Viúvas Negras escrita por Estressada Além da Conta
Notas iniciais do capítulo
O capítulos virão menores às vezes, mas mais frequentemente. Estou planejando escrever vários capítulos com antecedência, mas não sei se serei capaz.
As árvores do bosque eram tortas, seus galhos sem folhas pareciam tentáculos tentando alcançar a terra. Quanto mais perto chegavam da mansão, mais arqueadas eram as plantas, seus troncos e galhos criando um túnel que repelia quase por completo o luar. A grama era cinzenta, ou talvez fosse apenas a noite escura, e davam a impressão de que ganhariam consciência e puxariam o pé de quem ousasse sair da trilha a qualquer momento. As pedras que faziam o caminho não eram melhores, traiçoeiras, até mesmo o mais obstinado dos tolos tropeçaria nelas. Mesmo Lin e Naru sofreram em suas garras, não tanto quanto os outros... E definitivamente não tanto quanto Mai.
— Waah! - Era a terceira, quarta?, vez que a menina quase ia de encontro ao chão. Dessa vez, a gravidade parecia determinada a fazê-la cair.
Boa coisa que a gravidade amava um certo cientista que andava logo à frente.
— De novo, Mai? - Naru suspirou, sentindo a menina se apoiar em suas costas - Mesmo alguém com só dois neurônios como você deve ser capaz de dar dois passos sem cair.
— Fica quieto, Naru! - Taniyama retrucou, segurando o paletó de seu chefe, testa apoiada nas costas dele. Olha, rubor.
— Nós não vamos a lugar nenhum desse jeito. - O resto do grupo já estava bem à frente, Houshou levando socos de uma miko enfurecida, John tentando apaziguar os dois, Yasuhara e os trigêmeos rindo, Masako e Lin andando o mais rápido possível para longe daqueles idiotas.
— Chame Bou-san, ele pode me carregar, se que você está com tanta pressa.
Estudou para a prova? Se sim, deve se lembrar que Mai + Qualquer homem que não responda por "Naru-chan" = Irritação.
— Você já está dando trabalho e o caso mal começou.
— Oras, sinto muito por ser tão problemática! - E pronto, o sentimento quente que tomara conta do rapaz se fora junto com a garota - Talvez você devesse andar junto com a Senhorita Bonequinha de Porcelana ali! Narci... - Oliver puxou a moça até que esta andasse ao seu lado, e ofereceu o braço.
Vamos, estúpida, não temos o dia todo. - Dia?
Olha, que vermelho bonito nas bochechas daquela moça, andando de braços dados com aquele que recusou seu coração.
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Primeiras impressões geralmente estão erradas. A mansão medonha e o bosque horrendo poderiam ser apenas resultado da neblina densa, do Luar esbranquiçado, do cansaço, do mistério. No dia seguinte, acordariam com um Sol caloroso e passarinhos amigos, uma suave brisa vinda do mar e medos nada mais que uma lembrança. Comeriam algo ao som de brigas e conversas habituais, arrumariam todo o equipamento conforme Naru desejasse. Tudo estaria como antes. Como deveria ser. Como supostamente deveria ser.
Lamento dizer que este não foi o caso.
Após algumas poucas horas de sono, o dia não parecia diferenciar muito da noite. Era um dia escuro, nublado, de um cinza azedo, amargurado. O Sol parecia tão pálido quanto a Lua, era possível vê-lo se tivesse sorte de olhar para o céu no lugar certo, na hora certa. Um relance certeiro. A mansão de pedra negra por fora era de pedra cinza por dentro, o chão de madeira que talvez um dia fora marrom rangia aqui e ali, as janelas, maioria delas, eram grandes o suficiente para uma pessoa pular sem problemas, as portas precisavam de uma mão de tinta e os móveis pareciam existir desde o século 18. O interior da mansão era, no mínimo, deprimente. Sombrio. Solene. E os inúmeros retratos de pessoas que existiam apenas no passado - ou assim eles rezavam - em nada ajudavam.
— Sou só eu, ou essa mansão grita "abandono"? - Bom dia, Ayako, bem vinda à base.
— Não, não é só você. - Bou-san respondeu, depositando um monitor ao lado de outro.
— Mas a parte mais estranha é... Não tem uma poeirinha, uma teia de aranha ou uma traça num canto de parede. - Yasu limpou os óculos - Para uma casa desse tamanho que só tem quatro criados... Eu esperava pelo menos um vidro embaçado de vez em quando.
— Yasuhara, coloque essa câmera um pouco mais para a esquerda.
— Falou, chefe.
— Mai, pare de gastar os dois neurônios que lhe restam olhando o nada e vire a camêra para a direita.
— Você acabou de falar para mover para a esquerda!
— Sim, e agora quero que a mova para a direita. Parece que você já perdeu um dos neurônios.
— Narcisista viciado em chá, cretino sabe-tudo...
Bom ver que mesmo naquele dia cinza, naquela casa cinza, naquela situação cinza, Naru e Mai ainda conseguiam ver as cores um no outro.
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Bosque (Referência): https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/91/9f/6b/919f6b29161750283efc042672bb0061.jpg
Eventualmente irei atualizar esse capítulo, arrumando erros e tals, porque, por algum raio de motivo, meu Word não quer funcionar.