I never told you what I do for a living escrita por Iofthestorm


Capítulo 6
Capítulo Cinco - Melaine e Sam


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas. Obrigada pelos comentários! E desculpa estar postando só hoje, mas é que acabei envolvida com a minha outra fic esse feriado, além de ter que estudar e fazer programas-família.
Espero que gostem do capítulo.
Se alguém quiser ler minhas outras histórias, aqui está o link para a primeira temporada: http://fanfiction.com.br/historia/426921/Night_of_the_Hunter/. Hoje eu postei a terceira, mas se você ler rapidinho, logo você poderá acompanhar.
Boa leitura!



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Mais uma faca nas minhas mãos

Uma mancha que nunca sai do lençol

Limpe-me, sou tão sujo querida

Não é pelo dinheiro e inferno, não é pela fama

É pelos corpos os quais invoco e perco

E eles apenas vão tão longe até vocês enterrá-los

Bem fundo

MELAINE

–Eu disse a você porque eu vim para cá. E você, por que veio para esse fim de mundo? - eu perguntei, querendo logo iniciar uma conversa. Eu não sabia se eu devia estar ali, se era certo eu estar ali. Eu só queria entender Sam, conhece-lo melhor. Eu precisava disso.

–Eu costumava trabalhar com meu irmão – Sam falou – mas eu cometi muitos erros e eu achei melhor seguirmos caminhos separados.

Ele esticou a mão e segurou a minha. Suspirei fundo com o contato da pele dele com a minha. Parecia que iam sair faíscas. Eu nunca tinha me sentindo tão atraída por alguém quanto eu estava por Sam agora. Decidi que não iria beber muito. Eu não queria de forma alguma estar bêbada, eu não queria perder nada.

–Eu entendo – falei finalmente – se não for mal perguntar, qual era seu vicio?

Sam me olhou surpreso. Acho que ele não esperava eu ter adivinhado qual era o problema. Mas aquilo não era adivinhação, eram anos de convivência com pacientes que tinham vícios. E é assim que o vicio atua: ele destrói famílias.

–Não importa – falou Sam – a questão é que arruinou minha vida. Eu cometi tantos erros e muitas pessoas se machucaram e vão se machucar por minha culpa. E eu agi de forma completamente egoísta.

Eu sorri para ele. Aquilo estava soando seriamente como tráfico de drogas ou alguma outra coisa ilegal, mas eu não consegui me importar. Eu sabia, eu tinha certeza absoluta, eu poderia jurar pela minha vida, que Sam era uma pessoa boa que cometeu erros na melhor das intenções. Eu não sei como eu tinha tanta certeza, mas eu tinha.

O ar parou a nossa volta, meus olhos fixos nele. Eu queria que ele me beijasse. Eu queria que houvesse alguma coisa entre nós dois. Eu estava me afogando e Sam iria me salvar. Eu me sentia tão louca. Tudo aquilo era insano, irreal. Parecia coisa tirada de livros de romance, mas era real, era minha vida.

–Você não quer saber das coisas que eu fiz? – perguntou Sam, por fim.

–Eu não acho que importam. – falei – eu acredito em segundas chances. E eu posso ver em seus olhos que está arrependido.

–O que você vê em mim, Melaine? Por que está sempre me procurando?

Inspirei fundo, tentando encontrar as palavras certas. Tanta coisa. O olhar doce. O sorriso tímido. A dor escondida. Eu queria salvar Sam daquele inferno pessoal que ele parecia viver e eu queria que ele me salvasse da falta de sentido, do vazio. Eu sentia como se eu pudesse entende-lo sem ele precisar me falar nada.

–Eu apenas acredito em segundas chances, Sam. – eu respondi – eu gosto da sua companhia. Você... Não me faz sentir tão sozinha.

Ele finalmente sorriu. Percebi que estávamos nos aproximando cada vez mais. Nossas pernas se tocavam por baixo da mesa, ele segurava minha mão. Nosso lento movimento continuava e nem eu nem ele fazíamos a mínima questão de nos afastarmos.

Coloquei a minha outra mão na nuca dele. Ele me olhava sem piscar e eu queria saber o que se passava na cabeça dele. Essa era a história de como duas pessoas se apaixonavam, então? Um dias eles tropeçaram em um bar, e agora eles estávamos juntos? Eu sempre que via um casal me perguntava como foi que tinham chegado até aquele ponto e apesar de eu já ter tido um relacionamento longo, havia algo de mágico em como as coisas começavam.

Eu sentia a respiração dele no meu rosto, vi que os olhos deles se fecharam. Meu coração batia com força pelo que estava prestes a acontecer.

Os lábios dele tocaram o meu delicadamente, e a boca dele era doce. Mas nada se comparava a sensação que o beijo dele estava causando em todo o meu corpo, como se eu estivesse quente e flutuando. Foi lento no começo, mas se tornou intenso tão rapidamente, que não era mais nada que um beijo descente, mas um beijo cheio de paixão e luxuria e eu não conseguia pensar em mais nada. Nossos lábios faziam uma pressão intensa um contra o outro e estávamos cada vez mais ofegantes, mas sem nenhuma intenção de parar.

Paramos o beijo por uns segundos, mas não nos afastamos. Lentamente, Sam começou a ficar de pé. Ele me puxou para cima, seus braços me prendendo possessivamente.

–Eu não deveria. – ele falou e a voz dele estava cheia de tristeza e dor. – eu não posso te arrastar para o meio disso. Isso foi um erro.

Mas ele não me soltava e eu não estava disposta a ir. Não. Quando eu era mais nova, antes de tantas decepções, eu costumava sonhar com a minha alma gêmea. E se eu ainda acreditasse nisso, o beijo de Sam estava me fazendo sentir tudo aquilo que uma alma gêmea deveria me fazer sentir. Eu não conseguia sentir os chãos sobre meus pés, meu corpo todo formigava de maneira extremamente agradável e eu não podia pensar o que era ficar um segundo longe de Sam. Acariciei o rosto dele.

–Sam, você merece ser feliz de novo, sabia? Você pode isso se é isso que você quer.

Eu o beijei de novo e ele correspondeu na mesma intensidade. Agora que estávamos de pé, seus braços me apertavam com força, como se quisesse fundir meu corpo a ele. Havia algo de mágico entre Sam e eu, e eu não sabia o que era, mas não queria mais detalhes sobre o assunto. Eu só queria sentir. Senti-lo. Beijá-lo como se não houvesse amanhã.

–-

SAM

Eu nunca aprendia. Mas eu não conseguia parar. Beijar Melaine me levava a uma felicidade que eu não tinha sentido há muitos anos. Eu podia sentir como se a dor, minha companheira de todos os dias, fosse embora. Melaine era meu remédio, mas eu sabia que eu ia destruí-la por puro egoísmo. Mas era isso que eu era, não era? Um egoísta. Um egoísta que não pode se conter em levar uma mulher inocente, porque ela cometeu o erro de pensar que eu tinha salvação.

Eu queria me fundir a ela. Eu a queria, agora, naquele momento. Eu não conseguia pensar em todas as consequências, no que poderia dar errado, no que ela poderia perder por estar comigo. Mas a ideia dela morta por demônios foi o suficiente para eu me afastar e dizer que devíamos esquecer aquilo, que eu deveria ir embora e ela também deveria fugir, antes que alguém descobrisse o que ela significava para mim.

Eu parei de beijá-la, embora fosse a última coisa que eu queria fazer. Mas ela continuou, beijando meu pescoço, e o arrepio que se espalhou por todo meu corpo não me deixava lembrar das consequências. Eu não achava que eu era capaz de me apaixonar novamente, eu não acreditava que eu ainda tinha esse sentimento em mim, mas eu tinha. Eu precisava falar alguma coisa, eu precisava tirá-la dali.

Percebi que agora ela me olhava atentamente, provavelmente tentando adivinhar o que eu estava pensando. Eu queria tirá-la dali em segurança, me afastar e nunca mais voltar.

–Por que não saímos daqui? – eu falei, e isso soou errado, não era isso que eu queria dizer. Ou era? Ela pareceu surpresa, mas concordou. Eu fui segurando a mão dela e não poderia soltá-la por nada desse mundo.

Todas as mulheres por quem eu me apaixonei morriam. Era só nisso que eu conseguia pensar, quando entramos no carro dela e fomos para a casa dela.

Eu queria ser feliz de novo e isso era onde residia meu maior egoísta. Meu plano era dizer boa noite e ir embora antes que eu arruinasse a vida dela. O que eu fiz foi beijá-la. Eu queria poder esquecer por uma noite todo o mal que eu tinha causado e enquanto eu estava com ela, eu podia esquecer. Eu podia respirar. Eu podia sentir felicidade. Eu podia sentir o que era amar e ser amado.


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Notas finais do capítulo

Eu sinceramente não curto muito essa história de amor e paixão que acontece meio que depressa demais, mas podemos lembrar que na série mesmo o Sam é desse jeito, de se apaixonar depressa, como ocorreu com a Madison, na segunda temporada (2x17 - Heart). Mas talvez isso também seja melhor explicado na segunda parte da fic.
Gostaram? Comentários?
Vou tentar postar o mais rápido possível, mas como tenho muitas provas, talvez só no fim de semana mesmo.