A Luz e a Escuridão escrita por Debby e Tehh
Notas iniciais do capítulo
Esperamos que gostem da história, faremos nosso melhor.
Haviam várias cidades. A maior delas era composta por dois governadores. Eles viviam em perfeita harmonia. Governador Saulo e sua esposa Margaret mandavam em uma parte e Governador Carl e sua esposa Melanie governavam em outra. Os governadores eram muito amigos.
Em uma linda tarde de outono, a primeira filha de Melanie e Carl nasceu. Resolveram que a chamariam de Luz, pois foi o que ela trouxera em suas vidas: luz.
Dezessete anos depois, tudo corria bem. Luz era criada cheia de vontades e tinha tudo que queria.
–Papai, vou sair com Sophia, Tom e Michael.- Ela avisou. Não pretendia voltar cedo. O pai ergueu seus profundos olhos negros e a fitou.
–Pode ir filha, só não demore.
–Pode deixar.- Ela piscou. Não podia adivinhar o que o destino a reservava.
Naquele dia ela não voltou. Luz e seus amigos saíram de carro, foram à uma festa e se embebedaram. Já embriagados, pegaram o carro e já iam voltando, mas o carro ziguezagueou e chocou-se contra um caminhão. O carro começou a pegar fogo. Tom foi o único que conseguiu escapar. Estava um pouco queimado, mas nada que não pudesse suportar. Ele pulou da janela traseira que estava aberta. Tom assistiu o carro explodir. Desabou em lágrimas. Michael não poderia escapar. Estava encurralado por Luz que havia desmaiado ao bater a cabeça e caído sobre o amigo. Sophia, que estava ao lado de Tom tentou fugir pela mesma janela que o amigo. Mas não conseguiu. O carro explodiu antes.
Regressando a mansão do governador Carl, a pé e ferido, Tom chorava ao mesmo que se perguntava como daria a notícia ao governador. Sua face e seus braços estavam mais queimados que o resto do corpo, mas não muito. Aquilo doía bastante, mas não mais que a dor de perder seus melhores amigos.
Chegou a casa, destruído. Passou pelos guardas que o olhavam com pena. Entrou e foi em busca de Carl. Este ria e conversava com Melanie. Tom sentou-se no chão, aos soluços. Carl ergueu os olhos para o rapaz.
–O que houve?- Sua voz estava fraca. Ele avaliou o rapaz ferido.- Onde está Luz?
–Ela... morreu... o carro...- Ele não conseguia dizer. Então desmaiou. O governante arregalou os olhos, já inundados de lágrimas.
–Não pode ser- Ele murmurou.
–Carl... olhe para ele...- Melanie tentou.
–Não pode ser verdade...- Ele cobriu os olhos com as mãos gordas. Melanie também chorava enquanto dava tapinhas tranquilizadores no ombro de seu marido.
***
Desesperado, Carl foi encontrar-se com governador Saulo em uma reunião. Fez o que pode para segurar as lágrimas.
–Vim propor uma coisa.- Carl tamborilava os dedos gordos na mesa.
–Prossiga.- Saulo apoiava os cotovelos ossudos na mesa e o observava atentamente com seus penetrantes olhos amarelados
–Toda essa modernidade e tecnologia... não sei... é um perigo.- Carl o fitou.
–Acontece que sem essa modernidade, nossas vidas seriam muito ruins.- Observou Saulo.
–Mas pode causar muitos acidentes!- Carl se levantou.
–Não seja estúpido, Carl!- Saulo se levantou também.
–Por culpa dessas modernidades, minha filha morreu!- Gritou ele com os olhos inundados.
–Mas isso não é nossa culpa! Não pode tirar o conforto de todos por causa da sua filha!- Saulo revoltou-se. Carl o fitou por um instante e deu um longo suspiro para afastar as lágrimas.
–Tem razão, Saulo. Fui muito egoísta. Até mais ver.- Dizendo isso, saiu da luxuosa casa de Saulo, montou em seu cavalo (Não lhe agradava mais andar de carro.) e voltou para sua mansão.
***
Dois anos já haviam se passado. Carl já havia superado parcialmente a morte de Luz, afinal sua esposa Melanie já estava esperando outro neném. A esposa de Saulo havia ganhado neném há uns dois anos atrás e Carl, humildemente ia visitar o menininho quase todo o mês. Seu nome era Oliver.
***
Não demorou para sua menininha nascer. Era linda. Tinha os olhos azuis da mãe e os cabelos negros do pai. Era perfeita. Carl estava supercontente com a chegada de seu bebê. Saulo, como um bom amigo, estava sempre a visitar a menina. Melanie resolveu chamá-la de Iris. Era um nome belo, na sua opinião.
***
Barbara, irmã de Carl, que viera morar junto com ele e Melanie. Embora parecesse muito amável e afável, não era confiável. Estava sempre pronta a fazer intrigas. Barbara conhecia bem seu irmão. Sabia que ele era muito desconfiado e que o sangue lhe subia a cabeça com facilidade. Mas Barbara agia com cautela. Planejava. Era isso que a tornava ainda mais perigosa. Com seus trinta anos de experiência, nunca deixava que seus planos saíssem falhos. E sempre conseguia o que queria. Desde de criança. E Barbara não suportava Melanie. Nunca gostou da cunhada. Ciúmes? Não da pra saber. Ela simplesmente não gostava dela.
***
Iris, agora com dois anos, amava a tia. Crianças... sempre muito inocentes. Barbara vivia a sussurrar no ouvido da pobre criança que a mãe dela não prestava. Que a mãe dela não a amava. E a pequena Iris, não entendia muita coisa, mas acabava por acreditar na tia. Ficava triste, muitas vezes.
***
Barbara não ia sossegar até ver a cunhada bem longe dali.
***
Em uma certa manhã, Barbara acordou bem cedo como habitualmente. Espreguiçou-se e levantou-se. Caminhou até banheiro. Fez a higiene matinal e voltou ao quarto. andou até a penteadeira. Olhou-se por um instante no espelho. Penteou seus longos cachos negros, trançou-os e jogou-os sobre um dos ombros. Trocou o pijama. Em seguida saiu do quarto e desceu as escadas. Enquanto caminhava para a cozinha, acabou por escutar uma conversa suspeita:
–...O que? Não!... Eu vou te encontrar ao anoitecer.- Era a voz de Melanie. Ela sussurrava. Bingo! Pensou Barbara. Quem será que ela iria encontrar?- Ta bem. Preciso desligar, Barbara já deve estar acordando.
Errado. Barbara já estava acordada. Mas como era uma mulher esperta, fingiu-se de inocente. E era boa em fingir. Barbara foi para a mesa tomar o desjejum naturalmente. Como se não tivesse ouvido nada.
Na entrada para a cozinha, Melanie parou. Observou a mulher de costas para ela. Será que ela tinha ouvido? Sim, tinha. Mas Melanie não sabia disso.
Enquanto isso, na cabeça de Barbara, o plano ia se formando e estava cada vez melhor. E ela já sabia perfeitamente o que tinha que fazer.
***
O sol estava se pondo no horizonte. Barbara vigiou a hora que Melanie pegou seu casaco e saiu a cavalo. Melanie também já não usava carros nem motos. Optara por cavalos.
Barbara pegou seu capacete e montou na moto. Esperou a hora que Melanie se afastara bem e a seguiu.
Pobrezinha. Nem suspeitou de nada.
Ao chegar ao seu destino, Melanie olhou em volta. Não havia quase ninguém. Barbara se escondera em uma esquina e apenas observava, tentando enxergar alguma coisa. Estavam na Cidade da Lua. Ali era pouco frequentada. Pouco habitada.
Melanie Parara em frente a um barzinho. O homem com quem viera se encontrar, saiu dali, olhou em volta com seus olhos amarelados e a puxou para dentro. Não havia ninguém. Estava deserto. Nem mesmo havia gente por traz do balcão.
O homem segurou suas mãos.
–Tem certeza que ninguém te seguiu?
–Tenho.
Lá fora, Barbara abandonou a moto e seguiu para o bar onde Melanie estava. Encostou o ouvido na parede e ficou a escutar.
Barbara descobrira o segredo de sua não tão querida cunhada. E seria a primeira a contar tudo a seu irmão.
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Continua...