Eu me chamo Thalía Moore. Sim, sei que é estranho, mas foram meus pais que escolheram, não posso questionar muito. Sempre tive uma vida tranqüila, e calma em Manhattan, mas tivemos que nos mudar graças a problemas no trabalho de meu pai e a oportunidade que abriu foi em South Hill. Passar quase quatro horas em um carro para depois carregar caixas e mais caixas, com certeza o primeiro final de semana em South Hill não começou muito bem. Mas faz parte, aliás, eram minhas coisas também.

A cada caixa colocada dentro de casa, era uma lembrança da minha cidade que perfurava meu peito com o poder de uma bomba atômica. Eu sempre fui tímida, aquela garota do fundo da sala em que ninguém presta atenção. Aquela em que ninguém lembra, a não ser que esteja em uma prova e precise de “ajuda”. A nerd. Eu nem sei como tinha amizades em Manhattan, mas eu tinha e com a mudança fica mais difícil de ver as poucas, mas verdadeiras amizades que tenho.

– Olá, vocês devem ser os senhores Moore e você, Thalía. – diz uma menina se referindo a nós. Assentimos simpaticamente e ela sorri. – meu nome é Sabrina e eu sou a vizinha de vocês.

– Ah sim, claro. – diz minha mãe.

Peço licença e levo mais caixas para dentro da grande casa azul. As caixas eram minha então subo com elas pelas escadas para leva-las ao meu quarto. Meu quarto era grande e bonito, o único defeito é que a minha janela era muito grudada com a do vizinho e meu medo é que meus vizinhos fossem um, talvez, assassino e entrasse pela janela a noite para me matar ou sei lá. Abro uma das caixas que estava repleta de lembranças e fico admirando o passado.