A Luz e a Escuridão escrita por Debby e Tehh


Capítulo 30
Megan questiona seu pai sobre a foto.


Notas iniciais do capítulo

Hello



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Cidade da Escuridão.

Assim que Debbie acorda, vai preparar o café. Quando está pronto, pega seu desjejum- Alguns biscoitos e uma xícara de café- e vai até a sala, senta-se no sofá e liga a TV.

Alexia acorda depois, assim que acaba de descer as escadas, avista Debbie na sala. Ela caminha até a irmã e pergunta:

–Vai trabalhar?

Debbie olha para ela, engole alguns biscoitos e diz:

–Claro que não. Hoje é feriado.

Alexia parece se lembrar que hoje ninguém trabalharia por conta de um feriado, que ela nem mesmo sabia qual. Ela vai até a cozinha e se serve do café.

–O Simon chegou?- Ela pergunta, pegando a xícara e voltando para sala. Ela se senta ao lado da irmã.

–Não sei.- Debbie dá de ombros.- Não o vi ainda.

–Pensei que você pudesse ter ido ao quarto dele.- Alexia diz e beberica o café.

–Bem, o celular dele está aqui.- Diz Debbie, pegando o aparelho que estava ao seu lado no sofá.

Ela olha para Alexia maldosa. Alexia arregala os olhos, percebendo a intenção da irmã.

–Você não vai...- Ela começa, porém é interrompida pela irmã.

–Que mal há nisso?- Debbie diz.- Ele nem vai saber.

Ela acende a tela do celular apertando um botão em sua lateral.

–Debbie, não.- Alexia diz.

–Sim.- Debbie replica.

–Então tudo bem- Diz Alexia se esgueirando para ver o celular.- Mas lembre-se que não tenho nada a ver com isso.

Debbie assente.

Nesse instante, Simon desce as escadas tonto. Ele segura no corrimão para recobrar o equilíbrio, mas parece que irá cair a qualquer momento. Ele vai até a cozinha, tropeçando nos próprios pés e, se apoiando na mesa, abre a geladeira e pega uma garrafa d'água.

Alexia o vê dali e olha para Debbie que, ligeiramente, esconde o telefone de Simon embaixo de uma almofada. Alexia se levanta e corre para a cozinha, onde aborda o irmão.

–Onde você esteve?- Ela pergunta, séria.

–Não te interessa.- Ele retruca, enchendo um copo de água e bebendo de uma vez só.

–Se não interessasse, eu não perguntaria.- Diz Alexia. Ela olha fixamente nos olhos de Simon. Então fareja o ar, feito um cão, e depois se aproxima de Simon e percebe que o odor vem dele.- Você está fedendo.

Ela faz cara de desdém.

–Estava bebendo?- Alexia pergunta incrédula.

–Não.- Ele mente.

–Debbie vem aqui!- Ela chama aos berros.

–Que foi?- Ouve-se a voz de Debbie.

–Anda logo!

Debbie aparece segurando a xícara de café. Ela olha da irmã ao irmão tentando entender o que está havendo.

–Simon estava bebendo ontem.- Alexia diz, com uma das mãos na cintura.

Debbie se engasga com o café e quando para de tossir, olha para Simon. Há um lampejo de desapontamento nos olhos verdes dela, e ela realmente não esperava tal atitude do irmão.

–Simon, você bebeu?- Ela pergunta, surpresa.

–Vão cuidar de suas vidas!- Ele berra.

–Você nunca havia feito isso antes.- Alexia diz, balançando a cabeça com desaprovação.

–Me deixe em paz!- Ele grita.

–Vai se afundar como nosso pai.- Debbie diz, e Simon, revoltado, empurra a irmã e sobe as escadas para seu quarto. Debbie perde o equilíbrio, mas antes que pudesse cair, Alexia a segura.

–Ele me empurrou, Alexia, você viu?- Ela diz, sem acreditar. Alexia balança a cabeça com seriedade.

O que ela havia dito sobre o pai, na verdade, afetou a Simon. Ele não queria seguir aquele péssimo exemplo. Ao se trancar no quarto, zanza de um lado para o outro pensando no que fez. Em sua mente, volta a imagem do pai. Ele bêbado, cambaleando, empurrando qualquer um que estivesse no caminho. Exatamente como fizera hoje. Lembra-se de quando eram ricos, e o pai, irresponsável, jogou no lixo tudo o que tinham. Recorda de como aquele homem os fizeram sofrer com sua bebedeira.

Ele passa a mão nos cabelos, já arrependido. E volta à sua mente a última vez que vira o pai com vida, quando tinha dezessete anos. Ele sabia que o pai não duraria por muito tempo, mas também não pensava que fosse ir tão rápido. Lembra-se, então, de Debbie abraçando Alexia, enquanto as duas se debulhavam em lágrimas no velório do pai.

Simon senta-se na cama, abalado com as lembranças, reflete um pouco e toma a decisão de que nunca mais se embebedaria. Ele deita na cama, e volta a dormir.

**

Na casa de Saulo, tudo corria bem. Megan decidira que contaria ao pai a respeito da foto, então quando acorda, trata de certificar-se de que ela está bem guardada no interior do livro.

Antes de sair do quarto, olha para a jaqueta de Simon, que está sobre uma cadeira, então pega-a e cheira o aroma da roupa. O aroma dele. Megan sorri, então sua mãe aparece na porta e diz que ela deve ir tomar o desjejum. Megan, então dobra a jaqueta e coloca onde havia pego.

Então, Megan pega o livro e sai do quarto, caminhando tranquilamente pelos corredores agarrada a ele. Quando ela chega ao quarto do pai, sem hesitar, bate na porta. O pai manda entrar e ela obedece, atravessando o quarto e se sentando em na cama, próximo a ele.

–Bom dia, pai.- Ela diz, beijando-lhe a testa.- Posso te perguntar uma coisa?

–Claro.- Saulo diz.

–Eu... encontrei um livro especial enquanto vasculhava sua biblioteca em busca do que ler.- Ela diz.- Bem, acontece que quando cheguei em determinada página, encontrei uma coisa. Uma foto, para ser mais precisa.

Saulo arregala os olhos, mas depois tenta responder de forma natural.

–Foto?- Ele diz.- Mostre-a então para mim.

Megan abre o livro na página e retira a foto. Ela a estende para o pai.

–Conhece essa moça?- Megan pergunta.

–Megan, você estava mexendo nas minhas coisas outra vez?- Ele diz, em tom acusatório.

–Estava.- Ela diz.- Mas então, você amava ela, não é?

Saulo olha para a foto e, perdido em pensamentos, responde.

–Sim, eu amava.- Ele diz, então parece se lembrar de que está falando com Megan- Mas isso não importa, ela já morreu.

–Morreu?- Ela pergunta, surpresa.

–Não, quero dizer, morreu para mim.- Ele desconversa rapidamente.- Agora, pode ir, mas a foto fica comigo.

Megan dá de ombros.

–Ao menos posso ficar com o livro.- Ela pergunta.

–Pode sim.- Ele sorri.- Agora vai, preciso me trocar.

Megan vai até a porta, mas antes de sair, Saulo faz um último pedido:

–Cuide bem dele.

Megan sorri.

–Pode deixar.


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Notas finais do capítulo

Bjjooos



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