Polly escrita por Tassi Turna


Capítulo 15
Escolhas erradas


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta com capítulo pronto! E como sabem, eu prometi que escreveria todos os dias, e juro que estou tentando ao máximo cumprir minha meta. Espero que estejam gostando da história e agradeço muito por não me abandonarem mesmo depois de tanto tempo sem escrever!
Boa leitura!



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Acabei adormecendo ali mesmo, com o livro em cima do meu rosto. Acordar dentro do meu antigo quarto era quase um sonho. Não sei que horas me levantei, mas o dia mal havia nascido.

Em cima da minha cama haviam deixado uma peça de roupa. Era um suéter verde musgo de lã bem pesado, e uma calça leg bem grossa. Decido tomar um banho bem quente antes de descer. E está frio, bem frio. Como eu sentia falta do clima daqui.

Por um momento, quando acordamos e não pensamos em nada, eu nem ao menos me lembrava da conversa que tivera com a minha mãe. Mas quando voltei para o meu quarto e olhei para o criado mudo, toda a discussão voltou rapidamente.

Minha mãe queria que eu me livrasse da arma, mas eu não poderia fazer isso. Mesmo que eu não tivesse nenhum plano em mente, eu precisava dela para caminhar pelas ruas com confiança. Ela não me entendia, porque nunca se sentiu como eu me senti. Sem confiança, sem saber como se defender. E qual a melhor defesa?

– Polly! Sua mãe está te chamando para comer. – Tia Helena me tirou das minhas divagações bastante agressivas.

Desci com ela e todos nós ficamos na cozinha, pois era o lugar mais quente da casa. Minha mãe olhava pra mim como se não soubesse como lidar, e o meu pai assobiava inocentemente, sem saber os motivos da loucura de sua filha. O ar de repente se tornou pesado, como era comum quando nos reuníamos para comer. Apenas minha tia conseguia aliviar as coisas. Minha mãe de relance se tornou mais amorosa comigo. Consequência da culpa que eu sei que ela está sentindo agora.

Mas o silêncio da manhã fria não durou tanto quanto eu imaginava. Meu celular começou a vibrar no meu bolso,e eu vi que era Nina. Com certeza ela queria saber como estavam as coisas com os meus pais.

– Polly, desligue um pouco esse celular. Você não tem paz nem para comer. – Meu pai resmungou enquanto bebericava seu café.

Sem lhe dar ouvidos, o que era típico da minha parte, eu atendi a ligação de Nina.

– Polly!

– Bom dia para você também, Nina.

– Então, já resolveu suas coisas? – Ela parecia apreensiva.

– Bom, metade delas. – Disse, ainda em dúvida se mantinha a ignorância do meu pai ou não.

– Lamento ter que te tirar da casa dos seus pais, mas nós temos problemas.

Ouvir isso de Nina não era nada bom.

– O que diabos foi agora? – Eu não tinha paciência para mais problemas.

– Na verdade, são duas notícias. Uma boa e uma ruim. A boa é que Amanda e Rachel estão aqui, na minha casa. A ruim é que Amanda, sendo Amanda, está com problemas.

– Por que eu não estou surpresa? – E eu acreditando que Amanda se viraria sozinha.

– Olha, eu posso resolver isso, mas você precisa vir para cá e rápido.

– Eu vou. Diga a elas que estou a caminho.

– Ok. Estamos te esperando. – Ela desligou.

Olhei para os meus pais e para minha tia. Eles pareciam curiosos.

– Eu... Preciso resolver algumas coisas. É sobre o meu antigo apartamento. Eu estava pensando em vender, e Nina está resolvendo as coisas para mim. – Menti descaradamente.

– Então minha querida Polly vai ficar na cidade? – Meu pai disse todo animado.

– Até segundo plano. – Eu disse sorrindo.

Eles pareciam animados com a ideia.

– Quer que eu te leve até a casa de sua amiga? Acabei de comprar uma caminhonete. – Meu pai disse todo orgulhoso.

– Eu agradeceria muito, pai. – Eu lhe dei um sorriso.

Abracei minha tia e minha mãe antes de sair. Minha mãe me segurou forte em seus braços, e foi quando eu percebi que aquilo não estava sendo nada fácil para ela.

– Se cuide, minha filha. – Ela afagou os meus cabelos e se despediu com um olhar triste.

***

– Está muito frio lá fora, Polly. Vista esse casaco. – Meu pai me cobriu com um casaco preto pesado e enorme. Vesti uma boina.

O novo bebê do meu pai era azul, e ele estava todo sorridente. Eu o guiei até o caminho certo da casa de Nina.

– Sabe, fico contente que você esteja em casa agora.

Meu pai não era de falar, então eu nunca sabia o que lhe responder. Eu apenas sorri e continuei olhando a estrada. Meus pensamentos me levaram até minha mãe, e no que eu havia feito com ela. Olhei para o meu pai, e imaginei qual seria sua reação.

Não, eu não poderia fazer isso com ele. Este segredo morreria comigo, minha mãe e minha tia. Parecia uma traição toda a família saber menos ele, mas eu estava fazendo isso porque o amava.

– Chegamos? – Ele perguntou quando encostamos em frente a uma casa branca.

– Sim. É aqui mesmo. Obrigada, pai. – Disse, dando-lhe um leve beijo nas bochechas rosadas.

Nem havia me dado ao luxo de pressentir a confusão que Amanda havia arrumado dessa vez, mas pelo pouco que a conhecia, eu já estava me preparando para o pior. Quando abri a porta com a cópia da chave que Nina me dera, fui recebida com um abraço bem forte. Um cabelo vermelho com cheiro de baunilha roçou em meu rosto. Era Rachel.

– Polly! Saudades! – Ela disse com sua voz meiga.

– Também senti sua falta, Rachel. Então, o que achou daqui?

– É frio de verdade! – Ela disse. E estava bem protegida do frio, com um casaco branco e felpudo.

– Você se acostuma. Agora, onde estão Amanda e Nina?

– Nina está no quarto, e Amanda ainda não acordou.

Muito suspeito.

– Nina está no quarto dela? – Rachel confirmou com a cabeça.

– Ótimo. Vou atrás dela. – Disse, mas antes que desse uma passo a frente Rachel me impediu.

– O que foi?

– Você precisa saber de tudo antes, Polly.

Ela tinha razão.

– Ok. Então me conta o que Amanda aprontou dessa vez. – Retirei meu casaco e me recostei na poltrona/ trono de Nina.

– Bom, ela estava morando comigo, como você sabe. E Elen estava tentando ajudá-la com o teatro, mas ela parecia ter medo de aparecer.

Medo de aparecer? Isso nunca foi um problema para Amanda. Ela aparece feito uma explosão. Rachel prosseguiu.

– Eu já tinha percebido que ela estava fugindo de algo, mais precisamente, de alguém. Seu telefone tocava todos os dias ao meio-dia e ela logo desligava amedrontada. Eu me cansei de perguntar o que estava acontecendo, mas Amanda não queria me contar.

Eu não estava gostando nem um pouco daquela história. Logo imaginei que fosse algum parente de Albert, ou até mesmo a velha proprietária do chalé que nós vimos explodir com ele dentro.

– Porém, um dia ela ficou esperando pela ligação do meio-dia e o telefone permaneceu silencioso. Eu ainda percebi que ela deu um suspiro de alívio, e foi tomar uma ducha. Então o telefone da minha casa começou a tocar, e eu atendi. Mas não era para mim. – Ela disse, e eu podia perceber pelo seus olhos assustados que ela se arrependia de ter atendido o telefonema.

– Quem diabos era, Rachel? Por favor, vá direto ao ponto! – Eu disse, a cada segundo com menos paciência.

– Era o irmão de Amanda. Ele estava a procurando para lhe dar um ultimato.

Então Amanda tinha um irmão? E por que ele estava a ameaçando?

– Eu não havia entendido nada daquela linguagem, por isso imprensei Amanda na parede até ela me contar a história toda.

– E qual era a história?

– Pelo que Amanda me contou, seu irmão é um traficante de drogas. A polícia estava atrás dele, e descobriu que ele tinha parentes. Por isso a interrogaram, buscando respostas. Ela ajudou a encobrir o irmão, mas a polícia continuou insistindo. E o irmão dela não gostou nada.

Por incrível que pareça, dessa vez não era culpa de Amanda.

– E o que ela fez? Por favor, não me diga que...

– Sim, eu entreguei meu irmão a polícia. – Uma voz sonolenta disse atrás de mim.

Amanda estava com os cabelos mais rebeldes do que nunca, bem mais claros do que a última vez que eu a vira. Estava vestindo um moletom cinza que com certeza não era seu. O emblema da faculdade de Nina estava estampado na frente. Ela sentou-se na poltrona do meu lado, e cruzou as pernas.

– Amanda, você tem ideia do perigo que correu?

– Eu sei! – Ela disse, parecendo indignada. – Mas você não conhece o meu irmão. Ele me obrigou a ajudá-lo com isso uma vez. Eu queria fazer a coisa certa uma vez na vida.

– E o que aconteceu com ele?

– Foi preso. Mas os seus amigos estão atrás de mim agora. – Ela disse, parecendo muito vulnerável.

Eu tinha vontade de bater em Amanda por ser tão estúpida às vezes, mas naquele momento, eu a abracei.

– Parece que você ainda não consegue se cuidar sozinha. – Resmunguei.

– Parece que vocês duas não conseguem se cuidar sozinhas. – Nina irrompeu a porta da cozinha e entrou na sala.

– Você precisa se esconder. – Eu disse a Amanda.

– Eu sei, mas não sei o que fazer. Rachel não vai poder ficar aqui, e eu não posso ficar na casa de Nina o tempo todo. Ela não confia em mim. – Amanda disse com a voz manhosa.

– Você vacilou bastante com a Polly, Amanda. Mas eu nunca poderia te expulsar. Vai ficar aqui, onde é seguro.

E vejam o lado sensível e justo de Nina, inédito até aqui. Isso não é nada bom.

– Nina, vamos pra cozinha. Precisamos conversar. – Eu disse, puxando-a pelo braço.

Relutante ela me acompanhou até a imensa cozinha preta e branca.

– O que foi? – Sonsa como sempre.

– Jura Nina? Amanda?

Ela soltou um riso nervoso.

– O que eu fiz de errado?

– O que fez de errado? Olha, Nina. Amanda quase me matou, apesar de ter me salvado depois. Sabe o que isso significa? Que ela é um problema. – Tomei cuidado para sussurrar. Não queria mais discussões com Amanda.

– Eu sei, Polly. Por isso estou a mantendo aqui. Para evitar mais problemas.

Eu sabia que não adiantaria insistir. Aquela era Nina. Quem a olhasse, veria uma mulher feito pedra, incapaz de ser emocionada com dramas, e histórias inventadas. Mas seu coração possui um ímã que só atrai pessoas problemáticas, e ela faz de tudo para protegê-las. E talvez seja por isso que sejamos tão amigas.

– Só toma cuidado, ok? Amanda é um ser de espírito livre. Ela pode ir embora a qualquer momento.

O olhar que ela lançou para mim dizia que não deixaria aquilo acontecer.

Por um momento as diferenças pareciam ter sido resolvidas. Nina começou a revirar a cozinha atrás de algo para comer, e eu roubei um pouco do seu café. Mas o estribilho repentino me fez cuspir na hora.

– Se fosse a Polly, você iria até para o inferno! – Gritou uma voz esganiçada, um pouco antes de bater o que já não era mais uma porta.

Nina olhou para mim com os olhos arregalados, pois ela parecia tão assustada e confusa quanto eu. Amanda apareceu na cozinha tentando segurar o riso.

– Uma hippie nem um pouco “good vibes” acabou de sair enfurecida daqui. E a sua porta já era, Nina.

– Você só pode estar brincando, Amanda. – Eu não podia assimilar a personagem e a cena juntas.

– Bem que eu não fui com a cara dessa Maya mesmo. – Resmungou Nina, fazendo jus ao seu sexto sentido.

E de repente eu percebi o que havia acontecido e precisava ir atrás de Ian.

Corri até o seu quarto, mas ele não estava lá. Mas ao lado eu podia ouvir o som de socos e murros. Ian estava assassinando o saco de pancadas. O som estava ligado num rock muito pesado que eu tive a impressão de conhecer. Ele soltou um palavrão.

– Droga Maya, já disse que eu não vou... Ah, Polly. – Ian rapidamente se desarmou. Aproximou-se de mim ofegante e retirou suas luvas vermelhas.

– O que aconteceu?

Ele riu, mas não parecia mais calmo.

– Todas vocês ouviram, não é? Pois bem. Acho que não existe paz e amor quando a TPM chega. E é difícil viver numa casa cheia de mulher, viu? – Ian pegou uma garrafa de uísque e bebeu uma grande quantidade. Não muito conveniente para o fim da manhã.

– Ian, me conta. Maya saiu irritada daqui. Mencionou que iria para algum lugar. – Havia mencionado o meu nome também, mas eu preferia não pensar nisso.

–Acontece que ela me enganou, Polly. Deixei que ela planejasse tudo, mas a desculpa de casamento foi para encobrir a viagem.

– Viagem?

–Sim. Ela só resolveu me contar quando encontrei as passagens que ela comprou, e com o meu dinheiro! Disse que precisava sair do país. Disse que tinha uma avó doente na Argentina e precisava cuidar dela. Mas acho que ela está fugindo. Maya tem um passado ilícito. – Pelo seu olhar reprovador, percebi que ele não queria entrar em detalhes.

– Então ela insistiu que você fosse com ela, mas você negou. – Presumi.

Ian concordou com a cabeça. Seu rosto antes possesso estava agora taciturno.

– Por que você não quer ir? – Eu perguntei, preocupada. Não o queria longe.

Ele parecia procurar a melhor resposta.

– Eu não posso ir, Polly. Minha vida é aqui. Não posso abandonar meus alunos, meus pais, Nina e você. Apesar de saber que logo você irá embora.

Suas últimas palavras foram como um soco no meu peito. Eu o magoei indo embora, e estava prestes a fazer isso novamente. Senti meu rosto queimar e ele percebeu meu embaraço. Ian pegou a minha mão.

– Acho que eu não seria feliz com Maya se eu fosse. Ela costumava me fazer feliz, e me dar paz. Mas agora, eu simplesmente não posso ir.

Ian não me confessou, mas deixara implícito que o motivo de não ir com Maya era por não amá-la o suficiente. O que eu não conseguia entender. Se estavam a se casar, deveriam se amar o suficiente para isso também. Então do que Ian estava se protegendo?

– Está tudo bem, Ian. Você não pode fazer aquilo que não quer. – Eu o envolvi num abraço reconfortante.

Ian apoiou sua cabeça em meu colo.. Apoiar em seu colo era o que eu costumava fazer quando minha mente estava confusa. Então acariciei suas mechas lentamente, numa tentativa vã de retribuir tudo que ele fizera por mim até aquele momento.

Ficamos ali em silêncio por um bom tempo, e num momento pensei que Ian estivesse cochilando. Ambos nos assustamos com a entrada repentina de Nina em nosso refúgio relaxante.

– Tem visita para você, Polly. – Ela disse, com os braços cruzados e a cara emburrada.

Eu sabia exatamente que tipo de pessoa a deixava assim.

– Já volto. – Digo a Ian.

Abro a porta e encontro Klaus segurando um envelope branco, parecendo uma carta. Ele me abraça sorridente, mas me esforço para me livrar de seus braços. Lá estão os olhos do seu pai, me fitando como se tivessem algo a oferecer. Sinto meu corpo todo se arrepiar.

– Acho que encontrei o que você procurava. – Ele logo anuncia e me entrega o envelope.

Vejo o nome do remetente. Edith Gollen. Ela havia mandado uma carta para Klaus.

– Pode ler. Não há nada de íntimo. Quando eu cheguei a cidade e procurei por meu pai, todos me disseram que ela seria a única que poderia me ajudar a encontrá-lo. Enviei uma carta dizendo que pelo que tudo indicava eu era o filho de Marcus, e ela me respondeu isso.

“Olá Klaus. Fiquei muito surpresa com a existência de um filho de Marcus. Ele nunca havia me falado nada sobre você, logo acredito que ele também não sabia de sua existência. Mas chegou a me contar de sua viagem ao Reino Unido, e de como foi prazeroso! Sentiu muito por ter que ir embora. Acredito que ele irá adorar a notícia de que tem um filho, e que este está a sua procura. Você irá adorá-lo. É um homem admirável, um ótimo professor e um incrível intelectual.

No momento não consegui entrar em contato com ele, pois está viajando para o interior. Mas tenho certeza de que ele irá adorar a surpresa. Não vejo a hora de conhecer o filho de Marcus!

Estou deixando nosso endereço e número de telefone, para você entrar em contato assim que puder. Um abraço, e até breve! “

Edith

A estupidamente ingênua proferiu estas palavras na carta que enviara a Klaus. Pobre bastardo! Enganado por essas doces palavras sobre o seu pai, que é um ser abominável e repugnante. Eu segurava a carta com mais força e me controlei para não a rasgar. Lágrimas de raiva também lutavam para sair, mas as controlei a tempo. Mas meu rosto estava vermelho de ódio e isso era algo que eu não podia controlar.

– Está tudo bem? – Klaus parecia preocupado com a minha expressão diabólica.

– Está sim. É que estou com alguns problemas no momento. – O que era verdade.

– Eu entendo, eu não quis atrapalhar. É que eu me lembrei dessa carta, e era a única pista sobre o meu pai que eu tinha antes de você aparecer. Pensei que poderia ajudar a nossa busca, ou talvez...

– Fez bem, Klaus. Isso vai nos ajudar muito. – Aos poucos fui recuperando o foco. – Mas posso perguntar uma coisa?

– Pode me perguntar qualquer coisa. – Ele disse sorrindo. Por que ele devia sorrir tanto?

– Se você tinha o endereço, por que não foi ao encontro de Edith e de seu pai?

Vi a confusão no rosto de Klaus, e percebi que ele procurava qualquer eufemismo para a palavra covarde.

– Bom, ela não entrou em contato comigo depois dessa carta, então presumi que meu pai não queria me conhecer.

Pela primeira vez ele teve uma ideia realista sobre o pai.

– E o que te fez mudar de ideia?

– Você me deu coragem de encarar logo a verdade.

A cada momento que eu me aproximava mais de Klaus, eu tinha certeza de que ele iria me odiar mais quando descobrisse tudo.

– E se não for o que estiver esperando? E se você se decepcionar?

– Eu já sou crescido, Polly. Eu mereço a verdade.

A verdade, Klaus, você nunca poderia imaginar. E eu nunca seria capaz de lhe dizer. Mesmo porque nunca soube quem seu pai era de verdade. Não sei quais atrocidades cometeu, quantas pessoas feriu, ou se alguém o feriu quando ainda mantinha sentimentos. Não sei como funciona sua mente doentia, não sei do seu passado. Mas eu ia descobrir, e ia acabar com ele antes de você conhecer toda a verdade.

– E então? O que me diz?

Klaus esperava por uma decisão, e minha mente era incapaz de lhe dar uma resposta imediata. O que me restava de consciência pedia aos gritos que abandonasse aquela ideia. Que eu o magoaria profundamente com toda essa história de vingança. Era a voz de Nina, de Ian, da minha família e de todos ao meu redor. Porém meu desejo de justiça, que não fora alimentado no momento certo, pulsava cada vez mais forte. Eu queria fazer Marcus pagar por tudo que fizera, e fazer com que todas as pessoas que lhe ajudaram ou lhe defenderam sofressem também. E isso incluía a ingênua e estúpida Edith. E no momento, meu ódio por ela cegou qualquer escolha diferente que eu pudesse fazer.

– Klaus. Precisamos ir atrás de Edith. – Afirmei convicta.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Não esqueçam de comentar a sua opinião, e principalmente o que precisa ser melhorado. Até a próxima!



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