5° Desafio Sherlolly escrita por GabrielaGQ


Capítulo 1
Há beleza em tudo que ela é


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui de novo :D já estava pensando em escrever uma fic sobre Molly se casando, aí surgiu o desafio: melhor ainda.
Vou sugerir uma música: http://www.youtube.com/watch?v=QgaTQ5-XfMM
Mas já abram o link numa guia separada e a deixem pronta para tocar quando for o momento certo na fic, quando aparecer o ♫.



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- Não Molly! De jeito nenhum! – Sherlock gritava enquanto dava as costas para Molly, pisando duro pela sua sala enquanto ia em direção a sua poltrona. Pegou um jornal e o abriu escondendo seu rosto de Molly, tentando ignorá-la.

-Mas por que não Sherlock? –Ela dizia com uma voz super gentil, implorando, enquanto tirava o jornal da frente de Sherlock e o encarava com seus grandes olhos castanhos. –Eu nunca te pedi NADA e você não acha que me deve muitos favores?

-Muitos favores? Como o que Molly? – perguntava Sherlock, indignado por ela pensar dessa forma. Ela o olhava com os olhos surpresos, como se ele fosse o mais tonto do Universo.

-Que tal eu sempre te ajudar nos seus planos impossíveis e ainda ter te ajudado a morrer? Ou você não se lembra mais disso? – Ela disse levantando uma sobrancelha. – Vamos Sherlock, por favor, aceite! Eu ficaria tão feliz!

Agora ele a encarava enquanto tentava decifrar o que aquele sorriso de chantagem estava fazendo plantado no rosto de Molly. Sabia que o que ela estava pedindo era impossível para ele naquele momento, mas Molly tinha um efeito sobre ele maior do que ela pensava. Com um longo suspiro, uma cara feia e depois de revirar os olhos, ele disse:

-Tudo bem Molly, eu aceito ser seu padrinho de casamento!

***

Molly descia as escadas do 221b satisfeita depois de ter conseguido o que queria. Era mais um item que teria de riscar da sua lista de “Coisas a se fazer para o casamento”. Ainda restavam dois itens:

Buscar o vestido de noiva e esquecer Sherlock.

Esquecer Sherlock. Com certeza esse último item ia dar trabalho. Nem Tom tinha a feito esquecer Sherlock e agora ela ia se casar com ele. Com Tom, não com Sherlock, é claro. E o que ela tinha acabado de pedir a Sherlock fazia parte da tarefa de cumprir o último item da lista. Mas só de pensar nisso, um grande nó subia em sua garganta, como se talvez não quisesse esquecer o que sentia por Sherlock. Mas era preciso desatar esse nó e seguir em frente. Sherlock nunca a amaria e ela tinha certeza disso.

Olhou então para sua lista e sorriu ao ver o que teria de fazer a seguir: buscar seu vestido. Iria se encontrar com Mary para fazer os últimos ajustes e apreciá-lo antes do grande dia, que por sinal ia ser nesse fim de semana. Molly deu um longo suspiro e soube que teria de criar muita coragem para enfrentar sua vida de agora em diante.

***

Ele ainda não acreditava que tinha aceitado o pedido de Molly. O que ela tinha na cabeça? Convidar alguém que ela amava para ser seu padrinho de casamento? Ou pelo menos Sherlock achava que Molly gostasse dele, isso até ele descobrir esse terrível noivado. No dia que descobriu, Sherlock planejava finalmente se declarar para Molly. Criou coragem a semana inteira para fazer o que John tinha dito. Tinha enfeitado todo o apartamento dela com rosas e velas, colocado uma música para criar o clima perfeito e comprado vinho. Tudo como John ensinara. Quando Molly chegou a seu apartamento, mal pode acreditar no que via. Alguém tinha invadido seu apartamento e enchido de rosas e velas? Estava começando a ficar com medo até que ele apareceu sorrindo para ela, parado em sua sala de pé, com duas taças de vinho na mão. Molly acabou se assustando e levando as mãos ao rosto em pânico. Isso fez Sherlock desabar ao ver algo completamente inesperado. Aquilo era uma aliança na mão direita de Molly? Foi aí que seu sorriso se desfez e ele percebeu que a tinha perdido para sempre. Porque ela não tinha contado a ele que ficara noiva?

-Sherlock... –ela tentou dizer, mas sua voz saiu como um sussurro. Ele então pigarreou como que saindo do transe em que estava e rapidamente engoliu o conteúdo das duas taças de uma só vez. Sem dar nenhuma explicação se dirigiu em direção a porta que era onde Molly estava, deu um suave beijo em sua testa e disse bem baixinho:

-Seja feliz Molly Hooper. – E saiu tão rapidamente que Molly nem pode dizer nada. Era como se estivesse em choque. Ele a deixou ouvindo a música que ele fizera para ela. Sabia que nunca mais esqueceria todas as lembranças com aquela música.

Ao se recordar disso, Sherlock estava mais uma vez decidido a nunca mais seguir nada que John lhe dissesse e que de jeito nenhum iria a esse casamento. Quer dizer, teria que ir agora, era o padrinho. Iria acompanhar a Sra. Hudson e fingir estar feliz no meio de pessoas felizes. Não sabia qual dos dois o irritava mais. Mas deu sua palavra a Molly e iria cumprir. Desejava que ela fosse feliz mesmo que isso não fosse com ele. A única resposta que Sherlock não tinha, era como iria sobreviver sem Molly.

***

-Meu Deus, como você está linda Molly! –Mary dizia enquanto chorava pela milésima vez. Estar no quarto mês de gestação a estava afetando emocionalmente e Molly sabia disso.

-Sério, ficou realmente bom? –Molly perguntava preocupada enquanto se olhava no espelho e apreciava o seu lindo vestido. –Acho que essa cauda do vestido ficou longa demais.

-Não, está perfeito! –Mary disse enxugando as lágrimas. –O seu casamento vai ser perfeito Molly, num lindo clube cheio de grama e flores, a coisa mais romântica que existe.

-Ah, eu realmente espero que seja perfeito Mary! –Molly disse enquanto se virava pra amiga. –Convidei Sherlock para ser o padrinho.

-Você o quê? – Mary disse enquanto seu queixo caía.

-Foi o que você ouviu Mary. Ele é uma pessoa muito especial para mim, além de você e John. E queria que ele também entrasse no meu casamento. Além do que, precisava de alguém para fazer par com a Sra. Hudson. Então...

-E o que ele disse? Não, né? –Mary disse interrompendo-a.

-Eu o fiz dizer sim. –Molly disse com um sorriso travesso. –Estava decidida e consegui o que eu queria.

-E era isso o que você realmente queria? –Mary perguntou assumindo um tom de voz que fazia qualquer um refletir na vida. Molly se virou pro espelho e passou a se apreciar vestida de noiva.

-Eu amo Tom e é com ele que minha vida deve seguir. Sherlock nunca me amou Mary, todo mundo sabe disso. Estou fazendo o certo, chega de esperar por ele.

Mary notou então que realmente essa era a verdade. Em parte.

-Sherlock ia se declarar para você Molly. John me contou no mesmo dia em que você me disse que estava noiva. –Molly se virou para Mary completamente perplexa.

-O quê? –Uma lágrima então escorreu por seus olhos. –Era por isso que ele estava no meu apartamento? –Ela disse se apercebendo da verdade. Mas agora era tarde demais. Tudo estava no passado. E era lá que devia ficar. Não tinha como voltar atrás. Molly se virou novamente para o espelho, enxugou a lágrima que insistiu em escorrer e disse decidida:

-Não me importo mais Mary, agora é tarde demais. Vou me casar nesse fim de semana e meu sobrenome não será Holmes.

***

Molly já podia ouvir a música que era o sinal para os padrinhos entrarem desfilando pelo tapete vermelho que se estendia entre os convidados. Mas era ela que não conseguia se mover. Todos a estariam esperando daqui a poucos segundos. Podia ver Tom parado perto do altar que fora montado no meio daquela linda paisagem. As flores azuis, rosas e brancas enfeitavam as cadeiras e o chão junto com um tecido branco de um jeito magnífico. E Tom estava mais lindo do que nunca.

Agora podia ver Mary e John entrarem seguidos por Sherlock e Sra. Hudson. Todos incrivelmente felizes. Menos Sherlock.

Molly então ajeitou seu buquê, o véu e a cauda do vestido. Ao pensar em Sherlock, Molly sentiu um frio na espinha. A música que tocava tinha uma emoção diferente para ela. E achava que para Sherlock também. Uma música cheia de lembranças. A música do dia em que ele ia dizer que a amava. Quanto Molly esperou para ouvir isso. E agora era sua vez de entrar.

Ao se posicionar na entrada do corredor em direção a Tom, todos se levantaram. Mas ao olhar para frente, viu Sherlock um pouco atrás de Tom e encontrou o único olhar que sabia que amava. Sherlock. Eram azuis, disso ela sabia, mas estavam com um brilho que ela nunca tinha visto antes. Era como se gritassem para ela não tomar aquela decisão, como se a impedissem de andar. Como se pedissem para ela sair correndo e dizer que tudo aquilo era uma besteira: Tom, flores, buquê e seu vestido. Tudo era nada se comparado com o amor que eles podiam ter. E como se não pudesse se controlar, Sherlock sorriu, um sorriso charmoso e cheio de amor que ele sabia ser só para Molly.

Então Molly soube. Não poderia fazer aquilo. Não poderia se casar com Tom.

Como se suas mãos não tivessem forças suficientes, soltou o buquê que caiu como se fosse em câmera lenta. Ao olhar para Tom, sentiu o olhar de desespero instalado em seus olhos, como se gritassem para ela andar em direção à ele. Mas era outro grito que ela precisava ouvir, o do seu coração. Então sem dizer nada, apenas mexeu os lábios dizendo “I am sorry” (me perdoe) e se virou correndo desesperada, para bem longe dali. Todos se olhavam se perguntado o que estaria acontecendo, mas só uma pessoa batia palmas com a maior felicidade. Mary. Que já estava chorando, só que dessa vez de felicidade pela a amiga. E por Sherlock, que nesse momento atravessava o tapete vermelho correndo atrás de Molly. Mary sabia qual seria o final daquela história, então apenas se sentou enquanto via John consolar Tom, abandonado no altar.

***

A essas alturas Molly corria mais depressa agora que tinha se livrado dos seus sapatos de salto alto. O coque que fizera no cabelo já se desmanchava com o vento, deixando alguns fios soltos voando sobre o seu rosto. Enquanto chorava e soluçava, procurava ar para encher os seus pulmões e continuar correndo, para bem longe dali. Então ouviu uma voz. Achava que ninguém a tinha seguido e antes de se virar, torcia para que não fosse Tom. Ao se virar, quase seu coração saiu pela boca ao reconhecer de quem era aquela voz. Sherlock. Ele a tinha seguido e agora suas pernas estavam bambas de tanto correr e por estar de frente para Sherlock, que se aproximava ainda mais ofegante que ela.

-Para onde está indo Molly? – Ele perguntou já recuperado da pequena maratona que tinha feito. –Achei que tinha um casamento para ir.

-Porque me seguiu? – Ela perguntou direta. Não estava nem um pouco a fim de ver Sherlock tentando ser engraçado. Tinha desistido do casamento dela por ele e esperava obter alguma resposta daquela perseguição.

-Eu... Eu... – ele gaguejou. – Precisava te dizer que você está linda. -Ele disse sorrindo do mesmo jeito que tinha feito minutos atrás, perto do altar onde Molly deveria estar agora. Se casando. Mas Molly já não estava mais tão arrumada como antes. Seu vestido tinha um leve tom de desmazelo e seu cabelo tinha fios soltos por toda parte. Mas Sherlock estava sendo honesto. Naquela tardezinha, o sol iluminava o rosto de Molly, revelando a perfeição que só ela tinha com todos aqueles traços meigos e sensíveis no rosto. Ela estava mais linda do que nunca.

-Linda? Você só pode estar me zuando. –Molly disse revirando os olhos e se virando para continuar andando. Não sabia para onde estava indo, mas iria continuar andando.

-Eu te amo. –ele então disse de supetão enquanto ela estava de costas para ele. –Ouviu Molly? – Ele perguntou como se ela fosse surda. Ela tinha ouvido, mas estava curtindo fingir ignorar Sherlock. Ela então se virou encarando-o com um largo sorriso no rosto:

-Na verdade não ouvi Sherlock, você o que? – Ela colocou a mão na orelha como que para ouvi-lo melhor. Ela ficava encantadora quando provocava-o.

-Eu te amo Molly Hooper. – Ele gritou dessa vez, sorrindo como se tivesse gostando daquele momento. Então, se ajoelhando pode ver o olhar de surpresa de Molly.

-Quer se casar comigo?


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários. Amei escrever e se alguém quiser, http://www.vagalume.com.br/christina-perri/a-thousand-years-traducao.html , a letra e a tradução da música.