Cidade da Escuridão.

Numa tarde ensolarada, Finn chega a casa dos irmãos, Debbie, Alexia e Simon com uma caixa nas mãos. A caixa é cheia de furinhos. Ele bate na porta e é atendido por Simon, que o cumprimenta e o deixa entrar. Ele pergunta por Debbie, e o irmão da garota informa que a mesma está no quarto.

Finn entra e senta no sofá da casa, apoiando a caixa em seu colo. Simon sobe a escada, grita o nome da jovem e depois vai para seu quarto. Debbie logo aparece e sorri ao ver seu amado. Ela corre em sua direção e o abraça por cima da caixa.

–O que tem na caixa?- Ela pergunta intrigada. Finn passa a caixa para o colo dela e espera que ela abra.

–É pra você.- Ele sorri e Debbie faz o mesmo e abre a caixa, curiosa.

Um lindo filhote de cachorro põe a cabeça para fora da caixa assim que ela a abre. Debbie retira o animalzinho dali e Finn puxa a caixa de seu colo e a põe no chão.

–Oh, Finn, que fofinho!- Ela diz, afagando a cabeça do cachorro.

–Gostou?- Ele pergunta.

–Claro que sim.- Ela sorri e o beija rapidamente.- De que raça ele é?

–Rottweiler.- Ele diz.- É para te proteger quando eu estiver longe.

–Você é um fofo!- Ela diz.

–Quem, eu ou o cachorro?- Finn pergunta.

–Os dois.- Debbie sorri.

Finn fica em silêncio, observando ela paparicar o cãozinho.

–Já pensou em um nome para ele?- Finn pergunta.

–Ainda não.- Debbie diz.- Sugestões?

–Ah, não.- Ele ri.- Não sou bom nessas coisas.

Alexia e Simon descem as escadas e veem o cachorro. Os dois se aproximam do casal.

–Nossa, que lindo cãozinho.- Alexia diz, acariciando o cão.

–Qual o nome dele?- Simon pergunta, parado ao lado de Alexia.

–Ainda não escolhi.- Debbie responde.

–Você poderia chamá-lo de Billy.- Simon sugere.

Debbie ergue o cachorrinho no ar e olha bem para a cara dele.

–Hm...- Ela franze os lábios.- Não. Esse nome não combina com ele.

Ela coloca o cachorro em seu colo novamente.

–Que tal Kadú?- Alexia sugere.

Debbie olha para o cachorro em seu colo e em seguida para Alexia.

–Ta aí.- Ela diz, balançando a cabeça em afirmação.- Gostei. Esse vai ser meu Kadúzinho.

Ela abraça o bichinho.

–Debbie, vamos ali fora rapidinho?- Pede Finn. Debbie assente e entrega o cão nas mãos de Alexia.

Eles saem da casa. Debbie avalia a expressão Finn. Ele está um tanto abatido e ela percebe.

–Que houve?- Ela pergunta, cuidadosamente.

–Vou trabalhar com meu pai- Ele diz.

–Isso é bom.- Debbie sorri.- Boa sorte.

–Não, Debbie, você não entendeu.- Ele sacode a cabeça.- Eu vou ter que ir embora. Para uma cidade distante dessa.- Debbie baixa o olhar, entristecida.- Olhe, eu não queria.- Ele levanta o rosto da moça pelo queixo, delicadamente.- Mas preciso de emprego. Meu pai disse que devo correr atrás de meus objetivos, entende?

–Mas e eu?- Ela diz, baixinho.

–Você vai ficar bem. O Kadú não deixará que se esqueça de mim.- Ele diz.

Debbie, sem hesitar, o abraça. Um abraço apertado e confortador.

–Você vai ficar quanto tempo por lá?- Ela pergunta em meio ao abraço.

–Não sei.- Ele diz, saindo do abraço.- Mas prometo que volto assim que puder.

–E você vai quando?- Ela pergunta.

–Depois de amanhã.

Um nó começa a se formar na garganta da garota.

–Eu te amo.- Ela diz, segurando as lágrimas.

–Eu também.- Ele a abraça mais uma vez.- Mas agora tenho que ir.

–Você vai vim aqui amanhã?- Ela pergunta.

–Vou sim.- Finn responde.

Ele a beija e depois sobe na moto e vai embora.

Debbie passa a mão no rosto para se certificar de que não há nenhuma lágrima e depois entra em casa.

Ela chega à sala e se joga no assento vazio, ao lado de Alexia, que brinca com Kadú. Simon havia ido para seu quarto.

Alexia olha para a irmã e percebe a tristeza em seus olhos verdes. Ela para de brincar com o cachorro.

–Me dá o meu bebê.- Debbie diz, e Alexia entrega o animalzinho para ela. Debbie abraça o cão, tristemente.

–Finn te disse alguma coisa?- Alexia pergunta, estudando a irmã.

–Ele vai embora.- Ela diz.- Pra outra cidade.

–Por que? Ele não quer mais ficar nessa?- Alexia pergunta.

–Ele vai por trabalho.- Debbie diz. Ela devolve o cachorro para Alexia e se levanta. -Eu vou sair, tá?

–Para onde?- Alexia pergunta, abraçada ao cãozinho.

–Fazer umas compras.- Ela diz.

Alexia fica olhando Debbie caminhar até a porta e sair.