Fogo e Gelo Edward e Bella escrita por Bia Braz


Capítulo 12
Capítulo 12 Nupcias




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Capítulo 12 Nupcias escrita por BIA BRAZ

Fugi da festa o mais secretamente que pude, considerando que estava cercada por cerca de seiscentos convidados. As poucas pessoas que me viram ficaram tão surpresas que não falaram nada. Cobri o rosto com o véu do chapéu e esperava que isso confundisse algumas pessoas, mas não deu certo.

Ao atingir o extremo oeste do jardim, quase atropelei Carlisle Cullen e Rosalie Newton, que andavam juntos. Eu não estava certa se fora por choque ou surpresa, mas as patas dianteiras do cavalo levantaram-se do chão.

—Sem dúvida você é a gêmea que se casou com um Cullen e agora está fugindo.—Carlisle olhou-me com ar divertido.

Antes que pudesse falar, Rosalie respondeu: —Se eu conheço Edward, seu orgulho foi ferido no altar e ele fugiu para algum lugar para lamber suas feridas. Você, por um acaso, não está indo atrás dele, está?

Eu não estava certa de como deveria agir com a mulher que fora amada por meu marido. Com toda a frieza que pude reunir, meu queixo bem levantado, respondi:

—Sim, estou.

—Muito bem! Ele precisa de uma esposa com sua coragem. Eu sempre insisti que ele viesse comigo. Espero que esteja preparada para a raiva dele. Às vezes, é bastante assustadora. Desejo a você toda a sorte do mundo!

Fiquei tão espantada com as palavras de Rosalie que não consegui responder. Estava dividida entre o sentimento de raiva de que alguém mais conhecesse meu marido, e a gratidão por Rosalie estar me dando um bom conselho. E, também, parecia que Rosalie tinha desistido de ter algum direito sobre Edward. Seria Edward que estava apaixonado, e Rosalie não o quisera?

—Obrigada.—Murmurei e parti, afastando-me deles.

Não encontrei mais ninguém e respirei aliviada quando passei os limites da cidade de Forks e dirigi-me para o campo.

A primeira parte da jornada era fácil, e tive tempo para refletir sobre o que deveria estar acontecendo na casa de Edward. Pobre Annebell! Realmente quisera fazer o bem. Pensava que eu queria Jacob, e então estava pronta a fazer o supremo sacrifício de passar o resto de sua vida com um vilão como Edward Cullen. Talvez fosse isso que Edward sentira, que ele era o remédio que Annebell tomaria, por ter prejudicado a vida de sua irmã Bella.

Claro, Edward não entendeu que nenhum dos convidados pensaria nada disso; para eles, seria um motivo para caçoarem. Eles arreliariam Jacob por conhecê-lo desde que era criança. Se Edward tivesse ficado e rido, tudo seria esquecido - mas Edward ainda não dominava a arte de ser capaz de rir de si mesmo.

Cavalguei até o pé da montanha, o mais rápido que foi possível, e comecei a subir a trilha que eu e Edward tínhamos ido antes. Ao atingir o local onde tínhamos feito o piquenique, desmontei e tomei um pouco de água no rio cristalino. Acima de mim, havia o que parecia ser um intransponível trecho da montanha. Mas Edward dissera que sua cabana era lá em cima e, se ele estava lá agora, eu iria encontrá-lo.

Tirei a jaqueta, amarrei-a no cavalo, e tentava ver um caminho através dos arbustos e pinheiros. Vi o que poderia ser uma espécie de trilha. Ia direto para a montanha por uma plataforma rochosa que desaparecia em meio às árvores.

Por um momento, fiquei pensando o que estava fazendo naquele lugar, no dia de meu casamento. Naquela hora, eu devia estar usando um vestido de cetim e dançando com meu marido. Esse pensamento me trouxe de volta para o presente. Meu marido estava no alto daquela montanha. Quer dizer, talvez estivesse. Jasper poderia estar enganado, e Edward podia estar em um trem a caminho da África.

Após ter dado água ao cavalo, prendi o chapéu na cabeça para proteger-me do sol, e tornei a montar.

A subida era pior do que parecia. Às vezes, a trilha se estreitava de tal forma que os galhos das árvores arranhavam minhas pernas, e tinha dificuldade em forçar o cavalo a andar pelo caminho sinuoso.

Arrumei o cabelo, preocupada. Queria estar com minha melhor aparência quando chegasse.

Rosalie POV

Nem eu imaginava que a gêmea Forks poderia ser tão forte assim ao ponto de ir atrás dele. Sorri comigo mesma, lembrando do que ele disse. Ela era uma mulher de atitude. E era notório que não estava se casando com ele só pelo seu dinheiro. Qual a mulher interessada em dinheiro que deixaria o casamento e subiria a montanha atrás de um homem quando poderia simplesmente esperar e ficar com tudo que ele tinha?

—Carlisle, por que você nunca foi procurar Edward lá em casa quando ele era novo?—Perguntei, enquanto ainda caminhávamos no jardim. Já tinha se passado algumas horas que conversávamos e as pessoas já começavam a ir embora. Abruptamente parei e de longe pensei ter uma alucinação. Era um garoto forte, com aparência grosseira, cabelos louros, os músculos fortes, que gargalhava alto, brincando de briguinha com mais quatro garotos pela grama. De costas parecia Edward quanto tinha quinze anos.

—Sempre soubemos que Edward era mais bem criado lá... Ainda tinha o outro fato... No fundo sabíamos que os Newtons tinham direitos sobre ele.—Ele seguiu o meu olhar e sorriu. —Eles são parecidos, né. É Emmett. Tem dezenove anos, mas se comporta como um moleque de quinze.—Carlisle sorria.

Engoli em seco e nesse instante lembrei-me do meu Edward antigo. O que eu amava nele eram a juventude, o jeito altivo e seguro de se portar. Hoje ele se porta sempre desconfiado. Tem vinte e seis anos, porém parece mais um velho super responsável. Ele não serve mais para mim.Não valeu a pena...E agora não tenho co mo voltar atrás... Ele odeia mentira...Mas não tem como descobrir.

Minha alma é jovem e aventureira, e sonhava com Edward antigo. Porém, fui presa durante anos e não agüentaria outro velho... Sinto saudade de quando rolávamos nos fenos, época em que ele era livre e despreocupado. Era simplesmente o garoto do estábulo que se agarrava a filha do patrão.

As descobertas que ele teve durante a vida junto com todo o dinheiro que ele conseguiu, lhe roubou a juventude, a confiança e lhe trouxe amargura.

—Rosalie?—Carlisle me chamou e só então eu percebi que olhava há tempos demais o garoto tentando se soltar de outros dois que o imobilizavam. —Emmett, venha aqui.—Carlisle o chamou com a voz severa. Os garotos pararam a brincadeira e o garoto louro levantou o olhar, mirando em nossa direção.

—Não é briga, tio. Estamos só testando quem é o mais forte.—Explicou com a voz grossa e olhou para mim.

—Vem aqui.O garoto veio encabulado, passando as mãos no cabelo.

—Essa é Rosalie Newton.—Apontou em minha direção e o garoto arregalou os olhos. Que eram extremamente azuis.

—Olá, Emmett.— Disse suavemente.

Ele passou as mãos no cabelo desconcertado e, de perto, vi que as semelhanças com Edward eram poucas, a não ser pelo corpo desenvolvido em músculos.

—Você é a pessoa que deu nome às minas e ao parque?— Disse parecendo me acusar.

—Não.—Sorri sem jeito. —Quem deu os nomes foi meu pai.Ele me olhou da cabeça aos pés. —Por que está de preto em um casamento?—Carlisle coçou a garganta, parecendo estar sem jeito com as perguntas do garoto.

—Por que eu sou viúva.—Respondi constrangida. Não devia, mas estava constrangida. —Vou tirar o preto em um mês.

Ele agora não me olhava, ele me estudava.

—Você não parece uma velha para ser viúva.

—Emmett!—Carlisle lhe chamou a atenção e eu sorri contente. Estava feliz que ele não me achasse uma velha.

—Tenho vinte e quatro anos.—Fiz questão de esclarecer e comecei a calcular mentalmente a diferença da nossa idade.

Pensei: O que será que as pessoas falariam se soubessem que a viúva Newton está rolando agora com um garoto de dezenove anos? Sorri mentalmente. Rá! Falarão muito mais quando souberem que supostamente tenho um filho com Edward...

Supostamente.

Deus, e se ele descobrir?

Pro inferno todos, eu não me importo. Está feito. Além disso, o menino tem os nossos traços.

—Ah, eu tenho dezenove.—Pareceu um lamento da parte do garoto. Eu olhava intensamente para ele, então notei o olhar minucioso do Carlisle em minha direção. Sorri sem jeito.

—Vou à cozinha buscar uma água, depois vou ver onde está Alice.—Carlisle saiu sorrindo e eu apontei um banquinho para que pudesse sentar com o garoto. Ele me olhava estranhamente, como se não acreditasse que eu realmente existisse, ou como se eu fosse uma aparição.

—O que você quer comigo, moça?—Ele foi direto ao ponto.

—Vamos conhecer o estábulo?—Apontei para o fim da propriedade.

—Não! Eu o odeio. Não quero andar pela propriedade dele. Da onde você conhece ele?—Perguntou ríspido.

—Você não deve nem conhecê-lo para odiá-lo.—Dei um tapinha em seu ombro —E de onde eu o conheço? Ele também é meu primo.—Sabia que ele era um menino, mas eu tinha que ser honesta se eu iria concretizar meus propósitos com ele. —Além disso, tivemos um filho juntos.—Eu não menti. Ter eu tive.

—Você teve um filho com seu primo?—Censurou com uma careta.

—Sim. Mas na época não sabíamos que éramos primos. Eu só soube hoje por que seu tio me contou.

—Ah... Você ainda é amante dele?—Olhou para o meu busto com interesse.

—Não!—Abri a boca assustada com as perguntas diretas dele.

Ele deu um sorrisinho, e esse sorriso não era mais de um garoto. Havia malícia.

—Onde é o estábulo?—Ergueu uma sobrancelha, mostrando que tinha entendido o que eu tinha falado antes.

Engoli em seco e acenei com a cabeça. Meu coração acelerou, nessa hora eu me senti uma irresponsável garota de quatorze anos e adorei a sensação.

—Eu vou na frente.—Levantei e ele voltou para onde os outros garotos estavam, voltando a brincar de brigar.

Não acreditando que eu fazia aquilo e que teria um homem diferente depois de anos, caminhei em direção ao estábulo.

Bella POV

Com a subida, o ar tornava-se rarefeito, e a área à minha volta adquiria cada vez mais o aspecto de uma floresta de zona chuvosa.

Uma hora mais tarde, tive o primeiro sinal de boa sorte: encontrei um pedaço de roupa de casamento de Edward, preso em uma ponta aguda de pedra. Meu alívio por ter encontrado a prova de que na verdade ele estava no alto da trilha foi enorme. Com espírito renovado, forcei o cavalo relutante a subir.

Eu poderia ter continuado muito bem, exceto pelo fato que começou a chover. A água fria que caía do céu se unia àquela juntada nas rochas acima e descia sobre mim, tornando impossível a visibilidade. Eu tentava, ao mesmo tempo, manter a cabeça baixa e os olhos na trilha, quase imperceptível à minha frente.

Os relâmpagos começaram a assustar o cavalo que dançou no caminho escorregadio. Depois de lutar com a chuva e o cavalo, desmontei e conduzi o animal, concentrando-me em achar o caminho através do dilúvio.

Num certo ponto, a trilha corria ao longo de uma estreita saliência de uma rocha íngreme. A cada passo que dava, parava para agradar o cavalo.

—Se não estivesse carregando a comida, eu o deixaria ir.— Disse aborrecida.

Já na extremidade da saliência do penhasco, um relâmpago iluminou a escuridão e vi a cabana. Por um momento, fiquei totalmente imóvel, olhando através da chuva que me escorria pelo rosto. Tinha começado a duvidar da existência da cabana. E agora, o que faria? Iria até a porta, bateria e, quando Edward atendesse, diria a ele que tinha passado para lhe deixar meu cartão de visita?

Já tinha quase decidido voltar, quando tudo virou um inferno. O idiota do cavalo, que praticamente empurrava montanha acima, relinchou, foi respondido por outro cavalo, e resolveu correr em direção à cabana não se importando que eu estivesse em seu caminho. Gritei quando caí na lama e comecei a rolar pelo lado da montanha, mas o barulho de um tiro disparado em minha direção abafou minha voz.

—Dê o fora daqui se quiser manter a pele.—Gritou Edward na chuva.

Estava pendurada na beira do declive, agarrada às raízes de um pinheirinho e tentando encontrar apoio para meus pés soltos. Estaria ele tão enraivecido a ponto de atirar em mim?

Agora não era hora para fazer perguntas. Ou eu deixava-me escorregar para a morte, ou enfrentava o humor de Edward.

—Edward.—Gritei sentindo os braços escorregarem. Quase imediatamente, o rosto dele apareceu sobre o beiral.

—Meu Deus!—Falou incrédulo, enquanto estendia sua mão para agarrar o meu pulso.

Com bastante facilidade, puxou-me para o alto, colocou-me no chão e afastou-se. Parecia não acreditar que eu estivesse lá.

—Vim para vê-lo.— Disse com um sorriso amarelo, cambaleando um pouco.

—É bom tê-la aqui.—Sorriu torto, estranhamente bem humorado. Pisquei incrédula de sua mudança de humor, mas resolvi não dar sorte para o azar com perguntas. —Não tenho muita companhia aqui em cima.— Disse dando uma piscada.

—Talvez seja a sua maneira de receber que expulse seus visitantes.—Respondi, acenando com a cabeça para a espingarda na mão dele.

—Quer entrar? Tenho fogo lá dentro.—Sua voz estava bastante intrigada.

—Gostaria muito.— Disse, e então gritei e pulei em direção a ele, pois acima de mim um galho de árvore estalara bem alto.

Estava parada, bem perto dele, e ele olhou-me de uma forma interrogativa. É agora ou nunca, pensei, e não tinha sentido ficar envergonhada ou tímida.

—Você disse que estaria lá para o casamento, se eu me apresentasse para a noite de núpcias. Você cumpriu sua parte da barganha, portanto estou aqui para a minha.

Com a respiração suspensa, o observava.

Diversas emoções passaram pelo rosto dele, antes que ele atirasse a cabeça para trás e risse tão alto que podia ser ouvido apesar da chuva e dos trovões. No momento seguinte, levantou-me em seus braços, com uma mão por trás dos meus joelhos e a outra em minhas costas, e levou-me para a cabana. Na entrada, parou e beijou-me as pálpebras. Nesse instante agarrei-me a ele e soube que a árdua subida valera à pena.

Dentro da pequena cabana, de um cômodo só, havia uma lareira de pedra que tomava uma parede toda, e um fogo agradável, acolhedor, brilhava nela.

—Não tenho roupas secas aqui, portanto tem que se arranjar com isto.—Entregou-me um cobertor. —Tire suas roupas. Vou procurar seu cavalo e prendê-lo.

—Há comida nas sacolas.—Avisei-o.

Sozinha, comecei a despir-me, tirando as roupas molhadas de meu corpo frio e úmido. Tensa com o que se seguiria, não conseguia parar de olhar para a porta a todo minuto. Avistei um banheiro e entrei, tomando um banho com água gelada a fim de tirar a lama do meu corpo. A água devia vir de alguma nascente, pois estava congelante. Saí, com o corpo retesado e mais uma vez olhei para a porta.

—Covarde!— Disse para mim mesma. —Você se ofereceu a este homem agora tem que enfrentar as conseqüências.Quando Edward voltou estava em pé enrolada da cabeça aos pés no tosco cobertor de lã, só com o rosto aparecendo. Depois de um rápido sorriso, Edward pôs as sacolas no chão.

O único móvel na sala era uma cama grande de pinho, coberta por cobertores.

—Estou satisfeito que tenha trazido comida. Acho que saí com tanta pressa que não peguei nada. Pode ser que Jasper não acredite, mas até eu me canso de pêssegos, depois de algumas latas.—Apontou para a parede cheia de latas de pêssego em prateleiras.

—Jasper empacotou a comida, e sua prima, Alice, fez com que ele pusesse também um pedaço de bolo do casamento.

—Ah, sim, o casamento.—Murmurou, a água pingando de suas roupas. —Acho que arruinei o seu dia, e as mulheres gostam tanto de casamentos...—Começou a desabotoar a camisa.

—Muitas mulheres têm casamentos como o que planejei, mas poucas têm um dia como este.

Ao puxar a camisa molhada para fora das calças, ele sorriu.

—Sua irmã encenou tudo sozinha, não foi? Você não teve nada com aquilo, não é? Cheguei a essa conclusão, depois que vim para cá.

—Não, não tive. Mas Annebell não fez por mal. Ela me ama e pensou que eu quisesse Jacob, portanto tentou dá-lo para mim.—Enquanto Edward começava a tirar as calças, eu olhava para o fogo. Esta era minha noite de núpcias, pensei, e embora envergonhada, meu corpo esquentou consideravelmente.

—Pensou?—Perguntou Edward, e, como eu não respondi, insistiu. —Você disse que ela pensou que você queria Black. Ela não pensa mais?

—Não depois do que lhe disse.—Murmurei, olhando para o fogo. Ele foi para o banho e eu sentei no chão, fitando o nada. Somente ansiosa. Minutos depois eu podia ouvi-lo esfregar-se com uma toalha, e estava muito tentada a olhar. Seria ele tão bem-feito de corpo como o homem que contratara para o encontro da Irmandade?

Com um movimento rápido, Edward ajoelhou-se na minha frente. Ele usava só a toalha em volta dos quadris, parecendo um deus grego da Antiguidade. Os músculos desenvolvidos e lisos, debaixo da pele perfeita, eram na verdade melhores que os do homem que contratei. Ele parecia que ia dizer algo, mas logo fechou a boca.

Olhei para sua barriga e quando olhei em seus olhos minha respiração parou na garganta.

—Uma vez você olhou para mim desse jeito...—Murmurou. —...E naquela vez você atingiu-me com um jarro de água quando a toquei. Agora está planejando alguma coisa parecida?

Segurei o olhar e deixei o cobertor escorregar de minha cabeça, depois pelo pescoço e pelos ombros, deixando-o preso acima dos seios.

—Não.—Foi tudo que consegui dizer.

O calor do fogo era quente em minha pele, mas não se comparava com a sensação da mão de Edward que migraram para meu rosto. Os dedos dele enrolaram-se nos meus cabelos molhados que me caíam pelas costas. Seu polegar percorreu meu lábio inferior enquanto me observava.

—Vi você vestida muitas vezes, mas nunca esteve tão bonita como agora. Estou contente que tenha vindo até aqui. É em um lugar como este que as pessoas deviam fazer amor.

Mantive os olhos nos dele quando sua mão descia pelo meu pescoço e para meu ombro. Quando ele começou a remover o cobertor de meus seios, prendi a respiração, e percebi que estava rezando para que agradasse a ele.

Muito gentilmente, como se eu fosse uma criança, passou um braço pelos meus ombros e deitou-me no chão da cabana. Fiquei tensa e pensei: é agora.

Edward abriu o cobertor para que meu corpo nu ficasse inteiramente exposto para ele. Mordi os lábios e aguardei o veredicto, percebendo que ele estava calado a tempo demais.

—Raios.— Disse, em voz baixa. —Não é de admirar que Black tenha feito papel de tolo com um corpo como este. Pensei que os vestidos cheios de curvas que vocês senhoras usam geralmente eram cheios com algodão.

Tive que rir de sua naturalidade.

—Te agrado?

—Me agrada?— Disse estendendo a mão. —Olhe para isto. Está tremendo tanto que não consigo mantê-la parada.—Sua mão estava tremendo e ele a pôs sobre meu estômago. —Não vai ser fácil esperar, mas qualquer dama que sobe todo esse caminho para passar a noite comigo merece o melhor. Nada de derrubadas rápidas no chão. Fique sentada aí que vou preparar alguma coisa para bebermos. Gosta de pêssegos? NÃO!!!— Disse quando comecei a puxar o cobertor para me cobrir. —Deixe isso no chão. Se ficar com muito frio, pode acomodar-se em meu colo e eu a aquecerei. Já passei dias demais com você vestida.—Sorriu, levantou e pegou uma lata de pêssego em calda.

Crescer na casa de Charlie Swan não tinha me dado muita oportunidade a aprender gostar do sabor de bebidas. Mas Edward pegou uma lata de pêssegos, tirou a calda, amassou-os até obter uma massa e misturou-a com uma generosa quantidade de rum.

—Não é um copo elegante, mas funciona.—Entregou-me a mistura na lata e sentou-se ao meu lado no chão.

Tomei um pequeno gole sentindo-me bastante embaraçada por não estar usando absolutamente nada e estar sentada em frente a um homem. Mas, quando terminei a bebida, que de forma alguma tinha o gosto dos poucos goles que já bebi antes, sentia que estar sem nenhuma roupa era a coisa mais normal do mundo.

—Melhor?—Perguntou e entregou-me outra bebida, sentando-se em minha frente.

—Muito.

Estava só na metade da segunda lata de bebida, quando Edward retirou-a de minhas mãos.

—Não quero você bêbada, só relaxada.

Ele colocou os braços em minha volta e puxou-me para junto de si. A bebida fez sentir-me menos inibida, como nunca estivera em minha vida. Meus braços juntaram-se em volta do pescoço de Edward e colei os lábios aos dele.

—O que disse para sua irmã sobre você e Black?—Quis saber.

—Que Black pode deixar o corpo dela em fogo, mas a mim não faz absolutamente nada.

—Ele não é um bom sedutor?

—O pior.—Murmurei e os lábios dele desceram sobre os meus gentilmente, pedindo espaço e ganhando.

As mãos dele percorreram meu corpo enquanto me beijava, tocando minha pele e fazendo o fogo percorrer-me. Uma pequena parte de meu cérebro estava consciente de que Edward escondia alguma coisa de si mesmo, que ele estava mais reservado do que eu, mas não quis dar atenção.

As mãos dele continuaram a acariciar-me pela cintura, costas, e eu me movi para mais perto, estirando meu corpo para que ele tivesse acesso mais livre. Ele beijou-me o rosto, o pescoço, então gentilmente desceu para os meus seios. Quando tomou o bico em sua boca, ofeguei e arqueei-me contra ele, que usou as mãos para acariciar a cintura e os quadris.

—Mais devagar, amor.—Murmurou ele. —Nós temos a noite toda.

Todas as sensações eram novas. Sempre quando Jake me tocava, sentia-me retraída e queria mais afastá-lo do que explorar e descobrir tudo de uma vez. Quando Edward me tocava, sentia-me cada vez mais encantada, e todos os medos que Jake instilara rapidamente desapareciam.

As minhas mãos começaram a explorar a pele dele, para sentir-lhe o calor. A luz das chamas fazia com que sua carne brilhasse e eu queria tocá-lo inteiro, deslizando minhas mãos em seu abdômen e barriga.

Edward puxou-me para mais perto dele, e deitou-se comigo nos braços. Tirou a toalha da cintura e movi meus quadris para mais perto dos dele, um pouco receosa de sentir seu membro viril intumescido. Nossos corpos colados ferviam e suas mãos apertavam minhas costas enquanto sua língua deslizava em minha boca e pescoço.

Edward começou a perder o controle. Sua respiração era forte e rápida, e seus beijos gentis tornaram-se quentes e exigentes. Sua agitação alimentou a minha e lembrando-me da nossa única noite de intimidade na casa dele em que ele pediu para acariciá-lo, desci lentamente a mão e acariciei seu membro sentindo o quanto era forte. Ele abriu os olhos e me olhou com os olhos perigosamente excitados.

—Bella, minha garota. Bem apressada.—Sorriu e deitou-me no chão forrado com o cobertor, pondo-se em cima de mim.

Impulsivamente, apertei o corpo dele contra o meu, abrindo a perna, sentindo seus dedos cravados em minha nádega. Ele sugou meus seios, mamou-os dentro da boca com tanta ferocidade que meu desejo era gritar de prazer. Senti-o acariciando minha intimidade e, como na casa dele aquela noite, era uma sensação única sua gentileza e cuidado. Minha respiração era pesada e sempre que abria os olhos ele estava me observando, como se me estudasse.

Ele posicionou-se para me penetrar, segurei o fôlego e, com a pressão de seu sexo me empurrando, lágrimas de dor vieram em meus olhos. Ele segurou o peso nos braços e olhou-me, mantendo-se parado até ver, pela expressão do meu rosto, que a dor estava cedendo. Deu-me pequenos beijos no pescoço, passando a língua por minha orelha, eu movi o rosto e procurei sua boca.

Lentamente, Edward começou a mover-se dentro de mim, e, após os primeiros movimentos dolorosos, comecei a arcar-me em direção a ele, em desajeitados movimentos circulares. Edward segurou meus quadris e começou a guiar-me, lenta, cuidadosa e graciosamente.

Joguei a cabeça para trás e deixei que todos meus pensamentos ficassem com as novas e deliciosas sensações que Edward despertava em meu corpo.

Movi-me com ele num ritmo tão antigo como o próprio tempo e, dentro de mim, sentia todas as emoções contidas, finalmente sendo libertadas. Minha respiração tornou-se mais rápida e mais forte e senti que caminhava para uma catástrofe. Edward moveu-se mais depressa e eu me movia com ele. Minha paixão subiu mais alto, mais alto, até que pensei que ia explodir.

E, quando explodi, estava certa de que poderia morrer com a experiência.

—Edward!—gritei, sentindo espasmos por todo o meu corpo. Fechei os olhos e esperei um tempo, enquanto as cores sumiam.

Ele afastou-se para fitar-me, e seu rosto tinha uma expressão diferente, que eu não podia entender.

—Não lhe agradei?—Perguntei, e meu corpo começou a ficar tenso. —Também pensa que sou frígida?—Senti minha garganta cortar.

Ele colocou a mão ao lado de minha cabeça e beijou-me com delicadeza na testa.

—Não, querida, a última coisa que pensaria é que seja frígida. Não estou certo de que conheço alguma coisa sobre você, exceto que é a mulher mais bonita que já vi e que faz coisas incríveis, como subir toda a encosta de uma montanha só para passar a noite comigo.—Ele passou as costas das mãos pelo meu rosto. —Minha pequena e empertigada esposa-dama mostra ser uma pequena quente... Tudo que qualquer homem pode querer.

—O senhor queria?

—Ah, vai me chamar de senhor aqui?—Ele sorriu e não deixei de notar que ele mudou de assunto. —Vou lá fora na chuva tomar um banho e, quando voltar, vamos comer. Preciso de muita força se vou fazer amor com você a noite toda.—Beijou-me a bochecha e levantou.

Espreguicei-me e ele me encarou da porta, parecendo indeciso se saía ou não.

—Venha comigo.— Disse, e havia um apelo em sua voz.

—Para qualquer lugar.—Respondi.

Saí na chuva com meu marido e nem reparei no frio. Minha mente estava ocupada com a descoberta de que não era frígida. Talvez o problema fosse Jacob, talvez estivesse sempre muito perto dele e me sentisse como irmã. Qualquer que fosse a razão, agora não tinha mais medo de que faltasse alguma coisa dentro de mim.

Edward me abraçou enquanto a água caía sobre nós naquela noite escura.

—Você parece sonhadora.—A chuva escorria pela sua face. —Diga-­me o que está pensando... O que pensa uma dama depois que o cavalariço local fez amor com ela?

Afastei-me um pouco, descolando nossos corpos.

—Esta dama sente-se ótima. Esta dama não se sente, de maneira alguma, uma dama.

—Não está se lamentando de sua noite de núpcias não ter sido em uma cama com lençóis de cetim? Você não desejaria que algum outro homem...—Coloquei o dedo em sua boca e o fiz calar.

—Esta é a noite mais feliz de minha vida, e eu não quero estar em nenhum outro lugar, ou com outra pessoa. Estou em uma cabana nos bosques com o homem que amo. Nenhuma mulher no mundo poderia pedir mais do que isso.

Ele me observou com uma estranha intensidade, um leve vinco na testa.

—Melhor entrarmos antes que morramos gelados.

Calmamente, começou a voltar para a cabana comigo ao seu lado, mas, de repente, voltou-se e agarrou-me, nossas peles frias e molhadas colando-se ao beijar-me. Havia muito mais que desejo em seus lábios, ele parecia estar se libertando dos muros. Sentia-me derreter, encostada nele, deixando-o sentir toda minha alegria e felicidade.

Com um sorriso, interrompeu o beijo, levantou-me e carregou-me nos braços até a cabana. Uma vez dentro, apanhou uma toalha, nos enxugou, depois pegou o cobertor, enrolou-nos nele e começou a esfregar meu corpo frio, em pé, um aquecendo o outro. Aproveitei e deslizei a mão em suas costas, avaliando os músculos. Desci para a nádega, apertando e gostando da forma, depois passei as mãos lateralmente nas coxas grossas, então ele parou minha mão e me afastou, olhando-me com divertimento. —Bella, você não é igual a nenhuma dama que já encontrei. Eu pensei que tivesse uma idéia bem clara do que o casamento com uma das princesas Forks pudesse ser, mas você desmentiu minhas idéias.

Ele virou-me de costas, nossos corpos nus enrolados no cobertor, o rosto dele deitado em meu ombro.

—Sou diferente em que sentido? Sei que queria uma dama, não estou sendo uma?—Perguntei com um pouco de receio.

Ele demorou em responder, como se pensasse o que deveria dizer.

—Digamos que estou aprendendo muito. Aposto que a esposa de Cheney nunca o seguiu até uma montanha.—Começou a beijar­-me o pescoço, apertando-me no abraço, mas parou de repente. —Seria muito esperar que você saiba cozinhar?

—Conheço os rudimentos o suficiente para orientar uma cozinheira, mas não sei preparar uma refeição partindo do nada. Você não gosta da Sra. Esme?

—Fico feliz em dizer que no momento ela não está aqui. O que quero saber é se você pode fazer alguma coisa para comermos com aquelas sacolas de comida.

Sacudi os braços para fora do cobertor e virei de volta para ele, colocando os braços em volta do seu pescoço.

—Claro que posso dar um jeito. Não quero que esta noite se acabe... Estava com tanto medo que ficasse zangado comigo por ter vindo sem ser convidada... Mas estou contente de estarmos aqui e não em Forks. Assim é tão mais romântico!—Debrucei-me sobre o seu peito.

—Romântico ou não, se não comermos logo, vou murchar tanto que vou me acabar.

—Ow! Não podemos deixar que esta catástrofe aconteça.— Disse logo, e, mais do que depressa, soltei do abraço. Ele ergueu uma sobrancelha como se eu tivesse falado algo indecente.

—O que foi?—Sorri inocente e ele balançou a cabeça.

Peguei outro cobertor e amarrei frouxamente em volta do corpo, preso em um ombro, peguei as sacolas no chão e comecei a abri-las. Mais uma vez, ele enrolou a toalha em seus quadris e ajeitou a lenha no fogo. Logo vi que quem empacotara as comidas tinha feito um excelente serviço. Retirei latas fechadas, caixas de porcelana amarradas e pacotes envoltos em guardanapos. Da segunda sacola caiu um bilhete.

Minha querida filha.

Desejo a você toda a felicidade do mundo em seu casamento, e acho que está perfeitamente certa em seguir seu marido. Quando voltar, não se surpreenda ao ouvir que Edward raptou-a.

Com muito amor,

Renée Forks Swan.

Edward levantou o olhar da lareira e me viu com lágrimas nos olhos, enquanto amassava o bilhete.

—Alguma coisa errada?Fui até ele e entreguei-lhe o bilhete.

—O que significa isto? Que eu raptei você?—Perguntou com a voz desnecessariamente agitada.

Sorri e comecei a desembrulhar a comida: —Significa que, quando voltarmos a Forks, sua reputação de homem mais romântico da cidade terá aumentado.

—Minha o quê?—Ele sorriu desentendido e aproximou das minhas costas, pousando a mão na minha cintura.

—Sim.—Falei desembrulhando um pacote de rolinhos vienenses. —Começou quando você me carregou da festa e foi aumentada mais tarde, quando o povo começou a repetir a história de como você pôs para correr os vaqueiros que me abordaram na cidade. E também houve o jantar romântico que ofereceu em sua casa com almofadas e velas.

—Mas é que eu não tinha nenhuma cadeira, e tinha jogado comida em você. E o que esperavam, que eu assistisse aqueles vaqueiros mexerem com você?— Disse ficando ao meu lado, a mão em minhas costas.

Abri uma lata que continha sopa cremosa de camarão.

—Qualquer que seja o motivo, o resultado é o mesmo. Quando voltarmos, espero que as adolescentes olhem para você e comentem entre si que esperam se casar com um homem capaz de raptá-las para uma solitária cabana nas montanhas.

Por um momento, Edward não falou nada, mas depois sorriu com malícia e me puxou.

—Então, sou romântico?—Beijou-me no pescoço. —Não creio que alguém veja que é a jovem com quem me casei que está evitando que eu pareça um tolo em frente de todos. O que é esse negócio cinzento?

—Patê de foie gras—Respondi espalhando um pouco em uma torrada com a pequena faca que mamãe mandara junto. Eu mesma o coloquei em sua boca.

—Nada mau. O que mais tem aí?

Havia um pedaço de queijo, uma alcachofra que Edward achou que era perda de tempo comer, tomates, croquetes de galinha, presunto, filés com molho de cebola e galinha frita.

Quando vi a galinha, sorri. Galinha! Onde eu iria servir galinha em meu casamento? Não estava no menu que organizara. Sem dúvida, a Sra. Esme a preparara especialmente para o seu querido Sr. Cullen. Quantas pessoas teriam se envolvido na arrumação da comida para minha fuga secreta.

—O que é que vem a ser isso?—Perguntou Edward apontando para uma caixa.

—Achei que o casamento seria uma boa ocasião para introduzir algumas comidas estrangeiras em Forks. Isso aí é uma massa salgada alemã, e também foram servidas algumas massas italianas, mas não creio que mandaram para nós.

Falava e abria mais pacotes de comida: uma sacola de tecido cheia de frutas, uma lata de salada, uma grande caixa redonda cheia de pedaços de diversas tortas, pão de gengibre, um saco de doce de amendoim. Havia pães, uma caixa de carnes fatiadas, queijos e cebola, um vidro de azeitona, outro de mostarda.

—Não acredito que morramos de fome. Ah, está aqui.—Mostrei para Edward o que havia dentro de uma caixa de metal: um grande pedaço de bolo do casamento.

Ele pegou a pequena faca, cortou um pedaço do bolo e fez com que eu comesse em seus dedos. Segurei mão dele e lambi até o último farelo. Ele me olhou estranho, pôs a mão no meu rosto e beijou-me demoradamente. Gemi agradada.

—Alguém pode morrer de fome com você por perto.—ofegou e me afastou de uma vez. —Por que não me alimenta antes de me seduzir outra vez?

—Eu!—Espantei-me. —Foi você quem...

—Sim...?— Disse, pegando um pedaço de galinha frita. —O que foi que fiz? Sorri mentalmente e acariciei seu rosto, satisfeita em saber seduzi-lo. —Talvez eu não deva prosseguir nessa linha de pensamento. Quer me passar aquela lata de sopa?

—Encontrou o meu presente de casamento para você? Naquele bauzinho de couro?— questionou pegando a lata.

—Aquele na sala de estar? Não tive tempo para olhá-lo. O que há nele?

—Isso não estragaria a surpresa?

Continuei comendo por um momento.

—Acho que presentes de casamento devem ser dados no dia do casamento. E uma vez que estamos aqui, e o bauzinho está lá, gostaria de outro presente.

—Você ainda nem viu o que há dentro do baú e, além disso, como posso comprar alguma coisa aqui em cima?

—Algumas vezes, os presentes mais preciosos não são comprados em lojas. O que quero é alguma coisa pessoal, alguma coisa muito especial.—O rosto de Edward mostrava que não tinha idéia do que estava falando. —Quero que compartilhe comigo um segredo sobre você.

—Já lhe contei tudo sobre mim. Você agora quer saber onde eu escondo dinheiro em caso de alguns de meus investimentos fracassarem?— Disse sardonicamente.

Delicada, cortei um pedaço de torta.

—Estava pensando alguma coisa mais na linha de seu pai, ou sua mãe, ou talvez sobre seu ódio pelos Newton, ou ainda sobre o que você e Rosalie conversaram no jardim nesta manhã.

Por um momento, Edward pareceu muito espantado para conseguir falar.

—Você não pede muito, não? Quer mais alguma coisa? Talvez a minha cabeça em uma bandeja?—inquiriu e me sentou em seu colo. —Por que quer saber coisas como essas?

—Por estarmos casados.

—Não comece a usar o seu jeito de dama. Uma porção de pessoas casadas é como sua mãe e aquele velho sóbrio com quem casou. Ela o chama de Sr. Swan com respeito, como você costumava fazer comigo. Aposto que sua mãe nunca fez esse tipo de pergunta a Swan.

—Bem, então talvez eu só seja terrivelmente curiosa. Afinal, foi minha curiosidade que me fez querer ver sua casa, e isso nos trouxe aqui, e...—Deixei a voz arrastar-se, e o cobertor escorregou mais um pouco.

Edward olhava o cobertor escorregando com ar divertido.

—Você logo pega as coisas.— Disse beijando meu colo. —Tudo bem, acho melhor lhe contar algumas coisas porque Rô disse que, em poucos dias, a cidade toda saberá.

Fez uma pausa, olhando para a comida.

—Você não vai gostar muito, mas não há nada que eu possa fazer para mudar. Lembra-se que lhe contei que Newton me pôs para fora de suas terras quando eu era garoto, porque eu andava as voltas com sua filha?

—Sim.

—Eu sempre pensei que alguém tivesse nos descoberto e contado ao Newton, mas hoje Rô disse que foi ela quem contou a ele.—Respirou fundo, olhou-me especulador e continuou. —Rose contou ao seu pai que estava esperando meu filho e queria casar-se comigo. Newton, sendo o bastardo que é, mandou-a embora para casar-se com um velho que lhe devia dinheiro, e disse-me que Rô nunca mais queria me ver.

—É essa a razão de seu ódio pelo Sr. Newton?

—Não, não é.—Ele olhou-me nos olhos. —Só soube disso hoje. O motivo de contar toda essa história é que Rô voltou a Forks para morar, e trouxe com ela o filho de dez anos, que acontece ser também meu filho. E, segundo Rô, ele se parece comigo o suficiente para fazer com que algumas línguas comecem a tagarelar.

Respirei fundo e esperei um tempo para responder.

—Se todos vão logo saber disso, não é realmente um segredo, é?—Beijei persuasivamente seu queixo.

—Mas para mim era um maldito de um segredo, até poucas horas atrás.— Disse com alguma raiva na voz. —Eu não sabia que tinha um filho em algum lugar.

Quando queria, a minha teimosia combinava com a dele.

—Eu pedi um segredo de verdade, não alguma coisa que todos saberão na próxima semana e discutirão na hora do chá. Quero saber alguma coisa sobre você que só você saiba, alguma coisa que nem o Jasper não saiba.

—Mas por que quer saber coisas de mim? Por que não se limita a arrumar os móveis e dormir comigo?—Apertou o meu queixo.

—Porque comecei a amá-lo e quero saber sobre você.

—Ah, Isabella, as mulheres estão sempre dizendo que amam. Duas semanas atrás, você disse que amava o Black em frente a minha casa, foi quando eu te beijei e aceitei viver sem seu amor.—Fitei-o repreensiva, e ele suspirou. —Inferno! Não vou ter mais privacidade?! Muito bem, vou lhe contar uma coisa que não é de sua conta, mas que provavelmente gostará de ouvir. Esta manhã, Rose me procurou e disse-me que continuou apaixonada por mim durante todos esses anos, e queria que partisse com ela, mas eu a rejeitei.

—Por mim?—Murmurei.

—Não foi com você que me casei? Sem agradecimentos àquela sua irmã idiota, devo acrescentar.

—Aconteceu alguma coisa entre você e Annebell para que fiquem rosnando um para o outro?

—Um segredo para cada dia de casamento. Se quiser outro segredo, tem que trabalhar por ele. E a melhor maneira para trabalhar é tirar esta comida da cama, deixar de lado esse cobertor e vir saracotear em cima de mim.

—Não estou certa de poder agüentar tal tortura.— Disse, arrancando o cobertor.

—Gosto de mulheres obedientes.— Disse ele, abrindo os braços.

—Fui treinada para ser a mais obediente das mulheres.—Murmurei, sentando de frente em seu colo, levantando os lábios para ser beijada.

—Que eu me lembre, você ainda não me obedeceu nem uma vez... Exceto talvez aqui nesta cabana.—Suas mãos migraram para meus seios, eu arquejei. —Puxa, Bella, nunca pensei que você fosse assim.

—Você também pensou que eu fosse uma princesa de gelo?—Afastei-me, acariciando seu cabelo.

—Lindona, o que acontece quando você põe calor no gelo?—Puxou-me de volta, mordendo meu queixo com um sorriso.

—Vira água?

—Ferve.—Moveu a mão até as nádegas e puxou-a, envolvendo os seus braços em mim. Senti-me tão pequena em seus braços, mas ao mesmo tempo desejada, pois sua boca não deixou meu pescoço.

Adorei a sensação de estar junto dele, de sentir aquela pele contra a minha. Eu acreditei que a noite de núpcias costumava ser muito dolorosa, mas até agora só tivera prazer e alegria. Talvez fosse Edward e o fato de sentir aprovação por parte dele, em vez das críticas que sempre recebi. Mas a verdade é que agora me sentia livre para reagir da maneira que realmente sentisse.

Edward começou a acariciar meu corpo, as pernas, as costas. O toque dele me fazia sentir-me linda, de uma forma como nunca um cumprimento ou vestido conseguira. Fechei os olhos e deixei-me levar pelas agradáveis sensações da sala escura, o calor do fogo, e as mãos grandes, largas, fortes desse homem, subindo e descendo pelo meu corpo, cobrindo regiões que nem sabia que tinha até esta noite. Ele acariciou meus cabelos, espalhando-os, correndo os de­os pelos meus lábios.

Quando abri os olhos, vi uma suavidade em seu rosto que nunca vira antes. Seus olhos estavam brilhantes.

—Edward.—Murmurei.

—Estou aqui, meu bem, e não vou embora.—Recomeçou a tocar-me.

Fechei novamente os olhos, e as mãos dele tornaram-se mais insistentes quando apertou meus quadris, enterrando os dedos em minha carne. Sua respiração ficou mais rápida e ele moveu-se para o centro da cama. As mãos dele estavam em meus seios e sua boca procurou a minha, que abriu-se para ele como uma flor para uma abelha.

Apertando-o contra mim, a boca colada à dele, ele colocou as mãos em minhas nádegas e puxou-me mais para si, penetrando-me novamente. Fiquei sem ar no primeiro golpe, mas não houve dor quando comecei a mover-me com ele. Ele me puxou para mais perto, mais perto, até que nossas peles ficaram como a de uma só pessoa, fundidas neste ato de amor.

Instintivamente, enlacei minhas pernas na cintura dele e agarrei-me ao seu pescoço quando ele levantou-me da cama, suportando o meu peso com seus braços.

Ele apoiou-me contra a tosca parede da cabana e aumentou a paixão de seus movimentos, enquanto eu jogava a cabeça para trás e demonstrava meu prazer com exclamações. E, quando veio o golpe final, forte, impetuoso, não me contive e gritei.

Por um momento, Edward manteve-me suspensa e agarrei-me loucamente a ele. Após longos minutos, relaxei e ele fez com que ambos nos deitássemos, mantendo-me tão junto a ele que mal conseguia respirar.

—Você gritou.—Murmurou cético. —Quem imaginaria que uma dama poderia gritar?

Estava muito cansada para responder, antes de adormecer em seus braços.

Edward POV

Acordei já era dia claro. Depois de ficar sorrindo muito tempo para o corpo nu de Bella, aninhado junto ao meu, acariciei-lhe o traseiro descoberto.

—Hora de levantar e preparar o café.

—Toque o sino que está na mesa e a empregada virá.—Murmurou ela, aconchegando mais ainda o rosto no meu peito.

Com uma sobrancelha levantada, olhei para ela.

—Oh, bom dia, Sr. Swan. Bom dia, Sr. Jacob. Prazer em vê-los.

Bella reagiu, na hora, sentando-se na cama, agarrando o lençol e enrolando-se nele.Levou somente alguns segundos para perceber que estava somente arreliando-a.

—Que brincadeira terrível!—Acusou, mas eu já tinha começado a rir ao vê-la cobrir-se com pudor. Ela parecia fazer o que podia para não rir comigo, mas foi impossível.

—Creio que não tenho mais que me preocupar com Black, não é minha Bella?—Puxei sua cintura e apertei-a no abraço. Ela aninhou-se, acariciei seu cabelo por algum tempo, e em seguida levantei, começando a revistar a comida que fora mandada.

Bella, deitada, observava-me com grande interesse enquanto eu comia bolo e tomava suco. Seus olhos me avaliavam da cabeça aos pés parando em minhas coxas. Notando seu olhar, virei frente a ela mostrando como era estimulante ver uma mulher me avaliando, mas, quando vi sua expressão avermelhada, deixei o bolo que estava comendo, aproximei da cama e estendi-­lhe a mão, puxando-a para fora da cama, trazendo-a para perto de mim.

—Não tinha planejado ficar muito tempo aqui, mas talvez você não se importe de passarmos alguns dias juntos sozinhos, como uma lua­-de-mel. Só que não é em Paris ou qualquer outro desses lugares.

—Já estive em Paris.—Murmurou, encostando seus quadris junto dos meus. —E eu posso honestamente dizer que aqui é bem melhor do que lá. Agora, o que você acha que um lanchinho matinal?—Insinuou, beijando meu pescoço no mesmo tempo que passava a mão em meu peito.

Com ceticismo no rosto, afastei-a ao vê-la tentando me seduzir novamente.

—Se houve alguma coisa que aprendi quando criança foi que os brinquedos são preciosos e não devemos gastá-los no primeiro dia.

—Sou um brinquedo para você?—Perguntou mordendo meu queixo. Diabos, onde arrumei essa mulher?

—Um brinquedo crescido, é claro. Agora, vista algumas roupas e vamos comer. Estou pensando em mostrar-lhe as ruínas de uma velha mina, aqui perto. Só espero ser homem bastante para passar o dia todo com você.

—Acho que é.— Disse, enquanto olhava sorrindo para baixo, as mãos descendo para minhas coxas.

Com bastante firmeza, peguei seus ombros e virei-a.

—Tenho uma calça e camisa extras ali, e você vai se vestir. Quero todos os botões fechados e nada aberto para me deixar maluco. Deu para entender?

—Completamente.— Disse Bella, de costas. Ela estava rindo tanto que se balançava.


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Notas finais do capítulo

Bom, até o fim do mês está saindo Dupla Personalidade. Minha nova fic. Aos novatos leiam Entre o Amor e o Poder.Lembram daquela fic que eu um dia falei Emancipation Proclamation? A febre dos EUA? Estamos traduzindo e postando no orkut. Entrem na minha comu. http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=100790230Bjus pessoas.