Cidade da Luz.

A dupla das florestas estão retornando à casa, anteriormente achada por Victor. Ambos estão bem agasalhados. Rick usa um casaco cinza e uma touca vermelha que cobre-lhe os cachos negros. Suas mãos estão cobertas por luvas brancas. Ele usa calça cumprida jeans e um tênis de caminhada preto. Victor usa uma jaqueta de couro preta e seus cabelos encaracolados e negros, estão soltos ao vento. As mãos geladas estão dentro do bolso. Ele usa uma calça jens e um tênis. Ele traz uma bolsa grande com tudo o que precisariam.

Ambos estão com os lábios roxos por conta do frio, mas ainda assim, caminham cada vez mais para dentro da floresta.

–Estamos chegando...- Diz Victor, mais para si mesmo que para Rick.- Falta pouco.

Até que avistam: A casa velha coberta por poeira e teias de aranha.

–Chegamos!- Exclama Rick, feliz por poder se esconder do frio.

O trabalho foi longo. Eles dividiram as tarefas para não ficar tão difícil. Enquanto Victor limpava as teias, Rick tirava a poeira. Etc. Foi muito trabalhoso arrumar aquela desordem, mas por fim conseguiram.

Ao terminarem, contemplam o trabalho.

–Conseguimos?- Rick diz ofegante.

–Sim.- Victor sorri.- Conseguimos. Mas ainda falta alguns acabamentos.

–O que por exemplo?- Pergunta Rick, enquanto o amigo abaixa-se para vasculhar a grande bolsa que trouxera.

–Eu trouxe algumas coisas.- Diz Victor, sem dar-se ao trabalho de olhá-lo.

Então ele pega algumas...

–Lamparinas?- Rick olha confuso.- Não se usa mais isso! Onde conseguiu?

–Tinha algumas lá em casa.- Ele dá de ombros- Achei que fôssemos precisar, já que aqui não tem luz elétrica.

–Ótima ideia!- Concordou Rick.

Victor leva as lamparinas para um cômodo da casa. Elas já estavam com óleo então era só atear fogo. Ele depositou algumas no chão de um lugar.

–Esse é pra mim.- Murmura. Esse seria o quarto de sua sala de jogos.

Ele pega o fósforo.

–Victor.- Rick chama, indo até onde estava o amigo.- De que cor acha que devemos pintar a casa?

–Verde.- Diz Victor, riscando o fósforo e olhando as chamas.- Eu gosto de verde.

Ele coloca o fogo na lamparina, o que ilumina todo o quarto. Continua a admirar as chamas.

–Mas verde?- Seu rosto assume uma expressão de inconformação.- Eu prefiro uma cor mais... Viva. Algo como... Laranja!

Victor vira-se para ele e o fita.

–Laranja?- Ele faz a mesma expressão de inconformação antes assumida por Rick.- Verde é bem melhor.

–Mas eu gosto de laranja!- Rick bate o pé como uma criança. Apesar dos seus vinte e três anos, ele se comporta como uma.

–O.K.- Victor suspira.- Vamos fazer assim: Aqui e ali- Ele aponta para um outro cômodo.- Eu pinto de verde. E ali- Ele volta seu dedo para outro lado.- E ali- Ele apontou para outro lugar.- Você pode pintar de laranja.

–Combinado!- Ele diz empolgado.- Mas e o resto da casa?

–Depois nós vemos isso.- Conclui ele, apagando as chamas com um forte sopro.- Agora vamos.

Eles saem da casa e retomam caminho pela floresta. Andam um bom pedaço, até que dão de cara com Pietro. O rapaz tem os cabelos crespos cortados rente, seus olhos são tão negros quanto os de Rick. Ele é moreno e não muito alto. Tinha as mãos nos bolsos do casaco preto e tremia.

–Oi...- Rick sorri.- O que faz por aqui?

–Melhor:- Ele sorri maldoso.- O que vocês fazem aqui?

–Não é o que você está pensando!- Justifica-se logo Victor com os olhos arregalados.

–Mas se não é o que eu estou pensando...- Ele estreita os olhos.- O que faziam no mato então?

–Cara, você sabe guardar segredo?- Victor pergunta.

–lógico!- Diz Pietro.- Sou um túmulo!

–Então venha com a gente.- Victor chama.- Nós te mostraremos uma coisa.

Eles retornam até a casa, agora bem mais apresentável.

–Uau!- Exclama Pietro esquadrinhando a casa com os olhos.- Mas espera.- Ele olha novamente para os rapazes com os olhos estreitos e o sorriso maldoso.- O que faziam aqui sozinhos?

–Nós estávamos arrumando essa casa.- Diz Rick ignorando a olhadela maldosa.- Porque eu montarei uma biblioteca e o Victor vai fazer uma sala de jogos.

–Incrível!- Ele torna a olhar para a casa.- Posso trazer a Lara aqui?

–Não.- Responde Victor secamente.

–Então ao menos eu posso fazer parte do clube de vocês?- Pergunta ele.

–Pode.- Victor da de ombros.- Mas não se esqueça: Segredo.

Pietro passa os dedos nos lábios simulando um zíper, depois finge trancar a boca com uma chave invisível jogá-la fora.

–Já disse que sou um túmulo.

–Melhor assim.- Pondera Victor.

–Mas...- Ele franze as sobrancelhas.- Que tipo de jogos vocês colocarão aqui? Estamos no meio do mato. Não tem fiação elétrica.

–Não são esses tipos de jogos seu estúpido.- Diz Victor.

–Considere-se feliz.- Diz Rick a Pietro.- quando ele começa a xingar alguém, significa que logo se tornarão amigos.

Rick recebe uma última fuzilada de olhar de Victor, antes de voltar para casa.

Pobre grupinho. Não sabe o que os aguarda...