O Suicida Da Casa 76 escrita por Sadao Kun


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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A rua estava deserta e sombria, o poste a minha frente piscava, lutando inutilmente para continuar aceso. O céu estava sem estrelas apenas uma enorme e cintilante lua cheia.
Os meus passos ecoavam pela solitária rua, gritos de vândalos ecoavam ali perto, fazendo os cachorros latirem em alerta.
Continuei andando olhando para as casas apagadas, só conseguia imaginar emcrianças brincando nos jardins em suas férias de verão, os almoços em família, pessoas transando com seus companheiros e com amigos de seus companheiros, a linda e enorme árvore de natal banqueteada de presentes caros que seriam esquecidos a algumas semanas, adolescentes batendo a porta de seus quartos zangados porque seus pais não deixaram eles irem para alguma festa e coisas desse tipo...
Andei por alguns minutos ate entrar em um parque, postes florescentes estavam espalhados pelo parque fazendo-o ficar claro e cheio de vida, uma fonte de água de cerca de 1,30 metros jorrava água cristalina pelo ar, e com as luzes verdes e azuis apontadas para a pequena cachoeira cintilante, a fonte parecia ser mágica.
Andei lentamente estudando as pessoas que se encontravam ali.
Havia um casal de adolescentes se beijando em um dos bancos de pedra (Provavelmente ele iria engravida-la e fugiria ou assumiria o filho e uma vida desprezível trabalhando em um emprego de merda e convivendo com pessoas de merda), um sem-teto aconchegava-se em cobertores esfarrapados (Talvez ele acha-se que se tivesse estudado na infância a vida seria melhor, quem sabe um Médico, advogado ou um mero vendedor de uma lojinha.), e por fim um grupo de adolescentes fumando e bebendo em baixo de uma enorme árvore (Eles não devem se preocupar em seus pais descobrindo e os batendo ou apenas aceitando aquela fase rebelde de seu filho.) .
Ao sair do parque andei alguns quarteirões ate uma rua iluminada com postes na frente de cada casa daquela rua.
Caminhei ate o final da rua e parei diante de uma casa de madeira velha e podre, janelas quebradas e o piso cheio de buracos. Aquela era a única casa da rua inteira mergulhada na escuridão, apenas o numero 76 parecia intocado, dois números de prata polida.
Subi os três degraus de madeira, tirei a chave do bolso e abri a maçaneta. A sala tinha apenas um sofá furado e uma tv quebrada, da sala se via a cozinha tomada por ratos e baratas e uma pilha de pratos sujos na louça.
Subi as escadas do corredor lentamente, escutando os rangidos da madeira podre aos meus pés. Entrei no quarto aonde se encontrava apenas um fino colchão fino jogado no chão e uma escrivaninha com um espelho rachado ao meio.
Andei ate a frente d espelho e saquei uma arma da gaveta direita, pressionando-a contra a minha cabeça.
Encarei-me na frente do espelho, olhando para os meus olhos castanhos, eles estavam tão frios quanto sempre estiveram, mas dessa vez estavam sem vida, estavam mortos.
Eu ainda conseguia lembrar de quando eu era criança e as pessoas ficavam espantadas com a frieza em meu olhar, não tinha amigos apenas pessoas que diziam ''Oi'' sem aquele olhar estranho.
Agora eu estava ali parado na frente de um espelho com uma arma apontada para a minha própria cabeça, tentava pensar em algo para não fazer aquilo e jogar aquela arma fora, mas não encontrava nada, nenhum motivo, nenhuma pessoa e nenhum sentimento de querer continuar. Alem do mais a morte seria o fim de qualquer caminho que eu escolhesse, ela estaria la esperando pacientemente por mim, então por que adiar o inevitável?
Fechei os meus olhos por alguns instantes, respirei fundo e dei uma última olhada no espelho, meus lábios se contrairão em um pequeno sorriso e puxei o gatilho. Inundando as casas vizinhas com aquele som agonizante.
As pessoas devem se perguntar o porque eu fiz isso, deve ser porque eu era um ninguém, morava em uma casa caindo aos pedaços e não tinha ninguém ao meu lado. Mas a verdade é que... Eu ainda não sei o porque eu fiz,, e isso era o certo a se fazer, ao menos para mim.
E não sei o porque mas queria ser lembrado por alguma coisa que eu fiz, nem que isso seja ser lembrado como, O suicida da casa 76...



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