POV – Jacob

Acordo de manhã com o celular apitando. Sorrio ao ver a simples mensagem da minha amada, mas que por sinal fez jus ás suas palavras.

“Bom dia!”

“Bom dia, pequena.”

Levantei-me disposto da cama e fui até o banheiro, tomei um banho e me troquei para o trabalho. Estava adiantado então passei no Le Bom Café para comer alguma coisa, – e ver a Nessie, claro – Assim que cheguei, parei em frente ao recinto, vi seus lindos cabelos alaranjados presos em um rabo de cavalo com trança, ela estava com uma regata cinza com rosto de gato, calça jeans e uma sapatilha transparente com brilhos. Atendia á alguns clientes que estavam sentados com o sorriso mais maravilhoso do mundo. Como ela consegue ser tão linda? Seu perfume doce adentrou minhas narinas trazendo-me uma sensação de paz, de conforto. Queria abraçá-la, queria beijá-la, queria gritar pro mundo inteiro que ela é a dona do meu coração, que ela me tem em suas mãos, que ela é a mulher da minha vida e sem ela nada sou... Criei coragem e entrei no café, fui até o balcão e Suzzy logo sorriu e disse:

— Oi Jake!

— Oi Suzzy. – Respondi sorrindo.

— O que vai querer hoje?

— Dois croissants de presunto e queijo.

— Vai levar?

— Vou sim, vou comendo no caminho se não chego atrasado ao trabalho. – Respondi pegando minha carteira.

Ela pegou o que pedi e embrulhou a paguei e depois me despedi e sai do Café dando uma última olhada em Nessie.

(...)

Mais um dia que se vai e eu aqui, continuo pensando nela, pensando em como seria quando nos encontrássemos como nossos olhos se encontrariam, se as palavras sairiam da minha boca, como minha pele ficaria com o toque das suas mãos, e como meu coração iria se portar ao vê-la frente a frente, se ele iria parar ou disparar ao olhá-la. Como seria... Mais um dia e eu aqui só pensando...

POV - Renesmee

Quando chegou o meu horário de almoço Sophie apareceu no café para irmos juntas comprar nossa roupa para o baile de inverno, eu estava super ansiosa, afinal ia conhecer o meu “admirador secreto”. Eu não tinha muito tempo então tínhamos que ser rápidas, afinal, nem precisamos andar muito, logo em uma das primeiras lojas encontramos os vestidos perfeitos á mostra na vitrine, entramos, experimentamos e compramos, passamos em outra loja, uma que vendem máscaras, Sophie encontrou uma que combinava perfeitamente com seu vestido e eu também. Voltamos do shopping e Sophie foi para casa levar as nossas compras e eu fiquei no trabalho.

(...)

Algumas semanas se passaram e o grande dia chegou, eu estava eufórica, eu olhava para o relógio de cinco em cinco minutos, meu coração estava batendo feito um doido, horas batia devagar, horas batia tão forte como se pudesse rasgar meu peito e pular para fora de mim. Seria hoje, seria hoje que conheceria aquele que roubou meu coração apenas com palavras.

Sophie chegou em casa em torno das 15:00h da tarde para começarmos a nos arrumar, teríamos que decidir sobre cabelo, maquiagem, sapatos, jóias... Quando já eram 19:00h da noite estávamos prontas, apenas no aguardo de Seth, que nos pegaria ás 19:30h. Estávamos dando uns retoques finais na maquiagem quando a campainha toca. Suzzy abriu a porta e assim que Seth viu Sophie ele paralisou – foi até engraçado a cara dele – com a boca aberta e olhos fixos na namorada.

— Seth! Seth! – Suzzy gritava e estalava os dedos em frente ao rosto dele.

—Ah... Oi?! – Ele perguntou como se estivesse acordado de algum tipo de transe.

— Acorda garoto, quer um babador? – Ela riu.

— Traz uma toalha... – Ele falou babando em Sophie e nós rimos.

— Agora é sério. – Suzzy falou séria – Cuide bem das minhas irmãs, ou eu mesma mato você.

— Pode deixar Suzzy... – Seth respondeu com tom de “garoto responsável.”

Despedimos-nos de Suzzy e entramos no carro, depois de alguns minutos já havíamos chego ao salão da faculdade, que por sinal estava muito cheio. Nós entramos e nos sentamos em uma mesa, logo Seth e Sophie foram dançar e eu fiquei sozinha, esperando meu “admirador secreto”. Mas como ele vai me encontrar no meio de tanta gente?

Fiquei ali por alguns minutos olhando o celular a espera de alguma mensagem, falando que ele já havia chego ou me visto, mas nada... A festa estava boa, muita gente dançando e bebendo, se divertindo... Menos eu. Acho que ele não vem, acho que ele me deu o bolo. Foi quando senti uma mão quente por trás de mim tocar meu ombro, me viro e vejo um garoto, estava de camisa vinho, terno preto, usava uma máscara preta, tinha a barba falhada – mas que por sinal era linda – e tinha cabelos pretos. Ele segurava em sua mão uma rosa vermelha, ele me entregou e pegou em minha mão levantando-me da cadeira.

— Você está maravilhosa. – Ele disse encostando seus lábios no meu ouvido. Pude sentir um leve arrepio subindo pela minha espinha.

— Obrigada. – Respondi sem jeito.

— Quer dançar? – Ele perguntou com uma voz meio rouca.

— Sim. – Respondi.

Ele então pegou minha mão e nos levou até a pista de dança, estava tocando uma música romântica, paramos no meio de toda aquela gente e ele colocou suas mãos em minha cintura me puxando pra perto, sem saber o que fazer repousei minhas mãos sobre seus ombros e ele embalou nossa dança. Ficamos em silêncio apenas curtindo a música até que ele enfim disse algo.

— Esperei tanto por este momento.

— Eu também. – Respondi sem graça.

— Desde o momento em que eu te vi pela primeira vez você não sai da minha cabeça. Sonho todos os dias com você e só de pensar em não te ter fico maluco. – Ele falou enquanto nós dançávamos.

— Eu não... Não sei... – Eu tentei dizer que não sabia o que responder quando ele me interrompeu.

— Sinta. – Ele colocou uma de minhas mãos em seu peito. – É assim que ele vive desde que te vi.

Seu coração batia acelerado, com tanta força que parecia pular de seu peito, assim como o meu. O que estava acontecendo ali? Porque eu me sentia assim? Eu sinto como se tivéssemos feitos um para o outro sem ao menos saber quem ele é de verdade, sem ao menos saber seu nome ou até mesmo ver seu rosto. Minhas mãos estavam trêmulas e suando muito, minhas pernas bambeavam e meu coração batia cada vez mais acelerado.

— Diz alguma coisa. – Ele pediu educadamente.

— Não sei o que dizer... – Falei baixo. – Apenas sinta. – Peguei sua mão e a coloquei sobre meu coração, ele ficou surpreso. – Eu não sei o que está acontecendo comigo, não sei por que você me deixa assim...

Eu nem havia terminado de falar e ele selou nossos lábios em um beijo, senti sua língua invadir minha boca com calma e delicadeza, como se estivesse pedindo licença para entrar, ele me puxou para mais perto e uma de suas mãos segurava meu rosto delicadamente, sua língua explorava cada parte da minha boca, e a minha fazia a mesma coisa, travavam uma batalha por espaço e tenho que dizer... Era bom. Faltou-nos fôlego então nos separamos, ele me olhava dentro dos olhos com ternura, com amor, suas mãos percorriam meu rosto suavemente e então ele me deu um selinho. Uma festa de borboletas predominava meu estômago, minhas mãos tremiam mais que antes e meu coração estava finalmente pronto para rasgar meu peito a qualquer minuto.

— Eu te amo. – Ele sussurrou em meu ouvido fazendo-me arrepiar novamente.

Fiquei quieta por alguns minutos e depois resolvi perguntar.

— E então, vai me dizer quem é você?

— Vou como havia prometido. – Ele fez uma pausa. – Mas no fim da festa... – Ele sorriu, não pude deixar de sorrir também.

Passamos o resto da noite conversando e nos conhecendo melhor, ele era divertido, romântico, carinhoso, protetor, amigo, companheiro... Parecia até um sonho. Já estava tarde, as pessoas já estavam todas bêbadas, foi então que percebi que já estava na hora de ir.

— E então... Já está no fim da noite... Vai me dizer quem você é? – Perguntei já curiosa.

— Mas você já vai embora? – Ele perguntou decepcionado.

— Preciso...

— Então tá bom, vou dizer quem eu sou.

Meu coração que já estava calmo voltou a bater desesperado, havia chego a hora, eu finalmente saberia quem ele era... Foi quando Sophie passou por mim correndo e com as mãos na boca, ela estava branca como uma folha de papel, a vi seguindo para fora do salão.

— Tudo bem? – Ele perguntou preocupado.

— Sinto muito... Tenho que ir. – Levantei-me da cadeira onde estava sentada e puxei minha bolsa.

— Mas e...? – Ele se levantou e veio atrás de mim.

— Minha amiga está passando mal, tenho que ir atrás dela. Desculpe...

E saí correndo para fora do salão o deixando ali, parado, sem saber o que dizer, sem saber o que fazer.