A Luz e a Escuridão escrita por Debby e Tehh


Capítulo 35
A verdade.


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpe a demora! :/ desculpe mesmo!
Nunca se esqueçam, amamos vocês. s2



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Cidade da Escuridão.

Em um dia ensolarado, Simon vai até a caixa de correio e retira dela um bolinho de cartas. Ele entra em casa, e, sem parar de andar, vê para quem são. Cinco são para ele. Uma para Alexia. As que ele recebera, ciente de que são de admiradoras, atira direto na lata de lixo, sem se dar ao trabalho de lê-las. A de Alexia ele joga em cima da mesa. Depois vai para seu quarto.

Alguns minutos depois, as duas irmãs chegam em casa, rindo e conversando animadamente. Alexia carrega duas sacolas de supermercado. Debbie se joga no sofá e liga a TV, enquanto Alexia vai para a cozinha.

Alexia coloca as sacolas sobre a mesa e seus olhos param na carta.

De quem poderia ser? Erick não costumava enviar-lhe cartas. Ele preferia falar por telefone. Na realidade, Alexia nunca recebia cartas.

Ela pega o envelope e o encara por algum tempo. Uma ruga de dúvida começa a se formar em sua testa. Então, Alexia abre-o cuidadosamente e retira um papelzinho bem dobrado de dentro dele.

Desdobra-o e lê a carta para si.

Alexia

Venho te observando desde que soube de sua existência.

Cada dia que passa, você está mais linda.

Se parece um pouco com sua mãe.

Alexia fita o papel. Em poucas palavras, o autor da carta conseguiu despertar sua curiosidade. Quem seria? Por que mencionara sua mãe?

–Debbie.-Alexia chama, sem desviar os olhos do papel.

Debbie logo aparece à porta da cozinha.

–Chamou?

–Olhe isso.- Alexia estica a carta e Debbie, se aproximando, apanha-a.

Silenciosamente, Debbie a lê.

–Nossa, que estranho.- Ela diz, terminando a leitura e franzindo os lábios.

–E não tem nome.- Diz Alexia, pegando o envelope sobre a mesa.

Alexia pega a carta das mãos de Debbie e coloca-a no bolso da calça.

–O que vai fazer com a carta?- Debbie pergunta.

–Guardá-la.- Responde Alexia.

As horas passam voando e, ao anoitecer, Alexia escuta a campainha tocar. Parece que, tanto Debbie, como Simon, estão em seus quartos, então resta a ela atender.

Ela olha pelo olho mágico, mas ninguém está a vista. Então abre a porta.

Alexia olha de um lado à outro, mas nada vê. Então olha para o chão. Outra carta. Ela se abaixa e pega-a. Leva-a para dentro e se senta no sofá. Então, rasga o envelope e pega o papelzinho. Lê em voz baixa.

Alexia

Quero te encontrar amanhã, às 11:00h.

Não fique com medo, não farei nada com você.

Só quero te dizer a verdade.

Estarei na lagoa, te esperando.

Alexia franze o cenho. Que estranho. Ela se levanta e sobe as escadas correndo para seu quarto. Debbie está deitada em sua cama e Alexia joga a carta em cima dela.

Debbie se senta e pega o papel. Ela lê e depois olha para Alexia.

–Você não vai.- Diz ela, com firmeza.

–Mas eu preciso ir. Tenho que saber a verdade.- Alexia diz, se jogando na cama.

–Alexia, isso deve ser alguma idiotice.- Diz Debbie.- Deve ser de algum engraçadinho.

Alexia puxa a carta das mãos de Debbie.

–Eu vou e pronto.- Diz ela.

As duas se entreolham.

–Tudo bem.- Debbie cede.- Mas eu vou com você.

Alexia sorri.

–Obrigada.

**

No dia seguinte, Debbie e Alexia vão ao encontro da pessoa da carta. Elas chegam à lagoa de moto. Ao longe, pode-se avistar um homem sozinho, de jaqueta preta e calças jeans azul escura. Deve ser ele. Alexia caminha rumo ao homem e Debbie observa de longe, com a mão sobre a arma na cintura, prevenida para o caso de precisar agir.

Alexia chega perto do homem. Ele é magro e alto. Seus cabelos são grisalhos e seus olhos cor de mel.

Ele não esconde o sorriso. Está empolgado, nota-se.

–Alexia...- Ele diz, dando dois passos em sua direção.

–Oi.- Ela diz, cautelosa, afinal não o conhece.

–Me chamo Wesley.- Ele estica a mão, cumprimentando-a.- Wesley Green.

–Prazer, Wesley.- Ela aparta a mão do homem, educadamente.- Mas vim aqui por um motivo e gostaria que fosse breve.

Ele faz uma pausa, seu sorriso vacilando por um instante.

–Você está linda.- Ele diz, com simplicidade.

–O que você quer?- Pergunta Alexia, impaciente.

–Te chamei para dizer-lhe a verdade.- Ele a olha diretamente nos olhos.- Não sei qual será sua reação, mas espero que não seja tão ruim quanto imagino.

–Que verdade?- Pergunta ela.

–Sou seu pai, Alexia.- Ele diz.

Alexia franze o cenho, visivelmente confusa. Ela lança uma olhadela para Debbie, só para ter certeza de que a irmã ainda está ali, e depois olha para o homem, tomando fôlego.

–Você é o quê?- Pergunta, sem acreditar.

–Seu pai, Alexia.- Ele estica a mão e quando ela está a centímetros de tocar os cabelos de Alexia, a garota a afasta com um tapa.

–Eu não acredito.- Ela diz, recuando.- Meu pai morreu. Há três anos.

–Eu sou seu pai.- Ele torna a dizer.- Não aquele senhor que te criou. Debbie e Simon são seus meios-irmãos.

–Isso não é verdade.- Ela sacode a cabeça.

–Acredite em mim- O homem pede, virando as palmas das mãos para cima- Nunca percebeu? O quanto é diferente deles?

No fundo ela sabe. Sabe o quanto é diferente de seus irmãos. E esse senhor deve ter razão, embora ela não aceite. Ele deve estar dizendo a verdade. E aqueles olhos cor de mel... são exatamente como os seus.

–E se for verdade?- Alexia pergunta, cruzando os braços sobre o peito, sentindo os olhos marejarem.- Se você for mesmo meu pai? Por que não veio antes? Por que só apareceu agora?

–Eu não sabia da sua existência até agora.- Ele diz, com delicadeza.

–E como ficou sabendo, então?- Alexia pergunta, desviando o olhar para a lagoa.

–Seu pai de criação veio me procurar.- Ele diz, o que faz Alexia olhá-lo novamente.- Você tinha doze anos. Um ano depois ele faleceu. Venho te observando desde então.

–Isso foi há quatro anos!- Brada Alexia, com raiva.

Debbie, ao longe, aperta a pistola com mais força. Ela semicerra os olhos, atenta a cada movimento.

–Por que não apareceu antes?- Pergunta Alexia, diminuindo o tom da voz, sentindo a primeira lágrima descer por sua bochecha.- Quando eu mais precisei de um pai você não estava aqui.

–Me desculpe, filha, por favor...- Wesley diz, se aproximando da filha e acariciando seus cabelos. Ela empurra sua mão, irritada.

–Tira a mão de mim!- Ela diz, enquanto mais lágrimas desciam por seu rosto.

–Vamos recomeçar...

–Não!- Ela diz.- Nem sei o que vim fazer aqui.

Ela dá as costas ao homem e caminha apressadamente até a irmã. Pega o capacete e sobe na moto.

Debbie faz a menção de que vai falar, mas Alexia a interrompe.

–Eu piloto.- Ela diz.- Suba na moto e não faça perguntas. Não agora.

Debbie sobe e Alexia, então, acelera.


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Notas finais do capítulo

Beijos!



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