Pov Bella

Conto ou não conto?

Tudo é meio confuso ainda, eu nem sabia na verdade se Jasper realmente tinha algo, pois só o que eu vi, foram os documentos. E nada além. Pois foi Christian, que colocou as coisas na minha cabeça, para falar a verdade, ele era o culpado, por eu pensar que Jasper era culpado.

Então sera que valeria a pena, envolver Edward nisso, antes de saber em que terreno eu estou pisando? Sera?

– Edward, eu quero te contar, mas é complicado. – Eu disse, torcendo os dedos das mãos, em sinal de nervosismo.

– Eu preciso saber, você não entende? – Disse ele. – Como posso seguir em frente com você, se eu não sei onde estou pisando?

– Mas eu te disse que eu não tenho nada com Christian, isto não basta? – Perguntei.

– Eu não sei. – Disse ele, indo para a sala, e eu fui ao seu encalço.

– Edward, você tem que entender, que não é fácil. – Eu disse.

Eu não sabia o quão perigoso tudo isso podia ser, precisa proteger o Edward, pois se Jasper realmente estava se metendo com coisa errada, os que mais soubessem iam se lascar.

– Um homem aparece do nada, dizendo que tem segredos com você, depois deixa uma criança com você. O que você quer que eu pense? Será que nove anos atrás você não teve um filho, e ele surgiu agora. – Disse ele, me fazendo arregalar os olhos.

– Você, se ouviu falando? Ouviu a bobagem. – Eu disse, passando a mão na cabeça. – Isso é para sua proteção! – Eu disse. – Você tem que acreditar, eu só posso te dizer, que as coisas podem ficar perigosas, e eu não quero que nada aconteça contigo.

– E você acha que eu fico mais tranquilo, sabendo que é algo perigoso, e você pode se ferir? – Perguntou ele, aflito. – Do mesmo jeito que você quer me proteger, eu também quero te proteger. Você acha que agora eu sabendo que você pode entrar em apuros, eu vou desistir de saber a verdade?

– Quanto menos gente souber ira ser mais seguro, pelo menos por enquanto, quando eu não sei onde estou pisando. – Eu expliquei. – Eu prometo que quando eu souber de tudo, e ver que realmente não tem jeito, e eu precisar de ajuda, eu te chamo, e conto tudo.

– Promete que vai me contar mesmo? – Perguntou ele, segurando minhas mãos, e me olhando nos olhos.

– Prometo. – Eu disse sincera, olhando nos olhos dele, para que ele possa ver que eu só quero, acima de tudo, protege-lo.

– Vamos deitar, agora? – Perguntou Edward.

– Vamos sim. – Eu disse, dando um pequeno bocejo. – Estou com sono, hoje o dia realmente foi cheio.

[...]

Acordei, sentindo minha cama vazia, onde será que Edward estava?

Caminhei pela casa, e fui até a cozinha, onde vi Edward, parado em frente a geladeira com a porta aberta.

– Bom dia. – Eu disse, com a voz embargada pelo sono ainda.

– Bom dia. – Disse ele, vindo me dar um selinho.

– O que você está fazendo? – Perguntei.

– O café da manhã. Mas já esta, quase tudo pronto. – Disse ele.

– Você já está pronto para sair? – Perguntei.

– Sim. – Respondeu ele.

– Então faz um favor pra mim. – Eu disse. – Acorde Tyler, e o arrume, para ir pro estúdio comigo, enquanto eu me arrumo.

– Claro, já vou la. – Disse ele.

– Obrigada. – Eu disse. – Até logo. – Então fui, para o banheiro do meu quarto.

Peguei um short jeans, aqueles com suspensório, e uma blusa branca, e para os pés uma rasteirinha branca.

Tomei um banho bem relaxado, enquanto pensava na guinada que minha vida tinha dado de uma hora pra outra. Realmente eu estou me sentindo dentro de uma história de um livro ou um filme, e que no final ira ter um fim feliz, ou um tremendo desastre dependendo da história.

Pois eu não entendo como Titanic, se tornou um filme romântico, onde as pessoas choram quando assistem. Na onde aquilo pode ser romântico, quando o cara morre no fim, e ela fica sozinha. Eu não quero um fim desse pra mim.

Sai do banho, depois de seca e vestida, já que apesar de estar no meu quarto, eu me visto no banheiro.

E depois de prender o cabelo em um rabo de cavalo, sai do quarto e fui para cozinha, encontrando Tyler e Edward sentados a mesa.

– Oi tia Bella. – Disse Tyler, olhando para mim, com um sorriso.

– Dormiu bem? – Perguntei.

– Sim. – Disse ele.

– Sente-se para comer Bella, senão ira chegar tarde no estúdio. – Disse Edward.

Eu me sentei ao lado de Edward na mesa, e de frente para Tyler, e foi então que me dei por conta, que uma criança da idade de Tyler, tinha que estudar. E agora que ele esta fora do hospital, ele tem que voltar para a escola.

– Onde você estuda? – Perguntei.

– Na Recomeçar. – Onde diabos fica essa escola?

– Onde é? – Perguntou Edward, fazendo a pergunta, que eu queria.

– Do outro lado da cidade. – Respondeu ele, e realmente era muito longe.

– Você está com seus documentos ai? – Perguntei, enquanto enxia um copo com suco de mamão.

– Sim, o tio Chris, deixou tudo comigo. – Disse ele, em seguida dando uma colherada em seu cereal, com leite.

– Então, eu vou dar uma passada no estúdio, e em seguida vamos ir para sua escola, porque eu vou pedir sua transferência. – Eu disse.

Já que ele ia ficar um tempo comigo, eu não podia deixar o guri sem estudar, então era melhor ele estudar em uma escola perto, tipo a escola Santa cruz, que ficava na mesma avenida que o estúdio de fotografia.

– Vai trocar ele de escola? – Perguntou Edward.

– Sim, vou coloca-lo na santa cruz, que da pra ir a pé do estúdio. – Eu expliquei. – Eu não sei quanto tempo ele vai ficar comigo.

– Está certo. – Disse Edward. – Eu vou indo agora para a editora, tenho muita coisa para fazer.

Ele me deu um beijo rápido, um breve tchau a Tyler, e se foi, deixando só nós dois na mesa.

– Tia Bella, você não quer ficar comigo? – Perguntou Tyler, com sua tigela de cereal vazia.

– Porque você diz isso? – Perguntei, comendo o meu pão com presunto.

– Porque ontem parecia, que você não queria ficar comigo. – Explicou ele.

– Olha Tyler, eu nunca cuidei de criança, nunca tive filhos nem nada. – Eu disse, olhando para ele. – E você me caiu do nada pra mim cuidar. É meio complicado, mais você é um amor, e eu vou cuidar de você sim.

– Obrigado. – Disse ele. – Vou ir escovar os dentes.

– Pode ir. – Eu disse.

Eu terminei meu pão, e depois limpei a cozinha, em seguida indo escovar os dentes.

Meia hora depois, nós dois estávamos prontos, para sair.

– Vamos ter que ligar para o tio Chris. – Disse Tyler.

– Porque? – Eu perguntei.

– Como que a senhora vai conseguir me tirar da escola? Só o tio Chris, tem autorização para isso. – Que merda.

Realmente Tyler, é muito esperto, e tinha razão. Eu nunca ia conseguir muda-lo de escola.

– Vou telefonar, e pedir para nos encontrar na sua escola, recomeçar. – Eu disse.

– Tudo bem. – Respondeu ele, indo se sentar no banco do carona no carro, e eu indo para o motorista.

Peguei meu celular, e disquei o numero de Christian, que atendeu no segundo toque.

– Alô. – Eu disse.

– O que houve Bella? – Perguntou Christian, curioso.

– Quero saber se você pode ir comigo até a escola do Tyler, para pegarmos a transferência dele. Pois vou coloca-lo em uma escola mais perto, e só você tem autorização para muda-lo de escola. – Eu expliquei tudo a ele.

– Ah, eu esqueci de te contar. – Disse ele. – Você tem autorização sobre tudo que é desrespeito a Tyler.

– Como assim? – Perguntei.

– Eu coloquei na mochila de Tyler, um documento, dizendo que você é a tutora de Tyler, só basta você assinar, e tirar cópia. – Disse Christian. – A cópia você mostra para a moça da escola, e a original, eu pego depois, pois tenho que entregar ao meu advogado.

– Para que tudo isso, se eu vou ficar com ele só um tempinho? – Eu perguntei.

– É para facilitar, sua vida, já que eu não sei quanto tempo você deve ficar com ele. – Explicou Christian.

– Tudo bem. Vou leva-lo na escola, e pedir transferência. – Eu disse, desligando o telefone sem dar tchau. – Tyler, você pode ir la dentro de casa e pegar um documento que o seu tio deixou? – Eu pedi.

– Não precisa. O tio Christian me deu uma pasta com documentos, e eu trouxe todos que tinham, é só você ver qual você precisa. – Disse ele, tirando da mochila que estava em seu colo, a pasta com os documentos.

– Você realmente é muito esperto. – Eu disse, dando partida no carro.

– Eu sei. – Disse ele, com ar de convencido, enquanto sorria pra mim.

[...]

Cheguei no estúdio primeiro, para ver como andava as coisas, já que com todas essas coisas acontecendo ao mesmo tempo, eu não dei nem moral pro serviço direito.

Deixei Tyler, sentado dentro do carro, pois ia ser rapinho.

Entrei no estúdio, e vi Andréia na recepção.

– Bom dia. – Eu disse. – Queria falar com Jasper, tem como pedir para ele vir aqui na frente, não quero demorar. – Eu disse.

– Bom dia. – Disse ela. – Vou chama-lo.

Então ela, pegou o telefone, e discou o número do ramal da sala do Jasper.

– Senhor Hale, a senhorita Swan, está aqui. – Disse Andreia no telefone. – Ela pediu pro senhor vir até aqui. – Terminou Andréia, e minutos depois Jasper estava chegando na recepção com o relâmpago, sua cadeira de rodas.

– O que houve Bella? – Perguntou ele.

– Não posso trabalhar hoje, pois como você já deve saber, eu me tornei mãe de um garoto de 9 anos. – Eu disse.

– Sim, eu sei. – Disse ele.

– E eu vou agora, la na escola dele, para pedir a transferência dele, e ele vai estudar aqui na rua, na escola Santa cruz. – Eu expliquei.

– Tudo bem, agora com as gêmeas, José e Andréia, você não faz tanta falta, mas eu não quero que você abandone o estúdio. – Disse ele.

– Não vou abandonar. – Eu disse. – Assim que eu resolver, essas coisas todas, eu vou me dedicar ao estúdio.

– Sem problemas. – Disse ele. – Pode ir cuidar do seu filho. – Ele piscou para mim.

– Vou ignorar, essa ultima sentença, tchau. – Eu disse, e voltei para o carro.

Dirigi com Tyler, até a escola, e a todo momento sendo guiada por ele, já que não fazia ideia, onde a escola ficava.

Quando chegamos, falei com a diretora, e mostrei os documentos, e contei do acidente, e ela disse que sentia muito.

No fim deu tudo certo, eu peguei a transferência, o histórico escolar e tal, e fui embora, indo direto para a escola Santa cruz.

Tudo deu certo, na escola também. Consegui fazer a matricula dele sem problemas, e ele começaria a aula, já no outro dia.

Agora a missão era ir a uma papelaria e comprar o material escolar, o que me rendeu mais algumas horas, pois ele não sabia se queria o caderno dos vingadores, ou o do homem aranha, por fim, ele se decidiu pelo o dos vingadores.

Da papelaria, fomos ao shopping, comprar algumas coisas, pois como ele estava só com uma mochila de roupas, eu acho que não seria o suficiente. Almoçamos no shopping mesmo, e recebemos uma ligação do Edward, dizendo que estava com saudade, mas que tinha que continuar na editora trabalhando.

Quando era umas quatro da tarde, nós ainda estávamos perambulando pelo shopping, eu vi um modelo de quarto de criança que estava na vitrine, todo do filme os vingadores, desde roupa de cama, até tapete no chão.

Tyler, adorou, e eu comprei tudo, pois iria transformar um quarto la em casa, em um quarto de criança para ele. Pois eu realmente estava me sentindo a mãe dele, e se for parar pra pensar, eu acho que não conseguiria mais viver longe desde garoto. Neste dia inteiro que passamos juntos, eu vi que ele de agora em diante, faz parte da minha vida, e eu iria sim, me tornar sua nova mãe. E trata-lo como filho.

Por fim, eu tomei uma decisão importante, e que me faria ligar para Christian amanhã, e conversar com Tyler, e Edward também, pois sem sombra de duvidas.

Eu vou adotar o Tyler.