Engravatados escrita por Bugaboo


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

POV Violet Bloom



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Comecei a correr pelas calçadas de Manhattan, estava atrasada para o trabalho. Se eu não chegasse em vinte minutos a minha chefe me demitiria.

Meu salto estalava no piso irregular, fazendo com que uma vez ou outra eu quase caísse no chão frio e sujo de concreto.

Faltava apenas três quadras e logo estaria na minha sala. Só mais alguns minutos.

Ou não.

Senti meu corpo se chocar contra algo duro e depois cair para trás. Minha bolsa abriu e todos as minhas folhas caíram para fora. Comecei a catar uma por uma e enfiar na bolsa.

- Aqui tem mais algumas. - um belo par de olhos azuis disse enquanto me entregava um bolo de folhas. - Você está bem?

- Estou sim, me desculpe. - falei me levantando num pulo e amassando as folhas dentro da bolsa para que ela fechasse.

- Eu quem peço desculpas. - ele estendeu a mão para mim. - A propósito sou Neal.

- Violet. - falei apertando sua mão. - Desculpe a grosseria, mas tenho que ir.

Deixei o homem sozinho nas ruas de Manhattan e voltei a correr para o meu escritório. Quando finalmente cheguei na minha sala me taquei na cadeira e liguei o computador. Meu corpo relaxou e foi aí que senti meu pulmão queimando e todos os meus músculos tremendo.

O telefone tocou e eu atendi.

- A... Alô! - falei puxando ar. - Escritório da... Violet Bloom.

- Srta. Bloom, você está bem? - ouvi Hanna na linha.

Hanna era a minha secretaria. Uma bela jovem ruiva de 19 anos, com um corpo estrutural e um rosto perfeitamente simétrico.

- Estou sim, meu carro está no conserto então tive que vir correndo até aqui. - falei enquanto digitava a minha senha no computador. - Mas sei que não ligou para isso.

- Ah é! - ela exclamou se lembrando do que deveria falar. - A Sra. Libonacchi quer saber se a sua notícia está pronta.

- Esta aqui na minha mesa, pode vir pegar. Obrigada. - falei desligando o telefone.

Peguei os papeis da minha bolsa e os arrumei em cima da mesa e voltei para o computador onde estava digitando uma matéria sobre o roubo de artes.

Hanna apareceu poucos minutos depois com uma xícara de café que deixou na mesa e levou os papeis que eu tinha deixado perfeitamente arrumados.

A manhã passou tranquilamente, tirando o fato de que recebi uma ligação avisando que demoraria mais cinco dias para o meu carro ficar pronto.

Finalmente era hora do almoço. Hoje é meu dia de pegar Ryan na escola, mas sem carro seria uma tarefa difícil.

Assim que entrei no restaurante que eu e meus colegas de trabalho sempre almoçávamos resolvi pedir a Harvey para que o buscasse.

Disquei o número três da discagem rapida. Fred atendeu no terceiro toque.

- Olá Viola!

- Harvey, desculpe lhe incomodar no traba...

- Você nunca incomoda Viola. - Fred falou me impedindo de terminar a frase.

- Isso não vem ao caso. - odiava pedir as coisas para ele, me sentia uma exploradora. - O caso é que meu carro não ficou pronto como prometido e agora não tem como eu buscar o Ryan.

- Relaxa, vou mandar um carro buscá-lo e deixar na sua casa.

- Obrigada Harv!

Harvey era um homem tão bom, principalmente comigo. Mesmo depois do nosso divórcio, conseguíamos viver como amigos.

Despedi-me de Harvey e desliguei. Montei um prato e almocei com o resto do pessoal do escritório. A comida era boa, mas o restaurante era cheio de funcionários de mau com a vida. As pessoas a minha volta conversavam e riam sobre os problemas do trabalho, mas eu não conseguia parar de pensar nas reportagens, no Ryan e no carro.

Minha semana seria cheia.

Quando todos terminaram fomos pagar a conta. A fila era grande, o rapaz do caixa era um homem corpulento e com cara de porco que sempre errava no calculo.

Senti alguém cutucar as minhas costas. Olhei para trás e vi um homem dos olhos azuis em qual esbarrei hoje de manhã.

Ele sorriu mostrando os dentes brancos e muito bem alinhados.

- Violet? Estou certo?

- Isso mesmo, Neal. - ele me olhava de cima à baixo. - A propósito, me desculpe por hoje de manhã.

A fila começou a andar e eu fui seguindo o fluxo.

- Sem problemas.

Um homem que devia ter uns vinte anos a mais que o Neal se aproximou dele. Tinha na expressão um misto de cansaço e raiva, mas nos olhos levava um olhar paterno reconfortante.

- Peter, essa é a Violet... A menina de hoje de manhã.

- Prazer. - Peter falou com um sorriso no rosto.

Retribui o sorriso, mas quando ia falar algo o caixa me chamou anunciando que eu era a próxima. Paguei o almoço e me despedi de Neal e Peter, tinha que estar no trabalho em dez minutos. O resto da tarde foi um saco, o dia demorava para passar quando se tinha notícias para se revisar.

Eu quase não acreditei quando deu oito horas, podia enfim ir para casa. Me sentia exausta.

A pior coisa de estar sem carro era o fato de todo o percurso que se fazia em cinco minutos virava quinze minutos a pé e mais dez de metro. Vinte cinco minutos era o tempo que eu demorava para chegar em casa. Andar sozinha a noite nas ruas de Manhattan não era algo reconfortante, sempre que alguém passava perto eu sentia uma frio na espinha e todos os pelos do meu corpo eriçarem.

Quando finalmente cheguei no meu apartamento estava exausta e suja. Fui tomar um banho e ligar para Harvey, mas o mesmo já tinha me mandado uma mensagem.

"Ryan dormiu, achei melhor deixá-lo descansando e levar ele para sua casa amanhã.

Boa Noite.

- H"

Ryan era um ótimo menino, desde bebê não dava trabalho, mas não ter que me preocupar de ter que fazer algo para ele comer e ajudar no dever de casa do dia era reconfortante. Afinal eu estava exausta e meu corpo pedia a cama.

Assim que deitei cai direto num sono profundo.


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