Trouble. escrita por Caroles


Capítulo 20
Eu te perdoo.


Notas iniciais do capítulo

OLA AMORASSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS



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Ok, não sei o que está acontecendo comigo, sério, não sei mesmo. Desde quando eu, Lídia Evans, se arruma para ir à escola? Nunca fui do tipo que passa maquiagem, penteia o cabelo e coloca a roupa da moda para ir ao colégio, pois achava desnecessário ir até um lugar onde ninguém me notaria ou me olharia com segundas intenções, mas hoje, eu acordei com o pensamento diferente, e isso tudo tinha a ver com três garotos em minha vida.

Primeiro: Jared, meu querido e amado irmão, que vivia me chamando de Maria- macho, e sempre perguntava se eu não era um menino. Por mais que essa praga fosse sangue do meu sangue, e meu gêmeo (graças as forças divinas, não somos idênticos), ele ainda tinha dúvidas quanto ao gosto por homens e mulheres. No passado ele achava que eu era lésbica, e que namorava Ava escondida, um enorme babaca.

Segundo: Todd, que tenta me ensinar coisas de menina, e diz sempre que eu preciso mostrar o que eu tenho por fora, já que o que eu tenho por dentro, as pessoas ao meu redor já conhecem. Muito poético, sempre achei melancólico.

Terceiro: ninguém menos que Dylan, que dizia que eu me parecia com um menino sempre que me via, e que eu precisava ser mais feminina.

Pois bem, os três ultimamente vêm me azucrinando com essas ideias, e acabei por juntar o útil ao agradável.

Depois de um banho bem tomado, sai enrolada na toalha e olhei para o uniforme da escola, que eu sempre gostei. Hoje não seria diferente, eu usaria o uniforme, e ainda assim, sairia arrumada. Coloquei a saia rodada, e os tênis, e logo depois a blusa branca de manga comprida, deixando três botões desabotoados. Me olhei no espelho, e vi que ainda precisava de uns ajustes, como o cabelo, que estava uma beleza, mas nada que um pente resolvesse. E bingo! As madeixas ficaram soltas e notei como o cabelo tinha crescido, agora estava na altura dos seios. Sem mais delongas, passei um pouco de rímel, e um blush, e voi lá! Ali tinha uma Lídia arrumada e decente.

– Lid, o Dylan está ai embaixo, disse que vai te levar pra escola... – minha mãe entrou de supetão no quarto e se assustou comigo e minha nova ideia de ir como uma menina decente.

– Vou descer em um minuto. – dei uma última olhada, e peguei a mochila. Minha mãe me seguiu pelas escadas, ainda meio besta com minha atitude.

– Lídia? – ela me chamou e olhei para trás. Ela sorria. – Estou feliz por você estar mudando de atitude, e vejo que esse rapaz te faz bem. Por isso, preparei o café para vocês tomarem no caminho.

– Obrigada mãe – abracei-a e fui até a cozinha.

– Lídia, você vai deixar o jovenzinho te esperando? – reclamou meu pai. Ele olhava para o jornal e quando me viu, piscou várias vezes para ter certeza do que via, Jared por sua vez, mantinha a boca aberta, e minha mãe me olhava com orgulho. Ela me deu dois copos de café, e um pacote que provavelmente continha rosquinhas da padaria da esquina.

– Tchau pra vocês – sai andando rapidamente, e pude ouvir minha mãe me desejar sorte. Realmente eu iria precisar.

***

Estava esperando Lídia acerca de uns dez minutos, quando a vi saindo pela porta da frente. Olhei atentamente e pisquei várias vezes para ter certeza de que era ela mesmo, pois ela estava um tanto diferente. Ela tinha os cabelos soltos, e penteados, um grande passo. E a blusa dela dava um charme, até meio sexy, já que realçava a curva de seus seios. Nas mãos ela trazia um saco, e dois copos de café. Sem sair do carro, abri a porta para ela, que entrou com um enorme sorriso.

– Bom dia – disse ela animada.

– Bom dia menina do bom humor – respondi enquanto pegava um dos copos de café que ela me estendia.

– Sim, minha mãe deu rosquinhas pra gente comer. – ela deu de ombros, e senti seu perfume.

–Ótimo, ninguém lá em casa me dá o que comer – peguei uma rosquinha e dei partida. Fomos conversando e tomando o café da manhã, e não pude de notar a diferença enorme entre Lídia e Blythe.

Enquanto Blythe era totalmente uma garota da moda, que sempre acompanhava desfiles de moda, Lídia, não estava nem ai para essas coisas fúteis da vida, muito pelo contrário, eu e os meninos sempre nos perguntamos, se ela era realmente uma garota, e eu tive a confirmação no dia que dormi com ela.

– Dylan - chamou ela, estalando os dedos na frente do meu rosto.

– Fala - respondi, saindo dos meus devaneios.

– O sinal já abriu, tem um monte de carro buzinando. - ela riu da situação, e não pude deixar de acompanhá-la.

Logo chegamos na escola, e corri para abrir a porta para ela sair, porque sou uma boa pessoa, obvio. Ela saiu com o pacote de rosquinhas, e com os dois copos de café vazios, e jogou na lixeira. Tranquei o carro, e corri para alcançá-la, colocando o braço ao redor de seus ombros, atraindo muitos olhares para nós. Lídia tratou de tirar meu braço de seu ombro rápido, como se aquilo a ofendesse.

– Que foi? - perguntei, encostando em um armário ao lado do dela. Ela não respondeu e vi o quanto ela estava nervosa, jogando cadernos e livros dentro do armário, fazendo todos caírem no chão.

– Lídia, to falando com você - tentei chamar sua atenção.

– Que foi? - perguntou ela tremendo, e com o rosto vermelho.

– Que foi? Eu é que pergunto? O que você tem? No carro estava de bom humor, agora está toda estranha. - ela baixou o olhar para os livros no chão, e percebi que ela estava envergonhada.

– Odeio quando você banca o cara machista - disse ela baixinho, e me surpreendi.

– Não sou machista - rebati ficando nervoso.

– É sim, você sabe disso - ela fechou o armário com força, e saiu andando. Se eu fosse um cara normal, sairia andando também, mas como sou muito demente, fui atrás da ruivinha e a puxei pelo braço.

– Qual é ruiva, cê sabe que não foi para magoar, qualquer que seja a bosta que eu fiz - ela ergueu uma sobrancelha, e senti inveja, porque sempre desejei fazer isso. - Posso me redimir de um jeito legal.

– Que jeito? - perguntou a ruiva cedendo.

– Me espera na frente do seu armária na saída, depois te conto. - dei um beijo em sua testa e fui para a aula.

*

Quando o sinal bateu, sai em disparada para onde combinei de encontrar a ruiva, e para variar, lá estava ela, em uma guerra com os livros que ficavam caindo a todo instante no chão, e para piorar, algum engraçadinho ficava chutando o livro pelo corredor, toda vez que ela tentava pega-lo no chão.

– SE VOCÊ NÃO PARAR COM ISSO AGORA SEU IMBECIL, JURO QUE VOCÊ NÃO VAI SENTIR SUAS BOLAS TÃO CEDO – gritou minha pentelha.

Os garotos pararam na hora, e por fim ela conseguiu pegar o livro.

–Uau – cheguei perto dela rindo.

– Se começar a me zoar, não vai sentir suas bolas também, débil McCallen. – ameaçou ela.

– É muito feio da sua parte ter uma boca tão suja, você é uma menina.

– Quem pode provar? – perguntou ela com desdém.

– EU, oras – ela me olhou e ergueu uma sobrancelha, desconfiada – Ou você esqueceu que eu já vi você sem nada – dei o meu melhor sorriso cafajeste, e apontei para suas roupas. A garota parecia que ia explodir, ou de raiva ou de vergonha.

– Cala a boca, ninguém pode saber disso – ela me deu um tapa na cabeça com força.

– Você tem vergonha de mim? – fiz cara de ofendido, mas no fundo, estava adorando aquele papo.

– Não, quer dizer, às vezes. – ela deu de ombros – sabe, tem uma coisa muito irritante que vocês, homens fazem.

– E o que seria? – me encostei no armário, e olhei para seus olhos.

– Vocês coçam o saco – respondeu ela com simplicidade.

Gargalhei alto, pois essa definitivamente não era algo que eu pretendia escutar.

– Ta rindo de que idiota? – perguntou a ruiva irritadiça.

– Cala a boca Lídia, e vem comigo, senão você me atrasa – peguei em sua mão e comecei a puxá-la pelo corredor.

– Aonde nós vamos? – questionou ela.

– Eu vou ao treino – diminui o passo, e enlacei meus dedos nos dela. – e você, vai assistir.

– É esse o seu jeito de se redimir por ser um cara machista? – perguntou desconfiada.

– Sim, vou lhe dar o prazer de me ver sem a camisa, ai você esquece que tá brava comigo.

– Nada que eu não tenha visto, e garanto que já vi melhores. – pelo canto dos olhos, vi ela dar de ombros.

– Sério? De quem? – perguntei ironicamente.

– Se eu te contasse, você não iria acreditar – ela riu e resolvi esquecer esse assunto.

Logo chegamos a quadra, onde todos os garotos estavam, me esperando e ao treinador, que sempre se atrasava.

– Tenho que ir – me virei para encarar a ruiva, que olhava para as garotas nas arquibancadas atentamente, e nem me dava atenção. – LÍDIA – estalei os dedos na frente de seu para sair do transe.

– Que foi? – perguntou ela assustada.

– Tenho que ir – puxei-a pela cintura, e dei um beijo rápido em sua boca.

– E onde eu fico? – perguntou ela baixinho.

– Em qualquer lugar anjo, mas fica longe das loucas de torcida – apontei discretamente para o grupo de garotas nas arquibancadas, que antes ela olhava atentamente.

– Porque? – perguntou ela desconfiada.

– Porque são loucas, mas depois te explico com calma. Torce por mim.

***

Assim que Dylan foi em direção ao vestiário, me sentei em um dos lugares múltiplos da arquibancada, e fiquei à espera do treino começar, mas mesmo de longe não pude deixar de ouvir as loucas de torcida, vulgo, lideres vadias de torcida. Certo, nem todas são assim, até porque Taylor faz parte desse grupinho, ou fazia, porque ela tinha dito que iria abandonar, porque não aguentava mais Blythe mandando, e desmandando em tudo.

Ah, Blythe. Essa ia ser sempre uma pedra no sapato de muita gente. Olhei discretamente para ela, que se alongava junto com as outras cachorras no cio. Blythe podia ser linda, esbelta, magra, maravilhosa, uma diva, mas no fundo era podre, e por isso eu a odiava, e sim, tudo isso começou por causa de uma boneca quebrada, que tomou uma proporção gigante. E falando no diabo...

– Oi querida – disse o limão estragado.

– O que você quer? – perguntei desanimada.

– Nada demais, só vim perguntar uma coisinha – disse ela inocente, mas como sei que inocente e Blythe na mesma frase não são nada compatíveis, suspeitei de que coisa boa não era.

– Fala logo e vaza daqui.

– Bom, notei que hoje você veio vestida de menina – algumas garotas deram risada, mas logo se calaram ao ver meu olhar mortal, mas a loira limão não se abateu – Bom, queria saber se tudo isso é só para impressionar um certo garoto.

– O que quer dizer? – me fiz de desentendida.

– Ah você sabe – ela balançou seu rabo de cavalo – Tipo assim fofa, um dia você está vestida de menino, no outro você está vestida de menina, ai eu fico confusa sabe.

– Você não é confusa, você é burra. – respondi ignorando os comentários.

– Uau, ela é brava – ela aproximou seu rosto do meu, e senti seu perfume doce demais. E me perguntei mais uma vez, porque? Qual a necessidade de cheirar que nem mel? Isso é nojento.

– Você nem viu, e se quiser ver, é só abrir a boca de novo.

– Isso é uma ameaça? – ela riu, com os dentes brancos perfeitos reluzindo.

– Entenda como quiser – dei de ombros.

– Ótimo, além de latir, eu também sei morder, toma cuidado.

– Lógico que sabe, é isso que cachorras fazem. – suas seguidoras me olharam ofendidas, mas Blythe manteve o semblante estável, porem seus olhos estavam queimando.

– Se eu fosse você, tomaria vacina contra raiva – ela se virou e saiu rebolando, junto com suas seguidoras do mal.

Pensei comigo, será que ela não se sentia inútil na vida? Tão vazia por dentro? Tudo bem, ela poderia ter tudo o que quisesse, na hora em que desejasse, mas Blythe tinha ido ali por um único motivo, por algo que eu tinha, e ela não: Dylan.

***

O treino logo começou e percebi que Dylan realmente era bom em alguma coisa construtiva, e que se caso ele investisse, daria muito dinheiro. Claro, ele precisaria se esforçar, coisa que ele não fazia muito, a não ser quando queria algo.

A única que estava na arquibancada era eu, e do lugar em que eu estava, podia observar todos os presentes no recinto. Os garotos tentavam muito se concentrar no jogo, mas ficavam a todo momento olhando para as seguidoras do mal de Blythe. Mas também, com todo aquele tamanho de bunda, e peitos, quem não ficaria encarando?

Um tempo depois o treino dos meninos acabou, mas as garotas continuaram lá, fazendo o que elas chamavam de coreografia, porém eu chamava de dança vulgar para atrair macho.

– Oi – senti algo tocar em mim, e vi um Dylan sem camisa na minha frente, provavelmente, de propósito. Ao longe vi várias garotas suspirarem, mas logo voltaram a fazer o que Blythe mandava, quando a mesma gritou com elas.

– Você tinha razão em uma coisa. – disse a ele.

– Que eu sou muito gostoso? – perguntou ele sorrindo.

– Também, mas aquelas garotas são loucas. – disse rindo.

– Claro que são, elas falam com a Blythe. Qualquer um que anda, fala ou respira perto dela, não fica muito bem da cabeça.

– Agora sei porque você é assim.

Ele me olhou irritado, mas logo percebeu que eu estava brincando, e por fim acabou rindo junto comigo. Saímos da quadra e fomos em direção ao seu carro, sem trocar nenhuma palavra, apenas andamos de mãos dadas.

Dylan como um cavalheiro, abriu a porta do carro para mim, e ri internamente, pois se me dissessem algumas semanas atrás que eu estaria andando de mãos dadas no corredor da escola com ele, que eu estaria junto com ele, e que ele estaria junto comigo, juro que não teria acreditado.

O caminho foi tranquilo, e fui olhando a quantidade de CD’s de tipos variados que ele possuía, e via várias vezes, pelo canto do olho, Dylan me olhar atentamente. Quando chegamos em frente à minha casa, guardei os CD’s onde tinha achado e me virei para encara-lo.

Ele se aproximou e colou sua testa na minha, enquanto ficamos roçando os narizes, numa guerra estranha.

– Sabe – começou ele – você não me disse, se me perdoaria.

– Eu falei para você fazer por merecer.

– E eu fiz?

Em resposta, puxei ele para um beijo, um daqueles beijos que você tira o seu folego e o da outra pessoa. Aqueles beijos que você só para quando precisa respirar.

– Isso é um sim? – perguntou ele sorridente.

– Não – segurei um riso ao ver seu rosto espantado.

– Então o que é?

– É um, eu te perdoo Dylan.


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Notas finais do capítulo

Oi amores de mi vida ☻ Tudo bem com vocês?
É o seguinte, preciso da ajuda de vocês para duas coisas; a primeira é: uma personagem nova vai aparecer na historia, mas não consigo pensar em um nome para ela, então aqui vai um desafio para vocês ( HAHAHA) quero que me mandem nomes CRIATIVOS, nomes que vocês colocariam em um personagem de qualidades fortes, um nome impactante. AH, E O NOME É FEMININO!! Vocês me mandam as sugestões, e depois eu coloco os nomes aqui, e vocês votam no que mais gostarem. Me mandem por Mp, ou por comentários mesmo, mas mandem, porque é importante, e quero muito que vocês façam parte desse tiquinho da história... Lembrem-se: É um nome feminino, de personalidade forte, uma garota que vai aparecer para quebrar a banca HAHAHA!
Segundo: gente, eu to pensando em fazer um trailer da fic, mas como sou meio lerda, quero que vocês me ajudem nessa também :( me digam o que pensam sobre o assunto...
Beijos mi amores ♥



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