Immortales escrita por White


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna. Mais um capítulo. Então, como eu disse... Não vou me aprofundar demais na história por isso as coisas irão acontecer realmente rápido. Só pra relembrar mesmo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/493726/chapter/2

– Ele vai ficar bem? - Escutei uma voz feminina e familiar questionar em extrema urgência e aflição.

– Sim, senhora Turner. Ele ficará bem, só precisa de repouso. Para ser sincero, é um milagre ele ter saído praticamente ileso de um acidente desses. Esse garoto deve ter um bom anjo da guarda. - Uma segunda voz, masculina e um tanto divertida respondeu a primeira.

Abri os olhos sonolento, pisquei algumas vezes devido a claridade repentina. Fitei o teto acinzentado, então os lençóis extremamente brancos e por fim uma cama vazia a minha direita. Só então foquei a visão nas duas pessoas ali presentes.

– Mãe?

Minha voz saiu falha e fraca, provavelmente por eu ter acabado de acordar. Quando a mulher, dona de longos cachos cor de chocolate se virou em minha direção senti um aperto no peito. Ver aqueles lindos olhos verdes úmidos me despertou uma vontade imensa de chorar. Ela sorriu para mim como se isso fosse ajudá-la a conter o choro preso na garganta.

– O que houve?

Perguntei esperando por uma explicação, mas tudo o que obtive foi um abraço calorosamente doloroso de minha mãe. Eu até entendo... Mas sério, será que ela não percebe o tanto que estou fodido? De qualquer forma, retribui desajeitado o carinho recebido.

– O que houve? - O médico repetiu minha pergunta. - Você bateu de frente com um caminhão e sobreviveu para contar a história, meu jovem. Foi isso o que houve.

Forcei minha mente a tentar se lembrar do ocorrido, mas tudo o que conseguia obter era a imagem de um loiro gigante dançando músicas da Cyndi Lauper.

– Seth...? - Olhei para dona Anna com uma incógnita muda estampada no rosto.

– Ele esta bem, não se preocupe. Aliás, foi ele quem chamou a ambulância e acompanhou você até aqui. Me avisou para lhe pedir desculpas por não poder ficar, mas seus pais viajaram e ele precisava voltar para tomar conta da...

– Da Louise. - Terminei a frase dela. - Eu sei. Bom, pelo menos me livrei de assistir Procurando Nemo pela milionésima vez. - Ri fraco ao me lembrar das imitações de Dory da caçula da família Meyer.

– Você me deu um baita susto, mocinho. - Apesar da frase um tanto carinhosa percebi com facilidade a seriedade por trás das palavras. E, sem saber o por quê, uma culpa enorme me invadiu. - No que estava pensando ao se atirar na frente de um caminhão? - O desespero e as lágrimas estampado nos olhos verdes... Céus, isso é mais doloroso do que ser atropelado por um caminhão. Não, espera um momento... Não pode ser... Será que ela esta pensando que eu...?

– Eu não tentei me matar, mãe.

Vi as lágrimas começarem a descer e sabia que elas não iriam parar. Tentei ignorar a dor e forcei meu corpo a abraçá-la.

– Desculpe.

• • •

Hospitais a noite são realmente assustadores. Graças a Deus estamos no meio do inverno, caso contrário eu já teria morrido sufocado embaixo destas cobertas.

– Kraaaak... (~porta se abrindo~)

O que foi isso? O que diabos foi isso!? Oh meu Deus! Oh meu Deus! Talvez seja uma enfermeira... É, com certeza é uma enfermeira. Ela só veio ver como eu estou. Só vou dar uma espiadinha, me deixa erguer o pano um pouquinho e...

– Aaaaah!

– Aaaaah!

Que diabos é isso!? Um monstro!? Um demônio!? Uma alma moribunda!? Depressa, sinal da cruz com os dedos!

Vade retro, Satanás!

– Quem diabos você tá chamando de Satanás!? Seu mal agradecido...

– O quê?

– O quê?

– O quê?

– Hã?

– ...Quem é você?

– Rhyan White.

– ...O que tá fazendo?

– Sabe, é agora que você me diz o seu nome.

Esse cara...

– Você invade o meu quarto às duas da manhã e espera que eu seja educado? Sem contar que você não se parece nenhum um pouco com um médico, enfermeiro e muito menos com um paciente.

– Oh, obrigado. Sei que aparento muita boa saúde.

Esse cara...

– ...Então, o que você quer?

– Te levar até Lúcifer.

– ...

– ...

– Você fugiu da ala psiquiátrica, não foi?

– Escuta, você morreu, okay? Eu te ajudei, mas o problema é que eu preciso da minha essência demoníaca de volta.

– Hã?

– Como assim "hã"?

– Não, é que...

– ...?

– Você espera mesmo que eu acredite que você é um demônio e que eu estou morto?

– Tecnicamente eu sou meio-demônio. E, eu disse que você morreu, não que ainda esta morto.

Na boa, esse cara deve estar muito chapado.

– Okay, me deixa refazer a pergunta. Você tem um bom advogado?

– Advogado...?

Deixa eu me aproximar do telefone, assim... Devagar... Sem movimentos bruscos...

– Alô? Oi. Então, tem um cara aqui... Eu não sei se ele é doente mental ou algo do tipo... Mas poderiam tirar ele do meu quarto, por favor? Obrigado.

– Eu estou tentando te ajudar, seu merda!

– Espera mesmo que eu acredite que sou um zombie, seu bosta!?

– Ah, vai se foder. Não deveria ter lhe dado metade da minha imortalidade.

– Alô? Oi. Então, será que poderiam ser mais rápidos?

– Okay, eu não tenho tempo para isso, então preste atenção porque não vou repetir... Eu não sei como diabos, mas ontem você conseguiu enxergar através do véu. Pensou que eu fosse morrer e pulou na frente de um caminhão para me salvar. - Os olhos dele brilham. - Então você morreu. Um ceifador apareceu... Eu consegui recuperar a sua alma, mas ele fugiu com sua essência de vida... - Ah, os olhos dele são vermelhos. - E sem a essência você... Bem, você fica morto. Lhe dei metade da minha, mas isso é problemático tanto para mim quanto para você. - Lentes de contato? - ...Os demônios irão sentir meu cheiro em você e irão lhe atacar, por isso preciso que venha comigo até Lúcifer. Lá você estará seguro... - Eu não sei por quê, mas estou com uma vontade incontrolável de cutucar a bochecha dele. - Ei, você tá me ouvindo?

– Hã? Sim, claro. Você é louco. - Nossa, ele parece bem irritado. Huh? O que é isso? Ele vai me bater? Ei, espera, o que ele...? - Ei, ei, ei... Nã-!

• • •

Tem alguma coisa felpuda roçando no meu nariz. Droga, isso é realmente irritante.

– Hmm. O que é isso? Um novo servo para a minha coleção, Rhyan?

Santo Cristo. Que voz mais estranha. Parece uma reencarnação de Louis Armstrong.

– Preciso que tome conta dele enquanto procuro pelo ceifador.

– Não é mais fácil simplesmente pegar sua essência de volta e deixar que o humano morra?

– ...Não posso fazer isso.

– Para um demônio você esta mostrando muita humanidade.

– ...Apenas tome conta dele.

Essa voz... Eu conheço... Ah! O maníaco seguidor de Satanás!

– Ond-...? Aaaah! Um... Um gato... Um gato... Tem um gato com cara de gente em cima de mim!

– Hmm. Rhyan?

– Huh?

– Este humano não parece ser apropriado para me servir.

Meu Deus! Isso é um sonho. Não, um pesadelo. Só pode ser. Vou fechar os olhos com força, contar até 5 e então irei acordar.

– Um, dois, três, quatro...

– Ei, Eric!

– Eh? Como sabe o meu nome?

– Seu amigo ficou desesperado e começou a gritá-lo quando você foi atropelado.

– Ah...

– ... - Uau. Agora com a claridade... Esse cara... Ele é realmente bonito. Morenos de pele clara definitivamente fazem o meu tipo. Espera, isso não é hora pra... - Não vai demorar. - Quê?

– Quê?

– Vou recuperar a sua essência o quanto antes, então você poderá sair deste lugar e esquecer sobre isso.

Eh? Agora que ele mencionou... Que diabos de lugar é esse!? Tem caveiras e fogo azul para todo lado! E... Creio em Deus Pai Todo Poderoso! Aquilo são vermes? Vermes gigantes!? Por que eles estão numa coleira!? Não, isso não é o mais importante aqui!

– Onde diabos eu estou!?

– Infernus.

– ...Você quis dizer inferno?

– Não, Infernus. É o nome do distrito. Você esta na capital do submundo.

– Eh? Eh? Eeeeh!? - Quanto analgésico eu tomei?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se não entenderam alguma coisa apenas me avisem que no próximo capítulo eu tento dar uma explicada. Não descrevi muito bem onde Eric esta porque acho mais legal deixar pra mente de vocês mesmo, mas se querem uma base podem usar o ambiente de Blood Lad (só que com umas chamas azuis e uma caveiras espalhadas por aí). E sim, é um gato com rosto de gente. :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Immortales" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.