Medo de Amar escrita por valdz


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ~'-'~



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Medo de Amar

Capítulo 16 – Encontros.

***

– Não, Alan! – protesto, apontando para frente. – Eu não vou nesse troço, vai sozinho!

– Ah, vai... – diz ele, com os olhinhos brilhando na minha direção. – Vem comigo, por favorzinho!

Olhei de relance para a roda-gigante e depois para o rosto fofo de Alan. Assenti com a cabeça, relutante, e então, no mesmo instante, Alan segurou meu pulso e me arrastou até o brinquedo, jogando uns dois bilhetes no homem que cuidava do brinquedo.

Alan entrou em uma cabine, me puxando. Sentei-me ereta, apertando minhas coxas com as unhas. Eu e meu pequeno medo de altura. Droga.

– Tem medo de altura? – perguntou Alan. Assenti com a cabeça devagar. Ele segurou minha mão e puxou-me para perto, abraçando-me pelos ombros, encostando seu queixo em minha testa. – Não precisa ter medo, eu estou aqui com você.

O jeito que ele falou essa pequena frase, esse tom cheio de ternura e esse abraço reconfortante me fez perceber que suas palavras foram sinceras. Eu não preciso ter medo, eu não estou sozinha.

– Obrigada, Alan. – Sorri. Ele sorriu de volta.

Como uma das minhas mãos estava na coxa de Alan, assim que a roda-gigante começou a se movimentar para cima, eu apertei minhas unhas contra a jeans dele. Alan soltou um gemido de dor, e olhei pra ele, apavorada e murmurando desculpas.

– Você ainda não tirou suas garras daí, sabia? – Ele riu, mas percebi a dor em sua voz. Tirei a mão da perna dele, relutante e cruzei os braços, arranhando a mim mesma. – Ei, Roxinha, se controla!

– Estou controlada! – retruquei, mas é claro que era mentira, estava estampado isso na minha cara e também nos arranhões em meus braços. – E por que Roxinha?

– Bem, porque você se chama Roxanne, o que é óbvio. – Riu ele. – E também porque a sua saia e seus brincos são roxos, e também porque vi essa cor nos seus olhos.

Senti a queimação em minhas bochechas imediatamente diante daquelas palavras. Olhei para ele com mais atenção. Não havia prestado atenção no quanto ele é bonito.

Seu cabelo é castanho claro, quase mel. Seus olhos são do tom esmeralda, o que me prendeu a atenção por um tempo. Seu rosto tem algumas sardas, principalmente na região do nariz e as maçãs do seu rosto tem um tom levemente rosado, o que lhe dá um ar de inocência. Seus lábios são claros, mas nem finos nem carnudos demais.

Sem que eu notasse, meu polegar deslizou pelo lábio inferior dele.

Alan fechou os olhos com meu toque e sorriu, encostando sua testa na minha. A roda havia parado, indicando o fato de que era a hora de descermos. Alan entrelaçou os dedos nos meus, me puxando pra fora da cabine do brinquedo.

Quando fui descer, acabei tropeçando e caindo nas costas de Alan. Rindo, ele puxou minhas coxas um pouco mais ao alto, me colocando sobre ele.

– Alan, eu estou de saia! – sussurrei ao seu ouvido, rindo.

– E daí? – sussurrou ele de volta – Aposto que você está de short também.

– Talvez. – bufei.

Ele riu, me levando até a barraca de lanches.

O que eu não esperava era ver seis pessoas ali.

Pessoas que eu não esperava ver hoje.

Phobos, uma garota que desconheço, Joey, Rebecca, Perseu e Annabeth.

E então, todos eles olharam na minha direção enquanto Alan me colocava no chão. Fingi que não vi ninguém e ri, dando um tapa nas costas de Alan. Ele me olhou com falsa indignação, e rindo também.

– Vai querer alguma coisa? – perguntara ele.

– Quero algodão doce, tio Alan. – falo com voz de bebê.

– Está bem, agora para de ser tão fofa. – Ele sorriu, apertando minhas bochechas, que ficaram vermelhas, e não foi pelo seu aperto.

Ele pagou um algodão doce pra mim. Roxo. Eu peguei o algodão e encarei-o. Ele começou a rir, enquanto pedia um cachorro quente pra ele.

– Seu babaca! – xinguei-o, vendo ele pagar o lanche e saindo de perto. – Volta aqui, Alan, eu não terminei! Você tem muito que escutar ainda, seu otário!

– Ah, Roxinha, fica calma, amorzinho. – disse irônico, ainda rindo.

Eu dei um soco no seu ombro com a mão livre, e pensei que ele ia continuar a me ignorar, então preparei a mão para soca-lo de novo.

Mas então ele se virou, segurando meu punho no ar e aproximando-se de mim, de forma que eu sentia seu hálito de menta batendo em meu rosto. Olhei para o cachorro quente em sua outra mão, ainda intocável.

Alan se aproximou mais ainda, se é que isso é possível e beijou meu queixo, depois meu nariz e por fim, a minha testa, demorando um bom tempo ali. Fechei os olhos, sorrindo com seu beijo. Era gostoso, me transmitia segurança, e também inocente.

– Fica calma, amorzinho. – ele repetiu bem baixinho. Eu sorri, assentindo com a cabeça bem devagar. Ele sorriu também, entrelaçando nossas mãos livres e me puxando para outro lugar.

Mas aí senti alguém me puxar meu cotovelo. Virei-me bruscamente, e Alan olhou por cima de seu ombro.

Phobos me encarava, com o maxilar travado, e um olhar furioso. Só não sabia se era na minha ou na direção de Alan.

– O que você pensa que está fazendo? – pergunta ele, em voz ameaçadoramente baixa.

– O que você pensa que está fazendo, Phobos? – repito, olhando irritada pra ele.

Alan se posiciona ao meu lado. – Quem é esse cara, Roxinha?

– Roxinha? – Phobos ri com desgosto. – Já estão até trocando apelidinhos?

– Esse é Phobos. – digo, olhando para Alan e ignorando o comentário idiota do deus. – Ele é meu...

– Namorado. – cortou-me Phobos bem baixinho, cruzando os braços e sorrindo cínico para Alan.

– O quê? Não! – grito, corando por completo, mas abaixando o tom de voz. – Você não é meu namorado, Phobos!

– Ele tá te incomodando? – sussurra Alan ao pé do meu ouvido.

– Não se preocupe, Alan, tá tudo bem. – Sorrio em direção ao moreno ao meu lado. – Eu e Alan estamos indo. Bom proveito com sua garota, Phobos.

Dou um sorriso irônico em direção á uma menina loira atrás do deus do medo. Ele olha por cima do ombro, e quando volta a me encarar, está com um sorriso torto e idiota esboçado nos lábios.

Ainda com os dedos entrelaçados aos de Alan, puxo ele pra longe dali. Quando já estamos a uma distância segura, olho por cima do ombro, vendo Phobos escorado em uma parede.

Não, ele não estava escorado.

Ele estava prensado aquela garota loira contra a parede em um beijo urgente.

Meu estômago pareceu dar voltas, e meus olhos começaram a arder, e deixei que algumas lágrimas escapassem. Joguei o algodão doce no lixo, sem vontade de comê-lo, e passo a mão no rosto, enxugando as lágrimas. Vejo Alan jogar o seu lanche no lixo também, parecendo enojado.

Ele me encara e sorri. Sorrio triste pra ele, abaixando a cabeça.

Alan para, fazendo-me parar também, e percebo que ele fica de frente á mim. Não tenho coragem de encará-lo, pois acho que eu choraria novamente.

Ele segura meu queixo com delicadeza, e o levanta devagar, me olhando nos olhos com carinho. Alan coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e faz um carinho na minha bochecha.

– Você gosta dele. – ele afirma baixinho, e eu deixo algumas lágrimas escaparem ao lembrar a cena que vi minutos atrás. Balanço a cabeça, sem saber como responder. – Eu sei que dói isso, eu passei por isso. Mas, não importa o que aconteça, eu sempre vou estar aqui pra te ajudar, o.k.?

– Desculpa por isso, Alan. – murmuro. Ele sorri e balança a cabeça de leve.

– Não tem com o que se desculpar, Roxinha.

E eu fico ali, presa no seu olhar, coberto de carinho, suas palavras de conforto e seus sorrisos pra me animar. Sinto o impulso de beijá-lo, mas ao mesmo tempo, sinto que eu estaria usando-o.

E então recuo um passo, mas Alan me impede, passando seu braço ao redor da minha cintura, colando seus lábios aos meus em um beijo doce. E não vejo por que impedi-lo. Deixo apenas a sensação de que está tudo bem invadir o ar. De que Phobos é somente um problema á menos.

Aos poucos, aquela ferida enorme que havia se aberto com aquela cena indesejável, foi cicatrizando com aquele simples ato de carinho que Alan havia feito.

Ele separou nossos lábios, procurando ar, e colando sua testa na minha. Sorri pra ele, e ele retribuiu o sorriso, beijando minha testa.

– Agora você vai ter que arranjar outro celular – diz Alan. – Ninguém mandou quebrar aquele.

Eu ri e assenti com a cabeça.

***

– Eu achei tão fofo o beijo de vocês dois! – murmura Afrodite, sentada na minha cama, e me entregando um celular novinho em folha. – Phobos foi realmente idiota, desculpe querida.

Afrodite parecia realmente decepcionada. O celular que ela me entregara era idêntico ao que eu havia quebrado. Percebi que já havia vários contatos ali, inclusive o Alan.

– Obrigada, Afrodite. – digo em relação ao celular. Ela apenas sorri e some em uma fumaça rosa novamente.

Aperto no nome de Alan e espero ele atender.

Alô? – diz uma voz rouca do outro lado da linha.

– Oi Alan. – Abafo uma risada com a mão. – Aqui é a Roxinha.

Roxanne! – Posso imaginar ele sorrindo. – Que horas, não? Poxa, são... Meia-noite ainda!

– Meio-dia, Alan. – Rio.

Ah, fica quietinha, vai! – brinca.

Assim que me preparo para respondê-lo, vejo algo na janela, e reconheço imediatamente. Mas antes que eu possa reagir, a janela se quebra em mil pedaços, com o monstro invadindo meu quarto e vários cacos me atingindo na pele.

Desligo o telefone, dando um breve tchau e avisando que ligarei mais tarde.

A Fúria me encara, com um sorriso horroroso e ergue as suas garras, prontas para me mutilar.

É claro que não ligarei. Só se houver telefone no submundo, o que eu duvido muito que tenha.


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Notas finais do capítulo

Está bem, sei que tem muita gente aí que quer essa Fúria aqui me matando de forma dolorosa e lenta, mas... Culpem esses pombinhos aí! ;u;



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