O Bernardo me mostrou ser outro menino hoje, atencioso, divertido, educado, diferente do outro Bernardo. Será que ele mudou? Ou esta fazendo isso tudo só para conseguir me conquistar? Essas perguntas não saiam de minha mente. Encontrei o Arthur sentado no escritório,lendo um livro. Me aproximei dele e disse.

– Oi Arthur, te encomodo?

– Oi filha, não, só estou lendo esse livro para o tempo passar.Você gostaria de falar comigo?

– Sim. Você deixa eu dormir na casa da minha amiga Laís.

– Amiga? Eu nem a conheço.

– Arthur, ela é filha do teu colega de trabalho.

– Ah sim. Lembrei dela. Pode sim filha, mas venha no domingo, ok?

– Ta bem pai. – sai do escritório pulando de alegria.

Logo depois liguei para a Laís e conversamos um pouco. Dias se passaram e minha amizade com o Bernardo ia se intensificando cada dia mais. Ele até parou de dar em cima de mim, só de vez em quando ele me chama de gata. Mas, tirando isso eu estou gostando muito da amizade dele, ou dele?

Sexta- feira

Acordei tranquilamente, tomei um banho demorado e fiz minha higiene. Peguei algumas roupas, e minha carteira. Coloquei uma roupa casaco vermelho longo, e uma calça jeans preta, acompanhando com uma bota. Tomei um café rápido e fui ver onde estavam as pessoas que moravam na minha casa. O lugar estava vazio, meu pai provavelmente estava no trabalho, a Nathalie estava dormindo e só iria acordar 12h00min. Então o que vou fazer hoje? Ficar olhando Tv?

Tirei o dia para ficar em casa, vendo um filme de suspense largada no sofá, comendo besteiras. Na parte mais intrigante do filme meu celular toca, pulo de medo ao vê-lo tocar.

Ligação

– Oi Laís, tudo bem?

– Oi amiga, tudo bem sim. E ai ta pronta para a festa? – disse empolgada.

– Ah não sei se quero ir, to meio desanimada.

– Ah não! Mas por quê?

– Não to animada pra isso Laís.

– Se anima e vem comigo, por favor amiga.

– Ta bem, eu vou.

– Isso ai garota.

– Mas, não tenho roupa adequada para ir a uma festa.

– Então o shopping nos espera. – disse ainda mais empolgada.

– Ebah vamos às compras! – tom sarcástico.

– Para de ser boba, te espero em frente ao central park . Não se atrase.

– Ta bom, até mais.

Cheguei a minha casa e fui procurar alguma roupa que servisse para uma festa. Mas na verdade eu não quero ir a esta festa, estou desanimada, mas se eu não comparecer na festa a Laís vai ficar bem brava comigo. Coloquei algumas roupas dentro de uma bolsa e fui até ao central park.

– Oi amiga, tudo bem?

– Oi, tudo.

– E ai vamos as compras?

– Sim vamos.

Fomos ao uma loja linda, olhei para vários vestidos, mas nenhum me agradava. Percorremos quase todas as lojas, e nada me agradava, o relógio estava marcando 15h00min e ainda não tínhamos almoçado nada, estava faminta.

– Laís, vamos almoçar?

– Vamos.

– Quero comer um mega Hambúrguer.

– Credo menina, desse jeito você engorda feito uma porca.

– Ah não me importo.

– O que? Você não se importa?

– Não.

– Mas eu me importo! Você é linda, tem um ótimo corpo, e quer comer hambúrguer?

– Sim, mas qual o problema? Para que tanto drama?

– Você é louca menina.

– Nem tanto.

Chegando ao restaurante pedi um hambúrguer e a Laís pediu um prato de salada com cogumelos.

– Laís, onde vai ser a festa?

– Vai ser aqui por perto.Mas você já viu a roupa que vai?

– Não sei ainda, porque esta bem frio.

– Eu vou ir com um vestido e um casaco por cima, depois que chegar no local eu tiro.

– Vou ir de vestido também, se eu conseguir achar.

– Vamos procurar em uma loja que eu sei que ira ter um vestido bem lindo para você.

– Ta sua chata.

Depois de muitas compras, fomos para a casa da Laís. Chegando à casa da Laís a mãe dela, Dona Christine estava sendo massageada por uma empregada da casa. A casa era muito grande e cheia de toques sofisticados como estátuas do Egito, pilares banhados a ouro, tapetes e cortinas feitos com pele de urso branco. Fiquei imaginando como seria o closet daquela mulher.

– Olá amores, tudo bem? Que é essa bela moça? – disse me olhando.

– O nome dela é Cecília, mãe.

– Tudo bem com você Cecília?

– Tudo tranqüilo Dona Christine.

– Oh não! Não me chame assim querida, me chame de Cris.

– Ok, Christine.

– Você é muito linda.

– Obrigado. – corei.

Sorri e segui a Laís até o quarto. Fechamos a porta e ela pulou em cima da cama.

– Estou exausta. Fazer compras cansa a minha mente, e olha que nem pago nada. -Começamos a rir e alguém bateu a porta.

– Posso entrar maninha?

–Sim pode. Já esta entrando mesmo. - Quando olhei para porta tomei um grande susto.

– Você por aqui? – indaguei.

– O que esta fazendo aqui anjo? – falou surpreso.

– Eu estou aqui com a Laís.

– Você é amigo dessa menina chata? – disse a empurrando.

– Sou sim, e ela não é chata. Não fala assim da minha amiga.- Dei uma abraço nela.

– Calma, calma, calma. Vocês se conhecem? Como assim?

– Sim. Os conhecemos no avião.

– Ah quando ele veio do Brasil.

– Longa história...

– Essa menina, ai maninha , é especial.-Sorri meio sem graça.

– Mas, maninho nos da licença que temos que nos arrumar para a festa da Jess.

– Ah você também vai? – disse em um tom triste.

– Sim vou. Ela me arrastou. - a fuzilei com os olhos.

– Eu não posso ir, tenho que estudar, segunda tem prova.

– Que pena. Fica para a próxima.

– Então até mais meninas, e boa festa para vocês. -Ele saiu pela porta bufando de raiva.

– O que foi com ele?

– Vai ver que ele gosta de você!

– Acho que não.

– Por qual motivo ele sairia assim Cecília?

– Ah não sei. Talvez ele tenha ficado bravo conosco, ou esta frustrado porque não vai a festa.

– Pode até ser.

– Mas,cada louco com sua mania.- rimos

Arrumamos-nos e fomos para a festa, o lugar era lindo, cheio de luzes e havia muitas pessoas dançando. Olhei para o redor e vi que a bebida alcoólica estava presente nesta festa, e por sinal era a convidada especial da aniversariante.

– Vem que vou te apresentar a Jess.

Ela me puxou pelos braços e me levou para o camarote especial, onde os Vips ficam. A Laís é em extrovertida e gosta de impressionar as pessoas, por isso ela é muito louquinha.

– Oie Prima, que saudades.- Elas se abraçaram

– Saudades mesmo prima.

– Quem é ela Laís?

– Cecília, esta é a Jess, minha querida prima.

– Oie tudo bem? Nossa como você esta linda. Parabéns.

– Obrigado! Seja bem vinda menina!

– Obrigado.

– Aproveite a festa, porque esta muito boa.

– Vamos, vamos, porque a noite é uma Criança.

– Você esta meio louca não é?

– Hoje você vai conhecer outra Laís.

– Socorro. - pensei.

Saímos da área vip e fomos para a galera, o pessoal esta bem animado, uns até pediram para dançar comigo, mas eu não aceitei. Prefiro ficar quieta e em um lugar seguro.

Laís chegou com um coquetel para eu tomar, mas não aceitei, ela disse que não avia muito álcool e que era muito gostoso.

– Vamos Cecília, não seja boba experimenta, é tão bom.

De tanto ela me encher eu tomei alguns goles, so que como nunca tinha bebido eu passei um pouco mal, estava com tonturas e comecei a sentir um enorme calor subindo pelo meu pescoço.

Chamei a Laís na pista de dança, mas ela não me escutava, estava muito louca e dançava sem parar. Não poderia ligar para meu pai, porque ele não sabe que estou aqui, e muito menos para minha mãe, ela ficaria totalmente neurótica, e não quero incomodá-la com meus problemas. Lembrei que o Davi estava em casa, liguei para ele e o telefone estava desligado. Pensei em ir embora, mas esqueci que minha bolsa com dinheiro e maquiagem avia ficado no carro, e o chofer da Laís foi embora, ele só voltaria 04h30min da manhã, pois marcamos este horário.

Já eram 02h00min e a festa estava bom bando, eu estava mais recuperada. A bebida até que era gostosa e o efeito passa rápido. Decidi então beber mais um copo, estava com muita cede e não tinha refrigerante. Afinal estou em uma festa, e festa é para curtir, então vou curtir um pouco, mas não vou passar do meu limite.

Bebi algumas bebidas, e acabei passando um pouco do meu limite, estava completamente bêbada, dançando feito louca e queria ainda mais beber. Não agüentava mais beber liquido, estava fraca e cansada, me sente em um banco perto da porta para tomar um ar, quando derrepente não vi mais nda, apaguei. Lembro-me de vagas coisas em minha mente, quando abri meus olhos estava em um quarto com uma menina me olhando,tomei um susto quando ela me perguntou.

– Você esta melhor?- Ainda recuperando a visão,respondi.

– Quem é você?

– Prazer meu nome é Victória, eu sou amiga da Jess.

–Prazer, mas como vim para aqui? – disse me sentando.

– Você estava completamente bêbada na noite passada, e não parava em pé, então eu decidi te levar para um lugar mais reservado para podermos conversar.

– Sei. Mas agora já estou melhor, obrigado.

– De nada. Você quer conversar?

–Não sei, estou confusa.Minha cabeça dói, e onde esta a Laís?

– Imagino, eu já fiquei assim. A Laís foi dormir no quarto da jess.

– Me sinto suja, e estou com cheiro de bebida.

– Você bebeu muito. Qual o seu nome?

– O meu nome é Cecília.

– Prazer Cecília.

– Obrigado por ter me ajudado.

– De nada, eu vi que você precisava de ajuda.

– Obrigado mais uma vez por tudo, e quando precisar e so me chamar que terei prazer em te ajudar. Meu número é xxxxxxx.