O restante das aulas passou correndo e Annabeth nem viu Luma.

Na verdade, a primeira coisa que fez foi correr para a estação de metrô para não pegar um muito lotado. Ela passou a viagem de volta ouvindo músicas no seu ipad ( principalmente Adele ) e dando graças a Deus por não encontrar a tia maluca de Percy Jackson novamente.

Ela chegou em casa e respondeu as perguntas rotineiras do pai: sim, a escola foi legal; não, nem todas as pessoas de lá eram legais; não, ela não viu nenhum garoto “legal” e, se encontrasse, não era da conta dele.

A garota subiu as escadas e correu para o seu quarto e passou todo o resto do dia lá, no seu mundinho fechado, navegando na internet, lendo alguma coisa, fazendo as tarefas da escola ou qualquer coisa que a livrasse de ter que descer na sala ou ir no quarto do pai, simplesmente porque ela não aguentava mais ver a melancolia daquela casa sem a mãe dela.

As únicas vezes que Annabeth descia eram para comer. Ela pegava a comida e corria para o quarto, apesar de ainda dar tempo de ver seu pai trabalhando incansavelmente com uma cara de tristeza.

Essa cara de tristeza a deixava revoltada e sem saber o que fazer. Annabeth realmente se importava com ele, apesar de não demonstrar. Ele nunca esqueceria sua esposa e, da última vez que tentou quando Annabeth tinha uns 10 anos, ele descobriu que a mulher estava mandando sua filha lavar os banheiros. Não foi uma boa experiência, com certeza.

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Annabeth já havia feito tudo o que era possível fazer e agora estudava a matéria passada em Matemática.

Como Percy Jackson pode não gostar disso? Pensou. Deve ser muita ignorância na cabeça.

Ela se pôs a estudar novamente, mas não conseguia se concentrar. “Se não calar a boca vou ter que dizer que é filha da mãe.” Quanta consideração. Ignorante energúmeno.

Annabeth tentou inúmeras vezes voltar a estudar e nada de dar certo. Percy Jackson é realmente esquisito e bipolar, concluiu.

Depois desta sentença, resolveu finalmente ir dormir. Amanhã seria um longo dia.

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Annabeth dormiu e sonhou com Percy Jackson explodindo bebedouros.

Ela se pôs de pé e, depois de passar a noite assistindo Percy jorrando água para todos os lados se sentiu molhada.

Tomou o café da manhã com calma pois, dessa vez, o pai a deixaria na escola. Nada de Tias esquisitas chamadas Odete.

Ela pegou sua mochila e meteu alguns livros dentro.

A garota e o pai ficaram em silêncio enquanto o caminho para escola era pecorrido. Nenhum dos dois foi capaz de quebrar o silêncio, com exceção da música que tocava no rádio.

Frederick Chase, na viagem inteira, disse somente uma coisa, antes de Annabeth descer:

– Está com spray de pimenta?

Annabeth assentiu em silêncio, mesmo sem fazer a menor ideia de onde estava o spray. Ela caminhou lentamente porque chegara com um tempo de sobra antes da aula. Ela foi até a sala de aula de seu devido horário, guardou sua mochila e parou estática na janela.

Percy Jackson sangrava. Com ele estava um garoto gótico e os dois fugiam de uma criatura nunca vista. Ela deu um golpe em Percy.

Do lado de fora, um garoto esquisito desmoronava.