Polaroid escrita por Lost in Nightmare
Notas iniciais do capítulo
Olá para os meus velhos leitores e sejam bem vindos aos novos. Pra quem não me conhece me chamo Maria Clara, mas me chama de Ma se assim preferir. Eu AMO receber a opinião de vocês, não precisam ter medo de falar o que não gostarem, se precisar pode me falar que preciso reescrever todo o capitulo, mas falem. Quero oferecer o melhor para vocês.
Já vou avisando que eu sou fã de Os Instrumentos Mortais, então, mesmo não sendo fanfic deles, os protagonistas se chamam Jonathan e Clary.
Aproveitem!
Toda criança tem um amigo imaginário.
Depois que sua mãe fez uma trança fez uma longa trança nos cabelos ruivos de Clary, a garotinha correu para a cozinha gritando pelo pai.
- Vamos! Pai, vamos logo – disse ela descendo as escadas.
- O que vamos fazer hoje? – disse Thiago, erguendo a menina que pulara em seus braços.
Já era tradição na casa deles. Todo domingo Thiago levava sua filha de 7 anos para onde ela quisesse. Infelizmente Clary não sabia o porquê. Todo domingo a mãe dela ia para o medico fazer tratamento para um câncer pulmonar.
- Piscina!
- Tudo bem, então vamos para o clube. Já preparou a mochila?
- Já sim, a mamãe esta preparando a sua.
Thiago largou a filha e subiu as escadas, encontrando a mulher sentada na cama com falta de ar. Ele a ajudou e disse que a levaria para o hospital.
- Não, a Clary vai fazer perguntas.
- Cedo ou tarde ela vai ter que saber, Jane.
- Eu não quero contar enquanto não for preciso. Não precisamos trazer sofrimento para a vida dela tão cedo.
- Jane... – Thiago viu a dor nos olhos dela - Quem vai te levar para o hospital? – Thiago estava preocupado. Amou aquela mulher a vida toda e a idéia de perde-la era dolorosa.
- Minha irmã já esta vindo, ela deixou Izzy com o pai.
- Vou esperar por ela, vem eu te ajudo a descer.
Thiago a levou para baixo e depois foi buscar as malas. Antes de entrar na sala viu a filha deitada no colo da mãe e sentiu a dor que a garota sentiria, segurou as lagrimas e agradeceu quando a campainha tocou e ele não precisou entrar na sala. Era a irmã de Jane, Rachel. As duas saíram e em seguida Thiago levou a filha para o clube.
Os dois se divertiram muito, mesmo que a cabeça dele estivesse no hospital junto com a esposa. Enquanto a filha comprava um sorvete ele ligou para Rachel, as noticias não eram boas. Jane passaria a noite no hospital para tirar o líquido dos pulmões e precisaria de equipamentos para respirar em tempo integral. Ele desligou no telefone e olhou para a filha e ele sabia que a vida dela mudaria nessa noite.
- Papai, vamos passar no parquinho antes de ir embora?
Ele não pode negar ao pedido da filha.
Clary nunca foi de ter muitos amigos, alem de sua prima, Isabelle e de uma amiga da escola, ela não falava mais com ninguém. As vezes pensava que o problema era com ela, mas na maioria das vezes gostava de imaginar que era porque ninguém merecia a amizade dela. Ela estava balançando e então pulou, aterrissando com os joelhos na areia do parquinho. Logo a frente dela tinha um pedaço de papel meio enterrado, era uma foto Polaroid. Na imagem, um menino, talvez da idade dela, sorria enquanto corria. O cabelo loiro, cortado em tigelinha, voava com o vento e os olhos dourados brilhavam de alegria. A foto foi tirada naquele parquinho, o balanço estava logo atrás dele. Clary pegou a foto e colocou no bolso do macacão jeans e voltou para o pai.
- O que você acha de comermos uma pizza?
- A mamãe vai com a gente?
- Nós vamos encontrá-la depois – o pai disse com dor na voz.
No carro, Clary ficava analisando aquela foto. Tentava imaginar o nome do garoto, onde estudava, como era o som da sua voz e se um dia o encontraria. Nem viu quando o pai parou na porta de um hospital e nem quando ele chamou o manobrista. Só quando o pai a tirou do carro que ela perguntou o motivo de estarem ali.
- Querida, sua mãe esta lá dentro e vamos explicar tudo pra você.
A garota estava sentada ao lado de uma enfermeira que a mostrava como usar o estetoscópio enquanto o pai perguntava informações sobre Jane. Thiago levou Clary até o quarto da mãe, felizmente eles tinham dinheiro para pagar um quarto particular, e ela abriu um sorriso enorme quando viu a filha. Rachel se despediu de todos e foi para casa, deixando a família a sós.
- Mamãe, o que é isso no seu nariz? – disse Clary tocando, mas seu pai logo a repreendeu.
- Filha, eu e seu pai temos que conversar com você.
- O que foi que eu fiz?
- Nada – Jane riu – é que...
- A mamãe ta doente, querida – Thiago completou a mãe, percebendo que ela falhou.
- Mas os médicos vão fazer ela sarar, não vão?
- Vão sim, meu anjo – Jane respondeu sentindo os olhos arderem – logo eu vou pra casa.
- Você não vai hoje?
- Amanha!
Thiago sabia que não era verdade. Ele falou com os médicos e os exames não foram tão bons. O câncer já estava nos dois pulmões e eles não usavam nem vinte por cento de sua capacidade. Ela até poderia ir para casa, mas logo teria que voltar.
Os médicos pediram que Thiago e Clary saíssem e eles foram para casa. Ele estava sem saber o que fazer, a filha não teria a mãe no dia da sua formatura, no aniversario de quinze anos e nem no dia do casamento. Ele não teria a mulher que ele amou desde a faculdade para acordar do seu lado e ir se deitar no final de um dia cansativo.
Clary foi direto para o seu quarto e tirou a foto do seu bolso. Queria conversar com ele, falar sobre sua mãe e sobre como logo ela estaria em casa. Ela pegou seu diário e colou a foto na primeira pagina em branco e começou a escrever, como se ele estivesse ali.
“Oi, você não me conhece e nem eu te conheço. Meu nome é Clary, queria saber o seu.
Hoje eu fui no hospital e minha mãe estava lá, ela esta doente. Não sei o que ela ta bem, mas os médicos vão curar ela. É o trabalho deles né? Eles curam todo mundo. Meu pai esta muito triste, acho que ele ta sentindo a falta dela, ele ama muito ela, sabia? Será que ele sabe que ela vai voltar? Talvez eu pergunte para ele.
Acho que se um dia a gente se conhecer, espero que aconteça, vamos se dar super bem!”
Naquela noite Clary dormiu com seu pai e acordou algumas vezes ouvindo ele chorando e se mexendo na cama.
Os dias passaram e Clary sempre escrevia para o menino da foto, normalmente sobre sua mãe. E assim passou-se um ano.
Jane tinha lutado contra o câncer, tinha lutado pela filha e pelo marido. Mas morreu dormindo durante a noite. Clary passou dias se fazer nada, vivia chamando pela mãe e parou de sair com o pai. Pensava nela quase o tempo todo. Com o tempo ela foi se acostumando a não ver a mãe em casa e a não te-la durante as refeições, mas ela nunca se esqueceu de como era carinhosa. Thiago passava quase todo o tempo disponível com a filha, deixa-la sozinha era doloroso para ele e ficar com ela também. A garota tinha os mesmos cabelos ruivos que a mãe tinha, os olhos verdes e o sorriso eram a copia dela.
Clary se esqueceu da foto e do menino nela, começou a achar aquilo muito infantil e sabia que nunca o encontraria. Mas alguma coisa sobre aquilo ela guardou: a paixão por fotografia. Aos dez anos ganhou uma câmera Polaroid e aos quatorze fez cursos de fotografia. Se formou na faculdade e virou fotografa da Vogue.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E ai? o que acharam do prologo? Me falem o que vocês acharem que deve ser falado, receber comentários me estimula a escrever, até os negativos.
Até domingo xoxo