Trouble. escrita por Caroles


Capítulo 37
Agora podemos ir.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda do meu coração. Então, esse capítulo é mais ou menos para vocês entenderem certas coisas do cap passado, o proximo cap que vai ser bichão! HAHAHA, desculpa a demora, mas fiz um cap enorme p vcs, em recompensa ♥
Boa Leitura!



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— Tem certeza que você não vai ir? – era a quinta vez que minha mãe perguntava repetidamente sobre o tal passeio de formatura. Posso quase adivinhar quem a pessoa no telefone falando com ela minutos atrás.

— Sim mãe. – era muito complicado lidar com minha mãe em certos momentos, era sabia ser o tipo de pessoa mais insistente que eu conhecia na vida. Pior que Blythe e Taylor juntas.

— Mas vai ser épico! – ela dá um giro nas pontas dos pés, com uma felicidade desnecessária.

— É só uma casa no campo mãe.

— E daí?

Não consigo responder, pois o som da campainha reverbera pela casa. Saio correndo em direção à porta, louca para que seja o carteiro. Em vez disso dou de cara com Avallanah parada com uma cara esquisita, aos seus pés a mala verde musgo que ela sempre levava em viagens. Subitamente me vem uma memória de um verão, em que fomos para a praia, tínhamos treze anos na época, e eu não queria usar biquíni porque estava me achando acima do peso. Fora ela que botara o seu biquíni e me convenceu a usar também... Foi um dos melhores verões da minha vida.

— Entra – digo sem jeito.

— Achei que ia me mandar esperar do lado de fora – ela solta uma risada nasalada, e com dificuldade tenta entrar. Ajudo a mesma a carregar a mala pesada pela escada, em direção ao quarto do meu irmão. Bato na porta três vezes antes da criatura ter a decência de responder.

— Não vai ser possível vocês entrarem – diz ele com a cabeça para fora da porta. Tenho uma visão sinistra de como está o quarto dele, e me pergunto como ele consegue achar alguma coisa ali, com tanta bagunça.

Dou de ombros e puxo a mala verde pelo corredor em direção ao meu quarto, enquanto o casal troca beijinhos e sussurros um com o outro. Assim que largo a mala, me jogo na cama e fico pensando em como vou me livrar de Blythe... Do jeito que ela está, é bem capaz de vir aqui me puxar pelos cabelos.

— Posso entrar? – Avallanah está parada no batente da porta do meu quarto, com uma expressão suave. Apenas balanço a cabeça que sim e a mesma adentra no cômodo. – Como você está? – olho a menina sentada na minha cama, e não penso duas vezes antes de dar um abraço apertado nela, pegando-a desprevenida.

— Com saudade e você? – respondo ainda abraçada com ela. No primeiro momento ela fica parada, com a respiração batendo contra meu ouvido. Lentamente ela me abraça de volta, e sinto a tensão no meu corpo se esvair, afinal, eu não esperava uma recepção muito calorosa depois dos últimos acontecimentos.

— Com muitas saudades – diz por fim, respondendo à minha pergunta.

Desvencilho-me dos seus braços e a olho nos olhos, tento pensar em mil desculpas, mas as palavras ficavam entaladas na minha garganta, sem poderem sair.

— Desculpa por não ter sido uma boa amigas nos últimos dias – falo sem jeito. Nunca é fácil admitir quando cometemos algum erro, e quando conseguimos, é mais difícil ainda pedir perdão pelos nossos atos errôneos.

— Você se tornou amiga da sua inimiga – diz ela, revirando os olhos e jogando os braços para cima, demonstrando exaltação. – Vocês se odeiam desde pequenas, ou por algum acaso você não se lembra da casa de bonecas?

— Não somos amigas – tentar esclarecer a situação parecia uma boa opção, mas levando em consideração a amizade inexistente entre a minha melhor amiga e a minha inimiga numero 2 – a numero 1 sempre será a Blythe, ela tem o lugar dela garantido na minha lista negra, vale lembrar que Dylan também está incluso nessa lista – resolvo não esticar o assunto sobre os motivos de estarmos próximas.

— Não? Pois não é o que parece – a todo custo Avallanah queria se aprofundar no assunto do qual eu realmente não gostaria de falar.

— Olha, você é a minha melhor amiga, e eu definitivamente não quero continuar brigando com você, e nem com ninguém – ela faz menção de me interromper, mas não pauso a minha fala – Sei que posso estar errando em muitas coisas, mas a minha intuição não falha, e nisso Blythe concorda comigo, por mais que nenhum de vocês aceite isso, eu só queria que aceitassem, sem julgamentos, por favor.

Ava solta um suspiro longo e me olha desconfiada. Sei muito bem que ela está criando diversas argumentações para me contrariar e provar o quão errada eu estou, mas ao mesmo tempo, ela está relevando todos os anos de amizade que temos.

— Ok, mas você tem que me prometer uma coisa – ela faz um beicinho fofo, e aceno rapidamente com a cabeça que sim. Qualquer coisa para manter aquele elo que tínhamos – Nunca mais nos abandone de novo.

***

Enquanto botávamos a fofoca em dia, podíamos escutar o som alto vindo do quarto de Jared, era inevitável não rir com a cena, que parecia estar se repetindo, conforme vinha acontecendo anos e anos.

— Vou bater no seu irmão se ele não abaixar o volume – diz minha amiga entre risos. Subitamente o volume é abaixado e posso ouvir minha mãe dando uma baita bronca em meu irmão.

— Você nem tem a cara de pau para arrumar esse quarto Jared, sua namorada deve ter vergonha de te namorar, olha essas meias espalhadas! – não conseguimos nos conter e vamos de mansinho até a porta no final do corredor, só para espiar a fúria de dona Margareth.

A porta do quarto está totalmente escancarada. Jared tenta em vão arrumar tudo rapidamente, jogando coisas a esmo dentro da mala, enquanto minha mãe ameaçava-o com um martelo de plástico nas mãos.

— Vai logo menino, quero isso daqui um brinco de brilhantes quando eu voltar, se não vou contar para a Avallanah o péssimo namorado que você é, e ela vai terminar com você!

— Como se ela já não tivesse escutado você gritando né! – retruca ele.

— Seu moleque atrevido, não me responda – ela avança com o martelinho de plástico para cima dele, mas ele desvia para o outro lado do quarto.

— Eta querida! – grita Jared – Ruim de mira. – ele ri e sai correndo porta a fora, quase nos derrubando, minha mãe vem logo atrás que nem um foguete.

Os dois descem as escadas correndo, e meu pai grita que correr na escada pode ser perigoso e um deles acabaria se machucando. Enquanto os dois brincavam de gato e rato, numa perseguição à lá Tom & Jerry, eu e Avallanah descemos apenas para ver de camarote o desfecho da historia que se desenrolava cada vez mais.

A coisa estava definitivamente boa, meu irmão apanhando de um martelo de plástico na frente da namorada, e eu achando que ele já tinha atingido o limite de paciência da minha mãe. Tudo ficou ainda melhor quando meu pai acabou sendo envolvido na cena de filme de comedia. Jared resolveu correr para o colo do meu pai, pedindo por ajuda, minha mãe então avançou para bater nele, mas acabou acertando meu pai, que ficou bem irritado e empurrou Jared que caiu de bunda no chão, o resultado foi mais cômico impossível, muitas marteladas, muitas risadas e muitos “eta querida”, as coisas relaxaram, e a única sensação que eu sentia era de leveza e muita dor no estomago depois de rir.

A campainha tocou e meu pai correu para abrir, fiquei no sofá mais paralisada que uma planta, olhando para o nada, pensando em tudo.

— Lídia – a voz do meu pai me tira dos devaneios. Olho para ele e vejo que tem um enorme sorriso estampando o rosto – É para você. – ele estende a mão para mim, e vejo o brasão da Universidade de Yale. A sensação é indescritível... Minha primeira reação é abrir a boca, em seguida levo as mãos ao peito, sem acreditar naquilo que está à minha frente. Pego o papel e o abro com muito cuidado, se tiver a resposta que eu espero que tenha, essa carta vai para a caixinha de coisas importantes que eu escondo no fundo do guarda roupa.

Ao ler as palavras rapidamente, procuro apenas por uma, a palavrinha que vai mudar o meu destino.

— Aprovada. – gritei.

Ao meu redor, todos gritavam, pulavam e me abraçavam tudo ao mesmo tempo, e eu não conseguia raciocinar direito, tudo na minha cabeça passava em forma de borrões. Minha família, meus amigos, Dylan... Meu coração apertou ao pensar nele. Aquela palavra significava que definitivamente eu estaria deixando tudo para trás, inclusive ele.

Depois de muitos abraços, gritos de alegria e beijos na bochecha, consegui me livrar dos meus pais, e dar um perdido em todos. Subi para o quarto esbaforida, e tranquei a porta, para ninguém me incomodar, eu precisava pensar.

Meu Deus, eu vou para a Yale! Que sonho, nem conseguia acreditar na realidade perante meus olhos, quantas mudanças. Mudança. Essa disso que eu realmente necessitava. E com essa ideia maluca, eu resolvi fazer algo maluco. Peguei a tesoura mais próxima – que estava no meu estojo – sentei em frente à penteadeira, e peguei um tufo de cabelo, cortando-o sem dó nem piedade. A real era que eu andava precisando de um corte já tinha tempos, meu cabelo já estava na altura da cintura e eu não suportava mais passar calor.

Quando terminei a obra prima que eu tinha feito, notei a merda que eu fiz no meu cabelo. Estava torto, muito torto.

— Mãaaaaaaaae me ajuda, socorro, pelo amor de Deus, liga pro cabeleireiro – gritei. Dois segundos depois, minha mãe esmurrava a porta com força, querendo entrar a todo custo no quarto.

— Lídia, abra a porta!

— Mãe, calma, foi um equivoco. – olho para a quantidade de cabelo no chão, e penso que minha morte vai ser lenta, minha mãe vai me fazer pegar fio por fio no chão, com o chicote estalando nas costas.

— Abre essa porta menina, ta que nem o seu irmão? O que você fez?

— Eta querida! – gritou Jared de algum lugar.

— Eu abro, mas promete não me bater/torturar/chantagear/nem nada do gênero.

— Ok.

Abro a porta e dou de cara com uma mãe curiosa, seus olhos foram direto para a tesoura em minhas mãos, depois o cabelo.

— Você e seu irmão ainda me matam do coração. Vou ligar para a Cindy.

***

Minha mãe obrigou meu irmão a limpar a sujeira que eu fiz, só porque agora eu iria virar universitária, então partimos para o salão de Cindy, que berrou ao ver o estrago que estava feito nas minhas madeixas.

— Cindy, dá um jeito na cara dessa menina também – disse minha mãe, sentando ao lado da minha cadeira – NEM TE CONTEI MENINA DO CÉU, ELA FOI ADMITIDA NA YALE!

Santo Deus, que castigo cruel, fofoca de salão, sobre a minha vida. Enquanto as duas batiam papo, Cindy uma mulher muito esquisita ajustava meu cabelo, que ia ficando bonito a cada minuto.

— Prontinho. – ela pegou um espelho maior, para que eu pudesse ver como tinha ficado na parte de trás. Estava uma gracinha, os fios antes longos, agora estavam na altura dos ombros.

— Obrigada Cindy – agradeço-a.

— Não tem de que!

Já eram quase quatro da tarde quando voltamos para casa. Só encontramos meu pai, Jared e Avallanah tinham ido para a casa de Taylor onde todos se reuniriam para ir juntos ao passeio.

Subi as escadas até o meu quarto, e ouvi o telefone tocar. Blythe. Resolvi ignorar. Mais duas ligações depois e ela finalmente desistiu. Antes fosse, consegui ouvir os gritos da minha mãe ao conversar com ela lá embaixo, e não pude deixar de ficar irritada. Eu não quero ir à esse passeio estúpido.

— Posso entrar? – meu pai estava parado na porta, com a mesma expressão suave de sempre.

— Sim pai. – dei espaço para que ele sentasse na cama.

— Estou feliz por você. É um grande passo na sua vida, está saindo do ensino médio, vai para a universidade, longe de casa e de todos.

— Muito louco não é mesmo?

— Sim, só não é mais louco do que a sua amiga ligando para você ir ao passeio de final de ano. – ele ri – Porque você não quer ir?

— Sou universitária agora, não ando mais com estudantes do ensino médio – brinco descontraída.

— Acho que você deveria ir, é a sua ultima oportunidade, você vai sentir falta disso daqui uns anos.

— Vou pensar...

***

Pensei tanto a respeito que assim que meu pai saiu, comecei a fazer as malas, eu tinha meia hora para arrumar tudo, me arrumar e chegar até a escola.

Blythe deve estar surtando, penso comigo enquanto entro no carro. Minha mãe deve ter pego muitas multas, só para que pudesse chegar a tempo na escola. Dei um tchau rápido e tentei correr a mala em minhas mãos, mas digamos que isso não seja lá um trabalho muito fácil.

De longe eu avistei o ônibus, havia apenas duas pessoas do lado de fora.

— Professor, a Lídia vai vim, ela só está atrasada – reclama a loura, batendo firme o pé no chão.

— Ela não vem senhor...

— Venho sim – interrompo o professor, que me olha com um misto de surpresa e raiva, afinal, eu estava atrasando todo mundo.

Blythe corre ate mim, e penso que ela vai me acertar um soco na cara.

— Sua demonia, porque demorou tanto? – ela arranca a mala vermelha e pesada da minha mão e joga para o professor. – Agora podemos ir.

— Sim, agora podemos!


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Notas finais do capítulo

Gente, seguinte, não revisei o cap, pq a vida ta dificil e eu to com pressa e atarefada :( qualquer erro, desculpa, vou revisar depois. FALEM COMIGO, ADORO CONVERSAR, MAS VCS N FALAM COMIGO, FICO TRISTE!
Bejos no core s2



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