Flatmates (?) By A Time escrita por Raura


Capítulo 6
Too Close


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que prometi postar antes, mas não podia fazê-lo antes do capítulo passar por my consulting beta,
nesse capítulo me inspirei na música que dá nome a ele e a parte final teve um pouco de inspiração vinda de Magnet,
espero que gostem,

Boa leitura!



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O domingo amanheceu chuvoso e frio, aquele tipo de chuva fina e fraca que não para um segundo. Molly abriu os olhos, felizmente era domingo e ela não precisaria ir trabalhar, apesar de estar melhor preferia ficar em casa.

Levantou-se ainda sonolenta, os remédios para gripe sempre a derrubavam, não viu Sherlock deitado no colchão, saiu do quarto, ele não podia estar no telhado com esse tempo, podia? Esfregava os olhos indo em direção á cozinha quando se chocou contra algo, ou melhor, alguém.

Molly esbarrou em Sherlock, que naquele momento estava só com a toalha presa na cintura, tinha acabado de sair do chuveiro, os cabelos ainda pingavam, ele a segurou pela cintura por reflexo evitando assim sua queda, antes que dissesse qualquer coisa sentiu-se ficar vermelha por inteiro, depois afastou-se como se tivesse levado um choque, a trombada seguida da proximidade repentina a despertou, podia sentia sua própria pulsação.

Sherlock não disse nada, apenas olhava-a divertido com a reação dela, controlou-se para não gargalhar, trinta segundos atrás ela estava num estado de quase sonambulismo, e agora estava toda alerta.

— Bom dia Molly! – Ela notou o tom de riso controlado em sua voz.

— Bom... dia... – Focou seu olhar no rosto dele, assim evitaria ficar mais envergonhada, se é que isso fosse possível, devia estar mais vermelha que qualquer coisa vermelha existente no universo.

— Está melhor da gripe?

— Sim... eu acho. – Pelo amor de Deus! Sério mesmo que ele quer conversar comigo só de toalha? Pensou Indecentemente lindo e sexy recém-saído do chuveiro e só. de. toalha. um canto de sua mente disse, foco Molly repreendeu sua consciência que não colaborava.

— A febre também se foi? – Disse dando um passo em sua direção.

— Sim, vou fazer café, vai querer? – disse desviando dele, entrou no banheiro, esperou sua resposta antes de fechar a porta.

— Sim.

Molly inspirou e expirou o ar encostada na porta tentando regularizar sua pulsação, “o que tinha sido aquilo?” Como se não bastasse ter quase caído se não fosse Sherlock a segurar pela cintura estando só. de. toalha, ainda tinha ficado com um pouco do perfume dele em seu corpo, era delicioso. Foi até a pia e jogou água fria no rosto, “você pode lidar com isso Molly Hooper!” entoou como se fosse um mantra mental antes de sair para preparar o café.

Sherlock se trocava sorrindo lembrando-se da expressão da legista quando trombou com ela, primeiro surpresa, depois ela começou a ficar muito vermelha, então se afastou como se ele a tivesse espetado. Não a teria soltado se ela não tivesse se afastado, segurá-la próxima a si tinha sido bom, e a última coisa que queria ter feito era soltá-la. Terminou de se vestir e foi tomar o café.

— O que costuma fazer aos domingos Molly? – Perguntou sentando-se na bancada ao seu lado.

— Depende, quando não chove saio para comer fora ou dar um volta por Londres e seus arredores, quando o tempo está como hoje depende novamente, ás vezes passo o dia debaixo das cobertas lendo ou então zerando algum jogo, vai muito de meu humor também...

— E pretende fazer o que hoje?

— Ainda não sei... quero aproveitar que meu estômago está melhor e comer algo mais consistente...

— Consistente tipo Velvet Red e Rainbow? – Perguntou com um brilho no olhar, ela se surpreendeu por ele lembrar os nomes.

— Sim, mas isso não seria almoço... pensei em macarronada e batata frita, bom – virou a xícara com o que restava do café — Primeiro vou me trocar depois eu vejo.

Molly foi para seu quarto orgulhosa de si mesma por ter conseguido manter-se normal perto de Sherlock depois do ocorrido, trocou seu pijama por uma calça de moletom preta, uma blusa de frio branca e suas meias listradas em preto e branco, sorriu diante da sua combinação de roupas. Trançou o cabelo de lado, pegou seu notebook caso precisasse consultar alguma receita.

Sherlock estava novamente entediado, pensou em jogar videogame, mas Mario Kart não tinha tanta graça sozinho, o mesmo valia para algum jogo de luta, ficar um pouco no telhado também estava fora de cogitação com o tempo, jogou-se no sofá e fechou os olhos, ouviu quando Molly saiu do quarto e a julgar pelos passos que havia dado, estava parada ali perto, ao lado da poltrona pra ser mais exato, antes que abrisse os olhos sentiu uma almofada lhe atingir no rosto.

— Vai querer me ajudar ou vai ficar aí imerso com seus pensamentos morrendo de tédio? – Ela sorria de maneira travessa esperando a resposta.

— Vou te ajudar – respondeu, antes de se levantar pegou uma almofada e jogou-a na direção dela que desviou.

— Errou o alvo Sherlock – disse pegando a almofada e colocando-a na poltrona.

— Me certificarei de mirar melhor na próxima – seguiu-a até a cozinha.

Molly sabia que estava sendo observada por Sherlock, concentrou-se no que fazia assim evitaria ficar vermelha quando encontrasse seu olhar, ele descascava as batatas em silêncio, colocou uma música para tocar e parecia estar perdido em pensamentos.

— Posso não ser um Chef, mas geralmente as pessoas colocam sal e não açúcar na água do macarrão Molly.

— Opa... –“ não tão perdido em pensamentos” corrigiu-se, estava tão perdida em divagações que nem prestou atenção que tinha pegado o pote errado, corou.

Enquanto descascava batatas, Sherlock olhava através da fechadura de uma das portas de seu Palácio Mental, sabia que logo aquela paz que estava tendo ali iria acabar, pensou em todos os momentos que haviam se passado, jamais se esqueceria deles, especialmente do mais recente, sorriu com as lembranças.

Percebeu que Molly tinha colocado música para tocar, dessa vez cantava baixinho a letra, passou a prestar atenção, especialmente no refrão, não era o tipo de pessoa que encaixava letras musicais em alguma situação ou momento, mas reconheceu que viu algum sentido na que estavam ouvindo.

Antes que percebesse tinha ultrapassado várias linhas que impôs a si mesmo, agora apenas uma frágil linha tênue existia, esta que podia deixar de existir facilmente, ali no seu Palácio podia ser sincero consigo mesmo, estava muito próximo de se deixar sentir, apesar de saber que logo não estaria mais ali.

Vez ou outra Molly dava umas olhadas na direção do detetive, mas sempre prestando total atenção ao que fazia, não queria acabar colocando fogo na cozinha por falta de atenção ao estar o olhando. Ele tinha terminado sua tarefa de descascar, estava encostado na pia observando-a, achou melhor mandá-lo arrumar os pratos e talheres assim evitaria seu olhar examinador.

Depois de almoçarem e levarem as louças decidiram jogar um pouco de videogame, já tinham se habituado a dividirem o sofá, Molly estava a ponto de arrancar os braços do personagem de Sherlock quando ele disse:

— Obrigado – ela virou-se para ele sem entender, deixando de lado o jogo, ele entendeu a pergunta no olhar dela e continuou — Por tudo, por me aguentar, por ser legal comigo mesmo... – não precisou completar para ela entender o que ele queria dizer, “depois de toda minha sinceridade exagerada e ter sido rude várias vezes” a legista completou sua frase mentalmente.

Molly deixou-se perder na intensidade daquele olhar, era como se o magnetismo estivesse a envolvendo, a enfeitiçando, não conseguia deixar de gostar dele, inconscientemente se inclinaram um na direção do outro, felizmente uma quase insignificante e pequena parte de sua mente ainda mantinha a razão no lugar, foi só por isso que controlou a vontade de se deixar envolver por aquele magnetismo e beijá-lo, ao invés disso o abraçou.

Sherlock tinha certeza que Molly iria beijá-lo, queria que ela tivesse o feito, mas então ela o surpreendeu e o abraçou, apertou-a contra si, viu a frágil linha tênue começando a se desfazer, sabia que quando a linha sumisse seria um caminho sem volta, queria deixar ela se aproximasse mais, mesmo que em um momento próximo fossem ficar separados por um longo tempo, era o que mais queria no momento, quando ela se afastou entrelaçou seus dedos nas mãos dela e apertou levemente.

Aproximou-se dela, deixou claro com o olhar sua intenção, viu a linha se transformar em pó quando seus lábios tocaram os dela, leve, suave, todo e qualquer vestígios da linha desapareceu quando suas línguas se encontraram, nunca antes tinha se sentido tão entregue.

Quando se afastaram estavam com as respirações descompassadas, mantiveram o contato visual até que se normalizassem, ambos com as pupilas dilatadas, as dela quase imperceptível devido a coloração escura nos olhos, já os dele era mais evidente. Um silêncio se instalou entre eles, não sabiam o que dizer, quem quebrou o silêncio foi Molly:

— Não pense que com isso deixarei você ganhar de mim facilmente Sherlock. – Ela disse num tom brincalhão, corando levemente quando disse ‘isso’.

— Nem por um segundo Molly!

Retomaram a partida, agora que tinham ultrapassado a barreira não se incomodaram em jogar um encostado no outro.


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Notas finais do capítulo

Digam me o que acharam sobre, anyway :3



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