Bear Again - HIATUS escrita por Sabrina Azzar


Capítulo 3
Tão longe e tão perto


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas moranguinhas! Eu e a Lia estamos muito felizes pelos reviews! Continuem assim por favor! Ai vai mais um cap...



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POV – Renesmee

Foi então que me dei conta que estava sozinha, não havia ninguém ali comigo, somente os animais e o barulho das folhas das árvores balançando. Depois de muito tempo, eu realmente estava sozinha, sem ninguém para me ditar regras.

Corri o mais rápido que pude sem direção, o vento tocava meus cabelos e quanto mais longe eu ficava a sensação de liberdade aumentava, finalmente seria livre, finalmente viveria de verdade, sem barreiras, sem limites, sem regras.

Corri até avistar uma cidade, o cheiro de humanos estava bem forte, mas não me incomodou nem um pouco, fui até lá e fiquei observando-os, como viviam, como se comportavam, como falavam... Tudo era novo pra mim, tudo era impressionante. Eu estava apaixonada, mas não por uma pessoa e sim por uma sensação, chamada liberdade, mesmo só tendo sentido ela raras vezes.

Apesar de nunca ter amado ninguém, fico abalada quando vejo um casal apaixonado, andando abraçado e rindo. Meu pai sempre me privou de coisas bobas como essas e eu, apesar de querer senti-las, nunca percebi o quanto isso faria diferença em minha vida. Mas eu preciso parar de pensar assim, eu vim aqui para caçar...

Viro repentinamente e vejo um vulto passando entre duas árvores. Tremendo, sigo até lá e descubro que é apenas um pássaro. Fico observando ele, em seu ninho, cuidando de seus filhotes, que um dia sairão do ninho para viverem sua própria vida. Por acaso, não era aquilo que eu queria? Eu só quero poder ver o mundo com meus próprios olhos, mas na visão de meus pais eu sou muito imatura para isso. Queria que eles fossem como meu tio Emmett, ele não se importa nem um pouco em eu sair sozinha, ele até mesmo me apóia quando meus pais tentam me impedir.

“Ai como sinto falta daquele palhaço do meu tio... Foco Renesmee! Foco! Você está aqui justamente para se afastar um pouco da família.”

Balancei a cabeça, tentando apagar as lembranças de minha família e segui em direção á cidade. Estava um dia chuvoso, várias nuvens cinzentas cobriam o sol, mal dava para vê-lo. A cidade parecia calma, passei por uma ponte que a separava da floresta, continuei andando devagar enquanto observava atentamente as pessoas. Havia muitas lojas naquela rua, vi duas moças saindo de uma loja de roupas com várias sacolas, me lembrei de Alice.

“Ah tia Alice, como eu amo quando você me leva pra fazer compras! Sem sombra de dúvidas foi você quem me tornou essa pessoa apaixonada por roupas!

Droga, mais uma vez tendo uma recaída. Tenho que parar com isso se quiser ter minha liberdade sem ressentimentos.”

Continuei andando até parar em frente a um café, havia algumas mesinhas do lado de fora sob um toldo, provavelmente por causa do tempo, fiquei observando as pessoas rindo e conversando até que alguém se dirigiu a elas com uma bandeja, um cheiro maravilhoso de Beirute e bolo de laranja invadiram o espaço, pude sentir uma dor na barriga e ela resmungou em seguida, estava realmente com fome. Mi virei para pegar dinheiro na minha bolsa, mas... “Droga, eu sai pára caçar, não trouxe bolsa. Como sou idiota... Como vou sobreviver sem dinheiro?”

Sentei-me na calçada que estava um pouco molhada e abaixei a cabeça sobre os joelhos. “Nem fugir eu sei fazer direito, talvez meus pais tivessem razão, eu sou imatura.” Fiquei ali por mais alguns minutos até que a chuva começou a cair outra vez, corri para debaixo do toldo com a roupa um pouco molhada, bati a mão para tirar o excesso e depois passei os olhos por dentro do café e vi uma placa em cima do balcão que dizia o seguinte:

“Precisa-se de garçonete”

“Pronto! Isso é perfeito! Nunca trabalhei na vida, mas ser garçonete não deve ser muito difícil.” Dei uma ajeitada no cabelo e me dirigi até o balcão. Uma moça de cabelos longos e loiros de aproximadamente trinta anos me abriu um sorriso e perguntou:

— O que deseja?

— Li que estão precisando de uma garçonete... – Disse meio tímida olhando para o cartaz.

— Ah, isso. Venha, vou te levar para falar com o meu chefe. – Ela falou enquanto abria uma porta que dava a um pequeno escritório. Havia um senhor sentado na cadeira atrás da mesa que logo olhou para a moça que disse:

— Senhor Carlos, esta moça está aqui para a vaga de garçonete.

— Sente-se, por favor. – Ele apontou para uma cadeira de frente á ele.

— Vou deixá-los á sós. – A moça disse retirando-se da sala.

— Então... Como se chama?

— Renesmee senhor.

—Você já trabalhou como garçonete antes Renesmee?

— Nunca senhor. Mas estou muito determinada a aprender... E preciso muito desse emprego.

— Quantos anos têm? – Ele se debruçou na mesa juntando as mãos.

— Vinte. – Eu acho que pareço ter vinte anos, e ele pareceu bem convencido.

— E se por um acaso eu lhe desse esse emprego... Quando poderia começar?

— Agora mesmo. – Eu disse entusiasmada.

— Vejo que precisa mesmo desse emprego...

— Muito. O senhor não faz idéia.

— Bom, o salário aqui não é muito... Mas você poderá levar as sobras do dia para casa.

— Para mim parece ótimo. – Eu disse já meio inquieta na cadeira.

— Então o trabalho é seu. Vou te observar durante algumas semanas, e se você se sair bem, eu te registro.

Levantei-me da cadeira contente e agradeci o máximo que pude. O senhor se levantou também e pegou na minha mão.

— Seja bem vinda ao Le Bon Café!

— Muito obrigada. – Eu apertei sua mão em resposta.

— Bom, venha comigo, vou pedir a Suzzany, outra funcionária que te ajude em seu primeiro dia. - ele se levantou e eu o segui.

Fomos até o balcão, aonde uma mulher atendia a alguns clientes. Assim que os clientes foram embora, nós nos aproximamos. Senhor Carlos a chamou, já que ela estava de costas e ela se virou com um sorriso simpático.

— Pois não, chefe - ela disse.

— Olá Suzzany, queria lhe apresentar Renesmee, nossa nova funcionária. Queria pedir que a ajudasse em seu primeiro dia.

— Mas é claro - ela disse gentilmente.

Logo, o dia se passou e devo dizer que aprendi muito com Suzzany, levando em conta que até algumas horas atrás eu não sabia nada. Mas a noite chegou e fui embora de meu trabalho, caminhando pelas ruas sem saber onde dormiria...

POV – Jacob

Ouça Backstreet Boys – Unmistakable

“Mais um dia desse trabalho estúpido... Não agüento mais!”

Voltei para casa, e quando estava prestes a subir as escadas ouço a Senhora Joana dizer:

— Jacob, meu filho... Seu aluguel está atrasado.

— Desculpe Senhora Joana, mas eu ainda não recebi meu pagamento. – Respondi passando a mão na nuca.

— E quando irá receber?

— Não sei, mas assim que estiver com o dinheiro em mãos eu trago para a senhora.

— Tudo bem. – Ela se virou e entrou em seu apartamento.

Bufei e comecei a subir as escadas pisando forte. Subi quatro andares e parei em frente à porta do meu apartamento, peguei minhas chaves no bolso e entrei, me joguei no sofá e tirei os tênis.

— Essa vida está acabando comigo. – Murmurei.

Olhei para o relógio, 18h00min, ás 19h00min começava a faculdade. “Ainda bem que hoje é sexta-feira!” Fui até o meu quarto e tirei a roupa, deixei-a jogada em cima da cama e fui até o banheiro. Liguei o chuveiro e entrei no banho, minutos depois eu desligo o chuveiro e puxo uma toalha do gancho na parede, enrolo-a em minha cintura e vou até o meu quarto. Eu abro o guarda-roupa e pego uma calça jeans, uma camiseta preta estilo baby look, uma jaqueta preta de couro e meus tênis. Passo a mão no cabelo bagunçando-o e me visto , depois de já pronto pego minha mochila e desço até a garagem do prédio e pego minha moto, estava um pouco adiantado então passei no Le Bom Café, perto de casa para comer alguma coisa.

— Oi Jacob! – Ouço Suzzy dizer assim que entro no recinto.

— Oi Suzzy. – Eu entro e a beijo no rosto.

— Quanto tempo hein! Você sumiu... – Ela disse embalando o de sempre pra mim.

— Minha vida tem sido uma correria, do trabalho pra casa, da casa pra faculdade... Todos os dias. – Eu retiro a carteira do bolso e pego uma nota de vinte dólares.

— Aqui está. – Ela diz me entregando o pacote.

Eu lhe entrego o dinheiro e ela me dá o troco, guardo-o em minha carteira e volto a colocá-la no bolso.

— E você, como tem andado? – Pergunto me debruçando no balcão.

— Estou bem, tirando minhas brigas constantes com o Gabriel. – Ela revira os olhos. – Mas e você... Está namorando?

— Eu não tenho nem tempo pra mim... Quem diria pra uma namorada... – Eu dou risada.

— Mas tem que arrumar uma namorada Jake, você é tão bonito e fica aí sozinho... Aposto que na sua faculdade tem várias garotas suspirando por você.

Eu rio e reviro os olhos.

— Até parece Suzzy.

— Você sabe que é verdade Jake...

— Se tem mesmo eu nunca percebi. E também... Estou à espera de alguém... – Eu sussurro olhando para o chão.

— Hum... Sabia que tinha alguém... Quem é ela? –Pergunta interessada.

— Não me ache louco pelo que vou dizer... Mas eu ainda não sei, eu a vejo em meus sonhos, e sei que um dia ela virá até mim.

— Ai que lindo! Ela será uma garota de sorte... – Ela apóia os cotovelos sobre o balcão e coloca a cabeça sobre as mãos.

— Agora chega dessa conversa que estou ficando envergonhado... – Eu rio – Estou atrasado para a faculdade.

— Tá bom Jake, boa aula!

— Obrigado. – Eu me viro e saio do café, guardo o pacote na mochila e subo na moto, em seguida dou partida e saio em direção á faculdade.

(...)

Acordo de madrugada assustado com o coração batendo em ritmo acelerado.

— É ela!...

POV – Renesmee

Vou caminhando até chegar a uma praça, não muito longe do trabalho, estava iluminado e o tempo parecia ter melhorado, a lua refletia as ruas com seu lindo brilho prateado. Sentei-me em um banco e abri o pacote com as sobras do dia e comecei a comer, eu estava realmente faminta. Depois de ter acabado de comer minha garganta ansiava por sangue, fazia dias que eu não caçava. Foi quando ouço alguém dizer meu nome, me viro e vejo Suzzany com uma expressão confusa no rosto.

— Renesmee é você? – Ela pergunta se aproximando.

— Oi Suzzany. – Respondo sem muito entusiasmo.

— O que está fazendo aqui garota? Porque não foi pra casa? – Ela se senta ao meu lado.

— Ah... Eu... Não... – Gaguejei tentando encontrar uma resposta.

— Você não tem lugar pra ficar não é?

— Não. – Disse relutante e abaixei a cabeça entre os joelhos.

— Se quiser pode ficar na minha casa até encontrar um lugar pra ficar. – Ela sorriu.

— Mas você nem me conhece...

— Passei praticamente o dia todo com você... Acho que isso vale de algo. – Ela sorri novamente.

— Obrigada Suzzany, mas não posso aceitar.

— Por favor, Renesmee. Tenho um quarto sobrando, que minha irmã usa quando vem pra cá. Eu insisto que fique comigo.

— Mas...

— Mas nada. Você vem. Não vou deixar você passar a noite aqui sozinha, é muito perigoso. – Ela se levantou e me puxou pela mão. Mal sabe ela que o perigo é eu...

Depois de algumas quadras, chegamos á uma pequena casa, nós entramos e ela logo me levou até um quarto.

— Pode ficar nesse quarto, ele é da minha irmã quando vem pra cá. No guarda-roupa tem algumas roupas dela, vocês têm quase o mesmo tamanho então acho que vão servir.

— Obrigada.

Ela me puxa pela mão e me leva para conhecer o restante da casa, sala, banheiro, cozinha, e o quarto dela.

— Fique á vontade.

— Mais uma vez obrigada Suzzany.

— Pode me chamar de Suzzy. – Ela sorri.

— E você pode me chamar de Nessie. – Sorrio em resposta.

— Pode tomar um banho se quiser tá? Tem toalha no guarda-roupa e tem shampoo e condicionador na suíte do seu quarto.

Eu fui até o quarto e fechei a porta, abri o guarda-roupa e escolhi algo confortável para passar a noite, peguei uma toalha e fui até o banheiro. Tomei um banho não muito demorado e me vesti, penteei meus cabelos e me deitei na cama, quando ouço alguém bater na porta.

— Boa noite Nessie.

— Boa noite Suzzy. – Respondo ainda deitada.

Acendo a luz do pequeno abajur que tem ao lado da cama e abro o pingente da minha corrente, nele tem uma foto de minha mãe e pai.

— Desculpa. – Eu digo beijando a foto e fechando o pingente.

Viro para o lado e me cubro com um edredom, logo o sono toma conta de mim e eu durmo.

(...)

— Ah! – Acordo gritando desesperada.

Tive um pesadelo. Ultimamente eles vêem assombrando os meus sonhos constantemente. Levanto-me e vou até a cozinha tomar um copo d’água, mas a caminho vejo a televisão da sala ligada e Suzzany dormindo no sofá. Seu cabelo está preso em um coque mal feito e seu pescoço está á mostra... Que tentação... Minha garganta começa a queimar insuportavelmente e grande parte de mim deseja mordê-la, seu cheiro começa a entorpecer meus sentidos, posso sentir o sangue quente e convidativo dela correr em suas veias. Aproximo-me do seu pescoço e coloco meus dentes á mostra...


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Notas finais do capítulo

Bom, o que acharam? Merecemos reviews?