Viúvas Negras escrita por Estressada Além da Conta


Capítulo 5
Arquivo 5: Um relance certeiro


Notas iniciais do capítulo

O capítulos virão menores às vezes, mas mais frequentemente. Estou planejando escrever vários capítulos com antecedência, mas não sei se serei capaz.



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As árvores do bosque eram tortas, seus galhos sem folhas pareciam tentáculos tentando alcançar a terra. Quanto mais perto chegavam da mansão, mais arqueadas eram as plantas, seus troncos e galhos criando um túnel que repelia quase por completo o luar. A grama era cinzenta, ou talvez fosse apenas a noite escura, e davam a impressão de que ganhariam consciência e puxariam o pé de quem ousasse sair da trilha a qualquer momento. As pedras que faziam o caminho não eram melhores, traiçoeiras, até mesmo o mais obstinado dos tolos tropeçaria nelas. Mesmo Lin e Naru sofreram em suas garras, não tanto quanto os outros... E definitivamente não tanto quanto Mai.

— Waah! - Era a terceira, quarta?, vez que a menina quase ia de encontro ao chão. Dessa vez, a gravidade parecia determinada a fazê-la cair.

Boa coisa que a gravidade amava um certo cientista que andava logo à frente.

— De novo, Mai? - Naru suspirou, sentindo a menina se apoiar em suas costas - Mesmo alguém com só dois neurônios como você deve ser capaz de dar dois passos sem cair.

— Fica quieto, Naru! - Taniyama retrucou, segurando o paletó de seu chefe, testa apoiada nas costas dele. Olha, rubor.

— Nós não vamos a lugar nenhum desse jeito. - O resto do grupo já estava bem à frente, Houshou levando socos de uma miko enfurecida, John tentando apaziguar os dois, Yasuhara e os trigêmeos rindo, Masako e Lin andando o mais rápido possível para longe daqueles idiotas.

— Chame Bou-san, ele pode me carregar, se que você está com tanta pressa.

Estudou para a prova? Se sim, deve se lembrar que Mai + Qualquer homem que não responda por "Naru-chan" = Irritação.

— Você já está dando trabalho e o caso mal começou.

— Oras, sinto muito por ser tão problemática! - E pronto, o sentimento quente que tomara conta do rapaz se fora junto com a garota - Talvez você devesse andar junto com a Senhorita Bonequinha de Porcelana ali! Narci... - Oliver puxou a moça até que esta andasse ao seu lado, e ofereceu o braço.

 Vamos, estúpida, não temos o dia todo. - Dia?

Olha, que vermelho bonito nas bochechas daquela moça, andando de braços dados com aquele que recusou seu coração.

 

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Primeiras impressões geralmente estão erradas. A mansão medonha e o bosque horrendo poderiam ser apenas resultado da neblina densa, do Luar esbranquiçado, do cansaço, do mistério. No dia seguinte, acordariam com um Sol caloroso e passarinhos amigos, uma suave brisa vinda do mar e medos nada mais que uma lembrança. Comeriam algo ao som de brigas e conversas habituais, arrumariam todo o equipamento conforme Naru desejasse. Tudo estaria como antes. Como deveria ser. Como supostamente deveria ser.

Lamento dizer que este não foi o caso.

Após algumas poucas horas de sono, o dia não parecia diferenciar muito da noite. Era um dia escuro, nublado, de um cinza azedo, amargurado. O Sol parecia tão pálido quanto a Lua, era possível vê-lo se tivesse sorte de olhar para o céu no lugar certo, na hora certa. Um relance certeiro. A mansão de pedra negra por fora era de pedra cinza por dentro, o chão de madeira que talvez um dia fora marrom rangia aqui e ali, as janelas, maioria delas, eram grandes o suficiente para uma pessoa pular sem problemas, as portas precisavam de uma mão de tinta e os móveis pareciam existir desde o século 18. O interior da mansão era, no mínimo, deprimente. Sombrio. Solene. E os inúmeros retratos de pessoas que existiam apenas no passado - ou assim eles rezavam - em nada ajudavam.

— Sou só eu, ou essa mansão grita "abandono"? - Bom dia, Ayako, bem vinda à base.

— Não, não é só você. - Bou-san respondeu, depositando um monitor ao lado de outro.

— Mas a parte mais estranha é... Não tem uma poeirinha, uma teia de aranha ou uma traça num canto de parede. - Yasu limpou os óculos - Para uma casa desse tamanho que só tem quatro criados... Eu esperava pelo menos um vidro embaçado de vez em quando.

— Yasuhara, coloque essa câmera um pouco mais para a esquerda.

— Falou, chefe.

— Mai, pare de gastar os dois neurônios que lhe restam olhando o nada e vire a camêra para a direita.

— Você acabou de falar para mover para a esquerda!

— Sim, e agora quero que a mova para a direita. Parece que você já perdeu um dos neurônios.

— Narcisista viciado em chá, cretino sabe-tudo...

Bom ver que mesmo naquele dia cinza, naquela casa cinza, naquela situação cinza, Naru e Mai ainda conseguiam ver as cores um no outro.


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Notas finais do capítulo

Bosque (Referência): https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/91/9f/6b/919f6b29161750283efc042672bb0061.jpg

Eventualmente irei atualizar esse capítulo, arrumando erros e tals, porque, por algum raio de motivo, meu Word não quer funcionar.



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