere como clube Glee.

Entramos em uma sala onde existem algumas cadeiras, uma pequena banda e noto algo no canto direito da sala, coberto com um pano, algo que julgo ser um piano.

Grande e imponente. Um belo piano de cauda.

– Boa tarde meninos e meninas. - Diz um homem alto de cabelos cacheados. Seu nome é Will Schuester, maestro do coral, Marley me explica.

– Muito bem. As nacionais estão aí e temos que aprimorar nossas performances se quisermos manter nosso título e conquistar o bicampeonato. Por isso quero sugestões criativas, já que esse ano teremos um novo desafio. Além das canções livres, teremos um tema para seguir, uma espécie de script musical. Alguma ideia?

Olho para a sala e noto que ela está lotada.

Cerca de dezenove jovens se amontoam no fundo do local. Reconheço a loira que errou meu nome durante a aula no meio. Brittany, me recordo de seu nome.

– Humm...porque não falamos sobre amor. - um rapaz de olhos cinzentos e cabelos escuros sugere.

– Isso é bom, mas um tanto batido não acha Blaine? Precisamos de algo novo. - Disse o maestro.

Toda a turma se calou buscando alguma ideia válida.

– Bem, deixemos isso para outra hora, vamos nos concentrar por enquanto no número que já temos. - disse uma voz irritante vinda do meu lado.

– Kitty. - Marley fez sinal de nojo.

Eu ri.

– Ok. - concordou Will- mas amanha quero alguma ideia, agora vamos ensaiar.

Imediatamente, todos os integrantes do coral se alinharam e cantaram uma versão belíssima da música Ride, de Lana Del Rey.

Havia dança, a coreografia era puxada majestosamente por Brittany e por um garoto baixo de olhos claros.

Após o término da cançao, houve mais um ensaio, dessa vez um solo de Marley, na música Let It Go - de Idina Menzel. Me surpreendi com sua voz. Marley canta muito bem. De maneira geral, o clube Glee é bom. muito bom.

Ao término do ensaio, Marley me apresenta ao maestro que elogia sua atitude em trazer mais uma integrante para o Novas Direções- esse é o nome do coral.

– Boa iniciativa Marley. Estamos precisando de uma voz para substituir Tina, que teve o azar de pegar catapora nos momentos finais dos ensaios. - Will diz com pesar.

– Bem, eu a trouxe para conhecer o coral, quem sabe se ela gostar talvez possa nos ajudar. - Marley responde dando um tapinha em meu ombro.

– Receio que eu não seja muito talentosa. Conheço o perfil de cantores do coral. - Digo olhando para Marley.

Todos rimos.

– Vamos marcar uma audição. Voce está livre amanha à tarde? - Will me convida.

Eu exito.

– Acho melhor não. - Respondo.

Marley e Will tem o olhar de desapontamento.

– Desculpe. - Digo tentando ser gentil - Tenho certeza de que voces vão encontrar uma voz para substituir a moça que ficou doente.

Will e Marley concordam. Nos despedimos do maestro. Marley e eu continuamos na sala.

– Então? O que achou? - ela pergunta

– Muito bom. Voces são muito talentosos. Realmente merecem vencer as nacionais.

Marley concorda, mas a desanimo em seu olhar.

– Receio que só talento não basta. Não estamos muito bem esse ano. Perdemos pontos em duas apresentações, a verdade é que desde a saída de Rachel Berry , a principal solista do coral, o Novas Direções anda meio mal das pernas.

Ouço as lamentações de Marley.

– Já ouvi falar dessa Rachel Berry. Ela está em NYADA não é? - Pergunto.

– Sim, foi aceita ano passado. - Marley responde.

– Devia ser muito talentosa.

– E era. Eu não a conheço pessoalmente mas dizem que ela é uma superstar nata. Canta, dança e interpreta com perfeição.

– Bom, de qualquer forma tenho certeza que existem vozes tão boas quanto a dela, aqui mesmo no McKinley High. - Digo otimista.

Marley apanha sua bolsa e se dirige a porta.

– Voce não vem? - Ela pergunta.

– Ainda não. Preciso resolver algumas pendencias na direção. - Respondo.

– Então nos vemos amanha.

– Nos vemos amanha. - digo.

Marley se despede e vai embora.

Estou só na sala de música.

Arrumo meus cadernos dentro de minha mochila. Estou prestes a sair quando sinto algo me prender À sala.

Olhos para o lado direito e o vejo. Me chamando. Me intimando a toca-lo. O piano.

Descubro o velho e empoeirado instrumento. Apesar de sujo está bem afinado.

Sento no pequeno banco e fecho meus olhos, sentindo as teclas macias em meus dedos.

Toco a primeira nota, e ele me vem À cabeça. Meu pai.

Morto a tanto tempo, mas ainda vivo em minhas memórias.

Começo a tocar as teclas, emitindo uma melodia suave. Lembro-me da última canção que o ouvi tocar :I wanna hold your hand.

Me transporto para outro lugar. Meus dedos apenas andam pelas teclas, mas sei que as notas estão corretas.

Termino a canção quanto as lágrimas atingem meus dedos.

Abro os olhos e tenho uma surpresa.

– Acho que já encontramos nossa substituta.

Will e Marley estavam juntos, parados do lado de fora da sala.

– Que papo foi aquele sobre não ser muito talentosa?

Will pergunta.

Nada respondo.

– Ela só estava com medo. - Marley diz.

– Diante de tal apresentação, você está convocada a ser a mais nova integrante do Novas Direções.

– Mas... - objeto.

– E não aceitamos não como resposta. - Marley me encara.

Não tenho escolha. Então aceito.

–-

Os dias passam e a cada dia fica mais próxima a data das nacionais.

Tenho me encontrado todas as tarde com o coral.

Embora nosso número esteja maravilhoso, ainda nos falta o tema do nosso Gran Finale.

– Nove dias se passaram desde então. Alguma sugestão para o tema de nossa última prova?

– Poderiá-mos falar sobre cinema. - Sugere Unique, a figura andrÔgena que hoje está usando um casaco de plumas vermelhas.

Will pensa e analisa em seguida indaga :

– Cinema é um tema vasto. Precisamos de algo menor. Uma ideia para poder-mos escolher as canções, um filme quem sabe, mas qual?

– Titanic? - Diz Kitty.

– Legalmente loira? - Sugere Blaine.

– Grease? - Fala Marley.

– Todas são boas ideias, mas todos esses temas são surrados demais. - Diz um garoto cadeirante, Artie é seu nome.

– Eu não tenho ideia de que mais podemos falar, é melhor desistir-mos do tema cinema. - Diz Blaine.

– Acho que estamos encrencados. - Diz Unique.

Um silencio paira sobre a sala. Até que Brittany involuntareamente solta uma frase.

– É. Que a sorte esteja sempre ao nosso favor.

Todos se entre olham. Uma ideia surgiu.

– É isso. Brittany voce é um gênio. - Comemora Artie.

– Porque não cantamos sobre a história de Jogos Vorazes?

– Pode dar certo. O Mockingjay nós já temos. - Puck diz.

Imediatamente o grupo inteiro olha para mim.


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Notas finais do capítulo

Então o que acham da Katniss que criei?
Lembrem-se Bullying é crime além de ser uma coisa muito feia.



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