~ Incomplete – Backstreet Boys ~

I don't mean to drag it on
But I can't seem to let you go
I don't wanna make you face this world alone

I wanna let you go

I've tried to go on like I never knew you
I'm awake but my world is half asleep
I pray for this heart to be unbroken
But without you all I'm going to be is incomplete

Takao Kazunari encontrava-se empolgadíssimo!

Afinal, estavam prestes a viajarem num local habitual para a Shutoku, porem desconhecido para ele. E por mais que representasse treinos incontáveis numa preparação para a Copa de Inverno... Não deixava de ser uma viajem. Uma viajem com seu querido time! E isso consistia numa viajem com Midorima Shintaro.

E viagens eram empolgantes! Engraçadas! Animadas!

Tirar fotos constrangedoras, passar pasta de dente nos companheiros, apostas idiotas e... AAAAAH! Sem dúvida alguma, Takao estava empolgado.

— Meu Deus, esse sorriso seu está me deixando nervoso! Ainda mais do que todos os dias.

Midorima disse ao sentar no ônibus.

— Até eu estou nervoso com essa cara de idiota!

— Que maldade, Otsubo-senpai. Vamos curtir... — ele murmurou.

— Treinar. Meu Deus, qual é a sua dificuldade em levar algo a sério?

— Oe oe, vamos treinar até desmaiar, certo? Será que tem piscina? Salão de jogos, hein Shin-chan? Acho que consigo te superar no videogame.

Todos reviraram os olhos. Afinal, era incrível a capacidade do calouro de alterar suas prioridades. Mas Takao era um excelente jogador, e cada dia parecia se superar.

O local não era o que o rapaz esperava. Pensou em piscina com tobogãs e boias coloridas, uma pequena farra, mas...

— Esse lugar é péssimo. A gente vai ficar aqui mesmo? Eu sinto como se fosse ver um fantasma a qualquer momento.

— Cala a boca, Takao. — Midorima disse.

Mas ambos pararam de discorrer quando descobriram que não estavam mais a sós naquele hall.

— O QUE?

Surpresa, decepção, animação e um misto de tantos outros sentimentos aflorou.

Afinal, de todas as pessoas conhecidas, Kagami e Kuroko eram que menos imaginavam encontrar.

De quebra ainda descobriram que a técnica da Seirin parecia simplesmente uma serial-killer.

Assim como o fato de que treinariam junto.

— Legal, não é Shin-chan? — ele perguntou, animado.

— É ridículo, mas tenho que admitir que pode nos ajudar de alguma forma.

— A gente vai poder compreender as aberturas.

Midorima olhou sugestivamente para o moreno. Afinal quem “percebia” algo era Takao, mas o armador parecia propenso a incluí-lo em tudo de qualquer forma.

— Ei Shin-chan, por que está mais sério do que o normal? Como ficou o horoscopo hoje? Câncer foi para a 12º posição por acaso?

— Não seja ridículo, o dia que isso acontecer eu nem saio da cama! Estamos em terceiro. E isso é muito bom!

Ele disse com convicção. Como sempre se referia a sua crença.

— Ah... E escorpião? — Takao perguntou animado. E viu Midorima ajeitar os óculos como sempre fazia.

— Está em primeiro. Você devia aproveitar.

A frase era dita quase a contragosto. Então quer dizer que seu signo estava hoje a frente do dele? E isso ainda significava que Midorima se deu ao trabalho de conferir o horoscopo de Takao.

— Ei Shin-chan. Não acredito nisso, mas vou tentar aproveitar do meu dia de sorte!

Mas esse dia de sorte se limitou num treino pesado junto com o time do colégio Seirin, surpreendente e complicado. No fim, era nítido que tal método vindos de seus técnicos, representava uma melhora excepcional a ambos os times.

Após um dia tão exaustivo, Takao não esperava que acabaria numa banheira com Midorima.

Não que isso fosse algo para se gabar, era apenas um habito comum e complacente. Mas era Shin-chan que estava ali com ele, falando banalidades de time, Kagami e Kuroko...

Esse assunto tinha um limite para ser interessante, e Takao sequer conseguia se concentrar, sabendo que estava tão próximo dele ali.

Assim que Midorima saiu do banheiro, Takao respirou aliviado.

Que tipo de merda tinha na cabeça para ficar nesse estado? Pior, como esconderia sua excitação crescendo a cada segundo durante o banho com seu amigo?

Porque para Takao, Midorima era seu amigo e pronto.

Mas ali estava naquela banheira, dolorido porele.

Ele fora por tempos algo que gerava aversão a Takao. Não ele sim, sua antiga equipe.

O time de Teiko desmoronou sua escola como se fosse um entulho velho. Assim como fizeram com tantos outros colégios.

A Geração Milagrosa. Geração de estúpidos! E Takao jurou amassá-los um por um.

Que ironia do destino!

Agora ele tinha um membro da geração só seu! Idiota, isso que ele era.

Agora ele babava e o venerava como um deus, porque Takao era um visionário, e sabia onde parar e onde começar.

Sabia que nunca poderia ser maior que Midorima, então se não pode contra, junte-se.

E agora... — pensou recordando da sua promessa juvenil. Ele queria mesmo amassar o Ala da geração dos milagres, porem de uma forma quente e diferente. Diferentemente quente.

Como Shin-chan diria por tantas vezes, Takao era um idiota!

O fato de saber que ele estava no quarto ao lado, quarto esse que dividiriam, fazia Takao descer sua mão nervosamente pelo abdômen, e descer ainda mais. Ia mesmo fazer isso?

Droga, ia!

Se Midorima voltasse ao banheiro por ter esquecido de algo, ou qualquer outra razão, o encontraria se tocando de uma forma constrangedora. E só de pensar nele entrando no banheiro e o assistindo, fazia o lance ficar ainda mais gostoso.

Takao debruçou-se na banheira, e sua mão sequer parava de movimentar... “Ah Shin-chan se você soubesse o que faz comigo quando penso em você assim...”.

Quando retornou ao quarto, Midorima estava enfaixando os dedos num ato tão comum dele. E sequer se interessou em saber sobre o atraso no banho do outro.

— Sabe que o que estou pensando? Podíamos invadir o quarto dos outros, hein Shin-chan?

— Invadir o que?

— Aprontar, nossa. Isso. Vamos no quarto dos caras da Seirin? Uma brincadeira divertida.

— Takao, você é burro? Todos estão mortos de tanto treinar, e você quer brincar?

— Exatamente por estarem mortos, vamos aprontar. Vamos Shin-chan?

— Não. Vá você, estou cansado.

Takao se jogou na cama do canto esquerdo. Bagunçando algumas vezes o cabelo molhado. Que saco! Ele planejou aprontar algo o dia todo.

— Sozinho não tem graça nenhuma! Quem vai rir? Apesar que posso tirar fotos e enviar por mensagem para todos.

— Faça isso.

— Que sem graça Shin-chan! Amanhã então, e não vou aceitar um não.

— Hunf... — Midorima resmungou, esticando e dobrando repetidas vezes os dedos.

Sua mão não estava tão exausta quando as pontas dos dedos. Seus ombros latejavam terrivelmente devido a força utilizada para os arremessos. Estava contando os segundos para finalmente pousar os óculos na mesinha do lado, e relaxar. E viu Takao ficar de pé.

— Vou atrás de algo para beber.

— Tem agua aqui. — não era mesmo necessário dizer o obvio.

— Quero algo mais gelado. Quer que traga algo Shin-chan?

— Vou estar dormindo. Não precisa me comunicar cada vez que faz algo. Isso irrita.

— Certo, certo. Entendi.

Takao disse forçando um sorriso e deixando o quarto. As vezes era mesmo um saco lidar com Midorima. E talvez o outro de fato não merecesse tanta atenção, se ele pelo menos conseguisse ignorá-lo. Mas sabia que era impossível.

Ficou ainda um tempo no lado externo, conversando banalidades com algumas pessoas da Seirin e até de sua própria escola, descobriu que o “olhos de águia” Izuki é na verdade um piadista.

Mas talvez precise de umas aulas com Takao, já que ele fazia todos darem risada sem esforço, ao contrário do outro.

E todos na roda de assunto concordaram que essa conotação a habilidade tanto de Takao, como de Izuki, vinha defeituosa, os fazendo comediantes natos e falhos.

Assim que a porta foi aberta, Midorima acordou. Sua mente rapidamente o recordou de onde estava, o que explicava o motivo de uma interrupção no sono. A luz externa entrava, fazendo ele nem se esforçar para abrir os olhos, já que não veria tanta coisa de qualquer jeito, estando sem seus óculos.

Quando a escuridão voltou a cobrir o quarto, ele pensou que Takao o acordaria, e se isso acontecesse, ele jurava internamente que pediria para trocar seu parceiro de quarto.

Mas fora algo totalmente surpreendente que aconteceu...

— Shin-chan... Oe, Shin-chan. Midorima? — a voz de Takao ecoava. Próxima. Bem próxima. Assim como uma mão agitava com leveza seu peito.

Ele não fez som algum, sequer abriu os olhos. Imaginou que se o ignorasse, rapidamente iria dormir e deixa-lo em paz.

— Está dormindo mesmo, né Shin-chan? — ele disse uma nova vez.

Midorima sentiu a respiração dele em sua bochecha, então sentiu seus lábios.

Seus láb... que droga?

O que Takao, esse idiota, estava pensando que fazia?

Mas ele apenas continuou, e tocou a boca de Midorima com seus dedos, o ex-jogador da geração dos milagres ouviu até uma risadinha vinda do companheiro de equipe.

Então ele se afastou.

Quando ouviu a porta do banheiro sendo aberta, Midorima relaxou. Droga, estava tenso. O esse demente tinha na cabeça, que tipo de veneração maluca era essa?

Sua lista de críticas que crescia a cada segundo foi barrada com o som da porta sendo novamente aberta e então fechada. E para seu total desespero, Takao tinha se aproximado dele novamente.

Droga. Ele ia fingir que tinha acordado e...

— Shin-chan. Shin-chan? — o moreno perguntou, o sacudindo levemente. Era a hora de “despertar”, mas Midorima não fez nada. Continuou ali, deitado, fingindo ridiculamente que dormia.

Pensou que o outro apenas beijaria seu rosto novamente, depois ele falaria. Claro que Midorima o indagaria sobre isso.

Mas o que Takao fez o surpreendeu.

Não era apenas a boca dele que estava em sua face, os lábios dele estavam nos seus. Ele sentiu o hálito dele bater em sua face inteira. Era refrescante, mas ele dissera que iria beber algo gelado, certo?

Sentiu ele passar seu nariz no dele. Sentiu ele morder seu lábio inferior de uma forma proibida e então colar as bocas.

Experimentou Takao sento audacioso, e colocar a língua em sua boca, primeiro a sentiu em seus dentes, então finalmente na sua própria língua.

Esse doente!

Ele era homem. Os dois eram homens, desgraça!

Midorima sentiu a própria mão apertar a coberta, e descobriu que estava se segurando para não corresponder ao beijo unilateral.

Insano.

Sentiu Takao murmurar algo contra seus lábios, então incidir a boca pelo seu pescoço, ele inspirava no local, para no fim passar a língua. E Midorima tinha certeza que seria descoberto.

Seu corpo inteiro pulsava, e sabia que a veia de sua jugular devia estar tremendo com a velocidade de seus batimentos cardíacos. Takao com certeza sentiria essa alteração. E então perceberia que ele estava acordado.

— Parece que você se acalora durante o sono Shin-chan, isso é esperado de alguém tão perfeito.

Takao murmurou bem baixo, passando novamente a língua nos lábios de Midorima, chupando em seguida. A respiração dele mesmo parecia ao ponto de parar com tamanha velocidade.

O ala-armador percebeu a mão de Takao no seu peito, e então a mesma desceu, fazendo Midorima se desesperar.

— Será que você ficou animado em todos os lugares, Shin-chan?

Takao suspirou a frase, descendo cada vez mais a mão pelo abdômen sarado, ansiando por finalmente tocar o que sempre admirou.

Foram tantos banhos em vestiário, banhos onde todos faziam o mesmo, mas ele tinha olhos de falcão e já tinha trilhado cada pedaço do corpo do ás da Shutoku.

Sabia como começava uma parte e como terminava, a aparência e cor já estava computadas em sua mente, mesmo que as duchas de vestiário tinham suas divisórias, nada passava despercebido.

Só restava comprovar a textura.

E esse era o momento para isso.

Um desespero se apossou de Midorima. Será mesmo que Takao iria toca-lolá? Será que ele seria maluco o bastante? Isso ultrapassava todos os limites permitidos.

Apesar que o que ele estava fazendo já excedia todo o permitido até mesmo entre amigos íntimos. Midorima não era gay! Não curtia essa praia.

E nunca percebeu que Takao era disso.

Rapidamente, remexeu o corpo mudando de posição.

Takao saltou tão rápido e tão longe que se sentiu como um ser com poderes especiais. Afinal em segundos estava a quase dois metros de distância.

Pavor, medo. Medo!

Se Midorima acorda, e o pega tocando assim, seria seu fim.

Como amigos, no time e talvez até na escola. Já que de alguma forma, era um abuso enquanto ele dormia.

Mas de uma forma sorrateira, Takao Kazunari não se arrependia um segundo sequer. Deitou em sua cama e se cobriu com rapidez. Não tinha como se arrepender.

Sentiu o gosto do seu Shin-chan, o cheiro. Tudo. Era mais do que ele esperava.

Midorima Shintaro estava em choque. Tinha trocado de posição para parar Takao, e estava virado sentido a cama da direita. Em meio a escuridão ele não conseguia ver nada, até com luz ele não veria, já que sua visão era dependente de óculos.

Mas ele ouvia o moreno se deitar, e então deixar claro que ali ficaria.

A primeira sensação era de que estaria morrendo de nojo, afinal um homem o tinha acariciado, beijado. Não fora seu primeiro beijo, nem o segundo ou o terceiro.

Por fim estar na geração dos milagres o fazia se destacar no fundamental.

Mas ele tinha enfiado a língua em sua boca. Um homem!

E a última coisa que Midorima conseguia sentir era nojo. De uma forma estranha e doentia, ele percebeu que estava duramente excitado, angustiado, necessitado.

Desejando uma ação e reação que nunca até aquele dia, tinha aguçado sua curiosidade.

E por algum motivo, sentia-se incompleto. Pensava que talvez no outro dia Takao repetisse tal ato. Ou quem sabe ele não se encorajava para fazê-lo. Tinha — agora — a certeza que Takao não o pararia. E sabia que possuía total liberdade ali.

Midorima lembrou que hoje ainda era o dia que Escorpião estava em primeiro no horoscopo. Sem dúvida alguma Takao devia confiar mais nas estrelas, afinal não falhavam!

Quem sabe agora eles conseguiriam se completar também em outro lugar além das quadras.