Cidade das Armas.

Assim que chega a hora de ir embora, Megan procura Oliver com os olhos, porém não o avista. Ela se aproxima de Caleb.

–Caleb, onde está o Oliver?- Ela pergunta.

Caleb olha em volta.

–Não sei.- Ele diz.- Ele estava com a Iris, deve tê-la levado em casa.

–E como nós vamos embora? A pé?

–Mas a pé eu não vou mesmo.- Ele diz.- Quando não achei o Oliver, já tratei de combinar com o Finn para ir com ele, já que a Debbie não veio hoje.

–Mas ele está de moto, não dá pra nós dois.- Ela diz, preocupada.- Como eu vou pra casa?

–Eu falei com o Simon, para ele te levar.- Caleb dá de ombros.

Megan suspira, aliviada. Logo Simon aparece para chamar Megan, e Caleb vai até Finn.

–Vamos embora.- Simon chama. Megan olha para Caleb rapidamente antes de seguir com Simon ao estacionamento. Então ambos sobem na moto, que começa a andar.

A viajem foi tranquila, Megan olha para trás com frequência só para ver se Caleb e Finn estavam ali. Então as duas motos param, na frente da casa de Caleb e Megan.

Megan desce da moto e Caleb também. Caleb entra em casa, e Finn vai embora. Erick e Alexia, a essa hora, já deveriam estar em casa.

–Obrigado, Simon.- Megan diz. Simon passa os dedos por entre os cachos ruivos e perfumados da jovem.

–Megan- Ele diz.

–O que?- Megan pergunta.

Havia muitas coisas que Simon gostaria de dizer, mas apenas tirou as mãos do cabelo da menina e disse:

–Nada.- Ele diz.

Os dois se entreolham, então ela agradece mais uma vez e vai até a porta de sua casa. Uns instantes, ela fica parada, como se decidisse alguma coisa, mas então ela volta correndo até ele, o beija rapidamente e corre de volta para a porta. De lá ela grita "desculpa" em meio às risadas, e depois que a porta se fecha atrás dela, Simon fica olhando para porta confuso, então irrompe em risadas.

Então ele sai dali. Enquanto volta para casa, o vento zunindo em seus ouvidos, ele pensa em Megan. Em quando a conheceu. E quando está perto de casa, lembra-se de ir à casa de Judy.

Quando chega à casa dela, Simon desce da moto e se aproxima da porta. Curiosamente, Ulisses ainda não está ali na varanda se entupindo de cerveja. Antes de tocar a campainha, Simon encara a porta, avaliando se o que faria a seguir seria correto. Então ele toca.

Não demora muito para Judy aparecer, vestida, como sempre, com roupas curtas. Ela o abraça imediatamente.

–Oi Simon!- Ela diz, como se não o visse há muito tempo.

–Judy.- Ele sai do abraço, afastando-a para trás.- Tenho que falar com você.

Judy avalia sua expressão para ver se trata-se de algo bom ou ruim.

–Entra.- Ela abre caminho, e ele entra.- O que houve?

Ela fecha a porta atrás de si, e se aproxima de Simon. A julgar pela expressão séria dele, o que ele teria a contar não iria agradá-la muito.

–Judy, não dá mais para continuar contigo.- Ele diz de uma vez só.

Os olhos dela começam a lacrimejar.

–Por quê?- Ela pergunta, chorosa.

–Você não me deixa em paz!- Ele diz.- Fica me ligando, querendo saber onde estou, o que estou fazendo, me manda mensagem o tempo inteiro... Judy, eu odeio ser pressionado.

–Simon, eu posso mudar...- Ela diz, com lágrimas irrompendo de seus olhos.

–Eu sinto muito, mas não dá mais.- Ele diz.

Ela abraça ele, chorando e soluçando.

–Por favor, Simon, não faz isso comigo.

Ele afasta ela, saindo do abraço.

–Para com isso, por favor.- Ele pede.- Agora eu preciso ir.

Ele sai da casa, ignorando os pedidos histéricos da jovem que implora para que ele não vá, para que ele fique com ela. Simon sobe na moto e vai embora, feliz e aborrecido ao mesmo tempo.

Assim que chega, ele desce da moto e entra em casa. Debbie está sentada no sofá, como sempre comendo biscoitos. Simon se joga ao lado dela, como se tivesse feito algo muito cansativo. Ele suspira.

–Cadê a Alexia?- Ele pergunta.

–Está tomando banho.- Ela diz, estudando o irmão e mastigando o biscoito mais lentamente.- Que foi?

–Nada.- Ele diz, poupando-se o trabalho de explicar.

–Certeza?- Ela pergunta.

–Para de me amolar!- Ele diz, levantando-se.

Ele sai de casa novamente e, pegando a moto, anda sem rumo, buscando o que fazer para se distrair. Ao passar frente à um bar, pequeno e fedorento, ele avista Ulisses, que está em uma cadeira do lado de fora, com uma mesa à sua frente. Há três cadeiras vazias em volta da mesa. Ele também vê Simon, e chama ele.

Simon para a moto e se junta à Ulisses, sentando-se em uma das cadeiras vagas ao seu lado. Este o oferece cerveja. Simon não tem o hábito de beber, na verdade, nunca o fez na vida. Ele hesita, porém aceita e fica ali, bebendo com o ex-cunhado.

Horas se passam e Simon não chega em casa. Já é duas da madrugada, e as irmãs de Simon já estão deitadas, porém não conseguem adormecer, pois ficam preocupadas com o irmão.

–Debbie- Alexia chama, com um sussurro, olhando para o teto mas não o vendo devido a escuridão.

–O que?- Debbie diz, olhando para cima também.

–O Simon ainda não chegou.- Alexia diz.

–Estranho.- Debbie diz.- Mas amanhã nós falamos com ele.

Eles ficam em silêncio, esperando o sono vir; ele demora, mas logo vem, e as duas adormecem, sem ver a hora em que Simon chega em casa.