– Com licença, Sr. Adolfo, deixaram essa carta endereçada ao senhor!

– Obrigado Maria! – falei pegando a carta! – Pode se retirar agora, por favor. Sentei em minha poltrona com a carta em mãos. – Estranho, não tem remetente. Espero que não seja nenhuma brincadeira de criançadas desocupadas. Abri e dei início a leitura

Se lembra de mim? Sumi por um tempo mas agora voltei com tudo. Já sei que sua filhinha Helena está de volta ao país, e você sabe o quanto a odeio. Odeio tanto quanto odiei a mãe dela. Você foi inteligente e soube esconder essa maldita muito bem, a protegeu de mim, sorte tua senão ela teria o mesmo fim que Cristina...Bom, chega de rodeios, lhe envio essa carta com o fim de que você proíba o romance de sua filha com Renê, ao contrário farei Helena derramar lágrimas de sangue.

– Não posso fazer isso. Justo agora que voltamos a nos entender. Tenho certeza que Helena não me obedecerá e cortará relações comigo de vez. Mas vou ser obrigado a tentar, não posso permitir que aquela desgraçada faça mal a minha filha. Se ela fosse pequena seria tudo mais fácil.

...........

Acordei com o barulho da campainha que tocava sem parar. Ainda era 07:30h da manhã. – Espera! – falei me levantando, calcei meus chinelos e fui até a porta. – Pai! – dei um beijo nele. - Entre, qual o motivo da visita a essas horas da manhã? – me sentei no sofá de frente pra ele.

– Quero conversar muito sério com você portanto vou direto ao assunto. – Quero que se afaste do Renê, que termine seu relacionamento com ele.

– Por quê está me pedindo isso? – você não tem esse direito!

– Tenho todos os direitos porque sou seu pai, e quero seu bem. Que futuro você terá ao lado de um professor de músicas? – Olha querida! – segurei as mãos dela! - Papai arrumou um pretendente rico pra você, com ele Helena, você terá de tudo.

– Para de querer se meter na minha vida! – tirei minhas mãos das dele. – Dinheiro não é tudo nessa vida. E se não sabe, Renê tem uma fortuna mas trabalha por opção igual a mim. Ele é tudo pra mim, e é a pessoa mais importante da minha vida, sem ele eu prefiro morrer.

– Não seja boba Helena, garanto que a fortuna dele é pequena, e o que você sente por ele é apenas carência.

– A fortuna pode até ser pequena mas o amor que ele sente por mim é grande e tenho completa certeza que é recíproco. Nunca me senti tão feliz como sou ao lado dele. Pelo Renê eu dou minha vida.

– Se você não largar ele por bem, largará por mal. – tentei ameaçá-la para ver se conseguia algo.

– O que você vai fazer? Me levar para longe? Não sou mais uma criança. Sou adulta dona das minhas próprias decisões e por isso quero que saia imediatamente dessa casa e nunca mais volte a me procurar. Eu te dei uma última chance e você desperdiçou.

– Helena eu só quero o melhor pra você. ... Ah filha, se você soubesse o perigo que corre, pena que não posso forçá-la a terminar seu namoro senão já teria feito para salvar sua vida, tenho que arranjar uma forma para separá-los. Não sei qual seria sua reação se soubesse que Renê é filho da mulher que matou sua mãe, mas não lhe direi isso. Sei que ele te ama e é um bom rapaz diferente daquela víbora, pensei!

– Eu sei muito bem o que é melhor pra mim! Saia e não volte nunca mais! – segurei a porta esperando que saísse.

– Filha eu........ – não esperei que terminasse de falar, bati a porta na cara dele. Voltei para meu quarto e comecei a chorar abraçada a meu travesseiro.

– Por que está chorando? – perguntou Renê me puxando para perto dele.

– Meu pai, cortei relações com ele de vez! – me virei e pousei minha cabeça sob o peito de Renê.

– Qual o motivo dessa vez?

– Ele queria me obrigar a terminar nosso romance, parece que meu pai tem o prazer de me ver infeliz. Ele sabe muito bem que você é a pessoa mais importante da minha vida então porque ele faz uma coisa dessas? - Por quê não me ama, é lógico. Fui uma boba em ter dado uma chance a ele.

– Princesa, eu não quero te separar do seu pai, mas também não quero ficar longe de ti. Helena, você também é meu motivo de viver és meu bem mais precioso. Te amo demais para te perder. – disse Renê enquanto fazia carinho em meus cabelos. Dei um beijo nele e virei para o lado. – Me abraça! – pedi e assim ele vez até dormirmos novamente.