Seu amor é a minha cura - ReNa escrita por soueumesma


Capítulo 44
cap 44 - Tudo que se faz um dia se paga de alguma forma




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Sábado 30 de Julho 11:00h

– Tia, que saudade! - abracei-a bem apertado

– Eu também Helena, como foram as férias na roça?

– Foram ótimas, tô morrendo de saudade da comida da D. Ana..

– Então entra que eu preparo uma igualzinho a dela pra você.

– Melhor não, não quero me encontrar com o falecido.

– Não fala assim do seu pai, ela está arrependido e se esforçando para mudar.

– Essa mudança vem tarde demais.

– Melhor mudarmos de assunto, né?

– É...- afirmei com a cabeça.

– Como você está?

– Bem, graças a senhora, o Júlio e o Renê! - esbocei um sorriso quando pronunciei o último nome. - Mas as vezes sinto um vazio aqui dentro! - pousei minhas mãos no lado esquerdo do peito. - Meu coração ainda dói pela perda do bebê! - completei e desfiz o sorriso.

– Filhos deixam marcas profundas na gente. - peguei as mãos de Helena que estavam sob o coração dei um beijo no dorso e fiz um carinho ali..

– Como está a Paty, tia?

– Não sei Helena, já tem 6 dias que ela saiu de casa. Ela ficou dois dias num hotel e depois sumiu.

– Ela não atende o celular?

– Sim, fala que está bem e que não preciso me preocupar. Como que um filho pode pedir para uma mãe não se preocupar? Ela nem me fala onde está residindo! - O Júlio depois que arrumou namorada quase não fica mais em casa, tô morrendo de ciúmes, ele sempre foi tão apegado a mim. Parece que perdi meus três filhos em menos de um mês.

– Três filhos? - minha voz saiu embargada.

– Claro meu amor, pra mim você é como uma filha. Minha filhinha! - acariciei o rosto de Helena e sequei algumas lágrimas que começaram a brotar. Ela me abraçou forte.

– Obrigada! - falei em meio ao abraço. - Te vejo como uma mãe também, obrigada por ter me aceito em sua casa, obrigada por sempre estar ao meu lado, obrigada por me dar apoio quando preciso, obrigada por puxar minha orelha quando necessário...- minha voz falhou mas procurei continuar. Obrigada por ser diferente do meu pai. - completei já em soluços. Ficamos abraçadas e chorando por um tempo até sermos interrompidas pelo falecido.

– Filha, por que você não entra e almoça com a gente, não há necessidade de você ficar aqui fora, essa casa também é sua.

– Não muito obrigada Adolfo.

– Não me chama assim, eu sou seu pai Helena.

– Mas se esqueceu disso há muito tempo. - Tia já vou indo, outro dia volto pra te visitar. - dei um beijo nela e entrei no meu carro.

– Não esquece de levar esse carro a uma oficina para fazer revisão, ele ficou quase três meses parado. - ela fez que sim com a cabeça fechando o vidro em seguida deu partida.

– Será que um dia ela vai me perdoar, Lúcia? - falei cabisbaixo.

– Dê um tempo, a vida não tem sido fácil pra ela. - segurei o rosto dele entre as mãos e dei um selinho. Abraçados entramos para dentro de casa.

…......................

Helena já são 21:00h, já vou indo, preciso dar uma olhada na Bruna!

– Fica vai Renê, só mais essa noite.

– Estou escutando isso a 2 dias.

– Não vou conseguir te convencer hoje? - fiz biquinho

– Não, e nem adianta fazer esse biquinho.

– Mas......

– Mas nada.

– E se.......

– O qu... - ela não deixou que eu terminasse de falar, me empurrou no sofá e subiu em cima de mim... - Hele...- tentei falar mas a respiração não me deixou.. - Pa..ra! - tentei tirá-la de cima de mim mas seus beijos eram irresistíveis.

– Diz- que- vai- ficar! - falei entre selinhos.

– Já disse que não! - tirei Helena de cima de mim e a deitei no sofá. tentei me levantar, só que ela me puxou e me prendeu entre as pernas.

– Ultimamente você anda muito pra frente.

– Cala boca e me beija! - continuei com as pernas em volta de seu corpo, pressionei minhas mãos apertando seu bumbum e levantei meu quadril ao encontro do seu.

– Para, desse jeito eu não resisto.

– Então não resista! - soltei uma risadinha pois já sentia seu membro me pressionar.

– Você tá brincando com minha cara, né. - fiz o máximo de força que pude para me levantar, ela agarrou forte meu pescoço então a trouxe junto. - quer brincar de provocar, é? - falei e ela soltou uma outra risadinha. - Com ela em meu colo a encostei na parede e comecei a me esfregar nela. Rapidamente seu corpo estremeceu, Helena soltou um longo gemido e desabou em meus braços. - Era isso que você queria? - perguntei mordendo a orelha dela, só que sem forças não me respondeu. A deitei no sofá e dei-lhe um breve beijo na boca. - Safada! - ela riu e se ajeitou no sofá. Já vou indo tá! - Te amo, qualquer coisa me liga, depositei mais um beijo em seus lábios e fui pra minha casa. - Essa Helena tá parecendo um furacão em erupção, quanto fogo meu Deus! - balancei a cabeça e ri.

…........................

Estou curtindo minha vida do jeito que eu sempre quis, estava livre para fazer o que me der na telha, uso drogas a vontade, vou pra balada e chego a hora que eu quiser sem medo de levar medo de levar sermão. A parte ruim era ter de morar com a Lola, pois não me restara outra opção desde que deixei o hotel. Suas manias me irritavam. Lola não era exatamente uma mulher e sim um travesti masculinizado, faltava muito ainda para se comparar a uma mulher. Ela era porca, raspava seus pelos e não limpava o banheiro, urinava na tampa do vaso, sim, ela ainda tinha essas atitudes típicas de homens e isso me irritava pois dividia o mesmo banheiro com ela. Apesar disso nós nos dávamos super bem, seu jeito espontâneo e alegre sempre me deixava pra cima... São exatamente 22:00h, estou aqui desinquieta sentada no sofá esperando Lola terminar de se arrumar para irmos pra balada. - LOLA A GENTE VAI SE ATRASAR! - gritei impaciente!

– Estou pronta Paty! Como estou? - perguntei dando uma voltinha.

– Não tão linda quanto eu! - falei me gabando! - Agora vamos! - puxei o braço dela e saímos de casa rumo a boate “Tentação.” Cheguei chamando atenção, olhares masculinos me seguiam pela boate. Sentei no bar e pedi um coquetel de frutas para começar. - E aí gata, sozinha na festa? - me perguntou um estranho. - Não, estou com meu namorado e se ele te ver aqui vai querer te dar uma surra! - menti, queria espantar logo esse cara, ele não fazia meu tipo e ainda tinha cara de pobre.

– Ops, não tô afim de confusão! - levantei as mãos para cima e me retirei.

– Ainda bem que me livrei desse cara. Me levantei do barzinho e fui para a pista dançar, como sempre fui o centro das atenções, vários rapazes se aproximavam de mim mas eu os dispensava, não estava afim de ficar com nenhum esta noite. Fui puxada da pista pelo meu irmão. - Que foi Júlio? - falei irritada.

– Quero saber onde a senhorita está morando, a mamãe está preocupada.

– Eu já disse pra ela que estou bem.

– Onde você está morando?

– Eu não vou dizer. - não quero que eles saibam o endereço do muquifo onde estou vivendo, não quero que sintam pena de mim, pensei.

– Por favor Paty, é pela mamãe.

– Júlio, me deixa em paz. - o deixei sozinho e fui para o jardim fazer uso de drogas. Me sentindo relaxada voltei para a pista bem mais louca que antes..... Eram meia noite e quarenta e Lola já havia ido embora com um carinha esquisito. A festa estava começando a ficar chata então decidi me retirar também.

– Onde está indo? - me perguntou Júlio

– Embora, essa festa está um horror.

– Me espera, eu te levo.

– Não precisa, curta com sua namorada. Tchau!

– Espe....... - ela seu as costas e me deixou falando sozinho.

Gastei o pouco dinheiro que tinha em bebidas e drogas, apesar do abuso eu estava sã dos meus atos. - Tive que ir pra casa a pé. - Deixa a vida me levar, vida leva eu.... -segui o caminho cantando. Levantei os braços para o céu e gritei: - VIVA A LIBERDADE! - em seguida soltei uma gargalhada de felicidade...Andei uns 15 min ainda faltava muito para chegar em casa. Peguei um atalho mais curto que me possibilitaria chegar mais cedo. O caminho estava deserto, a rua estava mal iluminada devido a falta de manutenção nos postes. Começara a esfriar, cruzei meus braços em meu colo e passei as mãos em meus braços para tentar me aquecer nem que fosse um pouquinho. Meus pés estavam doloridos devido ao salto alto mas me recuso a retirá-los, imagina, uma pessoa como eu andar descalça pelass ruas, nem pensar. - falei balançando a cabeça negativamente. Virei mais uma esquina que por sinal também estava deserta, quebrei em beco, senti arrepios ao passar por ali, por instinto olhei rapidamente para trás e tive a sensação de ter visto um vulto. - Ai meu Deus, o que é isso? - Será que tem alguém me seguindo ou será uma assombração? - fiz o sinal da cruz. - Para, para Patrícia, você está imaginando coisas! - falei tentando convencer a mim mesma de que aquilo não era nada. Virei novamente e constatei que não havia nada a não ser um cachorro. - Não acredito que quase tive um treco por sua culpa seu sarnento! - falei ao cachorro. - Botei a mão no coração e respirei aliviada. - Sai, sai! - espantei o vira-lata e continuei a andar. Senti meu celular vibrar dentro da bolsa. Olhei a tela, era minha mãe. - O que será que ela quer comigo a essas horas? - perguntei a mim mesma antes de atender. - Oi mãe! - falei revirando os olhos.

– Filha, você está bem?

– Claro, porquê eu não estaria?

– Tive um pressentimento ruim, pensei que pudesse ser algo com você ou seus irmãos mas já liguei pra eles e estão bem.

– Pra mim liga por último né?

– Filha, não seja assim.

– Mãe vou desligar, não se preocupe estou bem. Beijo, te amo!

– Se cuida meu amor! - pousei o telefone no criado mudo e me encostei inquieta na cama, aquele aperto no peito só aumentava, o que poderia ser isso? Me sentiria mais tranquila se meus filhos estivessem protegidos debaixo das minhas asas.

– O que foi meu amor? - me perguntou Adolfo acendendo o abajur.

– Uma sensação ruim, temo que algo aconteça com as crianças.

– Não deve ser nada Lúcia, nossos filhos não são mais crianças, eles sabem se cuidar muito bem sozinhos.

– Você tem razão! - pousei a cabeça sobre o peito dele e tentei dormir.

Guardei o celular na bolsa. Escutei passos cautelosos atrás de mim, dessa vez não me preocupei, devera ser aquele vira-lata me seguindo outra vez. Os passos tornaram-se mais rápidos, reparei pelo som que não se tratava de um animal de quatro patas. Olhei de relance para trás e no mesmo tempo minhas pernas ficaram bambas e meu coração acelerou. Alguém me seguia. Para meu desespero não era apenas um , e sim três caras encapuzados. Corri o máximo que pude, naquela maldita escuridão não havia uma alma penada que pudesse me socorrer, meus pés doíam pelas bolhas causadas pelo salto que eu ainda mantinha nos pés. Estava sem fôlego mas não parei de correr, ele estavam bem próximos de mim. Parece até coisa de filme, pisei em falso e acabei caindo, comecei a rezar baixinho mas os bandidos logo me alcançaram.

– A bonequinha de salto caiu? - zombou um dos caras

– O que vocês querem de mim? - perguntei me arrastando do chão na tentativa de fugir.

– Você verá? - disse um deles me puxando pelo braço e me colocando num carro que estava estacionado ali perto. Esse tempo todo eles estavam me seguindo. Violentamente fui jogada no porta-malas daquela lata velha chamada de carro. Gritei, chutei, esmurrei de todas as formas para tentar chamar atenção mas nada.... Minutos depois o carro parou, deu pra notar que não se afastara muito da cidade. O porta-malas foi aberto e eu fui carregada para dentro de uma cabana e trancada dentro de um quarto

– Fica aí sua vadia! - me empurraram fazendo com que eu caísse sobre uma cama suja e fedorenta.

– O que vocês querem de mim? - Por quê me sequestraram? - perguntei com os cotovelos apoiado na cama.

– Isso não é um sequestro. Só quero te dá uma lição e chamei mais dois amigos para me ajudarem.

– Mas por quê, eu nunca te fiz nada.

– Ué, a princesinha esqueceu da humilhação que me fez passar? Não vou entrar em detalhes, só vou te dizer uma coisa: Tudo que se faz, se paga de alguma forma. Eu vou cobrar a humilhação que você me vez passar.

– Quanto dinheiro vocês querem para me deixar ir? - foi a única coisa que consegui falar, já humilhei tanta gente que contar agora seria impossível.

– Dinheiro temos de sobra.

– Diz logo o que vai fazer comigo! - minha voz se encontrava trêmula pelo medo.

– Vai não, vamos é a palavra exata. Nós três iremos usar seu corpo e depois......... depois nós vemos o que acontecerá! - passei minha mão esquerda alisando a perna dela.

– Tira essa mão nojenta de cima de mim!

– A bonequinha de luxo tá com medinho é? - fica caladinha aí, vou chamar mais um amigo pra se divertir com a gente. Garanto que você vai gostar. - eu e os dois rapazes nos retiramos.

30 min depois,entram novamente no quarto, agora eram quatro. Me encolhi assustada na cama. Um turbilhão de coisas começaram a passar por minha mente, o que será que eles iriam fazer comigo após usar meu corpo? Será que eles me espancariam até a morte? Ou levaria um golpe fatal? Será que eles esquartejariam meu corpo e minha carne dada aos cachorros? Ou quedarei aqui pra sempre?

– Essa é a princesinha que você arrumou? - perguntou o outo amigo que acabara de chegar.

– Ela mesma! - respondeu um deles.

– To louco pra começar a brincadeira! - falou o cara esfregando as mãos de ansiedade.

– Vem aqui coisa linda. - disse o mesmo puxando minhas pernas para mais próximo dele.

– ME SOLTA! - gritei me debatendo.

– É melhor você ficar quietinha, pro seu bem! - me ameaçou o outro. Aquelas mãos começaram a arrancar minhas roupas com violência. - Para, por favor, me deixem ir embora,.-implorei mas não adiantou.

– Calma princesa a festa ainda nem começou. - falou um deles me alisando.

– Tira essas mãos nojentas de cima de mim. - Gritei apavorada. - eles riram do meu desespero.... O inferno começou, chorei de raiva, de nojo ao sentir aqueles asquerosos em mim. Aqueles corpos em cima do meu era como se eu estivesse sendo esmagadas por pedras gigantescas. Desejei que meu pai entrasse por aquela porta e me tirasse daqui, que me protegesse como antes, e dissesse que era sua menininha e que nunca mais deixaria ninguém me fazer mal. Mas isso não aconteceu, estava vivendo o pior dos pesadelos que uma mulher poderia ter. - Tá gostando sua vadia? - perguntou um dos caras. - ME SOLTA SEUS NOJENTOS! - os ofendi e tomei um tapa na cara. Ao terminarem a tortura saíram, do quarto e me deixaram sozinha. - ODEIO VOCÊS, IDIOTAS, IMUNDOS. - gritei e após os gritos escutei risas do outro lado da porta. Me encolhi feito um feito um feto e me pus a chorar descontroladamente. Adormeci em seguida. 01:50h da manhã, acordei em um rompante e deparei com um dos caras com as mãos no queixo me observando, me encolhi por impulso e medo ao mesmo tempo. Apesar da máscara tampando seu rosto, dava pra ver nitidamente seus olhos claros e o sorriso malicioso que brotava de sua boca. Era um sorriso sarcástico, torto. Chegava a me dar arrepios só de olhar.

– Que bom que você acordou, estava aqui te observando, você tem a feição parecida com a mulher que eu desejo muito, tu até que é gostosinha, tem o corpo esbelto mas ela é muito, mas muito melhor que você. Sabe, enquanto eu não a conquisto você servirá para matar a vontade. - Subi na cama, arranquei o lençol que ela se enrolava e o puxei deixando seu corpo a mostra então a possuí novamente. - Me solta, por favor! - implorava a menina aos prantos, mas eu queria mais e mais, estar com ela era como sentir o corpo quente da mulher que eu amava.

– Me deixa, seu desgraçado! - cuspi na cara dele.

– Assim que eu terminar, você vai me pagar por ter cuspido na minha cara, sua vagabunda. Após ter me saciado dei-lhe uma surra. Ela se encolheu num canto da parede sem parar de chorar, agachei perto dela segurando seu queijo e disse: - A ideia dos meus amigos era te usar e depois te deixar livre com essas terríveis lembranças mas pensando bem, quero te fazer minha bonequinha de prazer, o que acha? - falei passando minhas mãos carinhosamente pelo seu rosto.

– Não encosta em mim! - dei tapa na mão dele afastando-a de mim, ele me olhou parecia irritado, não dava muito para reparar as feições devido a máscara. - Por sorte ele saiu do quarto batendo a porta atrás de si. Peguei o lençol que forrava a cama e passei com raiva sobre meu corpo na tentativa de tirar o cheiro podre daqueles nojentos de mim. - que nojo, que nojo! - dizia a mim mesma enquanto me limpava. Vesti minhas roupas e voltei a me sentar encolhida na parede e deixei minhas lágrimas rolarem novamente, minha vaidade e vontade de viver acabaram aqui, não sei se poderei viver com essas malditas lembranças. Isso se eles me libertarem. Destroçada naquele quanto, ouvi gritos vindo de fora, os rapazes estavam brigando. A discussão era sobre qual seria meu destino, um deles queria que eu ficasse aqui por mais um dias e depois me matar, suponho que seja aquele que me surrou, os outros três restantes queriam me deixar livre para que eu sofresse com as recordações do estupro. Como era três a um, fui liberta. Foram as piores horas de toda minha vida. Talvez fosse meu castigo por desafiar meu pai daquela forma, estaria eu pagando por todos os meus pecados? Fui jogada na sarjeta como um animal sarnento. Caí sem vontade de me levantar, minhas roupas estavam sujas e rasgadas. Alguns jovens vindo da balada passavam por mim e faziam chacotas e outros chegavam a cuspir. É, eu estavam mesmo provando do meu próprio veneno, por muitas vezes vindo da farra fiz isso com mendigos, prostitutas e feridos, nuca tive a intenção te estender minhas mãos para ajudá-los a se levantar.... Queria dormir naquela calçada e desejar que na manhã seguinte fosse tudo um terrível pesadelo mas as chacotas não paravam. Me levantei meio cambaleante, eram 3:00h da madrugada, não tinha ideia para onde eu iria. Para casa da Lola eu não iria, com certeza ela sairia correndo para contar pro mundo inteiro. Me recusava a pedir ajuda para meu pai, seria demasiado humilhante aparecer na frente dele nesse estado, e ainda por cima ter que escutar que eu deveria ter sido uma boa filha, que o objetivo de suas regras eram me proteger. Agora eu sei, mas descobri tarde demais. O que eu preciso no momento é de apoio e não de sermões. Júlio, se eu tivesse o esperado não teria passado por isso, mas também não irei procurá-lo sei que ele não me negaria ajuda, mas ele também iria encher minha cabeça de sermões. Queria o colo da minha mãe mas a barreira que me levava até ela se chamava Adolfo, e como já disse não me atrevo chegar até ele. Me restara agora somente uma pessoa, já fiz muito mal a ela mas acho que me atenderá, espero!

….............

Acordei com a campainha tocando às 03:30h da madrugada, certeza que era Júlio pois não interfonaram lá de baixo. Levantei bufando e fui atender a porta! - Paty! - arregalei os olhos chocada ao ver o estado em que ela se encontrava.

– Helena, por favor me ajuda! - corri até ela e a abracei chorando.

– Claro, mas o que houve? Por que está machucada e rasgada desse jeito. -perguntei preocupada pegando o rosto dela entre as mãos e avaliando o restante do corpo. Depois a abracei novamente.

– Não, não me toca! - falei desfazendo o abraço! - eu tô suja, preciso de um banho.

– Tudo bem, só que depois do banho quero saber o que aconteceu. Tem um quarto com banheiro ali no corredor, vai lá. Enquanto isso prepararei uma roupa limpa pra você.

– Tá. Entrei no banheiro, arranquei aquelas roupas nojentas e me olhei no espelho. Eu estava um lixo, minha pele toda marcada e machucada pela surra que levei. Meus olhos inchados pelas lágrimas que caíram e que ainda insistiam em cair. Abri o armário, peguei uma tesoura e com muita raiva cortei meus cabelos, os deixei curto feito a de um homem, eu precisava destruir o resto da vaidade que ainda existia em mim. Liguei o chuveiro e em seguida peguei a bucha, comecei a estregar meu corpo com tanta força que chegava a arranhar minha pele. Cansada pela força que fazia, deixei meu corpo escorregar pela parede gelada do banheiro. Fiquei um bom tempo chorando sentada naquele piso frio. Patrícia, está tudo bem? - perguntou Helena preocupada. - Tá, tá sim, me levantei e prosseguir com o banho, ao terminar de lavar minha cabeça, fui até o armário novamente e peguei uma garrafa de álcool, espalhei aquele líquido pelo meu corpo, ardeu até minha alma mas eu tinha a necessidade de me sentir limpa, de me desinfectar. Tampei a garrafa a devolvendo de volta a seu lugar, e de lá caiu a meus pés uma gilete. Um pensamento ruim passou pela minha cabeça, talvez essa seria a melhor solução. A peguei e encostei em meu pulso. - Patrícia, anda logo! - ordenou minha irmã batendo na porta do banheiro. - Eu não podia fazer isso, não na casa dela, peguei a gilete e joguei-a no lixo. Sobre a cama estava uma blusa de manga comprida, uma calça de moletom, peças íntimas e um par de meias; os vesti eu fui até a sala onde Helena encontrava. Ela estava em pé me olhando, seu olhar era tão terno que me fez correr até ela e abraçá-la.

– Por quê cortou o cabelo?

– Eu precisava.

– Preparei, isso para você comer! - apontei para a mesinha de centro. Assim que terminar quero saber de tudo. - Ah, do lado, tem alguns comprimidos para dor. - completei e me sentei no sofá. Após terminar o lanche Paty se levantou e deitou-se em meu colo, afaguei seus cabelos dando confiança para que começasse a falar.

– Helena, eu..eu...eu.. fui violentada! - minha voz falhou mas procurei continuar. Contei todos os detalhes a ela, que no fim acabou chorando junto comigo. Com carinhos e palavras de apoio acabei dormindo em seu colo.

– O que eu faço agora? Paty se recusa a ir a delegacia fazer denúncia, não quer que sua cara saia estampada nos jornais e muito menos passe na TV. - Peguei o telefone a meu lado e disquei o número do Renê, não queria acordá-lo a essa hora mas precisava da sua ajuda. - Oi , desculpa te acordar agora, tô precisando de você!

– Quem é? - falei em meio a um bocejo.

– Helena!

– Aconteceu alguma coisa princesa?

– Sim, amor você pode vir aqui em casa? - preciso da sua ajuda.

– Claro - Me levantei rapidamente, nem troquei de roupas fui do jeito que eu estava.

…............

– Que bom que você veio! - o abracei apertado.

– O que aconteceu?

– Minha irmã foi estrupada Renê! - falei chorando. Apesar de todo mal que ela me fez, ela é minha irmã, e o que ela passou não desejo a nenhuma mulher. Uma das coisas que aprendi com as freiras do internato é que devemos nos colocar no lugar dos outros.

– Me explica isso direito Helena.

– Tá mas antes coloca ela na cama pra mim por favor.

– Claro. - Depois de ter levado a garota para o quarto de hóspedes, Helena me contou tudo o que aconteceu. - Ela foi muito irresponsável de ter saído sozinha daquela boate. - falei

– Eu sei. Não devemos julgá-la agora o que ela mais precisa nesse momento é apoio.

– Tem razão.

– O que acha que devo fazer?

– Convencê-la de ir até a delegacia, eles irão encaminhá-la a fez exame de corpo de delito. Deve também comunicar a seus pais e procurar um psicólogo pra ela.

– Esse exame vai ser humilhante pra ela.

– Mas é necessário que ela faça para achar esse criminosos.

– Tadinha!

– Você tem que ser forte, para que ela se apoie em você, não é atoa que ela te procurou. Vem, vamos dormir, amanhã resolveremos tudo isso juntos.


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Notas finais do capítulo

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